• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Blind
  • Capítulo 19

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,491
Palavras: 51,957,181
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell
  • 34
    34
    Por Luciane Ribeiro

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Tomboy - Seja você! Não deixe o preconceito te ocultar
    Tomboy - Seja você! Não deixe o preconceito te ocultar
    Por May Poetisa
  • Rotina de Um Amor Impossivel
    Rotina de Um Amor Impossivel
    Por Nay Rosario

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Blind por Bruna DX

Ver comentários: 1

Ver lista de capítulos

Palavras: 3749
Acessos: 2902   |  Postado em: 14/09/2018

Capítulo 19

 

 

 

Não sei o que diabos havia acontecido, mas aquela revista parecia estar de pernas para o ar. Uma correria que nunca antes eu tinha visto. Um falatório incompreensível. Ânimos inflamados.

 

Na noite passada, durante uma partida oficial de futebol aconteceu um acidente com um importante jogador, e ele e sua saúde eram o assunto do momento. Especulações e opiniões a cerca disso circulavam nas mídias e a revista corria atrás de seu furo de notícia para ser publicado oficialmente no site.

 

Como se não bastasse aquele tumulto por causa do cara, a festa do sábado estava na boca do povo. Uma intensa e ensurdecedora balbúrdia. Todos teciam comentários e distribuíam opiniões que ninguém pediu.

 

Eu fingia não perceber, mas eu sempre via quando olhavam em minha direção e cochichavam algo. Tava acontecendo o que eu imaginei que ia acontecer, e assim como o acidente com o jogador de futebol, Adele e eu era assunto entre as mesas e corredores da redação. Constrangia-me claro, mas se eu demonstrasse o quanto me atingia aquela fofoca ridícula, seria pior.

 

Tentei ser o mais invisível possível e praticamente não saia de meu lugar. Evitava falar algo de cunho pessoal com qualquer pessoa, e quando eu via que a conversa ia por caminhos diferentes eu inventava qualquer desculpa para me afastar e encerrar o assunto.

 

Até Júnior me olhava estranho. Ele tinha em mãos um jornaleco interno que era publicado todo início de semana. A publicação era de responsabilidade de uma pequena equipe que tinha como objetivo apenas a elaboração, tiragem e publicação desse pequeno jornal. De canto de olho consegui enxergar que uma foto minha nos braços de Adele estampava a capa da porcaria.

 

Eu sabia que existia uma alta possibilidade de algo como isso acontecer.

 

A tal foto poderia não significar nada demais, no entanto, a imagem foi capaz de capturar a paixão em nossos olhos. Nos encarávamos com devoção, e aquela foto foi segundos antes de nos beijarmos. Graças a Deus não era o beijo que estampava àquela impressão.

 

O exemplar que me foi entregue eu até guardei, porque eu havia amado aquela foto. Quem olhasse era capaz de pegar no ar a aura que nos envolvia no momento em que fotógrafo mirou sua câmera em nós. 

 

-- O teste de sofá foi antes, ou depois de você preencher a vaga?

 

Tirei os olhos do computador e Bárbara, que fazia parte da equipe de edição de imagens estava parada diante da minha mesa com um sorriso debochado nos lábios tingidos de um vermelho intenso.

 

Bingo! O tipo de provocação que eu esperava! Baixei a cabeça e voltei a me concentrar no artigo que eu escrevia. Estava decidida a ignorar completamente situações e pessoas como aquela. Só que fingir que ela não existia não pareceu o suficiente pra ela.

 

-- Perdeu a língua? Ah não, você só deve usar no momento certo, não é? – ela continuou. – Me diz uma coisa: o papai também fez o teste com você?

 

Fechei os olhos e apertei o mouse com força. Puxei o máximo de ar que consegui e soltei devagar. Eu não ia cair nessa, não ia cair nessa provocação.

 

-- Não tem nada pra fazer não Bárbara? – Júnior interveio.

