Capítulo 69
Já era noite quando Samantha entrou em sua casa, havia passado o resto do dia na casa dos pais, não por decisão sua, e sim, por insistência ordenada de sua mãe. A morena não parou de pensar em sua noiva, e após contar todo o acontecido à Regina e ouvi-la, acatou o pedido dela para ficar até estar completamente calma e com os pensamentos organizados. No entanto, os pensamentos da médica eram tomados pela preocupação com sua amada e a ansiedade de estar com ela e resolver toda aquela confusão. Tal preocupação só não era maior, porque ficara ligando para Cida a todo momento para saber de Amanda, a mulher amiga estava a mantendo informada e até aquela hora ainda estava ali zelando por Amanda e, prometera ir embora apenas quando ela chegasse.
-- Que bom que chegou querida. -- Cida disse ao vê-la ali.
-- Aconteceu alguma coisa? -- Samantha questionou olhando em direção ao quarto onde Amanda havia ficado da última vez que a viu.
-- Não meu bem, me refiro ao fato de estar de volta ao seu lar. -- A mulher lhe sorriu sincera. -- E você como está? -- Cida indagou ainda de pé à frente de Samantha.
A morena suspirou e sentou-se no sofá. -- Mais calma, bem mesmo vou ficar quando esse clima ruim passar. -- Advertiu.
-- Vai passar. -- Cida disse indo até ela e lhe acariciando levemente um dos ombros em apoio e carinho.
-- Ela ainda está no quarto? -- Samantha a olhou em pergunta.
-- Está no quarto da Agatha. -- Cida disse calma. -- Ela teve o tempo que precisava para pensar, e agora sim ela também está pronta para te ouvir. -- Cida proferiu sincera. -- Perguntou por você algumas vezes. -- Avisou e viu a morena a olhar em um sorriso esperançoso e feliz. -- Sim querida, ela estava triste e com raiva, mas também estava aflita por você, porque sabia que estava sendo doloroso para ambas. -- Explicou. -- Ela te ama. -- Afirmou.
-- Eu sei, Cida, também a amo tanto. -- Samantha alegou cheia daquele sentimento verdadeiro.
-- Conversei com ela, tentei fazê-la compreender os seus motivos pela omissão, o que não devia ter acontecido. -- Cida advertiu.
-- Eu sei, Cida. -- Samantha lembrou.
-- Vai lá, meu bem, vocês precisam uma da outra. -- Cida avisou em incentivo.
-- Obrigada, Cida. -- Samantha agradeceu por tudo enquanto levantava decidida seguindo para aonde sua amada noiva e logo esposa estava.
-- Diga para Agatha que eu a chamo aqui.
-- Tá.
Cida ouviu e sorriu a observando correr escada a cima.
A porta do quarto estava entreaberta e, assim que, se aproximou Samantha ouviu as risadas de seus amores, fora imediatamente contagiada pelo mesmo e espontânea ela sorriu e entrou as vendo na cama enquanto assistiam algo no tablet da criança.
-- Mãeee. -- Agatha foi a primeira a vê-la e logo desceu da cama indo de encontro a médica, esta, levantou a filha no colo mediante a um abraço apertado, lógico que também estava com saudade de sua pequena, então naquele instante se permitiu ao carinho e amor de mãe e filha.
-- Por que demorou? Cida falou que a senhora tava na casa da vovó. O que tava fazendo lá? Por que não me levou e nem a Amanda? -- Agatha proferiu várias perguntas em um curto espaço de tempo. Samantha apenas sorriu a olhando ainda em seu colo. -- Ô mãe? -- Agatha proferiu em tom de segredo. -- A Amanda tava chorando, ela disse que não, mas eu vi. -- Afirmou.
Samantha suspirou sentida e buscou por Amanda, esta, a olhava de forma serena, porém séria, aquilo lhe deixou ainda mais machucada.
-- A mamãe estava ocupada, mas prometo que depois nós vamos nos três na casa da vovó, está bem? -- Samantha avisou a pondo no chão em seguida se ajoelhou diante dela. -- Agora será que pode deixar Amanda e a mamãe a sós? -- Perguntou lhe fazendo um carinho no rosto.
-- Por quê?
-- Porque preciso conversar com ela um assunto de gente grande. -- Samantha sorriu deixando seu dedo indicador tocar a ponta do nariz de sua filha que, riu. -- Pra ela não chorar mais. -- Completou em confissão. -- Fica lá com a Cida na sala, depois você volta.
-- Tá bom. -- A menina concordou. -- Nunca posso ver mesmo. -- Resmungou.
-- Leva seu tablet, meu amor. -- Amanda avisou em um sorriso. -- Depois continuamos assistindo. -- Beijou a testa dela. Agatha pegou o aparelho e saiu as deixando sozinhas.
Samantha fechou a porta do quarto e em seguida buscou sua noiva. De longe elas se olharam em silêncio, querendo dizer tantas coisas uma a outra e ao mesmo tempo nada saia. Depois daquele transe emocional, Samantha caminhou até a cama ficando ali em pé, ainda receosa de como agir e o que falar.
-- Oi. -- A morena disse, achando aquilo ridículo logo em seguida, estava um tanto insegura. Então, mais decidida sentou na cama, Amanda estava recostada na cabeceira a observando como o mesmo amor e ternura de sempre no olhar, aquilo lhe encheu o coração de alívio. Claro os olhos cor de mel ainda estavam em leve tristeza, causada por um erro seu, o que estava a maltratando por dentro também. Desviou o olhar em culpa precisava tirar aquela dor dos olhos da mulher que tanto amava.
Amanda a encarava com todo amor que tinha por ela, estava tão aliviada por tê-la ali a seus olhos e ao menos fisicamente bem, contudo, ainda sentia chateação pelo motivo que as fizeram discutir mais cedo. Desejava tanto se entender com sua morena, superar aquele deslize de Samantha e esquecer aquele dia de tristeza e raiva.
Samantha viu que a mão de Amanda estava sobre a cama. Sorriu lembrando do primeiro beijo delas, foi exatamente ali, pôs a sua sobre a cama e lentamente a levou até a dela, lhe tocando as pontas dos dedos em timidez.
