AnaLu

            Entrei no chuveiro e gritei para que a Luiza me levasse sabonete. Eu não estava legal. Não me sentia bem. Eu pensava se poderia ou não me adaptar ao tipo de relacionamento que a Aline queria. Não me entenda mal, eu não sou puritana. Acredito que toda forma de amor é válida. Poliamor, friends with benefits, relacionamento aberto... tudo é lindo. O grande problema é que eu não curto fazer sex* apenas por fazer.

            Sim, fiquei extremamente excitada vendo a minha namorada e a ex se pegando. Mas parecia que faltava algo. Eu não me conectei com a Paty. Se eu a encontrasse em outra situação seria uma menina que eu nunca ficaria. Talvez eu seja um E.T. mesmo como o João brinca.

            Deixei a água quente cair sobre minha pele, sobre meu rosto... de olhos fechados tentava relaxar todos os músculos tensos. Fiquei naquela posição por longos minutos até que ouço um leve gemido. Abro os olhos e vejo a Lu me dando “A SECADA” do século. Velho, ela tava ohando meu corpo com desejo! Eu fiquei completamente de boca aberta. A minha vontade era de agarrá-la ali mesmo, mas sei que ela ficaria assustada. Além disso, tem a Aline. Mesmo ela querendo um relacionamento diferente do que eu quero é “filhadaputice” fazer qualquer coisa sem ela saber.

            Luiza estava com as faces coradas e com o lábio inferior entre os dentes. Ela olhava para a minha bucet*. Simmmmm, meus amigos! Ela me olhava com vontade.....

— Gosta do que vê? – falei e ela deu um salto. Sabe quando uma criança é pega roubando doce? Sim, ela estava exatamente igual.

— Ó o sabonete... eu... uhm... vou fazer um chocolate quente, você vai querer?

— Quero, com marshmallow... e canela em pó. – disse entrando no jogo dela. Sabia que se falasse qualquer coisa sobre eu a ter flagrado ela iria desconversar e ficaria um mês sem falar comigo.

Sorri... CARACA VELHO! CARACAAAAAAAAAAAAAAAA! Eu nunca imagine que veria isso. Luiza Nadge me olhando com tesão! De repente meu humor mudou de ruim para MARAVILHOSAMENTE BOM. Eu tava me sentindo a “picadasgalaxias”. Peguei meu celular ainda molhada do banho e liguei para quem iria entender o que eu sinto.

— Fala.

— Que mau-humor eihnhô! Negão não ta comparecendo?

— Ana Luiza são três da manhã e eu tava tendo um sonho erótico com o ator do Thor.

— Fale-me mais sobre isso. – imaginei o gostoso do Thor pelado.

— Vai se fuder, viada. O que você quer?

— AnaBea nem sabe o que me aconteceu, eu tava na Aline e ai ela começou a trans*r com a ex e eu vim embora...

— Oi?

— Escuta, porr*... vim pra casa da Lu e pedi desculpas por ter comido a Aline no piano do estúdio como eu já tinha te falado, aliás você tem que provar isso fala pro negão te comer em cima de um piano fica bem na altura certinha e...

— AnaLu, foco....

— Tá... então eu vim e ela aceitou minhas desculpas mas como eu tava toda fedida do show, vim pro chuveiro e não tinha sabonete, gritei e pedi pra ela me trazer, fiquei aproveitando a água quente porque o chuveiro da Lu é muito melhor que o meu, tu já tomou banho no chuveiro dela? A água cai de vários lados é uma parada insana, bagulho louco....

— ANALU...

— Tá tá.... ai fiquei lá aproveitando e deixando a água cair de olho fechando. ANA BEATRIZ... você nem sabe o que aconteceu quando abri os olhos... ALUTAVAMECOMENDOCOMOOLHAR...

— NÃOOOOOOOOOOOOOOO!

— SIMMMMMMMMMMMM!

— MENINAAAAAAAAAA!

— SIMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!

— E você, o que fez?

— Perguntei se ela tava gostando do que via.

— NÃOOOOOOOOOOOOOOO!

— SIMMMMMMMMMMMM!

— MENINAAAAAAAAAA!

— SIMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM

— E ela?

— Me entregou o sabonete e fingiu que não tinha acontecido nada. A minha vontade era puxar ela pra dentro, dar a ela aquele orgasmo, sabe aquele? Aquele que as meninas das fanfics falam que a boca ficou num perfeito “O”, tipo boneca inflável sacas, ia fazer barba, cabelo e bigode, ia tirar as teias de aranha da xana dela com a minha língua....

— Tá, já entendi.... agora vou ficar com a imagem de uma xana com teia de aranha. Imaginar xana alheia já é URGHHHHHHH imagina ainda com teia de aranha.

— Lembra aquele filme pornô que a gente viu que a mulher parecia o Bin Laden? Que tinha pelo quase no joelho.

— Não me lembra disso que fiquei um ano sonhando com aquilo! E cada vez que o seu Nadir da cafeteria do colégio falava comigo eu lembrava porque parecia a barba dele.

— CARACA é igual a xana da mulher do filme!

— Tá, mas o que você vai fazer? Com ela, Aline....

Fiquei mais um pouco falando com a minha irmã e contei o que havia acontecido a noite na casa da Aline. Como sempre a AnaBea era a minha mestre Yoda. Ela era simplesmente a melhor irmã que uma louca como eu poderia ter.  Ela sabia tudo à meu respeito e sempre me deu conselhos. Tudo ela ponderava, tudo ela fazia eu ver os dois lados.... AnaBea falou que eu deveria abrir o jogo com a DJ. Agora no início da relação. E em relação a Lu, que eu deveria dar tempo porque poderia ser apenas falta de sex* porque a gente sabia que ela estava na seca há alguns anos. Minha irmã disse que eu devia começar a provocar a nossa madrinha e ver se o tesão era por mim ou por qualquer corpo nu.