 

-- Virou defensor de donzelas agora? Achei que você fosse viado, eu tinha quase certeza. Não vai me dizer que...

 

-- Você não cansa de ser insuportável não é oh coisa horrenda?

 

-- Ficou ofendido querido?

 

-- Deixa ela. – falei baixo o suficiente para que somente Júnior ouvisse.

 

Bárbara sai gargalhando alto, como se tivesse ouvido a melhor piada do ano. Qual o prazer que as pessoas sentiam em fazer isso com as outras? Sim, eu e Adele estamos juntas, e o que eles têm haver com isso? Que ódio!

 

Não seria nada fácil me passar por surda e muda naquele lugar. Pelo pouco que conhecia de Bárbara já sabia que ela não pararia por ali, ela não ia perder uma única oportunidade de me azucrinar. Ela tinha fama de ser insuportável e agora ela me apresentava esse lado dela.

 

Até então eu havia passado despercebida, mas agora os holofotes caiam sobre mim, me revelando para quem quisesse ver. Uma das coisas que eu mais odiava, ser o centro das atenções.

 

-- Obrigada. – disse ao Júnior.

 

-- Obrigada nada mona, tudo tem o seu preço. – balançou as sobrancelhas enquanto sorria – Também quero ser convidado na próxima festa. VIP, viu?

 

-- Irei providenciar. Mas sério, obrigada.

 

-- Amigos são pra essas coisas. E não ligue tanto, logo passa, e mesmo que demore, eu estou aqui com você. – disse me estendendo a mão de dedos longos.

 

-- Você não existe.

 

Eu sabia que Júnior já tinha até mestrado com situações desse tipo. Ele passava uma barra com o pai que não o aceitava e tratava o filho como um ser inferior. Ele sabia se defender e sempre se saiu muito bem. Pelo tempo que estou aqui, essa é a primeira vez que ouço alguém falar de sua orientação sexual.

 

Bárbara não foi a primeira e nem a última a fazer comentários maldosos e me lançar algumas indiretas naquela manhã. A maioria daquele povo ali era bem cabeça fechada, e quando não julgavam a minha suposta relação com Adele, julgavam algo sobre o meu cargo, como se eu fosse favorecida por tal.

 

A manhã foi árdua e enfadonha pra mim, menos para a grande parte de meus colegas de trabalho que se divertiam às minhas custas. Parei de ouvir tudo depois que um cara me veio com uma frase bem chula a respeito da Adele, do tipo: “Uma gostosa daquela nem parece sapatão. Mas se ficasse com o papai aqui ia me implorar pra casar!”. Um comentário tosco, machista e que me deixou com raiva. Era de dar náuseas.

 

Quando era comigo, eu conseguia relevar, ficava de boa, mas tudo é diferente quando mexem com alguém que a gente gosta. Tudo muda! E eu, que era a molenga, sempre temerosa e sensível sentia uma fera dentro de mim prestes a explodir de raiva e indignação.

 

Não via à hora de o dia acabar e sair dali. Tinha esperança de que no outro dia teriam se esquecido de mim, ou que a notícia do jogador lesionado passasse a ser muito mais interessante do que a minha vida. Porém, ainda faltava meio expediente para tolerar.

 

Passei a manhã segurando a vontade de fazer xixi. Não queria levantar e dar a oportunidade de alguém se aproximar pra falar comigo. Mas já era hora do almoço, Adele estava no estacionamento me esperando e eu precisava desesperadamente ir ao banheiro. Vi uma oportunidade de correr para o banheiro quando olhei em volta e grande parte da redação já havia ido almoçar.

 

Levantei em um salto e caminhei desengonçadamente tentando pressionar uma perna na outra a fim de diminuir a intensa vontade. Ai! Só mais um pouquinho. Segura só mais um pouquinho que já ta chegando!

 

Se tivesse alguém do outro lado da porta eu teria derrubado, porque entrei feito um furacão. Existe sensação tão gostosa quanto a de sentar no sanitário e sentir a sua bexiga esvaziando? Ah que alívio! Isso era tão bom.