Amanda por sua vez, ao vê-la mover a mão a acompanhou e logo vendo o destino, sentindo o discreto toque de Samantha, sorriu espontaneamente lembrando que fora exatamente ali o primeiro beijo de tantos... Moveu sua mão a pondo sobre a de Samantha, em consentimento do toque e em um carinho.
Samantha a olhou nos olhos e sorriu, sentiu uma sensação tão boa que, invadia e percorria todo o seu corpo.
-- Lembrou de algo? -- Samantha indagou deixando seus dedos entrelaçar os de sua noiva, sorriu sem desviar o olhar dela.
-- Jamais vou esquecer. -- Amanda afirmou deixando os lábios desenharam seu mais belo sorriso. -- Ela sempre é quente, macia... -- Observou olhando as mãos juntas em seguida a olhou nos olhos.
Samantha não estava mais aguentando tê-la somente naquele contato, sua vontade de beijá-la era enorme. E só de pensar em sentir o sabor da boca da outra tocando a sua, todo seu corpo reagia como se tivesse em contato com uma descarga elétrica. Sentou-se mais perto dela e levou sua mão livre ao rosto de Amanda que, imediatamente pousou a sua sobre a de Samantha e de olhos fechados aproveitou o toque que lhe acalentava. A médica sorriu deixando-a guiar sua mão naquele carinho amoroso, enquanto apreciava a quentura saborosa dele. Desceu seus olhos para a boca de Amanda, sabia o quanto ela lhe atraia o quanto era saborosa, e queria desfrutar daquela sensação ali, naquele momento. Movida por este desejo quebrou aquela pequena distância entre elas e colou sua boca a de sua noiva que, imediatamente deixou sua mão pousar na nuca da morena. A princípio elas ficaram somente no contato apertado dos lábios, após este, se afastaram milímetros e em súplica vontade voltaram ao contato das bocas, dessa vez em um bailado cheio de saudade e amor e, em lentidão intensa e prazerosa elas saborearam o beijo.
-- Me perdoa. -- Samantha pediu ao separarem ofegantes, ainda deixando os rostos colados um no outro. -- Eu não queria te magoar. -- Afirmou deixando seus lábios depositaram um singelo beijo na testa de sua noiva, ambas ainda de olhos fechados.
-- Mas magoou. -- Amanda advertiu buscando os olhos da morena. -- Não deveria ter escondido a verdade de mim. -- Advertiu se afastando de Samantha, ficar tão perto dela a deixava desestabilizada fisicamente e emocionalmente e elas precisavam conversar.
A médica notou facilmente a resistência de sua noiva, mas não a culpava, portanto não insistiu no contato dos corpos delas. Amanda encarava o outro canto do quarto, fitava o vazio em meio ao silêncio entre elas, suspirou decidindo ser sincera naquele momento, um tanto tarde, mas precisava contar exatamente o que havia acontecido até ali.
-- Começarei do começo. -- Samantha proferiu sem desviar o olhar dela e após notar que ela não a olharia, mas esperava que continuasse, continuou e contou todas as tentativas de investidas da estagiária, sem esconder absolutamente nada, acrescentou também a demissão da jovem do hospital. Amanda ouviu a tudo sem proferir nenhuma palavra, apenas vez e outra encarava a morena, porém, ainda assim, em completo silêncio, o que afligia a médica, que, pela primeira vez não conseguia lê a expressão de Amanda, não conseguia imaginar o que ela estava pensando, ou sequer ver nada além da tristeza e decepção clara nos olhos cor de mel da mulher que tanto amava.
-- Eu sei que devia ter dito tudo isso antes, mas de verdade, eu pensei que só te chatearia, que te deixaria insegura de alguma forma. -- Samantha confessou e assim obteve os olhos de Amanda fixos nos seus. -- Mas eu errei, deveria ter sido sincera, teria evitado tudo que aconteceu, teria evitado seu sofrimento, o meu e a confiança que sentia em mim. -- Explicava sem pausas, as palavras saiam quase que desesperadas. -- Não queria te magoar, não mesmo, porém foi o que estupidamente causei. -- Samantha compreendeu, já tinha os olhos cheio de lágrimas, não era de chorar com facilidade, contudo, tudo estava a consumindo de uma forma dolorosa, então as lágrimas caíram, precisava aliviar toda a sua angústia acumulada desde aquela manhã. -- Me perdoa! -- Pediu em voz embargada.
Ao ver o rosto de sua morena banhado em lágrimas, Amanda a puxou para seu colo em amor e aconchego. Samantha a abraçou com ambas as mãos deixando sua cabeça encostar no peito dela, o choro era intenso, porém silêncio. Amanda nunca havia presenciando nenhum momento como aquele, apresentado por sua namorada, e talvez por isso sentiu-se um pouco assustada e culpada pelo choro sofrido da mulher em seu colo, lhe beijou os cabelos em intenso amor e cuidados, enquanto acariciava os mesmo a deixando esvaziar através do choro toda culpa e angústia amontoada, sabia que era necessário. E ali, a tendo em seus braços não pode deixar de notar o quão bom era tê-la novamente perto de seu toque, poder sentir o cheiro dela, o corpo, a maciez dos cabelos negros, embora que, através de um motivo ruim, Samantha demonstrava o quão entregue estava a ela e ao amor que sentia, sorriu sentido e sabendo que aquilo era recíproco, amava tanto aquela morena, cada detalhe do corpo, do olhar, do sorriso, dos gestos, das imperfeições perfeitas a seus olhos...
Depois de um tempo ali nos braços de sua noiva, Samantha respirou aliviada, o choro havia sessado e, com ele, toda a agonia que a estava sufocando.
-- Melhor? -- Amanda perguntou após a morena sair de seu colo e a olhar. Samantha afirmou que sim com a cabeça e Amanda sorriu passando delicadamente os dedos pelo rosto dela, tanto em carinho quanto para enxugar o restante das lágrimas ali.
-- Você me perdoa? -- A médica queria saber, pegou a mão de Amanda e a apertou em um carinho.
-- Ainda tem dúvidas? -- Amanda indagou serena.
-- Não, mas quero ouvir de você. -- Samantha alegou. -- Eu sei que errei feio dessa vez. -- Lembrou.
