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Blind por Bruna DX

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Palavras: 4451
Acessos: 2874   |  Postado em: 22/09/2018

Notas iniciais:

Me desculpem pela demora meninas!

Capítulo 21

 

A semana passava rapidamente, de uma forma quase atropelada, com algumas pausas apenas para um suspiro aqui, e outro acolá. Tanto eu quanto Adele estávamos mergulhadas em afazeres, seja de cunho acadêmico ou profissional.

 

 

 

Eu estava tentando organizar tudo, deixar as coisas encaminhadas para quando me ausentar a partir da próxima semana. Já Adele, estava em tempo de perder seus lindos fios loiros ao lidar com um cliente que não tinha conhecimento algum do ramo da construção, mas dava pitaco como se soubesse, deixando-a aborrecida e estressada, correndo com prazos e discutindo com engenheiros e serventes.

 

 

 

Como estávamos completamente mergulhadas em uma rotina que insistia em nos separar, a forma que arrumamos para aplacar a saudade e diminuir a distância foi passarmos a noite juntas. Não foi exatamente um acordo, mas acabou acontecendo, e quando percebemos o apartamento de Adele estava mais parecido com o meu lar do que a minha própria casa.



Ela havia abrido as portas de sua casa e sua privacidade, seu guarda roupa estava repleto de meus pertences, e no banheiro agora havia duas toalhas no pequeno cabide.

 

 

 

Eu não tenho do que reclamar, tirando o cansaço, passar minhas noites ao lado da loira era algo que tinha um sabor completamente diferente pra mim. Era revigorante estar com ela, e a cada noite, eu me sentia mais completa, mais feliz. Não sei ela, mas eu estava adorando aquela rotina com ela, até parecíamos um casal de longa data.

 

 

 

Adele me esperava toda a noite na frente de meu bloco para irmos para a sua casa. Mesmo protestando, ela sempre ia, e por vezes levava consigo algo mimo pra mim, como na noite passada, que ela levou uma pequena caixa de madeira repleta de bombons de chocolates e guloseimas que eu adoro.

 

 

 

Muitos dos meus colegas já haviam nos visto juntas, e em sua grande maioria, pelo menos aqueles que tinham alguma ínfima intimidade comigo, me perguntavam quem era a bela loira que me buscava na faculdade toda noite. Alguns, entre homens e mulheres, demonstravam certo interesse em Adele, e isso deveras me incomodava. A todos eles eu respondia apenas “Minha garota”.

 

 

 

Por falar nisso, eu estava começando a sentir que algo estava fora do lugar sempre que usava esse título. Já havia me dado conta de que ele não nos apetecia mais, não nos representava. Era uma frase qualquer que estava muito longe de demonstrar o que Adele e eu éramos uma para a outra.

 

 

 

Foi espontaneamente que planos começaram a se desenhar em minha mente para mudar aquilo. Eu queria pedir Adele em namoro, tinha certeza de que queria isso com ela, e assim que eu voltasse de viagem colocaria tudo o que arquitetei em prática, e então, poderia esfregar na cara de quem quer que fosse que aquela inglesa, aquela loira, era MINHA NAMORADA.

 

 

 

Para minha total frustração algumas coisas não estavam saindo como o planejado ou o esperado. Um bom exemplo disso era o fato de meus queridos colegas de trabalho ainda não terem me deixado de lado e continuam com piadinhas e indiretas pela redação.

 

 

 

A viagem foi algo que pareceu funcionar como um combustível para eles, que agora diziam que eu tinha conseguido entrar naquela equipe graças aos “agrados” que fiz ao Jack, Adele e agora também, Edson. Eu permanecia na minha, decidida a fingir que nada ouvia, mas algumas coisas mais pesadas foram causadoras de algumas lágrimas furtivas dentro do banheiro da revista.

 

 

 

Nem sempre eu conseguia evitar, e a máscara da Beatriz foda que não se importava com nada caia e revelava uma mulher fragilizada e emocionalmente abalada diante daquela falação toda. Claro, eu evitava demonstrar isso na frente de outra pessoa, inclusive de Adele. Pra essa, eu tentava passar a imagem da Beatriz forte.