 

Sai do banheiro do mesmo jeito que entrei, feito um furacão. Tava me sentindo culpada por deixar a loira me esperando dentro do carro.

 

-- Senhorita d’Ávila?

 

Estanquei no meio do corredor e olhei para trás, necessariamente na direção da voz. Era Edson. Junto com a figura que surgiu a minha frente veio o mesmo enjôo que eu tinha sentido na noite da festa.

 

-- Sim?

 

-- Está tudo bem?

 

-- Está. Precisa de alguma coisa?

 

-- Não. Só queria saber se você está bem. Alguns comentários chegaram aos meus ouvidos e eu fiquei preocupado.

 

-- Ah. Está tudo bem.

 

-- Que bom. Ah, pensando bem, vou precisar da sua ajuda em uma coisa. Pode passar na minha sala no final do expediente?

 

-- Final do expediente?

 

-- Sim, será rápido, não irei lhe atrasar. Só quero que leia algo que estou finalizando.

 

Fiquei inerte e sem saber o que falar. Por nada nesse mundo eu queria ficar perto daquele cara, ainda mais depois do expediente. Mas como eu diria a ele que não ficaria, sendo que ele é o meu chefe imediato? Tinha como negar ao pedido dele?

 

Ele me olhava em expectativa e eu sentia a náusea, se intensificando. Agora eu entendia bem quando diziam “Olhar pra tua cara me dá nojo”. Não sei se era a mesma equivalência, mas eu não estava aguentando ficar perto dele.

 

-- Eu...

 

-- Bia?

 

O coração veio na boca quando ouvi aquela voz. As pernas ficaram bambas e as mãos instantaneamente gélidas. Girei o corpo e dei de cara com Adele, que não olhava pra mim, e sim diretamente para Edson. O cara também sustentava o olhar, e eles pareciam brigar naquele contato invisível.

 

A loira estava séria e diria até que com uma expressão dura. Os braços estavam colados ao corpo, mas as mãos se fechavam com força, o que era evidenciado pelos pontos amarelados nos nós de seus dedos.

 

-- Tubo bem aqui?

 

-- Oi Adele. – ele a cumprimentou - Tudo bem?

 

-- Sim. Tudo bem. – se um olhar matasse eu acho que Edson cairia durinho nesse momento - Vamos? – agora ela se dirigia a mim.

 

Não ousei fazer outra coisa a não ser caminhar e parar ao lado da minha garota. Dava pra sentir uma tensão no ar, uma coisa pesada. Estranhei o modo como eles se trataram já que na festa os dois pareciam bem cordiais um com o outro. Não parecia nem um pouco com a postura que eles assumiram agora.

 

-- Podemos terminar aquela conversa depois? – Edson falou quando Adele eu demos não mais do que dois passos.

 

-- Ah, claro. Bom almoço.

 

Falei a última parte para deixar claro que era aquilo que eu estava querendo fazer, e que estava saindo nesse segundo para almoçar com a minha loira.

 

Caminhamos até o carro de Adele em silêncio. Nossas mãos se tocavam vez ou outra, mas nem mesmo nos olhávamos. Quando chegamos ao carro ela pareceu ficar mais normal e abriu a porta gentilmente como sempre.

 

Já dentro do carro, com uma mão delicadamente instalada em meu rosto ela me puxou para um beijo. Daquele tipo de beijo suave, mas que tem aquele poder de te deixar fora de órbita, onde parece que tudo se encaixa.

 

Agora era a minha Adele!

 

-- Oi princesa. – ela diz com aquela voz que me acaricia como uma pluma.

 

-- Oi baby.

 

-- Eu estava com saudades de você.

 

Adele cheira o meu pescoço enquanto menciona o tamanho da sua saudade de mim e eu sinto até o último fio de cabelo arrepiar. Ah corpo, se controla! Não precisa deixar tão evidente assim o quanto você gosta dela!