-- Sim, você errou e isso me magoou muito. -- Amanda advertiu de forma calma. -- Quando você entrou aqui, eu ainda estava com raiva de você, ainda estava muito chateada contigo. -- Amanda confessou a olhando nos olhos, e Samantha a ouviu da mesma forma. -- Mas ao te ouvir, sendo sincera, coisa que devia ter sido lá atrás. -- Lembrou. -- Foi me fazendo perceber que embora do jeito errado, você teve seus motivos e não era tão infundados, eu ia ficar chateada, com raiva e eu ia ficar com ciúmes sim, mas tudo, tudo mesmo seria mais fácil, mais justo para mim se eu tivesse escutado a verdade da sua boca, da pessoa que amo. -- Esclareceu de forma sincera. -- Não faça mais isso, Sam, não esconda nada de mim, por mais que ache que vou sofrer ou que vou ficar com raiva ou algo do tipo, eu prefiro a verdade e se for o caso, quero ela vinda de você, sempre. -- Afirmou.
-- Não farei, prometo. -- Samantha disse com toda verdade que conseguia. -- Eu te amo tanto. -- Declarou tocando o rosto de Amanda, sorriu feliz. -- Ainda quero ouvir. -- Advertiu.
-- Está perdoada, meu amor. -- A advogada alegou em um sorriso apaixonado, em seu coração e em seu pensamento não havia mais mágoa alguma, tudo que queria era ser feliz, amada e isso ela só era completamente, quando estava bem com a mulher a sua frente, aquela que amava sem reservas.
Samantha sorriu e a abraçou grata e amorosa. -- Te amo. -- Disse encostando sua testa na dela.
-- Também amo você. -- Amanda sorriu deixando seus lábios encostarem nos da morena que, os captura em um beijo onde o único sentimento agora era o amor que se sobressaía a qualquer outro, elas se amavam grandemente e aquilo era a base forte para enfrentarem tudo, juntas.
* * *
-- Hi baby! -- Lauren disse sentando ao lado de Caroline ao balcão do bar. A loira a recepcionou com um sorriso. -- Muito atrasada? -- Indagou.
-- Dez minutos. -- Caroline advertiu.
-- Rigorosa você. -- Lauren achou e elas riram.
Após mais um atípico encontro delas na manhã daquele dia a fotógrafa não parara de pensar na conversa civilizada delas, assim como, no inesperado pedido de Caroline para que ligasse para ela. Passou o dia planejando o momento certo para fazer aquela ligação e a convidar para um encontro interessante, no entanto, após tanto adiar por achar tudo tão chato e óbvio, já passava das oito horas da noite quando, finalmente, decidida, resolveu ligar e a convidar para tomar algo.
-- O que bebe? -- Lauren questionou olhando o copo da mulher a seu lado.
-- Um coquetel de frutas. -- Avisou.
-- De novo aquele papo de vou dirigir e não bebo!? -- A outra questionou em meia afirmação e Caroline sorriu.
-- Está mais para, amanhã acordo cedo, então nada de ressaca. -- Caroline avisou sincera, e sorriu.
-- Ok. -- Lauren disse chamando o barman. -- Vou querer o mesmo que ela. -- Pediu.
-- Também não quer ressaca? -- Caroline indagou a olhando curiosa.
-- Na verdade não quero ficar bêbada sozinha. -- Falou na maior cara de pau o que fez a loira gargalhar em reação. -- Qual seria a graça né mesmo? -- Completou rindo.
-- Verdade. -- A loira concordou. -- Eu não estava mesmo nem um pouco na vontade de carregar ninguém bêbada hoje. -- Informou, mas no fundo era brincadeira, pensava a olhando fixamente.
-- Obrigada. -- Lauren agradeceu ao rapaz que lhe entregou a bebida e, assim, as interrompendo. -- Sendo assim, ficarei com as frutas mesmo. -- Avisou e deu um gole na bebida.
-- Gostei do lugar. -- Caroline Confessou, havia sido sugestão da outra.
-- É legal, tem um ar meio punk e ao mesmo tempo calmo e romântico. -- Descreveu em gestos e sorrisos.
-- Vem sempre aqui?
-- Sempre que preciso pensar e me concentrar de uma forma desconcentrada. Entendeu? -- Sorria.
-- Não. -- Caroline riu franca.
-- Tipo mudar de ambiente, tentar se concentrar pra poder achar uma resposta de algo, pensar no óbvio que não se ver em determinados momentos, mas em um ambiente diferente do habitual, um lugar calmo e descontraído, tipo esse. -- Lauren explicou de forma divertida e entendedora daquilo.
-- Entendi. -- A loira falou de fato entendendo-a, em seguida olhou sua bebida e tomou o restante, pedindo mais uma logo em seguida.
-- Você é bem reservada assim sempre? -- Lauren questionou notando que Caroline não era muito de expor suas opiniões, pelo menos não com ela.
-- De modo geral, sim. Poucas são as pessoas com quem eu fico à vontade para falar o que penso. -- Ela respondeu e a olhou.
-- Eu não sou uma delas. -- Lauren riu.
-- A princípio não, mas observando a gente agora, em comparação ao nosso primeiro encontro, pode-se dizer que estamos progredindo bem. -- Caroline observou e ambas riram em lembranças.
-- Confesso que fiquei bem surpresa quando você disse para ligar. -- A mulher de cabelos meticulosamente desalinhados sorriu. -- Quero dizer, você me deixava confusa, uma hora me olhava e agia de forma calma e educada, mas em outra parecia irritada e birrenta, parecia travar uma luta imaginária de personalidade, sei lá. Eu não sabia como agir, e acabava devolvendo na mesma moeda -- Lauren declarou o que achava.
Caroline desviou o olhar para seu copo, bebeu um gole de forma calma, a mulher a seu lado parecia lê-la. De fato nos primeiros encontros ela travava uma luta contra seus reais sentimentos e desejos e sua antipatia forçada por uma Lauren que idealizava que a outra fosse.
-- Você é boa em observação. -- Caroline advertiu buscando o rosto dela que, lhe recebeu com um sorriso, ela sempre sorria, Caroline notou.
-- É, eu tenho meus dons. -- Alegou.
-- Naquele dia, na loja de conveniência. -- Caroline disse querendo sanar uma curiosidade. -- Eu tentei ser educada, mas você não aceitou. Por quê? -- Indagou mantendo os olhos fixos nos de Lauren, esta, foi quem desviou o olhar em timidez e culpa. -- Pelo que eu entendi, você disse que agia de acordo como eu te tratava, mas nesse dia você quem agiu irritada e com raiva por uma batidinha de nada que foi sem querer. -- A loira exemplificou realmente sem entender a reação dela naquele dia.
