Capítulo 22
Tomei banho ali mesmo no quarto dela e, momentos depois de um beijo ou dois, fui para o meu quarto. Lá chegando, troquei de roupa. Coloquei uma calça cigarrete azul claro e uma blusa sem mangas na cor branca. Nos pés, pus uma sandália baixa e confortável. Prendi o cabelo num rabo de cavalo e, inspirando fundo, saí do quarto. Apesar de ter passado a noite toda com ela, sentia-me nervosa só de me imaginar em sua presença.
Tia Cláudia conversava com ela no jardim, enquanto Antenor corria por entre as flores sob os cuidados da babá. Parei um instante antes que ela notasse a minha presença e me pus a observá-la. Estava radiante. O sol nos seus cabelos soltos, faziam-os brilhar ainda mais. Ela vestia uma calça branca e uma blusinha de linha vermelha, nos pés uma sandália de couro no velho estilo hippie. Estava lindíssima! Meu coração disparou. Com as pernas cruzadas, sacudia o pé direito para lá e para cá. Tia Cláudia parecia muito satisfeita com o que ouvia dela, pois vez ou outra, soltava uma risada. Deixei-me ficar ali, olhando-a. As lembranças da noite passada, principalmente dela nua cavalgando sobre mim, o que me proporcionou uma visão admirável do seu rosto pleno de prazer, de sensualidade, me arrepiou inteira e me contraiu o ventre. Mordi os lábios e sufoquei um gemido. Ela nunca iria me bastar, pois quanto mais a amava mais a queria, mais minha necessidade dela aumentava. Era um vício que me fazia a cada dia mais dependente.
A lembrança do meu êxtase em sua boca me provocou uma vertigem acompanhada de uma profunda contração no baixo ventre que me umedeceu bastante a calcinha. Respirei fundo e tratei de voltar para o meu quarto a fim de trocar a peça íntima. Subi as escadas o mais rápido que pude e me pus a sorrir bobamente. Em que ponto de loucura por ela eu havia chegado, meu Deus! Não tinha controle algum sobre minhas emoções! Estava totalmente em suas mãos e cativa do fascínio que ela exercia sobre mim.
Quando retornei elas já não estavam mais no jardim e sim sentadas na sala aguardando o almoço que foi servido logo em seguida.
Tia Cláudia, me vendo, sorriu.
- Bom dia, minha querida! Dormiu bem?
Eu me aproximei e dei-lhe um beijo no rosto e sentei-me ao seu lado. Virando-me para a razão da minha vida, sorri e balbuciei um tímido cumprimento. Ela me sorriu e seus olhos derramavam amor por mim.
- Bom dia..., Sylvia!
Ficamos nos olhando sem conseguirmos pronunciar mais nenhuma palavra. Tia Cláudia, percebendo-se demais, pediu licença e foi atrás de Antenor.
- Vou ver onde anda aquele menino. Está a cada dia mais traquino! Não confio inteiramente na babá. Ele faz dela gato e sapato.
Ela levantou-se da poltrona em que estava e se sentou ao meu lado no sofá . Tocou o meu queixo e disse numa voz deliciosamente suave.
- Você quer conversar. Acho que podemos fazer isso no meu quarto depois do almoço.
Eu, muda, continuava olhando para aquele rosto de beleza arrebatadora, que me deixava sem ar, sem palavras, sem raciocínio.
- A minha tia mandou avisar que só volta depois de amanhã.
Eu esbocei um sorriso e ela, segurando as minhas mãos, continuou esclarecendo.
- Ela está vendendo uma fazenda que tem numa cidade vizinha, e você sabe... As negociações levam tempo.
Eu soltei o ar que mantinha preso e voltei a sorrir apertando suas mãos nas minhas.
- Acho a sua ideia, ótima. Lá teremos o sossego necessário para nossa conversa.
Ela semicerrou os olhos e acenou a cabeça em concordância e deixou os olhos vagarem por meu rosto, até se fixarem em meus lábios. Aquilo me atiçou inteira, mas não podia correr o risco de beijá-la ali. Qualquer pessoa podia entrar.
Ela estava realmente muito diferente, mais solta, ousando mais, pois com a voz rouca, declarou:
- Estou morrendo de vontade... de... de fazer amor com você de novo... A tarde inteira..., noite a dentro. Vamos... vamos adiar a nossa conversa para amanhã?
Sorri novamente. Meu corpo estava pegando fogo. Não conseguia dizer nada, apenas concordei com um aceno. Ela piscou um olho e continuou.
- Dona Cláudia não se incomodará de contar historinhas para Antenor por mais duas noites, não é?
Eu sorri alto e a abracei sem consegui me conter. Ela correspondeu e disse.
- Vocês duas acharam mesmo que não percebi o palco armado?
Deixei minha cabeça repousada em seu ombro e, alguns minutos depois, a empregada entrou na sala nos chamando para o almoço. Ela, com uma presença de espírito que imaginei que não tivesse, esclareceu.
- Daqui a pouco iremos, Iracema. Sylvia está sentindo um pouco de vertigem. Faça um chá para ela.
Acomodei-me mais em seus braços e aspirei fundo aquele perfume delicioso que meu causava uma doce embriaguez.
**************
Júlia, depois que Sylvia foi para o seu quarto, deixou-se ficar ali no seu, por mais alguns minutos, antes de descer. Precisava pensar um pouco sobre o seu descontrole emocional depois da chegada dela. Sentia-se completamente fora de si. Não conseguiu controlar seu desejo desenfreado. A saudade que sentia dela era muita, a vontade de se entregar e de tê-la entregue em seus braços era insana. Percebeu que todo o sofrimento pelo qual passou, ter ficado longe tanto tempo, não adiantou nada. Pareceu aumentar ainda mais seu amor por ela. Viu que sua fuga foi uma grande bobagem, um medo que só trouxe sofrimento a si mesma, a seu filho e a ela. Mas, quando se lembrava daquele português idiota, sentia uma angústia e revolta por dentro. Porém, paralelo a esse sentimento que o português lhe causava, sabê-la ali tão perto, depois de tanto tempo longe, depois de tanto sofrimento, a existência de Augusto se tornava algo quase que insignificante. Pensando bem, concluiu que a distância não serviu para lhe fazer esquecê-la, mas para reforçar ainda mais a certeza de que ela lhe era vital, imprescindível para que continuasse viva.
As lembranças do amor que fizeram lhe vieram à mente e seu corpo, quase que instantaneamente, reagiu. Queria amá-la mais e mais. Se pudesse ainda estaria com ela ali nos seus braços. Sentiu o gosto dela em seus lábios e um forte arrepio percorreu seu corpo. As lembranças se prolongaram e, deixando o corpo derrear na cama, pôs-se a balbuciar o nome dela. Uma moleza nas pernas e uma contração no estômago a atingiram fortemente quando a sensação do clit*ris dela em sua boca, lhe acudiu à mente. Gem*u e chorou de alegria, completamente perdida de amor.
Depois de mais alguns minutos levantou-se e, aproximando-se do espelho, se pôs a mirar a própria imagem que, naquele momento, lhe parecia estranha. Olhou-se de cima a baixo e se arrepiou inteira ao concluir que aquele corpo ali refletido, aquela alma que nele habitava não lhe pertenciam. Respirou fundo e, se dando por vencida, confessou a si mesma.
-- É, minha cara Júlia! Não adianta fugir de onde não há escapatória! Não adianta tentar se manter distante, quando na realidade, o que se quer mesmo é estar o mais próxima possível.