 

-- Também estava com saudades de você baby, nem parece que nos vimos ontem.

 

-- Parece que faz uma eternidade. – ela diz voltando a cheirar meu pescoço, agora também beijando.

 

Seguro o seu rosto e mato devidamente a saudade que eu estava sentindo daqueles lábios macios. Eu tinha a impressão de que cada vez que beijava Adele os lábios dela tinham um sabor diferente, e agora eu sentia um gostinho e a refrescância de menta.

 

-- Está tudo bem? Meu pai me contou sobre a foto...

 

-- Ah, está tudo como eu imaginei. Fofocas, piadas, indiretas...mas nada que me atinja de verdade. Estou conseguindo me sair bem.

 

-- Tem certeza? Eu posso falar com o meu pai.

 

-- Não baby, não faça isso. Se o seu pai se meter, isso só vai dar mais motivos para eles. E ai sim, estarão certos de que eu sou privilegiada pelo que nós duas temos. Deixa assim, eles vão esquecer e me deixar de lado.

 

-- Mas isso não é verdade. Nossa relação não tem nada haver com isso.

 

-- Eu sei, você sabe, mas eles  não fazem questão nenhuma de saber. O mundo tá repleto de gente assim, que julga sem saber. Que adora criar historinhas e se apegar a boatos. Não faça nada, tá bom?

 

-- Tudo bem. – ligou o carro saindo do estacionamento – O que o Edson queria com você?

 

-- Ele pediu pra eu dar uma olhada em um material, depois do expediente.

 

-- Depois do expediente? Por que não no horário normal? Você tem aula, e as coisas não são do jeito que ele quer não.

 

Seu tom de voz começava a se alterar.

 

-- Você tem algo contra o Edson?

 

-- Eu não gosto dele. Nem o meu pai gosta, mas a gente tenta respeitar ele já que é um amigo ou coisa assim do sócio da revista. Não gosto dele perto de você...

 

-- Ele é meu chefe, não tem como ficar longe.

 

-- Eu sei – Adele solta ruidosamente o ar e me olha – Só toma cuidado com ele tá?

 

-- Não se preocupe. Onde vamos almoçar hoje? – pergunto na tentativa de mudar o foco.

 

-- Hoje é a minha vez de escolher?

 

-- É sim, eu escolhi na sexta.

 

-- Quer comida japonesa?

 

-- Não precisa perguntar duas vezes, eu quero!

 

No curto trajeto para o restaurante Adele voltou a ser a inglesa sorridente e aquela nuvem que pairava sobre nós foi embora. Almoçamos em um restaurante japonês pertinho da revista.

 

Adele tinha a mania de sempre fechar os olhinhos ao levar a primeira porção da comida à boca, e eu achava isso a coisa mais linda. Já ela, nem percebia que fazia e que eu olhava. Ainda me pego pensando e avaliando se tem algo naquela mulher que eu não goste, que não me agrade, que não me encante, que não seja fofo e que não me faça apaixonar por ela sempre mais um pouquinho.

 

Vou continuar procurando, porque ainda não encontrei NADA.

 

Todo mundo diz que a perfeição não existe, e talvez não exista mesmo, mas aquela inglesa metida à brasileira era o meu raro exemplar de perfeição. Parece que tudo nela foi feito na medida certa pra mim, única e exclusivamente pra mim.

 

-- Bia não me olha assim, você me deixa constrangida.

 

-- Me deixa admirar você!

 

Ela balança a cabeça em sentido negativo e sorri enquanto coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha. Nem havia mesmo uma mecha solta, mas ela fazia isso quando estava nervosa. A cada dia eu aprendo um pouco mais sobre ela, já sei ler alguns sinais e interpretar alguns olhares. Ela não era difícil, e tudo o que eu descubro só me faz ficar mais encantada ainda por ela.

 

-- Você realmente me deixa constrangida quando me encara assim. Não sei o que tanto olha.