-- É que naquele dia eu agi como idiota mesmo. -- Confidenciou e dessa vez seu sorriso foi de arrependimento. -- Me desculpe. -- Pediu. -- Eu estava distraia e você também, então, foi mal. -- Lembrou. -- Mas a batida doeu mesmo. -- Afirmou. -- Eu tinha acabado de sair de uma sessão de 2 horas no tatuador e você me acertou no mesmo lugar em cheio aquele dia. -- Explicou.
-- Você tem uma tatuagem? -- Caroline indagou espontaneamente olhando para a barriga dela, mas claro, não viu nada. Lauren estava completamente coberta, notou que ela trajava botas, uma calça jeans azul, regata marrom folgada e jaqueta de couro preta, não pode deixar de apreciar o belo corpo dela, desenhado por calças sempre coladas, deixando as pernas torneadas bem mais apreciativas.
-- Gostou? -- Lauren sorriu vendo ela a olhar de cima a baixo e depois fixar o olhar em sua coxa.
-- Do quê? -- Caroline indagou ainda confusa. -- Ah! -- Riu desviando o olhar para um canto qualquer enquanto sorria entendendo. -- Desculpa por aquele dia, foi sem querer. -- A olhou novamente.
-- Desculpas aceitas, e não se fala mais nisso. -- Lauren avisou.
-- O que tatuou? -- A policial estava deveras curiosa.
-- Curiosa policial? -- Lauren questionou pegando o seu copo, em seguida sorriu a fitando enquanto bebia um pouco da bebida
-- Sim. -- Caroline advertiu também sorrindo.
-- Quando finalizar eu te mostro. -- Lauren assegurou a olhando firme nos olhos, na boca um sorriso sedutor.
-- Irei cobrar. -- Caroline advertiu sem desviar o olhar daquela vez.
-- Então... -- Lauren disse de repente dando, dessa vez, um longo gole em seu coquetel. -- Já que não vamos ficar bêbadas. -- Riu analisando. -- Que tal uma volta? -- Sugeriu.
-- Legal. -- Caroline gostou da ideia.
-- Perfeito. -- Ela sorriu.
* * * *
Amanda estava em um dos sofás de frente a linda vista através da enorme parede de vidro, estava concentrada em um contrato, seu ex-marido lhe enviara apenas para que ficasse ciente do que acontecia na empresa durante sua folga, no entanto, seu instinto advocacional e saudade do trabalho a fizeram embarcar naquela leitura crítica, encontrando alguns detalhes a serem mudados, levou o dedo a uma tecla do computador em suas pernas e abriu outro documento, em seguida arrumou o óculos.
Samantha estava na cama e não muito diferente de sua noiva, estava concentrada em um livro na área de cirurgia ortopédica. Mas em uma distração repentina ela levantou o olhar na direção de Amanda, esta, estava concentrada fitando a tela do computador, após a conversa delas mais cedo, haviam descido e jantando junto com Agatha que, fizera questão em espera-las para comerem. Como sempre foi agradável e descontraído, porém, depois de sozinhas, trocaram poucas palavras até então, sentiu receio ao perceber aquilo. Amanda havia a perdoado e sabia que ela fora sincera, entretanto, notando a distância delas, que chegava a ser literalmente distantes naquele momento, sentiu medo dela ainda estar magoada de alguma forma, suspirou e fechou o livro, não se concentraria mais nele com aqueles pensamentos. Levantou e calmamente foi até ela e lhe beijou o rosto sentando no braço do sofá ao seu lado.
Amanda lhe sorriu em recepção e voltou a olhar a tela, sentiu a mão de Samantha lhe rodear o ombro e pousar ali em um carinho, capturou-a em retribuição do toque, mas seu olhar estava fixo na tela, não podia perder aquela linha de raciocínio, porém não conseguiu mais seguir a leitura tento Samantha ali a distraindo, ergueu os olhos cor de mel para a olhar.
-- Atrapalhei? -- Samantha indagou receosa da resposta.
-- De certa forma sim. -- Amanda afirmou e abriu um sorriso, o que acalmou mais o coração moreno que, ainda assim, sorriu fraco. -- O que foi? -- Amanda notou certa tristeza nela.
Samantha saiu dali e sentou no outro sofá próximo a ela.
-- Estamos estranhas uma com a outra ou sou eu com paranoia? -- Indagou precisa a olhando.
Amanda ficou a encarando por um instante, pensando naquela pergunta, de fato elas haviam conversado pouco após o jantar, mas para ela estava sendo algo normal, já que ambas embarcaram em momentos diferentes, às vezes faziam aquilo, lembrou. Contudo, talvez a médica estivesse estranhando o mesmo fato devido ao ocorrido daquele dia, criando pensamentos que não acontecia em dias "normais" deduziu. Então fechou o computador o deixando de lado, retirou os óculos e calmamente sentou-se no colo de Samantha.
-- Talvez seja as duas coisas. -- Amanda disse deixando suas mãos rodearem o pescoço da ortopedista.
-- Então você está mesmo estranha comigo? -- Indagou.
-- Não, não estou estranha com você e nem você comigo. -- Esclareceu calma lhe acariciando a nuca. -- Eu quis dizer que hoje foi um daqueles dias atípicos, cada uma de nós estava em seu momento, você com seu livro e eu com o computador. Mas... -- Enfatizou essa palavra. -- Como a nossa manhã também foi um dia bastante atípico, te fizeram pensar que esse momento atípico fosse consequência do ocorrido pela manhã. -- Finalizou a sua teoria deixando-a pensativa. -- Tire esses pensamentos ruins dessa cabecinha, já conversamos e estamos bem, não estou estranha com você meu amor, desculpa se te fiz achar isso. -- Amanda falou sincera deixando agora sua mão acaricia o rosto da outra que, sorriu em felicidade ao ouvir aquilo, de fato era exatamente o que Amanda falara. A abraçou sentindo a boca da mulher que logo seria a sua esposa capturar a sua em um beijo entregue de amor, separaram em um sorriso apaixonado.
-- Está lembrada de amanhã? -- Samantha indagou em um sorriso.
-- Em momento algum eu esqueci, meu amor. -- Amanda afirmou em alegria e ansiedade.