 

 

 

A minha mãe era a outra coisa que não estava muito bem, se é que posso falar assim. O fato é que dona Ester está bem cismada com a viagem, praticamente me pediu para desistir, para que eu ficasse em casa. Eu não podia fazer isso, não podia desistir, e sendo assim, tentei passar pra ela confiança e tranqulidade, para que ela não ficasse tão tensa. Era apenas uma semana, eu logo voltaria.

 

 

 

Hoje era um domingo ensolarado, e para variar um pouco, eu havia dormido em casa na noite passada. Acordei animada e com uma disposição que não era característica minha, pelo menos não pela manhã, ao acordar. Mas isso era um efeito de Adele, dormir essas noites com ela sempre me fazia acordar sorrindo, cheia de energia - mesmo quando nos amávamos até tarde e dormíamos pouquíssimo - e com um ótimo humor.

 

 

 

Até disposição para fazer um belo café pra ela eu tinha. Mas quem diria que ver aquela carinha que ela fazia ao comer me daria tanto prazer? As vezes me perdia olhando-a, decorando cada mania e cada gesto dela, e quando ela me pegava no ato era notável o tom rosado de suas bochechas. Sua pele alva não deixava disfarçar, e sempre denunciava quando ela estava envergonhada, e até mesmo, com tesão.

 

 

 

-- Bom dia minha mãe! - beijei sua bochecha demoradamente - Dormiu bem?

 

 

 

Minha mãe me olhou com uma cara estranha, parecia surpresa, parecia que tinha visto um fantasma. Assisti ela ir até uma pequena janela que havia sobre a pia, abrir a cortina que a cobria e olhar para o céu.

 

 

 

-- Estranho, não vai chover. - e ela continuava na sua avaliação do céu.

 

 

 

Ri gostoso da minha mãe.

 

 

 

-- Você tá bem meu amor? Tá sentindo alguma coisa?

 

 

 

-- Ah mãe, para de brincadeira. Só estou de bom humor.

 

 

-- Meu amor, bom humor não, ótimo humor. É até estranho te ver de pé a essa hora da manhã e com esse sorriso no rosto. Muito estranho mesmo.

 

 

 

-- Deixa disso mãe, até parece que sou ranzinza.

 

 

 

-- Apesar de estranho, estou adorando te ver radiante assim.

 

 

 

Efeitos Adele. - pensei.

 

 

 

-- Estou feliz.

 

 

 

Dona Ester voltou a sua atenção para a pia onde ela cortava algumas frutas, e diferente do que ela esperava de mim não sentei, tomei a faca de sua mão e fiz ela se sentar.

 

 

 

-- Hoje eu vou fazer o café! - sentenciei.

 

 

 

Minha mãe não disse nada, ficou quietinha. Terminei o que ela estava fazendo e preparei pra ela um prato que eu havia feito para Adele na manhã passada. Era um prato típico da Inglaterra, mas que agradava qualquer paladar. Peguei a receita na internet e tentei reproduzir, e não sei por educação ou por medo de me magoar de alguma forma, mas Adele disse que havia adorado e que tinha lembrado das manhãs em volta da mesa com seus avós.

 

 

 

O prato também agradou o paladar de Dona Ester.

 

 

 

Tomamos café juntas enquanto conversávamos sobre os mais variados assuntos, até mesmo da novela que ela acompanhava religiosamente. Perdemos a hora nesse clima gostoso de descontração. Quando estávamos retirando a mesa do café, Diego adentrou o cômodo vestindo uma bermuda velha, com a cara amassada, cabelos despenteados e ainda bocejando.

 

 

 

Diego cumprimentou minha mãe com um beijo e me olhou torto antes de sentar à mesa, esperando que minha mãe colocasse diante dele o seu café, o que ela faz sem reclamar.

 

 

 

Deixei os dois na cozinha e fui para o meu quarto. A mala aberta no canto do quarto pedia minha atenção, mas pra ser bem sincera, se tinha algo que eu odiava, isso era arrumar malas. Era um terror pra mim. Deitei na cama e peguei o meu celular.

 

 

 

Mandei uma mensagem para a minha loira, que muito provavelmente ainda dormia. Pedro estava online e eu não perdi tempo em falar com ele.