Secou uma lágrima que brotou daquele azul espetacular, inspirou fundo e deixou o quarto.
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O almoço transcorreu tranquilo, não tinha porquê ser diferente. Rimos com Antenor tentando colocar comida na boca de Júlia, na de tia Cláudia e na minha. Tia Cláudia aceitou uma ou duas colheradas, rindo-se a valer e, de repente, ele se virou para mim e perguntou:
- Minha rimã, você vai deixar eu dar comida pro meu sobinho?
Olhei para Júlia e ela se mostrou tão surpresa quanto eu. Tia Cláudia se manifestou.
- Ontem eu contei que em breve ele será titio.
Ele continuava me olhando com aqueles lindos olhos azuis, esperando a resposta. Derretendo-me inteira, sorri para ele.
- Claro, meu amor! Você vai me ajudar a cuidar dele.
- Eu quero uma menininha também!
Tia Cláudia olhou para ele.
- Meu lindo, a gente só vai saber se vai ser uma menininha ou um menininho depois que nascer.
- Pode nascer dois, mamãe? - Indagou-a à espera de que ela confirmasse seu desejo.
Acariciando-lhe os cabelos ela se manifestou:
- Vamos pedir ao papai do Céu que nos mande dois, uma menina e um menino, meu querido. Mas geralmente nasce só um e será muito amado ou amada.
- Eu quero dois! - Pediu com a voz miúda indicando choro.
- O importante, meu querido é que esta criança nasça com saúde e tendo um tio lindo como você, ela será muito feliz.
Ele voltou os olhos para Júlia e sorriu satisfeito.
- Ela vai ser uma quiança linda como eu?
- Claro que vai. Pergunte à mãe dela, para ver o que ela diz - Ela olhou para mim e vi em seus olhos uma alegria transbordante
Ele desceu da cadeira e veio para perto de mim. Colocou as duas mãos na minha barriga e me perguntou:
- Vai ser lindo como eu?
Com os olhos arregalados na minha direção, esperava ansioso minha resposta. Acenei a cabeça em confirmação e ele me beijou a barriga.
- Meu sobinho, você vai nascer lindo.
Antes que ele se afastasse eu o abracei enternecida com sua manifestação de carinho.
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Depois do almoço, fomos para a sala de estar bebericar um cafezinho e tia Cláudia percebendo o clima, virou-se para Antenor e anunciou:
- Meu querido, que tal continuarmos a historinha de ontem?
Ele batendo palmas, subiu no colo dela.
- Mamãe, você vai me ajudar a escovar os dentes?
Júlia me olhou e, em seguida, virando-se para tia Cláudia, sugeriu:
- Que tal você pedir à sua tia que o auxilie nisso hoje? A senhora se importa, dona Cláudia?
- De forma nenhuma! - respondeu olhando-nos com cumplicidade. - Assanhando os cabelos dele, incitou-o - Vamos logo, então? Estou com pressa de me encontrar novamente com aquele boneco de pau.
Antenor, descendo do seu colo às pressas, em meio a sorrisos, esclareceu.
- É Pinóquio, tia! Não é boneco de pau, não!
Tia Cláudia levou a mão à cabeça e olhou para ele com uma cara de esquecida.
-É mesmo! Eu nunca me lembro do nome dele. Mas, quem manda ele ser muito danado e contador de lorotas!
- Eu não vou contar lorota, não! - declarou dando uma mão a ela, enquanto a outra puxava o nariz.
As nossas risadas encheram a sala e tia Cláudia, ameaçando puxar-lhe também o nariz, o levou dali.
Nos olhamos e ela piscou para mim sorrindo, depois disse baixinho.
- Vamos subir também?
Coloquei-me de pé e lhe estendi a mão. Ela pegou-a, apertou-a de leve, levantou-se e me beijou o rosto, suavemente. Seguimos e só soltamos nossas mãos quando chegamos em frente ao seu quarto.
Ela abriu a porta e me deu passagem. Entrei e ela, mais que de imediato também entrou e trancou a porta. Aproximou-se de mim, e enlaçando o meu pescoço, me ofereceu os lábios.
- Não estava mais aguentando de vontade! Beije-me! Beije-me, logo!
Enlaçando-a pela cintura, puxei-a de encontro ao meu corpo e tomei sua boca num beijo cheio de desejo.
Parecia estar sonhando, parecia inacreditável que ela estava tão solta, tão ansiosa por me amar. A tarde prometia ser maravilhosa e assim foi.
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Aquela tarde para nós duas transcorreu como se tivéssemos sido transportadas para outro mundo. Esquecemos-nos de tudo e de todos. Ficamos o resto da tarde e a noite toda, trancadas no quarto dela. Só por volta das nove horas é que ela desceu para pegar um lanche para nós. Além de nos amarmos bastante, conversamos, colocamos todos os nossos anseios, dúvidas e medos uma para outra. Tivemos uma conversa franca como nunca havíamos tido.
Depois de tudo o que ela me disse, eu me senti bastante confiante de que ainda seríamos felizes juntas, o que de fato aconteceu. Naquela mesma noite ela me disse que havia decidido voltar comigo para São Paulo, mas que ficaria em sua casa. Deixou claro que não voltaria mais para a chácara. Não deixei de lhe dar razão, depois do que minha mãe lhe havia feito. Mas, eu acreditava que com o passar do tempo, ela acabaria voltando a morar lá. O que de fato também aconteceu. Mas, eu tive todo o cuidado de impedir que minha mãe, nas poucas vezes que retornou ao Brasil, pisasse os pés lá.
No outro dia, deixamos o quarto no meio da manhã, pois ela estava com pressa em arrumar as malas para, assim que sua tia retornasse - o que aconteceria no dia seguinte -, comunicar sua decisão e viajarmos o mais rápido possível. Ela estava por demais ansiosa para retornar a São Paulo, parecia que queria se livrar o mais urgente possível da tranquilidade de Mucugê. Pôs-se a falar em voltar ao mundo da música e retomar o projeto com o colega Guilherme, dar aulas de violão e voltar também a praticar yoga. A minha felicidade só não estava completa, porque ela deixou bem claro que continuava a não se sentir confortável na posição de minha amante e, dessa forma, definitivamente, não iria viver comigo. Mas, eu sabia que quando a saudade apertasse ela viria para os meus braços. Eu havia deixado bem claro, que assim que meu filho nascesse, eu iniciaria o processo de separação de Augusto. Ela, finalmente, pareceu acreditar que eu realmente faria isso. Para a nossa felicidade, Augusto não criou muitos problemas e aceitou a separação, depois de eu lhe dar uma grande soma em dinheiro. Submeti-me a isso para não retardar ainda mais o processo e ficar livre dele o mais rápido possível.
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No outro dia, por volta do meio dia, dona Dulce chegou e, ao ouvir as novas de Júlia, ficou feliz apesar da saudade que iria sentir dela e de Antenor.
Permanecemos ali no sítio, ainda por uns dois dias - pois tia Cláudia achou que eu deveria descansar um pouco mais devido ao meu estado - e seguimos para Mucugê e de lá, pegamos um táxi para Salvador e depois o avião para São Paulo.
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Dona Dulce, no momento da despedida segurou, por um longo tempo, a sobrinha nos braços. Seus olhos estavam lacrimosos e alguns minutos depois segurou o rosto dela entre as longas mãos e olhando-a fundo nos olhos, disse:
- Refaça a sua vida, minha querida. Volte a viver, pois eu filho precisa de você. Mas, caso queira retornar, saiba que estarei sempre de braços abertos para acolhê-la.