Na manhã do dia seguinte seria a segunda transferência de embriões, elas iriam para a segunda tentativa da gravidez e mais decididas e fortes na realização daquele sonho.
-- Como se sente? -- Samantha indagou mexendo nos cabelos próximo ao rosto dela.
-- Eu estou bem, tranquila, um pouco ansiosa. -- Confessou.
-- Vai da tudo certo amor, você está bem. -- Samantha disse realmente o que achava, mas no fundo sentia que algo ainda a incomodava, resolveu esquecer. -- Estarei com você. – Sorriu amorosa.
-- Eu sei que sim. -- Ela sorriu encantada. -- Se não tivéssemos se acertado hoje, como seria amanhã? -- Indagou curiosa.
-- Se você estivesse lá, eu estaria lá. -- Samantha respondeu convicta daquilo, jamais deixaria Amanda sozinha em um momento como aquele, por ambas, ela precisava estar lá.
Amanda sorriu sabendo que era verdade. -- E se eu não fosse, ficaria com raiva de mim?
-- Eu com raiva? Com que direito? -- Samantha devolveu com perguntas. -- Entenderia se não fosse, estaria sem estrutura nenhuma para fazia isso, e eu também seria a primeira a não querer que fosse sem a minha presença ou se não tivesse se sentindo bem, para algo importante como o que vamos fazer amanhã. A gente conversaria e veríamos um outro dia, bom para nós duas e para nosso futuro bebê. -- A morena disse sua sincera opinião sobre o assunto e sorriu em seguida sendo calorosamente beijada por Amanda.
-- Te amo. -- A advogada sorriu a contemplando feliz. – Se você já não fosse minha noiva eu te pediria em casamento. -- Assegurou com ambas as mãos espalmada no rosto moreno.
-- Chegou tarde, já sou noiva e a minha noiva é ciumenta. -- Samantha alegou em um sorriso.
-- Ah é? -- Amanda entrou na brincadeira. -- Deixa eu te dá só um beijinho, ela nem vai saber, prometo. -- Sorriu provocante deixando seu polegar deslizar sobre o lábio inferior de Samantha, esta, apreciava o toque já em estímulo.
-- Sendo assim, eu deixo. -- Samantha afirmou de verdade querendo logo um beijo dela.
-- Sem resistência. -- Observou com um sorriso cafajeste. -- Gostei. -- Disse com a boca a milímetros da dela, mas sem tocá-la.
-- Então beija. -- Samantha queria que o ato partisse dela.
-- Beijo. -- Sussurrou esbarrando sua boca na dela e a beijou avidamente.
A médica retribuiu a puxando para mais próximo de seu corpo, suas mãos já percorriam certas pela pele na costa de Amanda. Esta, desgrudou do beijo e sorriu pegando a blusa da morena a retirando e a jogando de lado, Samantha a seguiu e logo ambas estavam nuas na parte superior, engataram em mais um beijo apaixonado e sedentas pelo prazer, elas se amaram ali mesmo.
* * * *
-- Você já matou alguém? -- Lauren questionou a olhando em expectativa.
Caroline riu, aquela era uma pergunta peculiar, a primeira que lhe faziam ao saber que era policial.
-- Geralmente é a primeira pergunta que me fazem. -- Avisou a olhando. -- Se eu já matei alguém.
-- Ohh. -- Lauren proferiu com leve arrependimento, deveria ter sido uma exceção, ao menos depois de ouvir aquilo, queria, apesar de ainda estar curiosa.
-- Eu me pergunto por que as pessoas não perguntam se eu já salvei alguém? -- Caroline falou de forma branda, era a primeira vez que falava sobre aquilo, abertamente com alguém, antes apenas falava que não e fim de assunto. Buscou os olhos da mulher a seu lado e sorriu leve. -- Afinal somos profissionais para esse intuito não é? Correr para o perigo quando chamado e salvar alguém, manter as pessoas seguras. -- Disse e desviou o olhar para frente. -- Ao menos deveria ser assim, mas existem muitos que não estão nem aí. -- Relatou calma e de forma sincera, conhecia muito bem sua profissão e muitos profissionais corruptos.
-- Entendo. -- Lauren conseguia entender bem aquilo. -- Mas deve ser muito excitante sair por aí pegando os bandidos, mantendo a ordem na cidade, a adrenalina na veia. -- Observou gesticulando as mãos como se elas fosse armas e com isso a loira riu.
-- Adrenalina sim, muito, mas excitante não muito, é perigoso Lauren, sair de casa de manhã, sem saber o que vai acontecer durante o dia, sem saber se volta bem ou ferida, ou se não volta, dá medo. -- Confessou sincera a olhando.
Lauren ficou a observando por alguns instantes, em silêncio, enquanto pensava nas confissões da policial e após refletir sobre elas, sentiu uma leve pontada de medo, não queria que nada de ruim acontecesse com a loira, mas acima de tudo sentiu muita admiração, respeito e também orgulho, não conhecia bem Caroline, nem profissionalmente nem pessoalmente, mas pelo pouco que via nela, sabia que ela era uma mulher incrível, nos dois âmbitos.
-- Você fica bem fardada. -- Afirmou se pondo na frente dela, a fazendo parar. -- Forte, durona, linda... -- Sorriu sincera. -- Se bem que, isso, você é fardada ou não. -- Observou. -- E um tiquinho antipática. -- Riu.
-- Obrigada... eu acho. -- Caroline disse rindo. Elas ficaram naquele contato de olhares, sorriso e silêncio por um momento, cada uma tentando imaginar o que a outra pensava ou queria. O transe delas foi quebrado por um casal que passou correndo e elas tiveram que dar passagem. Se olharam novamente e sorriram.
-- Não! -- Caroline negou a olhando.
-- Não o quê? -- Lauren perguntou sem entender.
Caroline retomou a caminhada e a outra prontamente a acompanhava do lado.
-- Nunca matei ninguém. -- Respondeu e sorriu.
Lauren a acompanhou no gesto, estava verdadeiramente feliz por aquilo.
-- Isso é muito bom. -- Falou. Fazia uns quinze minutos que elas andavam pela orla após os drinks no bar. -- Vamos lá? -- Sugeriu olhando a praia.
Caroline buscou a mesma direção, o local estava parcialmente iluminado e completamente vazio.
