Luíza contando como realmente foi
Meus olhos não acreditaram no que estavam vendo, pisquei várias vezes e a mulher ainda se encontrava de pé e rindo da minha situação.
-Será que vou ter que te dar uns beliscões pra saber que sou eu?
-Meu Deus, Luiza!
Corri até ela a abraçando forte, enquanto as lagrimas rolavam abundantemente de minha face. A apertava pra saber se tudo aquilo que estava presenciando era real, mas ao me afastar olhei de cima a baixo a mulher linda que tinha se transformado.
-Como... Era pra está morta.
-Tudo bem, dou meia volta e continuarei morta pra você.
Luiza fez menção em se afastar, mas a segurei firme pelo braço a impedindo. Ela ria com seu sorriso infantil e me abraçou novamente. Agora me encontrava segura e em paz pela primeira vez desde que cheguei nesta cidade, ao se afastar me olhou seria e disse que precisávamos conversar.
Caminhamos até uns tocos de arvores que estavam caídos e nos sentamos, minha irmã não havia mudado nem um pouco, até suas vestimentas era simples e como costumava me lembrar, vestido neutro e sandálias.
- Precisa parar de fazer isso, está machucando pessoas.
Bufei não me lembro dela ser sensata.
-Você mal voltou, e já está me dando lição de moral?
-Irmã e pro seu próprio bem, acabou não precisa se casar com o Álvaro.
-Escuta antes de vim com esse papo, porque não me diz onde estava esse tempo todo?
Luiza esfregou as mãos devido ao frio da noite, enquanto eu me encontrava impaciente aguardando sua resposta.
-Você quer saber toda a verdade ?
-Sim, e pra isso que estou nesta cidade, e agora diante de você.
Luiza respirou três vezes antes de olhar u pro rio, como se ele fosse trazer as respostas que eu tanto pedi.
-Como você vinha só pros fins de semana pra casa, as coisas começaram a ficar estranhas. A cidade crescia aos poucos, com o tempo os fazendeiros começaram a expulsar as pessoas de suas terras. Na época eram, leigos então os fazendeiros vinham mostravam o papel indicando que compraram as terras, e que eles não poderiam ficar mais ali. Os que ficassem seriam empregados e os que não tinham nada a ver com isso sofriam pra vender suas verduras na cidade. Com nossa família não foi diferente, um dia na semana o senhor Álvaro estava cavalgando por essas bandas e veio até nossa casa. Nossa mãe lavava roupa no rio enquanto eu estava na cozinha ralando milho, ele desceu do cavalo e olhou pra casa, nessa hora nossa mãe me chamou e me disse pra ir pegar os ovos no galinheiro.
Ele me olhou e sorriu de lado, era mais novo todos da cidade o respeitavam. Fingi ir pro galinheiro e me escondi enquanto observava os dois ao longe. Lembro que ele...ele...
-Ele o que Luiza, por favor fala!
-Ele a agarrou a força e falava que nossa mãe era muito bonita e jovem pra ficar ao lado do nosso pai, e que sua esposa não o agradava mais. Se ela não colaborasse ele iria fazer a gente de empregadas da sua fazenda. Eu sentia tanto ódio dele, as vezes calhava dela vim na hora do almoço nosso pai o cumprimentava e ainda o chamava pra almoçar com a gente, todas as vezes ele recusava e sondava a casa com seus olhos frios.
-Você chegou a ver eles tendo relação ?
-Isso não, tentava manter isso em segredo e evitava contar pra você, afinal você estava sempre tão feliz e entusiasmada com tudo que conhecia e aprendia, não seria eu a destruir tudo isso.
Levantei-me irritada e apontei o dedo no rosto da minha irmã, que ao ver minha atitude ficou intacta.
-Pelo amor de Deus Luiza, isso foi um crime! Tem noção disso ?
Ela se levantou e me encarrou furiosa.
-Não fala assim comigo! Acha mesmo que gostei de ficar aqui presenciando tudo isso? A Sonia você não sabe o quanto pedi a Deus pra que todo aquele tormento se acabasse, muitas vezes quis que alguém matasse o Álvaro. Nossa mãe nos poupou e eu poupei você! Agora senta aí e escuta, porr*!