Apertou-a nos braços mais uma vez e dirigiu-se a Antenor, abraçando-o e beijando-o nas faces.
- Titia vai sentir muitas saudades, meu querido. Qualquer dia eu irei visitá-los.
Ele correspondeu ao abraço e beijou-a no rosto.
- Vamos agora com a gente, titia.
Todas nós rimos da maneira simples como as crianças encaram as coisas.
Logo depois de tia Cláudia e eu nos despedirmos, entramos no carro.
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Fomos recebidos no aeroporto por Helena, que chorava de alegria pelo retorno da prima.
Sussurrou no meu ouvido quando me abraçou:
- Eu sabia que só você conseguiria! Muito obrigada, Sylvia, por trazê-la de volta.
- Eu tinha que trazê-la, caso contrário estaria condenada ao eterno sofrimento. - sorrindo para ela, conclui - a vida sem a sua prima, não tem sentido algum para mim, Helena.
Afastamo-nos, e ela se voltou novamente para Júlia e a abraçou mais uma vez.
Entramos no carro e o motorista tomou o caminho em direção à casa de Helena, uma vez que ficou decidido que Júlia se hospedaria lá por uns dias, até recuperar totalmente a saúde. Helena e tia Cláudia insistiram com ela nesse ponto e eu concordei prontamente, já que o estado de saúde dela me preocupava. Ainda estava muito debilitada.
Quando chegamos à casa de Helena, esta insistiu para que entrássemos, a fim de tomarmos um café. Eu estava exausta, mas queria conversar com Júlia antes de ir para a chácara.
Manifestando o meu desejo, depois do café, ela me levou até seu quarto. Entrou e, mais que depressa, trancou a porta e correu para os meus braços.
- Estava louca de saudades dos seus beijos.
Não disse nada, apenas sorri e a tomei nos meus braços. Beijamos-nos. Um beijo terno, calmo e cheio de esperanças. Depois, à procura de ar, nos separamos e ficamos nos olhando por longos segundos. Ela passou suavemente uma mão no meu rosto e disse com a voz mais doce do mundo:
- Você é o amor da minha vida. A minha vida sem você não faz sentido. Não tem graça nenhuma. Não é vida.
Meus olhos lacrimejaram e a puxei para um abraço e ali ficamos por mais longos segundos apenas sentindo o calor uma da outra.
Beijamo-nos novamente e me despedi.
- Tenho que ir agora, meu amor. Estou muito cansada.
- Que dia você vem me ver?
Aquela simples pergunta fez meu coração disparar. Aquelas seis palavras traziam em suas entrelinhas um significado enorme: o meu passaporte para um contato mais íntimo com ela, mesmo ainda estando casada com Augusto.
- Tão logo seja possível. Amanhã mesmo, se não for incomodar Helena.
Ela deu um leve beliscão em minha bochecha, e disse com um sorriso lindo.
- O que ela mais quer é nos ver felizes.
Tomei seu rosto em minhas mãos, beijei levemente seus lábios e disse.
- Então venho amanhã à tarde e poderemos passear um pouco, ou seja, fazer o que você quiser.
- Vamos passear sim. Quero redescobrir São Paulo com você.
Dizendo isso, me beijou profundamente.
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Depois de me despedir de Helena, Antenor e, novamente dela, entrei no carro, seguida por tia Cláudia.
Meu coração vibrava de felicidade. Tia Cláudia me olhava com um sorriso maroto nos lábios.
- Você conseguiu, minha filha. Agora é só esperar esse bebezinho lindo nascer e você se separar de Augusto e pronto: ela ficará de uma vez por todas em sua vida.
- Ah, tia! Deus lhe ouça!
Ela me abraçou e eu descansei minha cabeça em seu ombro e assim permaneci, até chegarmos na chácara.
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Helena, assim que ficou a sós com Júlia, abriu-lhe mais uma vez os braços.
- Deixe-me abraçá-la mais uma vez, minha prima. Pois, ainda não estou acreditando que esteja aqui!
Júlia se aninhou naqueles braços protetores e deixou as lágrimas jorrarem com abundância. Deixou-se ficar ali por longos minutos, até que o pranto foi diminuindo e dando lugar à tranquilidade. Tranquilidade que sucede à resignação, à constatação de uma batalha perdida, à constatação de que, para o que não tem remédio, remediado está.
Helena afastou-se um pouco e se dirigiu ainda abraçada a ela para o sofá mais próximo. Sentando-se, trouxe-a novamente para um abraço repousando-lhe a cabeça em seus ombros.
- Tudo agora vai ficar bem, meu amor! Que bom que você resolveu dar um basta nesse sofrimento!
- Eu sei, Lena! Depois que você veio embora, eu comecei a refletir sobre o que me disse e cheguei à conclusão de que não tinha o direito de submeter Antenor a esse sofrimento.
- Não só ele...
- Eu sei. Ele, ela, dona Cláudia. Enfim, todos nós.
- Principalmente você, minha querida. - Helena beijando-lhe os cabelos, continuou - Eu lhe digo com toda a sinceridade, não sei se Sylvia iria ficar lhe esperando indefinidamente. Ela é muito jovem, linda, rica. O que não ia faltar era pretendente.
Júlia ergueu-se e repousou a cabeça no espaldar do sofá. Suspirou e disse.
- O receio de que isso acontecesse foi o que mais me apavorou, e quando você traduziu isso em palavras aquele dia lá em Mucugê, eu passei a viver o tempo todo em pânico, mas não ousava admitir para mim mesma que estava em minhas mãos impedir que isso acontecesse.
Helena levantou as mãos para o céu e sorriu:
- Ainda bem que caiu em si, minha querida. Caso contrário, você ia perder aquela bella donna.
Júlia devolveu-lhe o sorriso. Depois sentenciou:
- Mas, só vou viver sob o mesmo teto com ela, depois que ela se separar legalmente do marido.
- Mas, espero que daqui até lá, não vá continuar se fazendo de difícil para ela. Não se esqueça de que Sylvia é jovem, está cheia de gás e é um excelente partido! Então, abra o olho minha querida e trate de mantê-la em seu laço!
Helena estava fazendo essa brincadeira provocativa, para que ela não entrasse novamente naquela esfera de conservadorismo excessivo.
Júlia silenciou-se como a refletir sobre o que a prima disse e, levantando-se, anunciou:
- Vou tomar um banho, Lena. Estou exausta. - dando por falta do filho, olhou em volta - Cadê Antenor?
Helena riu e tranquilizou-a.
- Sofia levou-o para o banho.
- Sofia? Não conheço. É empregada nova?
- É. Antônio insistiu que eu contratasse mais uma para me ajudar. Esta dorme aqui, assim eu não preciso me preocupar com a casa quando chego da empresa.
- Esse seu marido é um anjo!
- Tem razão. Eu tirei a sorte grande. - disse se levantando também e acompanhando a prima para mostrar-lhe o quarto.
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No dia seguinte, como havia combinado com Júlia, fui até a casa de Helena buscá-la para um passeio pela cidade, mas o que ela me pediu, foi que a levasse para o meu apartamento.
- A cidade eu conheço como a palma da minha mão, meu amor! E teremos todo o tempo do mundo para redescobri-la juntas.