 

-- A sua beleza, oras.

 

-- Certo Don Juan de saias.

 

-- Você que me conquistou, então eu não sou o Don Juan dessa relação, e sim você. Eu estava quietinha na minha e você veio e me tascou um beijo, depois tentou roubar outro, ai aparece na minha casa se declarando e logo depois me pede uma chance e me faz derreter que nem o Olaf do Frozen perto da lareira.

 

Adele gargalha a ponto de ficar vermelhinha e se aproxima de mim para dar um beijinho em meus lábios. As pessoas nas mesas vizinhas olhavam, mas não nos importávamos nem um pouco. Eles que cuidassem da vida deles.

 

-- Eu gosto do seu bom humor. – diz com um sorriso.

 

-- E eu gosto de você.

 

Nesse momento eu fico séria, sentindo meu coração palpitar, mas não era de excitação, era por constatação. Eu estava louca, louquinha por aquela mulher.

 

-- Eu te quero tanto Adele. – confessei em voz alta o que meu eu gritava.

 

-- Ah Bia, eu também te quero minha princesa, muito. Tanto que você não pode nem imaginar.

 

-- Se for um tiquinho assim - fiz um gesto com os dedos – eu já fico muito feliz.

 

-- Você não vai conseguir medir o tanto que eu te gosto com esses seus dedinhos, é muito mais que isso princesa, é um tantão!

 

Senti vertigens ao olhar dentro daquele mar azul e enxergar dentro deles tudo o que ela dizia. A janela do coração, eles dizem. Aqueles azuis eram as janelas, as portas, a saída de emergência, era tudo! E como eu adorava ver aquele brilho dentro deles.

 

-- Podemos ir embora?

 

-- Vamos. Vou pagar a conta e já volto.

 

Adele levantou e caminhou com aquela postura ereta a altiva dela até o caixa. Ela nunca esperava a pessoa que estava nos atendendo ir até a nossa mesa para fechar a conta e em seguida nos trazer a comanda, ela mesma ia até o caixa e fazia isso.

 

Eu sempre percebia alguns pescoços tortos na direção da minha garota, e eu não culpava ninguém por isso, não dava pra ver aquela mulher passar e simplesmente virar o rosto e a deixar passar, sem acompanhar cada passo nem que seja um pouquinho. Mas sabe o que me deixava feliz? Ela estava comigo!

 

Ah Ana Beatriz, você tem uma sorte!

 

Nunca aconteceu comigo e não sei se era possível cair de amores tão rapidamente por uma pessoa. Ah meu Deus! Olha aquele sorriso! A loira me sorria e eu abanava a mão feito uma retardada.

 

Alguém pode me dizer como foi possível olhar pra ela e não me apaixonar a primeira vista? Era melhor parar de me perguntar isso e ter a certeza de que eu me apaixonaria sempre a cada vista, fosse ela a segunda, a terceira, a quarta...Ah Adele o que você fez comigo?

 

-- Já podemos ir. – ela disse parando ao meu lado.

 

Levantei da cadeira e me juntei a ela, passando meu braço por sua cintura. Ela deu aquela suspirada satisfeita e passou o braço por minhas costas me abraçando de lado. Sua mão pousou exatamente no meu braço, o mesmo que Diego havia apertado, e onde agora havia uma dolorosa e vermelha marca.

 

Retesei-me involuntariamente ao sentir uma dor fina irradiar por toda a extensão de meu braço. Imediatamente e com um tom preocupado ela me perguntou o que houve, mas eu disfarcei e mostrei qualquer outra coisa a nossa frente que a fizesse tirar o foco da pergunta. O que funcionou.

 

Em nenhum momento passou por minha cabeça contar o que ocorreu com o meu irmão a ela. De uma maneira meio estranha, em me sentia envergonhada ao me imaginar contando pra alguém o que Diego me fizera, ao imaginar contar o tom de ameaça que ele usou o tempo todo. E pra falar a verdade eu não levava a sério às palavras dele, já que tinha sido mais um episódio em que ele estava embriagado.