 

 

 

Eu: Cabeção! Como estão as coisas por aí? Nem lembra mais de mim, não é?

 

 

 

Pedro: Deixa de drama. É claro que eu me lembro de você. Acha que há alguma possibilidade de esquecer a minha irmã? É que tá tudo uma bagunça ainda, Natália e eu ainda não nos adaptamos, tudo ainda é estranho.

 

 

Eu: Imagino. Eu no lugar de vocês não conseguiria me adaptar de maneira alguma. Quando estiver tudo pronto e organizado, me avisa que eu quero te visitar.

 

 

 

Pedro: Pode deixar. Como está a mamãe?

 

 

 

Meu primo sempre considerou minha mãe como a mãe dele, a chamava e a tratava como tal. Não era simplesmente uma forma de falar, era como ele sentia, nós éramos realmente a sua família, e tenho certeza de que assim como eu, nossa relação era de irmandade, Pedro e eu éramos irmãos de criação.

 

 

 

Eu: Está bem, mas ultimamente anda com uma cisma pra cima de mim. Me quer dentro de casa praticamente 24h por dia. E o pior é que ela diz apenas que é uma sensação ruim, como pressentimento.

 

 

 

Pedro: Então cola na dela Bia, mãe quando sente realmente é uma parada séria.

 

 

 

Eu: Não posso me enclausurar dentro de casa cabeção.

 

 

 

Pedro: Eu sei! Mas fica alerta.

 

 

 

Eu: Como está a Natália?

 

 

 

Pedro: Está ótima. Tá numa animação que às vezes até me assusta. Mas é o jeitinho dela. E as novidades? Tem algo pra me contar?

 

 

 

Encarei o aparelho celular sorrindo, não sei como, mas meu primo às vezes parecia sentir certas coisas que aconteciam comigo. Ou talvez fosse coisa da minha cabeça e aquela fosse uma pergunta qualquer que por acaso coincidia com algo que eu realmente queria falar pra ele.

 

 

 

Eu: Estou namorando!

 

 

 

Pedro: Fico muito feliz por vocês duas, muito mesmo. Juízo hein? Eu gostei daquela loirinha.

 

 

 

Eu: Como sabe que é a loirinha?

 

 

 

Pedro: Sou ligado nas coisas, e aposto que percebi antes de você que isso ia dar em namoro. A loira é caidinha na sua, dá nem pra disfarçar.

 

 

 

Eu: Ah ta que tu percebeu tudo isso em uma olhada só.

 

 

 

Pedro: Estou lhe falando, só atento nas paradas.

 

 

 

Eu: Sei. Tô muito feliz cabeção, muito mesmo. A Adele parece ser de outro mundo de tão perfeita que ela é. Mas na verdade não estamos namorando, estamos juntas, mas não oficialmente.

 

 

 

Pedro: Deixa de ser lenta e pega logo essa loira!

 

 

 

Por que todo mundo me diz pra parar de ser lenta? Eu hein!

 

 

 

Fiquei um tempo entretida na conversa com o Pedro. Nem sabia que cabia uma saudade tão grande assim dentro do meu peito. Estava morrendo de saudade dele, e chegava a ser gritante. Não via a hora de poder vê-lo de novo.

 

 

 

Ele também estava muito feliz, com a mudança, com o novo emprego e com o convívio com a namorada. Pedro disse que era um teste drive para o casamento, e se as coisas caminhassem da mesma forma que agora ele não tardaria em pedir a mão da morena em casamento.

 

 

 

Nunca pensei que ele, o espírito livre da família se amarraria tão rápido e tão fácil assim, mas ainda bem que isso aconteceu, ele merece toda a felicidade do mundo.

 

 

 

Ouvi quando o portão velho da frente de casa fez o seu som característico, quase gritando por um pouco de lubrificação em sua dobradiça. Só podia ser Diego saindo, minha mãe raramente saia de casa antes de preparar o almoço, o que eu achava um cúmulo, mas tudo bem.