Eu sorri e não consegui dizer nada. A felicidade transbordou, e só depois de alguns minutos, consegui dizer ao motorista o novo destino.
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Entramos, e ela olhou em volta, visivelmente admirada do tamanho do apartamento. Pois era bem maior que sua casa.
Francisca, a moça que tomava conta, que o mantinha diariamente em funcionamento para mim, surgiu esbaforida na sala, ao ouvir a porta sendo aberta:
- Dona Sylvia! - estava pálida devido ao susto.
- Tudo bem, Francisca. Fique tranquila!
Eu sempre a avisava quando estava indo para o apartamento, daí ela ter ficado tão surpresa e assustada.
- Francisca, esta é Júlia, mãe de Antenor, meu irmão! Ela terá livre acesso a essa casa, e peço-lhe que a atenda em tudo que ela lhe solicitar, atenda-a como se fosse a mim!
Percebi que Júlia ficou observando o meu jeito de falar com a moça. Sempre tratava bem os meus empregados, mas mantinha a distância necessária para que continuasse a existir o devido respeito, a devida harmonia na relação de patrão e empregado. A única que eu abrira uma exceção foi Lisa. Ela sempre foi como uma irmã para mim.
- Como vai, dona Júlia? - perguntou, com um sorriso tímido.
- Vou bem, Francisca. - com um tom doce e cordial, aquele anjo da minha vida, dirigiu um sorriso para a moça, que com certeza, ganhou seu coração.
- A senhora quer que eu prepare alguma coisa, dona Sylvia, um lanche.
- Por enquanto, apenas prepare um almoço para nós. Vou para o meu quarto e, quando ficar pronto, me avise por telefone, como sempre.
Entramos no meu quarto e, logo depois de fechar a porta, parei recostada nesta, observando aquela que era a dona absoluta da minha vida. Ela estava visivelmente deslumbrada com a decoração do quarto. Olhando-o por inteiro, para as paredes revestidas de finas placas de mármore, para o piso de madeira nobre, para o teto pintado por um pintor francês que meu pai havia contratado os serviços.
Minha respiração estava curta, meu coração disparava. Parecia um sonho que ela estivesse ali. Quantas vezes, deitada naquela cama, sonhara com ela ali comigo, em meus braços. Muitas vezes, morrendo de saudades, não conseguia ficar na empresa, corria para aquele quarto e me deixava extravasar de tanto chorar de saudades.
Ela aproximou-se da cama e deixou as mãos deslizarem pelo dossel lindamente trabalhado. Todos os móveis daquele apartamento eram antigos e, igualmente aos de muitos outros imóveis que nos pertenciam, meu pai havia trazido da Europa. Mas, como ele valorizava e muito o seu país, possuía muitos móveis feitos com a madeira brasileira. Inclusive, muitos móveis que ele havia comprado na Europa, devido à antiguidade, foram feitos com madeira brasileira.
- Fique a vontade, meu bem. - disse, percebendo que ela queria se sentar na cama.
Ela sentou-se timidamente e pôs-se a me olhar.
Eu comecei a me aproximar lentamente. Era uma delícia deixar meus olhos sobre ela, deixá-los vagando, passeando sobre a beleza rara da qual ela era detentora.
A uma pequena distância eu parei e disse num quase sussurro.
- Você é linda! Se fosse possível, lhe colocaria num pedestal e ficaria eternamente, só lhe admirando, bebendo, me alimentando de sua beleza.
Ela sorriu e percebi que suas faces coraram. Ela abriu a boca, como se fosse falar alguma coisa, mas nenhum som foi emitido. Notei que ela estava por demais emocionada, e por esta razão, não conseguia dizer nada.
Aproximei-me e me agachei aos seus pés. Percebi, naquele momento, que naquela posição, aos pés dela, eu estava condenada a viver para sempre. Ela envolveu o meu rosto com as duas mãos e vi que lágrimas desciam de seus lindos olhos azuis. Seus lábios tremeram e enfim, ela balbuciou:
- Eu... Eu te amo, Sylvia! Mais... Mais do que a... a minha própria... vida!
Eu sorri e fechei os olhos me deliciando com aquela declaração. Voltei a olhá-la e me perder naquela imensidão azul.
- Nunca mais... nunca mais... vou ficar longe de você! Quando... quando você se separar..., definitivamente, ficaremos juntas, finalmente, sob o mesmo teto! Para... para sempre.
Eu repousei minha cabeça em seu colo e deixei as lágrimas jorrarem à vontade. Ali ficamos por alguns minutos dando vazão ao pranto. Depois, me ergui e sentei-me ao seu lado e antes de tomar seus lábios nos meus, também me declarei:
- Eu também te amo, minha vida!
Ela me enlaçou o pescoço e deixou seus dedos se entranharem em meus cabelos, raspando as unhas levemente em meu coro cabeludo, o que me arrepiou inteira.
Ficamos ali deitadas, ela com a cabeça no meu ombro, bem acochegada a mim, trocando carinhos, conversando, até que ela passou a mão levemente sobre o meu ventre e perguntou, me encarando com um sorriso lindo e terno:
- Já escolheu o nome para esse anjinho lindo que está aqui nessa barriga linda?
Eu a puxei para um beijo e disse:
- Já, mas estou aberta a sugestões.
- É? Então me fala primeiro o que você escolheu. A depender, eu sugiro algum nome.
- Se for mulher, será Nadja. Se for homem, Lorenzo.
Ela balançou a cabeça em aprovação.
- Lindos nomes, meu amor! Lindos mesmos!
Eu alcancei seus lábios e ficamos ali trocando beijos, até que Francisca ligou avisando que o almoço estava pronto.
A comida estava deliciosa e Júlia comeu com vontade, chegando inclusive a repetir.
- Acho que virei almoçar aqui mais vezes! - piscou para mim levando o garfo à boca.
- A casa é sua! É um favor que me fará se vier todos os dias.
Ela sorriu e me soprou um beijo.
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Logo que terminamos o almoço, retornamos ao quarto e eu avisei a Francisca que não estava para ninguém e dei-lhe a tarde de folga, o que a deixou alegre.
- Obrigada, dona Sylvia! A senhora tem certeza de que não precisará de nada? Um lanche, um chá?
- Não, Francisca. Pode ir tranquila.
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Júlia se aproximou da cama a passos lentos, e eu pude perceber que ela estava um tanto quanto tensa, pois suas mãos estavam trêmulas e suando frio. Eu fiquei preocupada, uma vez que ela estava com a saúde debilitada.
- Está tudo bem, querida? - tomei suas mãos nas minhas e as levei ao meu rosto.
- Está. Só estou um pouco nervosa, emocionada com tudo. Parece um sonho que esteja aqui com você.
Abracei-a apertado e lhe garanti.
- Não é um sonho. É a mais pura realidade, e de agora em diante, isso será a nossa rotina, o nosso dia a dia.
Direcionei meus lábios aos seus e nos entregamos a um beijo cheio de carinho que, aos poucos, foi se intensificando e atiçando os nossos corpos. Enquanto a beijava, deixei minhas mãos vagarem à vontade por todo o seu corpo, e aos poucos fui despindo-a e ela fazendo o mesmo comigo. Vagarosamente, pus-me a beijar-lhe o pescoço, o colo, até alcançar-lhe os seios. Uma contração dolorosa me invadiu o baixo ventre quando deixei meus lábios se apossarem dos seus mamilos. Ela gem*u, dengosamente, o meu nome.
- Sylvia! Meu Deus, Sylvia!
