A Italiana por Sam King
Capítulo 19 - Isadora
As lagrimas corriam abundantes pelo rosto de Amélia, e claro que a dor que sentia só poderia ser traduzida daquela forma, fazia um mês que ela havia lido a notícia. A batida na porta do seu quartinho a assusta e ela levanta-se, secando o rosto. Abriu a porta e fica espantada com Delfine parada embaixo do portal.
- bom dia signorina, em que posso ajudar.
Disse de cabeça baixa , tentando esconder o olhos vermelhos e o rosto inchado. Para sua surpresa, Del apenas adentra o quarto e fecha a porta. carinhosamente ergue a cabeça de Amélia pelo queixo e a olha com compaixão, e com a sua voz suave:
- te escuto chorar todas as noites enfant (criança), e gostaria de saber o que está lhe causando tamanha douleur ( dor).
E puxa Amélia para a cama e senta-se ao seu lado aguardando sua resposta. E Amélia sente o coração transbordar de dor e amargura, e quando deu por si contava todas as suas magoas e arrependimentos para a francesa. Dali em diante tornaram-se amigas e confidentes, mas bem longe dos olhos da madame.
Clarisse arrumava-se em frente a sua penteadeira, prendia o cabelo em coque conforme sua condição de mulher casada, ouve Rodolfo sair do banheiro e depois o marido se posta atrás dela. Os dois se encaram pelo espelho, ele lhe sorri e Clarisse se vê retribuindo. Sua lua de mel ainda não tinha acontecido de fato, apenas mais beijos e algumas caricias mais ousadas, infelizmente ela ainda não sentia nada. Então ele se posta a seu lado e pega o pó que ela usa de vez em quando para se maquiar, até que ele fala pragmático:
- amor será que esse pó não cobre tua marca?
Clarisse para o ato de colocar o grampo para segurar suas mechas rebeldes e o encara sem entender:
- Porque tu está falando isso? te incomoda?
Ele a encara e por um momento Clarisse observa condescendência na sua expressão, mas logo ela muda para carinhosa, Rodolfo alisa sua bochecha e diz:
- não me incomoda amor, mas será que você nunca pensou nisso. Não cansa as pessoas te olharem a todo momento? - ele beija a testa dela e termina - só quero seu bem.
E sai do quarto deixando Clarisse intrigada, ela analisa sua marca, sim detestava que as pessoas olhassem. Mas com o tempo acostumara-se, mas será que Rodolfo tinha vergonha dela? Se ela mesma tinha, porque o marido não teria. Então pela primeira vez desceu para o café da manhã totalmente maquiada com sua marca escondida. Rodolfo sorriu ao vê-la, e ela ficou entristecida com isso, mas sorriu de volta. Afinal seu marido não pedia muito e lhe dava tanto.
Amélia entrou na venda um pouco ansiosa , mas tomou um grande folêgo e arrumou melhor a vasilha com bolo que carregava para dar de presente para dona enfezada. Queria agradece-la pela gentileza quando havia ficado abalada com a notícia. Mas ao chegar ao balcão, estranhou que ele estava vazio, caminhou pela venda entre as prateleiras, mas nada.
Ficou preocupada, pois ninguém deixaria a loja só, então lembrou-se do caminho da casa dela. Ultrapassou a porta dos fundos e saiu em um pequeno corredor, andou vagarosamente chamando-a, mas nenhuma resposta. Quando chegou a porta da cozinha, toma um susto largando a vasilha e espalhando bolo por todo o lado. Pois a dona estava caída. Amélia ajoelha-se ao seu lado e nota que os lábios estão azuis, coloca a cabeça no peito dela e as batidas parecem erráticas, sem pensar duas vezes corre para fora e para a primeira carruagem da rua, quase sendo atropelada. Mas nem deixa o homem ficar bravo com ela, o arrasta para dentro da venda e o faz segurar a moça para irem direto para o hospital. Amélia só conseguiu fechar as portas da venda e partiram.
Isadora sentia o peito comprimido e a garganta arranhado, mas além disso apenas a uma leveza estranha. Abre os olhos vagarosamente e fica nervosa, pois não sabia onde estava. Só via um teto branco e vozes sussurradas ao longe. Então um rosto conhecido, e muito bonito, aparece na sua linha de visão. A moça da casa vermelha lhe sorri tão lindamente, que Isadora sente uma batida errática, mas ainda está confusa e tenta perguntar algo, mas a menina apenas coloca a mão sobre sua testa e diz calma:
- não se esforce , mesmo estando bem agora, o médico disse para a signorina ficar quieta e poupar o fôlego.
Então como um raio, o que acontecera volta para a mente de Isadora, quando levantou-se de manhã já estava mal, a doença que lhe tomava os pulmões estava atacada e ao invés de ir ao hospital, teimosamente foi trabalhar. Lembrou-se que tinha ido até a cozinha pegar o remédio que aliviava a falta de ar e as dores nas costas, mas quando deu por si, estava sem ar e desmaiara. Então tenta passar a questão de como a italiana a havia socorrido, e ela entendeu a pergunta sem palavras:
- fui até a sua venda para agradecer a acolhida que me deu no outro dia, e acabei encontrando desfalecida, fiquei muito assustada e pedi ajuda, o médico disse que se demorasse mais um pouco, talvez... ai nossa nem quero pensar nisso. Que bom que a signorina está bem agora.
E Isadora viu tanto carinho e preocupação naqueles olhos azuis penetrantes que sentiu um calor invadir seu peito, um calor que há tempos não sentia. Um calor que havia sentindo apenas uma vez. Então ergue a mão e a Italiana a segura. E Isadora a agradece como conseguia naquele instante, apertando forte.
Fim do capítulo
Olá,
Antes de mais nada quero pedir desculpas a todas vocês que me acompanham, sei que estou em falta com a continuação da estoria. Mas como e comum a todos os escritores, me vi em um bloqueio. E prezo demais a qualidade do meu texto para colocar qualquer coisa, estou tentando muito sair dele. Espero a comprensão de vc6 , mas saibam que a Italiana ainda tem muitas coisas para acontecer.
Grande Abraço a todas vc6!
Um ótimo domingo bellas!
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perolams
Em: 17/09/2018
Rodolfo sendo embuste e eu nem um pouco chocada, acho que ele deu mesmo foi o golpe do baú. Ainda bem que a Italianinha está aos poucos se cercando de gente que poderá apoia-la, primeiro a francesa e agora Isadora que com certeza vai mudar sua postura.
Mata minha curiosidade se puder: terà vidas passadas nessa história?
Resposta do autor:
olá,
Não terá, mas gostei da ideia :)
Grande Abraço.
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Marta Andrade dos Santos
Em: 16/09/2018
Valeu! Quando sentir que deve escrever o faça não fique preocupada com o tempo, ele só serve pra lembrar que tudo é passageiro.
Resposta do autor:
olá,
Obrigada pela compreensão ;)
abraço
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