 

 

 

Meu primo se despediu de mim no momento exato que Adele mandou uma mensagem de bom dia, do jeitinho que só ela sabia fazer e que me arrancava um sorriso espontâneo. A NASA precisava estudar aquela mulher, era algo muito intrigante a educação e a perfeição de cada característica dela.

 

 

 

Me perdi entre sorrisos enquanto falava com ela. Eu me derretia inteira perante os galanteios e as tiradas carinhosas e outras mais safadas. Adele era uma deliciosa mistura, era doce e sedutora, carinhosa e cheia de pulso, ingênua e travessa, era gelo e fogo. Será que era característica dos ingleses?

 

 

 

Minha mãe bate à porta e logo põe apenas a cabeça para dentro do cômodo, o que me faz largar o celular de lado enquanto sinto minhas bochechas arderem. A mensagem que acabei de receber não era nada inocente.

 

 

 

-- Tudo bem? - ela pergunta.

 

 

 

-- Uhum.

 

 

 

-- Posso entrar?

 

 

 

-- Claro, mãe.

 

 

Ela entra e senta na ponta da cama, alcançando um de meus pés e puxando um a um os dedos. Eu adorava aquilo, e ela costumava fazer isso quando eu era criança, era uma forma de me acalmar quando estava doente. Quase fechei os olhos com o carinho.

 

 

 

-- Estive pensando, o que acha de fazermos um almoço aqui em casa?

 

 

 

-- Almoço?

 

 

 

-- Sim.

 

 

 

Agora entendi a razão daquele carinho em meu pé, ela sabia que o ato me acalmava e estava prestes a me pedir algo que em outras circunstâncias eu negaria.

 

 

 

-- O que a senhora está pensando mãe?

 

 

 

-- O Diego saiu, disse que só volta a noite, e eu pensei em fazer um almoço especial para gente. Um momento nosso, de mãe e filha.

 

 

Um simples almoço não precisaria de tantos artifícios.


 

-- Sei. E o que a senhora está querendo? - perguntei arqueando as sobrancelhas.

 

 

 

Ela me lançou aquele sorriso que dizia “Como adivinhou?”.

 

 

-- Como um momento entre mãe e filha, nada mais justo do que eu conhecer o verdadeiro motivo desse sorriso largo no seu rosto, não acha?

 

 

 

Gargalhei diante da minha mãe. Eu sabia! Conhecia minha mãe como a palma da minha mão, e sinceramente aquele convite até que demorou. Sabia que ela estava em um pé e outro para conhecer a Adele. Já tinha contado a ela sobre o meu rompimento com Daniele e mencionado a loira, e desde aquele dia ela sempre falava da nora, arrumando desculpas e pretextos para conhecê-la.

 

 

 

-- Não ria de mim Ana Beatriz. - ela falou séria, mas sabia que não era verdade.

 

 

 

-- Desculpa mãe. - contive o riso e também fiquei séria - A senhora quer que eu convide Adele para almoçar com a gente, é isso?

 

 

 

-- Exatamente! Tenho que conhecer a pessoa que está fazendo esse bem danado para o meu bebê.

 

 

 

-- Ah mãe, se a senhora for me chamar de bebê na frente dela eu não convido.

 

 

 

-- Você sempre será o meu bebê. Mas prometo me comportar e não lhe chamar assim na frente da minha nora.

 

 

 

-- Tudo bem. - respondi sorrindo.

 

 

 

Minha mãe deixou o meu quarto praticamente saltitando. Era tão fácil agradar ela.

 

 

 

Eu: Baby, o que está fazendo?

 

 

 

Adele: Bom, eu estou fazendo nada diante da minha TV com uma xícara de café fresquinho na minha mão. Por quê?

 

 

 

Eu: Tem algum compromisso?

 

 

 

Adele: Até o momento não, minha garota me dispensou hoje.

 

 

 

Eu: Não te dispensei nada. Agora levanta essa bunda linda e gostosa do sofá e toma um banho.

 

 

 

Adele: Vamos sair?

 

 

 

Eu: Minha mãe lhe intimou para almoçar aqui em casa hoje.

 

 

 

Adele visualizou a mensagem e permaneceu online, no entanto, não digitava nenhuma resposta. Os minutos se passavam e nada. Sorri imaginando o que estava passando na cabeça dela. Provavelmente ela teria falado algum palavrão em inglês, e agora ela estaria divagando “Será que ela vai gostar de mim?”, “E se ela não gostar?”.