Depois que a deixei inteiramente nua me afastei um pouco e pus-me a observá-la por inteiro. Ela ficou parada me encarando com um sorriso tímido nos lábios. Eu deixei mais uma vez meus olhos vagarem por aquele corpo deslumbrante. Digo mais uma vez, porque costumava fazer isso sempre que a tinha nua na minha frente. Não me cansava de admirá-la. Os meus olhos a devoravam e sentia o sangue correr ardentemente em minhas veias. Sentei-me numa poltrona baixa e pedi que se aproximasse de mim lentamente. Ela nada disse e apenas veio em minha direção. Em seu semblante, já era possível perceber toda a excitação que a consumia. Assim que ela parou em minha frente, eu inspirei fundo e com a voz trêmula, pedi:
- Afaste... um pouco as... as pernas!
Ela estava inteiramente passiva, atendendo aos meus pedidos.
Suavemente, deixei minhas mãos deslizarem em suas coxas seguindo em direção às suas nádegas. Ela arfava e gemia baixinho. Quando senti em minhas mãos as carnes tenras e macias do seu bumbum generoso, meus dentes se chocaram uns nos outros. Meus lábios tremiam incontrolavelmente, ante a vontade louca de possuir aquela mulher, de senti-la se derretendo em minha boca, em meus braços. Fechei meus olhos e permiti que minhas mãos deslizassem para sua cintura e depois descessem pelos seus quadris em direção a, novamente, suas nádegas. Abri meus olhos e direcionei ao seu monte de Vênus, e minha boca tremia ante a expectativa do que em breve teria em meus lábios.
Ela abriu mais as pernas, levou as duas mãos ao meu rosto me forçando a olhá-la e implorou:
- Por favor! Por favor..., Sylvia! Eu... eu... faz... faz logo!
Seus quadris se movimentavam, involuntariamente, em direção ao meu rosto. Vendo-a ali, a implorar, toda entregue a mim, toda minha, toda submissa, não aguentei mais, me ajoelhei à sua frente e mergulhei meus lábios naquela gruta profunda que estava deliciosamente encharcada de desejo, de excitação.
Quando minha língua alcançou o seu clit*ris, ela imediatamente colocou um pé sobre a poltrona, me dando um acesso total à sua vagin*.
- Meu amor! Como você está deliciosa! Como... como você é deliciosa! - Eu me sentia morrer, me sentia arrebatada, me sentia dentro dela, fazendo parte inteiramente dela. Comecei a sugá-la com uma fome louca, precisava beber toda a sua essência.
Ela rebol*va em minha boca de uma forma tão sensual, que me dava ganas de mordê-la, que tive que me controlar ao máximo para não machucá-la. Seus movimentos foram ficando mais e mais intensos, e meu nome em seus gemidos, se tornava cada vez mais melodia aos meus sentidos.
- Sylvia! Ah! Sylvia! Que bom! Que gostoso...! Que delícia! Ahhhh! Meu amor! Meu amor!
Ela estremeceu e se derramou inteira em minha boca e eu a bebi, deliciada. Seus orgasmos múltiplos permitiram que ela ficasse por alguns segundos tendo leves espasmos, ainda em minha boca. Depois, seus espasmos foram ficando mais espaçados e senti suas pernas vacilarem. Amparei-a e sentando-me no chão a trouxe para o meu colo. Ela me olhou profundamente e me beijou dizendo:
- Te amo! Te amo, sempre!
Eu a envolvi num abraço profundo e senti que nossas almas também se abraçaram, pois a sensação de proporcionar prazer à mulher que se ama é inenarrável.
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Depois daquela primeira tarde maravilhosa que Júlia e eu passamos em nosso apartamento, muitas outras se sucederam. Estávamos nos redescobrindo. Ela estava mais solta, mais expansiva, e sua saúde melhorava a olhos vistos. Estava a cada dia mais bonita, se é que isso era possível, mas, pelo menos para os meus olhos era, pois a cada vez que a via, eu a achava mais linda. A cada vez que a via meu coração disparava, minhas pernas amoleciam e um delicioso frio invadia minhas entranhas.
Já havia se passado alguns meses que retornamos de Mucugê, e a minha barriga estava enorme. O médico tinha quase certeza de que estava grávida de gêmeos. Eu, diante dessa possibilidade, fiquei torcendo para que fosse um casal e eu e Júlia nos lembramos do desejo de Antenor, de que fossem dois. Estávamos precisamente no mês de agosto, e minha mãe anunciou a sua vinda, para acompanhar de perto, o nascimento do seu primeiro neto.
O advogado que eu havia contratado para - assim que eu desse à luz -, iniciar o processo de separação, era da inteira confiança de Antônio e já estava, podemos dizer, a postos. Segundo ele, mesmo que Augusto criasse alguma dificuldade, tudo se resolveria a contento, mas como já disse, o meu marido - diante da oferta de algumas centenas de dólares - não criou problemas, inclusive ao abrir mão da guarda das crianças. O processo de separação se deu em Portugal e ele só veio a conhecer os filhos nos primeiros anos de vida destes, quando os levei a passeio à Europa. Isso, porque os avós paternos fizeram questão de conhecê-los e o velho exigiu que ele estivesse presente e se apresentasse aos filhos. Sempre que eu ia à Europa e levava as crianças, os avós faziam questão de vê-los e percebia-se que gostavam muito deles. Mas, com o passar do tempo, eu achei por bem, distanciá-los daquela família. Eles valorizavam apenas o dinheiro, e não iria permitir, jamais, que meus filhos tivessem esse tipo de influência.
- Esse meu filho é um doente, Sylvia! Hoje, eu sei que ele não lhe merecia como esposa. Não entendo, como pode não sentir o menor afeto pelos filhos.
- Augusto só consegue amar a si próprio, senhor Siqueira.
***********
Numa noite da primeira quinzena de setembro de 1969, eu dei à luz um casal de gêmeos. Um rapazinho e uma mocinha, ambos lindos. A princípio não os achei parecidos com ninguém, mas com o passar dos dias, Lorenzo mostrava muita semelhança com Augusto e Nadja comigo.
O meu parto foi tranquilo e, posso dizer que, praticamente não senti dores. Não vi nenhum bicho de sete cabeças no processo de parir. Segundo tia Cláudia, minha mãe havia feito um escândalo ao me trazer ao mundo.
Ela, mesmo não apreciando muito a nova condição de avó, - fato que mostrava que já havia passado da casa dos trinta - foi muito carinhosa e não conseguiu esconder o embevecimento ao tê-los em seus braços. Sorria um sorriso cheio de lágrimas e não se cansava de beijá-los.
Júlia me visitou várias vezes, mas sempre tendo o cuidado de ir em horários que sabia que minha mãe não estaria no hospital. Levou Antenor que, assim que viu os sobrinhos, declarou-os como seus.
- Os dois, mamãe! Meus! - batia palmas e espiava por entre as grades dos berços com os olhos repletos de curiosidade.
- Sim, meu amor! São seus, ou melhor, são nossos! - disse me piscando um olho.
- Ah! Mas, não são lindos como eu!
Júlia o pegou nos braços e disse sorrindo:
- Claro que são! É porque estão muito novinhos. Assim que ficarem maiores, você vai ver o quanto eles são lindos!