-- Vamos. -- Aceitou ser ver problema algum naquilo.
Então elas desceram e sentaram na areia.
-- Que tipo de foto costuma tirar? -- Caroline indagou curiosa.
-- Todos os tipos na maioria da vezes, as pessoas me chamam se eu puder eu vou. -- Avisou. -- Não tenho estúdio ainda, geralmente são fotos abertas ou a pessoa tem que arrumar o lugar, a edição faço tudo em casa mesmo. -- Explicou e a olhou.
-- Faz isso há muito tempo?
-- Humm. -- Proferiu calculando em pensamento. -- Uns 15 anos contando desde o comecinho, sem muito profissionalismo.
-- Começou cedo.
-- Tinha quinze anos. -- Confessou em um sorriso. -- Queria ganhar uma grana, meus amigos me falavam que eu tinha jeito pra coisa, então fui tentando algo aqui e ali, e hoje dá pra viver. -- Alegou calma, dividindo a atenção com a água no horizonte e a mulher a seu lado.
-- Viver muito bem. -- Caroline observou a olhando em um sorriso.
-- Por que acha isso? -- Indagou interessada.
-- Não preciso nem conhecer muito sobre moto pra saber que a sua custou um verdadeira nota. -- Confessou e a viu rir. -- Então tenho 3 palpites. -- Sorriu.
-- Diga lá.
-- Um, você é rica, Dois ganha muito, muito bem como fotógrafa, e três economizou muito nos últimos 15 anos e gastou tudo na moto. -- Listou e completou sincera. -- Não acredito muito nos últimos dois palpites, logo, eu acho que você é rica mesmo. -- A olhava sorrindo. Lauren desviou o olhar e negou com a cabeça também rindo, em seguida voltou a olhar a loira a seu lado que aguardava uma resposta.
-- Tenho um quarto palpite para sua lista. -- Lauren alegou. -- Não sou rica, tenho um segundo trabalho, e economizei muito, muito, muito mesmo pra ter aquela moto. -- Declarou e abriu um sorriso orgulhoso.
Caroline por um instante ficou a olhando em avaliação daquele palpite, desfrutando também da beleza do rosto que lhe sorria tipicamente jocoso. A outra nunca era previsível, e vez e outra lhe surpreendia.
-- Qual o seu segundo emprego? -- Foi a pergunta de Caroline que, sorriu, fato que fizera a outra crer que ela acreditava no quarto palpite.
-- Detetive particular.
-- Uau! -- A loira proferiu deveras surpresa, sorriu voltando a olhá-la. -- Surpreendente!
Lauren riu. -- Também tenho meus dons, policial. -- Comentou.
-- Estou vendo. -- Observou. -- Que tipo de coisa investiga? Traições? -- Chutou em tom de brincadeira.
-- Foi com isso que comecei. -- Confessou em meio a risos ao lembrar do passado.
-- Sério!?
-- Sério. -- Lauren confirmou. -- Um dia eu estava tirando umas fotos numa praça, só pra descontrair mesmo e do nada surgiu uma mulher dizendo que me dava uma grana pra eu seguir o marido dela e tirar fotos de tudo. -- Narrou rindo.
-- Tá de brincadeira? -- Caroline duvidava enquanto ria imaginando a cena.
-- Te juro. -- Afirmou. -- Ela me deu 300 reais e disse que depois me dava mais 300, eu achei ela uma doida varrida, neguei e ela insistiu já me entregando o dinheiro, então topei, não ia perder nada mesmo. -- Ela riu dando de ombros e Caroline riu a escutando.
-- E por que ela mesmo não o seguiu?
-- Foi o que perguntei, ela disse que tinha algo importante, não lembro, então eu segui o cara e bati altas fotos dele com uma outra mulher, isso deu maior treta, soube que ela arrancou boa grana dele com as fotos que tirei. -- Lembrou. -- Embora eu tenha começado meio de susto e forçada. -- Comentou. -- Eu fui descobrindo um dom e uma certa afinidade em fazer aquilo. É instigante, força a mente a pensar. Ainda fiz algumas coisas do tipo e fui trocando por outras linhas, casos mais interessantes, sérios, e rentáveis, eu gosto do que faço.
-- Sua vida de fato é uma aventura hein!? -- Caroline disse sorrindo a olhando nos olhos.
-- Não posso reclamar. -- Alegou. -- As pessoas na maioria das vezes não negam dinheiro em troca de uma resposta para tudo que querem saber. Então, eu dou a elas, mas não enrolo, se eu sei que dou conta de resolver eu pego, senão, eu falo que não posso e pronto. -- Assegurou sincera.
Caroline estava admirada com aquilo, com aquela mulher que, a cada momento demonstrava algo novo, interessante de conhecer e sempre com uma pitada de alegria e mistério.
-- Mas me conta, a quanto tempo é policial?
-- Há dez anos. -- Caroline respondeu a olhando.
-- Um bom tempo... Você gosta?
-- Sim. -- Caroline sorriu desviando o olhar, lembrando que admirava muito quando via uma mulher fardada. -- Na época eu tinha uma visão bastante fantasiosa da Polícia, quando entrei, essa visão foi ganhando o olhar realista, ainda assim, eu gostava e gosto, faço a minha parte. -- Confessou voltando a encarar a mulher a seu lado.
-- Entendo...
-- Pois é...
Elas ficaram em um silêncio, cada uma em seus pensamentos, mas apreciando a companhia uma da outra.
-- Queria está com minha câmera agora. -- Lauren confessou admirando o perfil do rosto de Caroline.
-- Por quê? -- Carol a olhou em indagação.
-- Para capturar seu sorriso e tê-lo, digamos que, fisicamente comigo. -- Informou e então viu a loira sorrir abertamente. -- Esse mesmo. -- Observou a fazendo desviar o olhar ficando em silêncio. -- Está com sua arma? -- Lauren questionou em expectativa.
-- Por quê? -- Caroline indagou em curiosidade.
-- Queria ver. -- Confessou e sorriu.
-- Não é um brinquedo. -- Caroline advertiu.
-- Eu sei, mas tenho minhas curiosidades. -- Avisou. -- Está ou não?
-- Sempre ando com ela. -- Afirmou Caroline.
-- Deixa eu ver?
-- Não mesmo.