 

 

 

Adele: O que eu tenho que levar?

 

 

 

Adele: O que eu visto?

 

 

 

Adele: E se ela não gostar de mim?

 

 

 

Sabia! Ela estava surtando!

 

 

 

Eu: Baby, calma! Não precisa trazer nada. Venha como se sentir confortável, minha mãe é uma pessoa simples e não repara nessas coisas. E seja você, sem tirar nem pôr que ela vai te amar.

 

 

 

Adele: Estou tensa.

 

 

 

Eu: Confie em mim, ela vai te amar.

 

 

 

Levei algum tempo para conseguir acalmar o coraçãozinho da minha inglesa e tirar dela aquela insegurança toda que de modo algum conseguia compreender. Quem em sã consciência não gostaria daquele inglesa linda? Com um certo esforço ela por fim se animou em conhecer a minha mãe.




A loira se despediu dizendo que precisava se arrumar. Disse que não se atrasaria, e disso eu não duvidei. Enquanto isso eu fui para a cozinha ajudar Dona Ester com os afazeres, que parecendo adivinhar os gostos da inglesa resolveu preparar uma feijoada. Desse jeito ela ganharia a nora pelo estômago.




Minha mãe puxava assunto, e parecia bem animada por receber Adele em casa, era a primeira vez que eu a via assim por ter como visita para um almoço de domingo uma de minhas namoradas. Ela geralmente era neutra em meus relacionamentos.



Com o almoço praticamente pronto eu corri para o banho, queria estar cheirosa e arrumada, e não com aquele cheiro de calabresa que impregnava meus cabelos.




Adele mandou uma mensagem dizendo que estava saindo de casa e mais uma vez disse que estava muito nervosa. Eu sentia do fundo do meu coração que as duas se dariam super bem.




Estava de frente para o espelho, encarando o meu reflexo e analisando se a escolha daquele vestido soltinho era realmente a escolha certa. Girei de um lado para o outro observando o movimento do vestido e me assustei quando ouvi a campainha soar pela casa.




Rapidamente passei o perfume que Adele mais gostava de sentir em mim, dei uma última checada em minha roupa e deixei o quarto gritando “É ela! Eu atendo.”. Passei pela sala e dei uma espiada na cozinha, Dona Ester não estava em nenhum dos dois lugares. Deve estar se arrumando - pensei.




Abri o velho portão que rangeu como sempre e ela estava lá, com um sorriso nervoso nos lábios, linda. Aquele cheiro dela chegou até mim embaralhando meus sentidos. O vento jogou seus cabelos para frente e o aroma de seu shampoo me fez fechar os olhos. Meu Deus, eu estou muito louca por ela!




Puxei-a para dentro e ali, onde ninguém podia nos ver selei nossos lábios, apoiando-me em seus ombros e tendo que compensar a falta de meus saltos ficando na ponta dos pés. A loira me abraçou fortemente e eu suspirei extasiada.




-- Oi baby.




-- Oi minha princesa.




-- Tudo bem?




-- Estou nervosa. - para demonstrar as mãos gélidas ela tocou em meu braço -  Acho que ela não vai gostar de mim princesa.




-- Pára com isso, todo mundo gosta de você.




-- Assim espero.




-- Vamos entrar? - falei e peguei em sua mão levando-a para o interior de casa.




Levei a loira até a sala e nos sentamos lado a lado no sofá de três lugares. Notei que ela colocou uma pequena sacolinha de papel ao seu lado, minha curiosidade me corroeu, mas não perguntei nada.




Conversávamos sobre qualquer coisa quando minha mãe se aproximou com um pequeno sorriso nos lábios. Adele de forma desajeitada se ergueu e se aprumou diante de minha mãe que a olhava com atenção.




Até eu fiquei tensa diante do silêncio de minha mãe, não quero nem imaginar como a loira estava se sentindo.



Dona Ester se adiantou e puxou Adele pelos ombros, prendendo-a em um abraço que demorou alguns segundos para ser processado e correspondido.