Ela dormiu comigo algumas noites e, para não ficar longe dela, pois ficaria difícil nos primeiros dias me deslocar da chácara até a cidade, fiz questão de passar o meu resguardo em meu apartamento. Dessa forma, ela poderia me visitar quando quisesse e minha mãe - com quem eu já havia tido uma séria conversa - se ausentava quando ela chegava. Acho que elas se esbarraram na sala do meu apartamento, uma ou duas vezes, mas minha mãe fingia não vê-la e se enfiav* em seu quarto ou saia para a rua.
Lisa me fez companhia por diversas vezes e também dormiu comigo no hospital em algumas noites. Numa dessas vezes, ela me deixou a par da situação da filha de Guilherme, apesar da melhora que teve, o quadro voltou a se agravar e os médicos disseram não haver mais nada a fazer. Guilherme já estava voltando ao Brasil com ela, resignado com a situação. Ele e Lisa estavam a cada dia mais unidos e já estavam pensando em casamento.
**********
Os meus dias de descanso da gravidez passaram muito rápido e, quando dei por mim, já estava de volta ao trabalho. Eu não podia me dar ao luxo de ficar alguns meses descansando e dando assistência aos gêmeos. Nos primeiro seis meses, nos horários de amamentação, eu ia para o apartamento dar-lhes de mamá e aproveitava para ver Júlia que sempre estava lá nesses horários. Minha mãe retornou a Paris, depois do meu resguardo e eu permaneci no apartamento por quase um ano. Só depois que as minhas crianças resolveram abandonar os meus seios, eu pude voltar a residir na chácara, lugar que me dava muita tranquilidade.
O meu processo de separação já corria plenamente bem em Portugal e, ao que tudo indicava, estava perto de ser concluído. Isso me deixava numa grande expectativa, pois não via a hora de ter Júlia para sempre em minha vida.
Tia Cláudia, que também era dona da chácara, resolveu doar a sua parte para Júlia, para que dessa forma, ela não se sentisse constrangida em voltar a morar lá e também, porque minha mãe sabendo disso, jamais pisaria os pés lá, mas, conhecendo sua imprevisibilidade, nas poucas vezes que ela voltou ao Brasil eu tratei de mantê-la longe da chácara, hospedando-a no meu apartamento.
Lembro-me como se fosse hoje da sua reação, quando lhe contei o que tia Cláudia havia feito.
- Cláudia já está ficando gagá! Só pode! Como ela teve coragem de passar sua parte na chácara para aquela desqualificada?
- A senhora modere suas palavras ao se referir à Júlia! Ela é a pessoa que escolhi para dividir a minha vida, portanto, exijo respeito!
Ela virou-se para mim com os olhos vidrados:
- Você devia respeitar os seus filhos! Isso é uma pouca vergonha! Sujeitar aquelas pobres crianças a tamanho despautério!
Depois de mais algumas trocas de palavras, deixei-a falando sozinha no apartamento e saí. Depois desse dia, ela voltou muito pouco ao Brasil, mas pelo menos uma vez por ano, eu ia à Europa com as crianças, visitá-la. Quando eu demorava de ir, ela me ligava, alegando saudades de mim e deles.
Lembro-me que Júlia relutou um pouco em aceitar a doação, mas minha tia sabia argumentar como ninguém.
- Minha filha, se você observar bem, na verdade estou fazendo a doação para Antenor, uma vez que ele é seu único herdeiro. Mas, para evitar uma provável perturbação de Madeleine, uma parte da casa estando em seu nome, ela terá que colocar a viola no saco e se aquietar.
Dando-se por vencida, Júlia aceitou e, assim que a minha separação foi consolidada, ela retornou para a chácara definitivamente.
************
Os meses passaram, meus filhos estavam crescendo lindos e saudáveis, eu me envolvia cada vez mais na empresa, enquanto aguardava a finalização do processo de separação. Os encontros com Júlia eram quase diários e estávamos cada dia mais apaixonadas. A cumplicidade, afinidade e companheirismo cresciam a cada dia. Estávamos nos conhecendo cada vez mais, e eu me encantava com cada descoberta da personalidade dela, da retidão de caráter. Ela adorava meus filhos e a recíproca era verdadeira. Lorenzo, quando a via, se jogava em seus braços e preferia dormir nos braços dela do que nos meus. Nadja do mesmo jeito. Antenor, para a surpresa de todos, não apresentou, em nenhum momento, cenas de ciúmes. Tia Cláudia, cada vez mais encantada e embevecida.
************
Já estávamos no mês de dezembro e o dia de natal chegou. Tia Cláudia se encarregou de preparar a ceia e, como ela era muito boa em organizar festas, tínhamos certeza de que iria ser uma maravilha e, de fato, foi.
Júlia estava feliz, e aquele foi o primeiro dia que ela retornou à chácara depois que minha mãe a expulsara. Entrou de mãos dadas com Antenor, acompanhada de Antônio e Helena. Lisa, Guilherme e a filhinha chegaram alguns minutos depois. Eu e tia Cláudia recepcionávamos todos com muita alegria. Convidamos alguns parentes mais próximos, pois seria uma ceia com poucas pessoas. Meus filhos estavam nos braços das babás - Tia Cláudia se encarregara de escolhê-las a dedo -, com apenas três meses, aquele era o primeiro natal da vida deles e, muitos ainda estavam por vir.
Assim que me foi possível, levei Júlia para o meu gabinete e tranquei a porta para poder abraçá-la à vontade. Ela se aconchegou em meus braços, e nos deixamos ficar ali, abraçadas apenas sentindo a maravilhosa sensação de estar uma nos braços da outra. Depois de alguns minutos, nos olhamos e nos beijamos suavemente. Foi um beijo tranquilo, mas com promessas para mais tarde.
- Você dormirá no meu quarto ou eu no seu? - perguntei.
- Durmo no seu. Será que Dona Cláudia se encarregará de Antenor?
Abraçando-a e erguendo-a do chão, declarei.
- Ela já está encarregada. Ela mesma me procurou mais cedo e me disse:
"Sylvinha, pode ficar tranquila que estou doida para contar historinhas para Antenor esta noite e quantas for necessário".
Ela segurou meu rosto entre as mãos e me beijou levemente nos lábios. Depois disse:
- Sua tia é um anjo. Vamos? Vão terminar por sentir nossa falta.
*************
A ceia foi maravilhosa, a troca de presentes se deu igualmente de forma bastante alegre e descontraída. Antenor e meus filhos foram os que ganharam mais presentes. Júlia me deu um relógio de ouro que pertencera a sua mãe. Fiquei tão emocionada, que lágrimas vieram aos meus olhos. Ela me disse baixinho quando me abraçou:
- Minha mãe me pediu que eu desse ao amor da minha vida. Acho que ela estava advinhando que esse amor seria uma mulher, uma vez que o relógio é feminino.
Estremeci diante de tão doce declaração. Fechei os olhos e me segurei para não puxá-la para um abraço mais estreito.
Entreguei a ela dois discos de Janis Joplin que ela, apesar de se dedicar mais ao violão clássico, apreciava demais: Big Brother and the Holding Company (1967) e Cheap Thrills (1968). Já havia encomendado o que a cantora acabara de lançar e o póstumo Pearl que foi lançado em 1971, também lhe presenteei, assim que foi disponibilizado.
- Há mais presentes que vou lhe entregar em nosso quarto, mais tarde. - sussurrei baixinho em seu ouvido. Ela sorriu ficando um tanto quanto ruborizada. Eu já havia tomado vinho o suficiente para estar bastante eufórica e me controlava horrores para não beijá-la ali na frente de todos.