-- Ah Carol, qual é!? Só olhar. -- Alegou e abriu um sorriso pidão que a loira não pode resistir e riu.
-- Você também é antipática sabia?
-- Eu sei. -- Ela concordou rindo e insistiu. -- Me mostra.
-- Caramba, quanta insistência. -- A loira notou sabendo que ela não desistiria, então levou sua mão ao cós da calça jeans e pegou o objeto de cor preta deixando as vistas da fotógrafa.
-- Uhhh! Que belezinha. -- Lauren proferiu em um sorriso animado, levando sua mão na tentativa de pegar a arma, mas Caroline rapidamente a impediu.
-- Você falou olhar, e já viu. -- Afirmou, Caroline sabia o quanto aquilo era perigoso.
-- Verdade. -- Lauren lembrou. -- Posso pegar? -- Indagou dessa vez. -- É uma ponto 40, dá pra dar tiros sequenciais, quero pegar. -- Advertiu segura em um sorriso faceiro.
-- Como sabe? -- Caroline estava admirada pelo fácil reconhecimento da outra.
-- Tá bom, confesso que já atirei clandestinamente. -- Confessou e sorriu contente. -- Mas não foi com uma dessas, mas já vi vídeos sobre elas. -- Completou para total surpresa da loira. -- Deixa eu pegar vai!? -- Insistiu.
-- Não, você está muito animadinha pro meu gosto. -- Observou verdadeiramente receosa, nunca dera sua arma a ninguém, por mais que implorassem. Então a guardou no mesmo lugar, não confiava a esse ponto na mulher ao seu lado, além disso, havia seu senso prudente com uma questão deveras perigosa.
-- Sim eu estou. -- Ela confessou de forma branda e em seriedade completou. -- É uma coisa que gosto, sei lá, tenho uma admiração por armas. -- Avisou. -- Já peguei algumas, mas nunca pude ter calma pra ver os detalhes sabe? Muito menos atirar. Dá uma excitação gostosa. -- Alegou.
-- Você é estranha. -- Foram as palavras de Caroline, fazendo a outra gargalhar.
-- Uma estranha de forma especialmente legal, eu aposto. -- Lauren assegurou trocando o sorriso de engraçado para encantador, enquanto encarava o rosto risonho de Caroline que, mostrou o mesmo sorriso. Tais palavras da outra mulher era de fato o que achava dela.
Naquele instante o vento que batia a favor do rosto delas mudou subitamente, os cabelos de ambas caíram sobre os rostos delas, instintivamente solidárias uma levou a mão nos cabelos da outra na tentativa de arrumar os fios bagunçados, sorriram nos toques sem desviarem os olhares.
-- Valeu. -- Lauren agradeceu e a loira acenou em acordo mediante a um sorriso e desviou o olhar para o mar. Não recordava se já havia feito aquilo com alguém antes, apenas sentar e conversar assuntos corriqueiros com uma pessoa, sem se preocupar com a hora ou com qualquer coisa que fosse, fechou os olhos e respirou a brisa fresca que batia em seu rosto, era uma sensação muito boa, a acalmava de alguma forma, pensou aproveitando...
-- Nunca mais pense nisso! -- Caroline bradou saindo de sua consternação a olhando seriamente, após capturar agilmente a mão furtiva de Lauren que seguia lenta até seu cós.
Lauren assustou-se, instintivamente seus lábios riram devido sua traquinagem pega, mas tanto pela força exercida em seu pulso, seguida pela voz altiva da loira, quanto pela seriedade quase raivosa com que ela a encarava o deteve de imediato.
-- Desculpa! -- Lauren pediu arrependida. -- Era só uma brincadeira de nada. -- Emendou sincera.
-- Qual o seu problema, hein? -- Caroline a largou levantando e se afastando a passos largos.
-- Carol? Espera. -- Lauren levantou rapidamente. -- Me desculpa, por favor, só ia brincar com você, nada mais que isso. -- Ela a seguiu em uma carreira.
-- Brincar? -- Caroline a olhou irritada, mas sem parar de andar. -- Brincar de me matar? -- Parou bruscamente o que fez Lauren colidir no corpo dela, mas em receio logo se afastar. -- Ou de se matar? -- A policial fez questão de falar alto a olhando furiosamente. -- Caralh*, Lauren, é uma arma, que mata! No mínimo causa um estrago danado e você queria brincar? -- Indagou. -- Francamente! -- Disse em negação dando as costas para ela novamente.
Lauren ficou parada a observando se afastar, levou a mão ao rosto, estava se achando verdadeiramente a pessoa mais idiota da face da terra naquele momento. Depois dos argumentos da outra mulher, achara um absurdo sua tentativa de brincar com algo sério, por mais que soubesse manusear a arma, um fato que Caroline não sabia ainda, não tinha o menor direito de fazer ou tentar fazer o que fez.
-- Carol? -- Gritou correndo atrás dela. -- Espera! -- Pediu. -- Droga! -- Viu que a outra havia acelerado o passo, então teve que correr mais rápido, conseguindo a acompanhar antes que ela saísse da areia. -- Ei!? -- Proferiu arfante se pondo na frente de Caroline lhe segurando os braços. -- Eu... ai. -- Estava cansada.
Caroline ainda em irritação a fez soltar seus braços e se afastou um pouco desviando o olhar, enquanto esperava impaciente o que ela queria falar.
-- Deus do céu... eu não devia ter... corrido dessa forma. -- Observou deixando seu tronco curvar-se em cansaço, tossiu.
Caroline a olhou, ainda achando que ela estava fazendo cena, ouviu mais tosses e dessa vez rouca e seca.
-- Você tá bem? -- Questionou agora preocupada. Lauren a olhou de forma assustada, e caiu de joelhos na areia, tentava puxar ar para seus pulmões. -- Lauren? -- Caroline a segurou a fazendo levantar novamente.
-- Crise de... -- Proferiu pesadamente arfante.
-- Asma!? -- Completou e ela acenou em confirmação. Caroline a abraçou firme e a guiou para subirem para a calçada.
Lauren não conseguia mais falar direito, sentia seu peito começar a doer enquanto inutilmente forçava a absorção do ar que não chegava aos seus pulmões.
-- Tem algum remédio? -- A loira indagou já enfiando as mãos nos bolsos da outra.
-- Na bolsa. – Disse e fez um barulho estranho ao puxar o ar.