-- Finalmente tenho a honra de conhecê-la.



-- Imagina Dona Ester, a honra é minha. É um prazer conhecer a senhora.



-- Por favor, sem senhora, apenas Ester.




-- Ah. Eu trouxe isso para a sen...pra você. - Adele estendeu a sacolinha que alcançou no sofá.



-- Ah minha querida, é muita gentileza sua, não precisava.




-- É apenas uma lembrancinha.




Minha mãe espiou dentro da sacolinha sem retirar o que havia dentro, colocou a mão, remexeu e sorriu sem revelar o que era. Quase tomei a sacolinha das mãos dela e olhei o que continha ali. Curiosa, eu sei.




-- Obrigada Adele. Você é muito atenciosa.




A loira ao meu lado ficou rubra e deu aquela mordidinha no canto dos lábios. Ah meu pai! Segura a periquita Beatriz!




Sentamo-nos na sala e um papo entrosado logo surgiu. Como imaginei, as duas estavam se dando muito bem, já até compartilhavam algumas de minhas histórias bem constrangedoras na fase da minha  adolescência.



O nervosismo de Adele havia sumido, ela estava bem à vontade. Eu só torcia a todo momento para que minha mãe não me chamasse de bebê ou fizesse aquela típica pergunta que a gente vê nos filmes “Qual o seu interesse com a minha filha?”




Até agora estava tudo bem!




Elas conversavam sobre tudo e eu me detinha em assistir, estava achando o máximo. A ideia da minha mãe foi maravilhosa.




Passadas algumas horas fomos para a cozinha, onde nos servimos. Vi a expressão de deleite no rosto da inglesa quando coloquei um prato de feijoada diante dela. Por muito pouco ela não babava.





Após a refeição Adele pediu para ir ao banheiro, eu a levei até lá e voltei para a sala onde um café fresquinho era servido.




-- Eu adorei a sua namorada! - minha mãe soltou assim que eu sentei - Ela é tão gentil, tão educada, tão linda! Agora eu entendo esse sorriso branquinho.




Fiquei com vergonha ao ouvir ela falar assim. O motivo realmente era aquele conjunto, mas ela não precisava expor né?




-- Ela é mesmo maravilhosa.




-- Não deixe de trazê-la aqui sempre que possível. Já até sei o que vou preparar no próximo almoço, ela vai adorar. Você viu quanto ela elogiou minha comida? Vou fazer outras coisinhas pra ela provar.




Dona Ester empolgada virava uma matraca, mas não tinha como se irritar, eu entendia perfeitamente essa empolgação dela com Adele. Eu mesma ainda estava nessa fase de encantamento e empolgação.




Mais alguns elogios foram tecidos e eu tive que lembrar que a filha dela na verdade era eu!




Adele retornou com um sorriso de orelha a orelha. Acho que ela deve ter ouvido sem querer algum trecho da conversa.




O café também foi alvo de elogio e isso elevou em alguns décimos o ego de exímia cozinheira de minha mãe.




Minhas fotos de infância, aquelas em que você aparece sem calcinha, com o dedo no nariz ou chorando foram expostas com um estranho orgulho. Minha garota ria e me mostrava algumas dizendo “Você é lindinha desde criança princesa”.




Astuta, minha mãe captava cada frase, cada olhar e cada toque, no entanto, parecia ficar cada vez mais satisfeita.




-- Meninas me desculpem, a conversa está maravilhosa e eu estou adorando a sua companhia Adele, mas vou precisar dar uma saidinha.




-- Não se preocupe Ester, outro dia eu volto para terminar de ver esses alguns maravilhosos.




-- As duas estão adorando rir às minhas custas, não é?




-- Deixa de bobagem Beatriz, você era uma garotinha linda. Arteira, mas linda. E minha querida, - disse segurando as mãos da loira - esta casa está de portas abertas pra você, volte quantas vezes quiser. Venha me visitar, eu vou adorar.




-- Muito obrigada pelo convite, pelo almoço maravilhoso e pela companhia. E pode deixar que eu virei visitá-la.