 

Era melhor esquecer aquilo, isso sim!

 

No estacionamento, dentro do carro, Adele e eu namoramos por alguns minutos. Em pouco tempo eu descobri o ponto fraco dela, sabia que sugar seus lábios e passar a pontinha da língua sobre eles a deixava inquieta, e eu adorava provoca-la só pra ouvir aqueles suspiros pesarosos. Adorava mais ainda quando ela queria me castigar por deixa-la na vontade.

 

Era sempre a mesma coisa, quando eu estava com ela as horas voavam, e quando estávamos longe uma da outra as horas se arrastavam. Logo tivemos que nos despedir e seguimos cada uma para nossas tarefas.

 

Bastou entrar na redação que aquele burburinho chato começou. Liguei o meu foda-se e ignorei. Enquanto eles perdiam tempo em falar e especular a minha vida eu usaria esse tempo para o tal artigo que tinha como prêmio o carro. Além disso, eu tinha algumas coisas da faculdade para colocar em dia.

 

Para minha sorte, ou talvez azar, o restante do expediente passou rapidamente chegando ao fim mais um dia de trabalho. Estava na minha mesa, que ficava quase de frente para a sala do meu chefe. A porta da sala estava aberta, mas não conseguia vê-lo lá dentro. Na minha cabeça martelava a pergunta “Vou, ou não vou?”. Minha razão pedia pra ir, mas minhas pernas pediam pra ficar.

 

-- Senhoria d’Ávila? – era ele.

 

Puxei o ar e levantei.

 

-- Sim? – falei parada junto a porta, sem entrar.

 

-- Eu tenho um compromisso daqui a pouco, tenho que sair em menos de 5 minutos – disse olhando o relógio em seu pulso – Se importa se eu te mostrar o material em outro momento?

 

-- Não, claro que não.

 

Quase suspirei de alívio.

 

-- Ótimo. – ele pegava a carteira, chaves e celular em cima de mesa enquanto falava comigo – Ah, fale com a Andreia amanha, ela esta responsável por fazer as reservas do hotel e precisa confirmar alguns dados com você.

 

-- Pode deixar.

 

-- E não desista da viagem, irá se arrepender se perder essa oportunidade.

 

-- Não vou desistir. Amanhã mesmo falo com Andreia. O resto está tudo resolvido.

 

-- Perfeito! Até amanhã.

 

O cara saiu e me deixou parada no mesmo lugar. Levei a mão à cabeça dando um pequeno tapa em minha testa. Putz, a viagem! Sabia que tinha me esquecido de alguma coisa. Estava tão absorta naquele turbilhão de novos sentimentos que acabei esquecendo completamente da viagem. Aconteceria daqui a duas semanas. Eu tinha que falar sobre essa viagem com Adele ainda. Será que ela ficaria chateada por eu não ter falado nada e agora dizer em cima da hora?

 

Saquei o celular do bolso e mandei uma mensagem para a loira perguntando se ela poderia me encontrar no final de minhas aulas lá na faculdade mesmo, eu tinha que conversar com ela o quanto antes.

 

 

 

Continua...

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Oi meninas! Cheguei com mais um capítulo pra vocês. Espero que gostem. E eu não esqueci de mostrar a vocês a imagem de como eu imagino Ana Beatriz e Adele, vou montar uma capa legalzinha e coloco aqui pra vocês.

Beijos e até o próximo.


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 19 - Capítulo 19:
Mis
Mis

Em: 25/09/2018

Essas duas são umas fofas

Não gosto desse chefe dela, parece que quer dar trabalho. Esse irmão da Bia tb ninguém merece.

 


Resposta do autor:

São tão fofinhas que dá até vontade de agarrar! 

Esse chefe ai, é um nojento, verás! Um irmão desse a gente despensa, não é bom nem de graça.

Beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web