Me sentei devagar enquanto minha irmã se sentou e continuou de onde parou, agora mantendo a calma.
-Eu costumava ir pra cidade as vezes sozinha vender os legumes, e nessas idas e vinda conheci a Isabela filha dele.
Minha expressão mudou ao ouvir o nome da Isabela saindo de sua boca, mas tratei de continuar prestando atenção.
-Costumávamos conversar sobre várias coisas, uma delas que ela não estava feliz em ir embora, deixar a fazenda e a mãe pra trás. Tentei incentiva-la achando que seria o melhor, pois aprenderia muitas coisas e iria conhecer muita gente legal.
Uma noite escutei cavalgadas ao longe, estava cansada disso tudo. Me levantei fui até a cozinha e peguei um pedaço de madeira, ao sair fiquei escondida o esperando, mas não demorou muito tempo pro meu plano ir por água a baixo. Tentei acerta-lo porém foi em vão, ao notar que era eu o cafajeste sorriu maliciosamente, seu hálito de álcool me deixava tonta e enojada. Ele me pegou pelos cabelos e tampou minha boca, e me arrastou por alguns quilômetros. Eu não consegui sentir mais nada da primeira estocada, ali naquela hora percebi que não seria mais a mesma, ou mataria pelo que me fez ou sumiria de vez, ao terminar me deu um tabefe que fez meu corpo tombar senti uma dor forte na cabeça e... o resto não me lembro.
Luiza falava do ocorrido com os olhos distantes, e nenhuma lagrima se quer caiu do seu rosto.
Evitei contar o meu lado pra não a deixar mais traumatizada.
-Quando fiz 15 anos me lembrei de tudo, meus pais adotivos me contaram que me encontraram nas margens do rio e que eu não me lembrava de que eu era, muito compadecidos me adotaram me deram educação amor e carinho. Por muitos anos tentei voltar pra cá mais algo me impedia, foi quando soube da sua candidatura e bom aqui estou.
-E muito perigoso ficar aqui, Luiza.
-Não irmã, perigoso e o que está fazendo.
Levantei-me novamente e tentava não discutir com ela.
-Eu não parar Luiza, agora vou até o fim.
Luiza se levantou e se aproximou me fitando.
-Que espécie de pessoa se transformou irmã, olha pra você. Agora entendo porque a Isabela não te aceita cem por cento.
-O que você sabe da Isabela?
A encarei e ficamos nos desafiando.
-Sei que é uma mulher revoltada é com razão, mas só você tem a chance de acabar de vez com isso.
-E muito bom saber que está viva e bem, mas não se meta nesse assunto.
-O que a Sonia e irmã da Luiza?
-Sim são irmãs, a Sonia possuiu o privilégio de ter uma boa educação ao longe e só vinha pra cá nos fins de semana, ela acabou presenciando o estupro da própria irmã e a possível morte. Ela não está aqui por pura pirraça ela quer vingança, eu te peço Leticia fica longe do meu pai.
Me sentei na poltrona ao lado super cansada, enquanto mexia nos cabelos.
-Só sei que essa Carol e muito corajosa de vim pra cá apoia a namorada, apesar de ser uma interesseira dando em cima de você, mas é a Sonia dela espero tudo. Leticia está me ouvindo?
-Hã ? Sim sim, só abalada pelo que acabei de saber.
Me levantei e me sentei no sofá ao seu lado, envolvendo minha Leticia em meus braços beijando sua testa em seguida.
-Não precisa ficar com medo, estou aqui pra cuidar de você, pra me regenera vamos a tourada e depois ainda tenho uma surpresa pra você.
Ter Isa em meus braços me deixava ainda mais tensa como pude ter beijado a Carol, coitada da Sonia esse tempo todo ao lado deste homem horrível, agora a entendia e sua possível raiva da Isabela.
Fim do capítulo
Olá meninas pra quem acompanha estava cheia de ideias na cabeça, mas elas ainda continuam mais não posso colocar tudo de uma vez num único capítulo, então com calma vou explicando como realmente tudo aconteceu. Proximo capítulo será na tourada lembrando estamos perto do fim.
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