Coisa mais fofa as duas! Nem parece que acabaram de se conhecer. Tudo bem que nunca tive muitos problemas com a minha mãe em relação a minha sexualidade, mas vê-la tão receptiva e tão carinhosa com Adele me deixava verdadeiramente feliz.





Quando ficamos sozinhas na sala chamei A inglesa para meu quarto, e lá passamos um tempo conversando e trocando carinhos. Ela me falava de suas impressões e confessou ter ouvido um trecho da conversa, especificamente um em que minha mãe a elogiava.




-- Eu disse que vocês se dariam bem.




-- Sua mãe é maravilhosa Bia.




O tom de voz carregava lá no fundo uma pontinha de tristeza, e na hora me dei conta do porquê. A relação dela com a mãe era terrível.




-- Te empresto minha mãe! Se você me emprestar seu pai. Fechado?





-- Fechadíssimo.




A tarde foi passando enquanto assistiamos filmes. Pra variar as horas corriam como era habitual acontecer quando estávamos juntas. Ela estava deitada em meu peito e eu lhe fazia cafuné. Sua respiração tranquila indicava que logo ela pegaria no sono.




Eu mesma estava quase pegando no sono. A casa estava silenciosa, e aquele calor gostoso do corpo da minha garota no meu havia me deixado muito tranquila. Os pequenos círculos desenhados em minha barriga só contribuíam para a aproximação de Morfeu.





O ranger do portão me fez arregalar os olhos. Não fazia muito tempo que minha mãe tinha saído. Será que ela havia esquecido algo?




Parei de respirar para conseguir ouvir nitidamente qualquer som que viesse do lado de fora.




-- Mãe? - era Diego.





Sentei na cama abruptamente. Quase derrubei Adele da cama como o meu movimento intempestivo. Meu coração batia na boca ao vir em minha mente todas as ameaças que meu irmão dirigiu a minha pessoa




-- O que foi Bia?




-- É meu irmão. - sussurrei sentindo minha voz indo embora.





-- O que…




E eis que a porta é escancarada de forma abrupta. Fazendo o barulho do choque da madeira com a parede ecoar, não só pelo quarto, mas por todo o meu corpo. Fechei os olhos sentindo minha respiração desregulada e o tremor que partiu das pontas dos meus dedos se espalhando por todo lugar.





-- Que porr* é essa aqui?! - ele gritou.







Continua...





















 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Espero que gostem. E ah, é assim que eu imagino Adele e Ana Beatriz, espero que curtam também

 

Beijos e até o próximo


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Comentários para 21 - Capítulo 21:
bia32
bia32

Em: 23/09/2018

Ansiosa pelo próximo capítulo! estou amando essa história!


Resposta do autor:

Olá Bia! Dessa vez eu não demoro, juro. Muito bom saber que você tá gostando da história, me deixa com um sorrisão saber disso.

Beijos e até o próximo!

Responder

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Raisa
Raisa

Em: 23/09/2018

Vdd a autora tem q voltar logo...RS. Agora esse Diego tem q levar uma boa de umas porradas isso sim.


Resposta do autor:

Olá Raisa! É rapidinho, eu volto logo.

Diego tá pedindo uma lição, não é não? Mas vamos ver como a Adele vai reagir com o machão aí!

Beijos e até o próximo 

 

Responder

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SaraSouza
SaraSouza

Em: 23/09/2018

Autora, volte aqui,,, como vc termina um capitulo assimm????

pfvvvv voltelogooooo


Resposta do autor:

Opa! Volto já Sara. É só pra deixar um gostinho de quero mais. As vezes é bom...

Volto já já. Beijos e até o próximo!

Responder

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Elizaross
Elizaross

Em: 23/09/2018

Que irmão chatoooooooooo...

Não gosto de violencia ++ bem que ele ta precisando de umas coças kkk 

Adele, proteja a Bia...

Confesso, que to com receio dessa viagem  


Resposta do autor:

Um irmão desse ninguém merece! É um encosto e se acha o cara, cheio de moral. Também não sou adepta de violência, mas esse aí, realmente ta merecendo uns tapas! Kkk

Como será que Adele vai reagir? Aposto que vai virar uma fera!

Pois é, ainda tem a bendita viagem pra preocupar a gente!

Beijos e até o próximo!

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