— Ju, vem que vai esfriar.

— Tô indo! - resolvi sair do quarto me secando ainda. Era normal eu andar nua pela casa e muitas vezes minhas mães me xingavam por isso. Então, nada mais natural que eu fizesse o que eu sempre fiz.... andasse nua.

Luiza

Eu estava na cozinha tentando me acalmar do susto e da excitação. Eu me sentia uma velha tarada. Nunca na minha vida olhei para os meus afilhados com outros olhos. Mas alguma coisa mudou. Eu comecei a ter sonhos eróticos e a notar a Ju.

“Luiza, para com isso! Você não pode pensar nessas coisas! Você a viu nascer!”. Eu falava isso para mim mesma como um mantra, mas a realidade é que as imagens dela com a namorada me tiravam do sério e faziam com que eu quisesse que fosse eu no lugar daquela tanajura siliconada. Carrego as duas canecas para o meu quarto e vejo que a Ju ainda estava no banheiro. Se deixasse ela ficaria três horas embaixo d´agua.

— Ju, vem que vai esfriar. – falei deixando o chocolate quente na mesinha de cabeceira e me deitando na cama.

— Tô indo!

Tomo um gole da bebida quente e minha atenção é fisgada pela aparição da minha afilhada completamente NUA e com apenas uma toalha secando os cabelos.

— Lu, me empresta uma calcinha?

— Pega qualquer uma aí - sabendo que ela iria pegar uma bem confortável. Tentei não ficar olhando, mas ela deixou a porta do closed aberta e se abaixava empinando a bunda, redondinha e firme. Senti todos os pelos do meu corpo se arrepiarem e engoli em seco. Fiquei observando a caneca para que meus olhos não me traíssem e eu buscasse aquele corpo nu.

— Lu, posso pegar essa? – viro a cabeça em sua direção e vejo ela apenas de calcinha rendada azul, com um corte perfeito estilo asa delta e com os seios nus, rodopiando para que eu conseguisse vela completamente.

— Aham... – bebo um gole gigante da bebida quente e me engasgo. Começo a tossir e ela vem preocupada.

— Tudo bem? Deixa eu pegar a caneca... vish Lu... – ela falou dando batidinhas na minhas costas e tudo o que eu conseguia ver era seu seio tão próximo da minha boca.

— Ahammmm... eu... eu vou lavar o rosto. – fugi para dentro do banheiro e meu coração parecia que iria pular da boca.

Lavei o rosto e tentei tirar da minha cabeça aquela visão maravilhosa. Suspiro e volto para o quarto onde encontro minha afilhada deitada na cama e vestida com uma camiseta velha que eu nem lembrava que eu tinha. Deito ao seu lado e bebemos o chocolate.

— Você vai me contar por que estava chateada mais cedo?

— Aline...

— O que a tanajura siliconada te fez? – disse irritada. Quem aquela ridícula pensa que é em deixar a Ju triste?

— Nada... é o tipo de relação que eu não to curtindo.

— Tipo como.

— Ela quer um relacionamento aberto.

— Que filha da puta! – essa Aline tinha aquela mulher incrível e queria outras? Como assim? Vai ser puta assim lá no quinto dos infernos!

— Não Lu, eu entendo ela. Não sou contra nem nada, mas....

— Mas... – a incentivei.

— Eu tipo, não sou assim sacas. Eu tenho aquele sentimento de posse. Não ruim. Mas de querer ser fiel, cuidar, ficar junto... E eu não curto sair pegando geral.

— Sei...

— Todo mundo que eu já fiquei é porque tinha alguma coisa que fez eu me apaixonar. Não do jeito literal, mas mais pra cativar, sacas?

— Aham... e por que a tristeza? Vocês conversaram sobre isso?

— Não... ela queria que eu trans*sse com ela a com a ex. Mas não me conectei com a garota, mesmo sendo uma mulher de parar um quarteirão.

— MAS QUE FILHA DE UMA PUTA DE ZONA E COM CHATO!

— Chato, Lu? – ela me pergunta dando risada.

— É, diz que coça demais. Ju?

— Oi.

— Olha pra mim. – fiz ela prestar atenção. – Você não é obrigada a fazer nada que não queira. Se essa relação não é o que você quer, não aceite. Se ela não quiser, mande a merd* e parte para outra. Você só deve fazer aquilo que faz você se sentir bem. Tá?

— Tá....

AnaLu

Ficamos conversando e eu contava do show e do jeito esquisito que algumas pessoas dançavam. Ficamos rindo e brincando até que o sono chegou. Dessa vez me deitei no seu peito e minha mão ficou fazendo carinho na sua barriga definida. Coloquei minha mão por baixo da sua camiseta e meus dedos traçavam desenhos imaginários em toda a sua pele. Minha mão chegava na base dos seios e eu fazia o contorno com o indicador o que fazia ela prender a respiração. Eu também estava excitada, mas estava amando fazer aquilo. A minha vontade era desenhar o mamilo, mas a caricia deveria ser “inocente”. Eu ouvia seu coração bater descontrolado e aquilo me dava uma sensação de poder e aumentava meu tesão mais ainda.

Algumas vezes meus dedos chegavam na borda da calcinha e ela contraia o abdome. A minha vontade era de entrar minha mão e encontrar aquele sex* delicioso. Pulei a sua calcinha e comecei a acariciar a sua coxa, indo vagarosamente até a virilha, fazendo o traço da peça com o dedo. Luiza prendia o gemido.

— Ju.

— Oi.

— Pára.

— Por que?

— Por que faz tempo e eu to sensível.

— Então finge que é um sonho.

Fim do capítulo