Tia Cláudia pediu a Júlia e Guilherme que presenteassem a todos com uma pequena mostra do que eram capazes de fazer com seus violões. Ela ficou imensamente ruborizada e começamos a pedir em coro:
- Toca, toca, toca...
Eles pegaram o violão e ela, vermelhinha, gaguejou uma breve apresentação do que poderia tocar.
- Acho... acho que vocês é... é que devem... escolher...
Percebendo o quanto ela estava nervosa, tratei logo de pedir:
- Toque aquela que acho maravilhosa, com um ritmo único: tico-tico no fubá.
Devo dizer que todos riram do meu sotaque ao pronunciar o nome da música.
Eles começaram a tocar e pudemos perceber que, assim que seus dedos tocaram as cordas do violão, eles se tornaram outras pessoas. Júlia assumia uma aura quase que divina. Seu semblante ficava totalmente transformado. Sua beleza irradiava por todo o ambiente, e pude ver o quanto meus primos ficaram embevecidos e faltaram ajoelhar aos seus pés. Seus dedos corriam de forma quase mágica pelas cordas do violão. Seu sorriso iluminava seu rosto, tornando-o mais lindo ainda. Guilherme parecia outro, pois aquela timidez dera lugar a uma espontaneidade extraordinária, uma vez que ele tocava e movimentava o corpo ao ritmo da música. Os olhos dela me buscavam, vez ou outra, e eu podia ver aquela ternura mesclada com uma transbordante sensualidade e promessas para mais tarde. Aquilo me deixou elétrica e tomei mais um gole de vinho.
Tia Cláudia, vez ou outra, deixava seus olhos vagarem sobre mim. Sabia que ela estava me vigiando, pois quando eu bebia, ficava um pouco afoita demais e poderia terminar por dar algum vexame. Isso é o que ela temia. Eu já estava, até certo ponto, afoita, mas me controlava para não ultrapassar os limites, mas sentia uma comichão nas mãos, que estavam loucas para tocar aquela mulher deslumbrante à minha frente. E meu corpo todo ardia de desejo. Apesar do controle que estava fazendo, tinha certeza de que, alguém um pouco mais atento, perceberia meu olhar lascivo sobre Júlia. Eu a estava praticamente engolindo com os olhos. Ela trajava um vestido azul na altura dos joelhos, e com as pernas cruzadas, me dava uma visão privilegiadíssima daquela obra-prima. Visão esta que estava me tirando o fôlego. Meus olhos vagavam por todo o seu corpo, num bailar, podemos dizer, descarado. Como uma tentação, lembranças do seu corpo nu, me acudiam à mente, me fazendo arder ainda mais. Minhas entranhas estavam se contraindo de tal forma, que meu baixo ventre clamava numa dor deliciosa, minha calcinha já estava por demais encharcada. Respirei fundo por mais de uma vez, mas de nada adiantava. Eles já estavam tocando a quarta ou quinta música, eu não sabia mais, e comecei a olhar no relógio num intervalo de tempo cada vez mais curto. Passei a desejar que aquele show terminasse o mais rápido possível, mas assim que terminavam uma música, pediam outra.
Ela passou a me olhar com mais frequência e pude perceber que havia notado o meu estado de espírito e de corpo, podemos dizer assim. Vez ou outra ela sorria em minha direção. Aquele sorriso cheio de promessas me deixava numa situação ainda mais periclitante. Percebi que ela também já estava louca para acabar com aquele showzinho e correr para o quarto comigo.
Não aguentando mais, me dirigi a tia Cláudia e lhe pedi que me acompanhasse até outro cômodo. Ela me seguiu com um sorriso nos lábios, pois percebera o meu estado. Assim que chegamos em meu gabinete, ela foi logo dizendo.
- Está bem, filha. Pode ir para o seu quarto, que vou tratar de encerrar a festa.
Eu apenas acenei com a cabeça e ela continuou:
- Agora trate de tomar um banho para que dê conta do recado. Não vá decepcionar a nossa pobre Júlia, que está para explodir de tanta expectativa, coitada!
Eu fiquei ruborizada, pois minha tia, nunca havia sido tão explícita daquela forma. Deu-me um beijo na cabeça e apertou minha bochecha e saiu da sala. Eu segui para o meu quarto.
***********
Assim que cheguei ao meu quarto, olhei nos berços e meus dois anjinhos dormiam profundamente. Gostava que dormissem comigo. Fazia questão de sentí-los perto de mim o máximo que pudesse, pois passava o dia todo na empresa.
Coisa de uma ou duas horas mais tarde, Júlia entrou no meu quarto, trazendo uma garrafa de champanhe. Eu já estava subindo pelas paredes de ansiedade.
Corri até ela e a abracei.
- Demorou demais.
Ela sorriu e alisou meu rosto.
- Eu também já não estava vendo a hora de ser mal educada e sair de lá correndo. - olhou-me profundamente e concluiu - Bem, mas agora temos todo o tempo do mundo. Apenas eu e você.
Eu a puxei mais de encontro a mim. Tomei os seus lábios levemente e depois sussurrei em seus ouvidos.
- Agora tire a roupa que quero lhe dar o seu presente.
Ela gem*u e se apertou mais a mim.
- Um presente? Mesmo? E qual é?
Eu peguei-a pela mão e a levei em direção à cama. Sentei-me e lhe pedi com a voz embargada de excitação.
- Dispa-se bem lentamente, e assim que terminar, vou lhe vestir com ele.
Ela me olhou com expectativa e começou a tirar a roupa. Quando as roupas começaram a descortinar, diante dos meus olhos, aquele corpo espetacular, eu senti meu coração quase que explodir no meu peito. Quando ela ergueu uma perna para tirar a calcinha e, eu vi parte do seu sex* iluminado apenas pela luz da cabeceira da cama, senti o ar faltar e engoli em seco. O meu sex* latejou provocando uma contração violenta no meu ventre. Segurei-me ao máximo para não voar sobre ela. Assim que ela ficou inteiramente despida, eu abri uma gaveta do criado e tirei de lá duas caixas forradas com veludo. Abri a primeira e caminhei até ela e mostrei o colar de brilhantes que havia comprado em Paris, e que até o momento, não havia tido coragem de presenteá-la.
Ela abriu e fechou a boca uma ou duas vezes, sem conseguiu proferir uma palavra sequer.
- Comprei esse colar numa das vezes que fui a Paris, logo depois de lhe conhecer, mas a ocasião certa para lhe dar surgiu agora. Deixe-me colocá-lo.
Ela se virou e eu, com as mãos trêmulas, coloquei em seu lindo pescoço. Delicadamente a virei de frente para mim novamente e senti uma leve vertigem ao perceber o quanto ela ficou mais deslumbrante ainda.
- Meu Deus! Eu, eu sabia, assim que o vi, que ele foi feito para você! Ficou mais linda ainda, meu amor!
Ela se de dirigiu ao closet e se mirou no espelho de corpo inteiro. Abracei-a por trás e ficamos ali nos fitando. Depois de alguns segundos, minhas mãos começaram a se movimentar por seu ventre, à minha revelia. Ela apenas sorriu e pousou a cabeça no meu ombro e fechou os olhos. Meu corpo ardia como fogo e a trouxe mais de encontro a mim e sussurrei novamente em seu ouvido.
- Ainda falta um. Considero o mais importante.
Ela virou-se de frente para mim surpresa e tomou os meus lábios e minhas mãos automaticamente foram parar em suas nádegas a apertando de forma que nossos ventres se roçassem, fazendo um gemido delicioso atravessar seus lábios.
Levei-a de volta ao quarto e abri a outra caixa. Ajoelhei-me a seus pés com os olhos rasos d´água. Peguei sua mão esquerda e disse com a voz embargada de emoção, excitação, amor, enfim, de todo o sentimento louco que nutria por aquela mulher.
- Quero... quero... que se una a mim... pelo... pelo resto de nossas vidas aqui e... e além da nossa morte.
Respirei fundo e continuei. Ela se mantinha calada e de seus olhos eu podia ver as lágrimas caindo.
- Já estou definitiva e legalmente... legalmente separada de Augusto.
Senti que sua mão estremeceu e um sorriso surpreso iluminou seu rosto.
- O... o meu advogado me ligou anteontem e me avisou. Só... só deixei para lhe contar hoje... para... para ser uma surpresa... um presente.
Ela não conseguia dizer nada, apenas sorrir e chorar.
Respirei fundo mais uma vez e continuei:
- Então, aceita unir sua vida à minha? Morar comigo sob o mesmo teto, para sempre?
Ela acenou diversas vezes e me puxou para que eu me levantasse. Mas, antes de me levantar, coloquei o anel em seu dedo e o beijei longamente. Depois abraçamo-nos e demos vazão às lágrimas.
Após alguns minutos perdidas num abraço profundo seguimos em direção à cama. Deitamo-nos e a trouxe para cima de mim.
- Você ainda não me respondeu. Sei que disse sim com um aceno de cabeça, mas quero ouvir de sua boca.
Ela me calou com um beijo profundo e lascivo.
- Claro, meu amor! Vou viver ao seu lado eternamente.
Voltamos a nos beijar e, mais uma vez, perdi completamente a razão ao mergulhar no corpo daquela mulher. Naquela noite nos amamos de forma diferente, pois sabíamos que seria para sempre, sem nada para nos atrapalhar, sem a expectativa da incerteza, sem a dúvida do amanhã.
Ela sentou-se sobre mim e, como sabia que eu ficava a seus pés, quando assumia aquela posição, pôs-se a cavalgar, com uma dança de quadris que me tirava completamente a razão.
- Você gosta assim, não gosta? - perguntou-me com a voz embargada de tesão.
- Sendo com você, meu amor, eu gosto de qualquer jeito! Mas, tenho que confessar, que assim, cavalgando sobre mim, sendo minha amazona, minha dona, minha senhora, eu fico mais e mais apaixonada, perdida de amor.
Ela, querendo me enlouquecer mais ainda, curvou-se sobre mim, deixando os maravilhosos seios ao alcance da minha boca, e perguntou com a voz rouca e dengosa.
- E quando você... bebe direto da fonte... fica também perdida... de amor?
Meu Deus, ela me perguntava isso rebol*ndo o seu sex* sobre o meu, num roçar delicioso. Eu já estava salivando de vontade de ter sua vagin* na minha boca e ela ainda me fazia uma pergunta daquelas.
Já com um seio na minha boca, com as mãos a firmando pelas nádegas eu gemi e me senti enlouquecer.
- Fico... fico mais perdida... mais perdida do que já estou.
Ela sorriu e se remexeu mais ainda sobre mim e, de um jeito completamente sensual, ergueu o corpo em direção ao meu rosto.
- Quer assim...?
Eu não consegui dizer nada, apenas olhar para aquele manjar dos céus tão perto da minha boca. Ela segurou na cabeceira da cama e começou a roçar levemente a vagin* nos meus lábios.
- Tá bom assim, meu amor?
A voz dela estava me enlouquecendo. O seu cheiro estava delicioso e pude sentir que ela a havia depilado por inteiro. Ela começou a dançar de um jeito tão ousado e fogoso em minha boca, que achei que o meu coração não ia aguentar. Que mulher gostosa, fogosa, quente, meu Deus!
Depois de alguns minutos nesse roçar leve e torturante ela se virou ficando de frente para o meu corpo. Continuou dançando sobre mim enquanto minhas mãos apertavam os bicos dos seus seios. Ela gemia e dizia o meu nome, sem parar.
- Sylvia! Que gostoso... meu amor! Sylvia, te amo! Te amo, meu amor!
Depois foi abaixando o corpo de forma que seus lábios ficassem próximos do meu sex* e, foi então que percebi a intenção dela. Ajeitei o meu corpo de forma que facilitasse o seu intento e, quando senti seus deliciosos lábios em minha vagin*, gritei com loucura, o seu nome.
Demos início a uma deliciosa dança, e juntas atingimos o prazer, nos brindamos com nossos nectares.
- Eu te amo, meu doce amor!
- Eu também te amo, minha vida!
Nossas almas finalmente sorriram alegres por se saberem unidas para sempre.
FIM
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Vanderly
Em: 08/09/2019
Ótima tarde de domingo autora. Simplesmente estonteante este capítulo, a história,em fim; essas duas mulheres me levaram a loucura.
Obrigada por essa delícia de conto minha linda.
Forte abraço e um beijo muito carinhoso.
Volta logo com outras histórias tão picantes quanto essa.
Euder
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Vanderly
Em: 08/09/2019
Ótima tarde de domingo autora. Simplesmente estonteante este capítulo, a história,em fim; essas duas mulheres me levaram a loucura.
Obrigada por essa delícia de conto minha linda.
Forte abraço e um beijo muito carinhoso.
Volta logo com outras histórias tão picantes quanto essa.
Euder
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dannivaladares
Em: 03/10/2018
Caramba!
Que texto incrível!
Estou embragada pela intensidade desse romance. Amei! Amei!
Super inteligente, sincero e real.
Parabéns, Nicole Grenier.
Att,
Danni Valadares.
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Flor de Liz
Em: 26/09/2018
Vai a parte 2? A continuação ? Diz que siiiimmm.
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LuBraga
Em: 20/09/2018
Arrebatadora!
É essa a definição deste conto para mim.
Você Nicole simplesmente tem o dom da escrita, é de uma sensibilidade inigualável com a sutileza de encantar e abordar fatos que infelizmente ainda são atuais.
Amei ter acompanhado do início e agora saber do fim, finalmente rsrs (trocadilho infame esse hein rsrs) me deixou, se isso ainda for possível, mais fascinada pela historia de Sylvia e Julia que você maravilhosamente nos brindou ao postá-lo aqui no Lettera.
Por favor volte logo e nos presenteie mais uma vez com o seu dom!
Parabéns e obrigada por dividir conosco seu talento, criatividade, sentimentos e emoções.
Beijos,
LuBraga.
P.S.: Nem acreditei quando vi que era o último capítulo rsrs
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Aparecida3791
Em: 19/09/2018
Que história!
Senhor Jesus!
Haja fôlego par ir até o final sem se emocionar.
Amei o final. Da outra vez não tinha lido.
Vc não perdeu a mão envolvendo do início ao fim.
Parabéns pela belíssima escrita e continue nos agraciado com seu dom.
Obg.
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Thaci
Em: 19/09/2018
Boa tarde,autora!!!
Parabéns pelo conto/romance. Linda a história da Sylvia e Julia. A história foi do começo ao fim,emocionante. Me prendeu desde do início. O enredo também não ficou deveno em nada. Você abordou vários temas que são ainda tabus na nossa sociedade. Mais uma vez parabéns. E volte logo com outras historias tão boa quanto essa. Nota mil x mil.
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