-- Droga! -- Caroline proferiu lembrando que a pedido de Lauren a bolsa havia ficado dentro do seu carro em frente ao bar. Olhou de um lado a outro da rua sem saber o que fazer. Pegou no rosto da outra mulher e, esta, já suava frio enquanto sofria de olhos fechados num movimento acelerado do peito. -- O que você faz sem remédio? -- Indagou, mas claro que ela não conseguiria lhe responder, revirou os olhos em desespero.
-- Hospital. -- Lauren proferiu fraca e tossiu mais vezes.
Caroline concordou com o óbvio, o problema era que tanto a moto quanto o seu carro estavam muito longe no momento, droga mais uma vez, mentalizou. -- Cadê as pessoas quando se precisa delas? -- Questionou por não haver ninguém além delas naquele lugar. -- Aguenta aí só um minutinho, pode? -- Indagou a olhando e a viu acenar em acordo inclinando o tronco para frente e ficando assim. -- Não vai cair! -- Caroline pediu e correu literalmente para o meio da rua e acenou com as mãos fazendo o carro que vinha frear em cima ela.
-- Tá doida! -- O homem gritou furioso pela janela enquanto buzinava.
Medidas desesperadas pedem medidas desesperadas era o pensamento da loira.
-- Desculpa, preciso de ajudar pra ir ao hospital mais próximo agora, é urgente! -- Avisou séria ao homem que ainda a olhava assustado. -- Sou policial, olha. -- Praticamente jogou sua identidade para ele que pegou rapidamente e olhou.
-- Tá bom -- Ele proferiu ainda confuso.
-- Espera aí. -- Caroline disse já correndo em busca de Lauren e a levou para o carro, sentando com ela no banco de trás.
-- Tem um particular logo aqui virando a rua, no final dela. -- O cara desconhecido avisou notando que era uma emergência de fato.
-- Serve. -- Caroline assegurou puxando Lauren para um abraço cuidadoso e protetor, o zumbido no peito dela a cada vez que tentava respirar era audível o tempo todo até que... -- Vai rápido! -- Gritou sentindo-a desmaiar em seu colo. -- Por favor, aguenta. -- Pediu apavorada, o corpo dela suava frio, o pulso batia descontroladamente. -- Lauren? -- Começou a chamá-la, mas sem sucesso. Verificou a respiração, fraquíssima, mas havia, agradeceu mentalmente.
-- Ela morreu?
-- Cala essa boca e vai pedir ajuda. -- Caroline advertiu em agonia e irritação por ouvir tal palavra...
O trajeto de carro da Beira mar até o hospital foi um percurso de mais ou menos uns 3 ou 5 minutos e menos de 1 minuto para Lauren ser atendida e medicada, mas foram os minutos mais longos de toda a sua vida, Caroline pensou, estava em pé ao lado da cama, a olhando em expectativa. Lauren estava com uma máscara facial por onde recebia o medicamento, ainda inconsciente. Segundo o médico ela acordaria naturalmente a qualquer momento e não demorou para vê-la mexer levemente a cabeça, abrir os olhos e os fechar em impacto da forte luz do ambiente.
-- Oi. -- A loira disse em recepção ao vê-la lhe olhar em definitivo, sorriu aliviada. -- Vou chamar o médico. -- Avisou virando-se para sair, mas deteve-se ao sentir sua mão ser segurada por Lauren, a olhou em espera. Então a acamada mulher retirou a máscara a afastando para o pescoço.
-- Não devia tirar isso ainda. -- Avisou.
-- Me desculpa. -- Lauren pediu assim que conseguiu proferir tais palavras.
-- Está tudo bem, não foi sua culpa, descanse. -- Caroline advertiu-a.
-- Não por isso. -- Falou se referindo a seu estado. -- Pelo que fiz na praia, não queria te irritar daquele jeito, você estava certa, era uma brincadeira idiota. -- Lauren falou arrependida e junto com o olhar sincero ela apertou levemente a mão de Caroline que, espontânea fitou-as unidas num toque carinhoso, gostou daquilo, tanto que não ousou desfazê-lo.
-- Tudo bem, já esqueci, só não faça novamente, combinado? -- Sorriu a olhando e recebendo um sorriso ainda fraco de volta.
-- Combinado. -- Assegurou e respirou fundo, ainda sentia certa dificuldade naquilo.
-- Por que não me falou que tinha crises asmáticas? -- Caroline indagou interessada.
-- Ah claro, a lista de doenças é a primeira coisa que a gente fala pra quem ainda mal conhecemos. – Contextualizou Lauren.
-- Prepotente e chata como sempre. -- Caroline notou, mas estava aliviada por vê-la bem daquela forma novamente.
-- Monótona é uma coisa que não sou. -- Lauren afirmou e piscou.
-- Ponha a máscara. -- Caroline disse pegando-a e pondo de volta ao rosto da outra que, sorriu fechando os olhos, ainda estava cansada. -- Já volto. -- Disse ao ouvir batidas na porta. -- Pois não? -- Era uma enfermeira.
-- Precisa preencher o prontuário dela, e assinar, pode ser agora?
-- Pode sim. -- Caroline disse saindo e fechando a porta atrás de si, em seguida pegando a prancheta lhe estendida pela mulher, leu. -- Nome completo? Lauren. -- Escreveu e riu. -- Mãe? Pai? Pulemos esses... Contato? Não lembro. Impossível fazer isso. -- Notou e suspirou, não sabia nada ali, precisava esperar a outra ficar melhor. Viu que havia outra folha e então a olhou. -- Claro. -- Sorriu vendo o valor da conta no recibo. -- Ei? -- Chamou a enfermeira. -- Onde que faço o pagamento?
-- Pode ser lá mesmo na recepção.
-- Obrigada. -- Ela se dirigiu para lá e enquanto efetuava o pagamento, fez uma ligação. -- Oi, Mari. -- Sorriu.
-- Oxe! Tu não ia sair com a Lauren gostosa? -- Indagou com ar risonho, mas confusa ao telefone.
-- Eu sai. -- Caroline avisou sorrindo.
-- Então o quê? -- Marina perguntou curiosa. -- E que número é esse? Quase não atendo. -- Confessou. -- Ai meu Deus, você não está presa não né? Vocês ficaram naquela fuleragem de novo e brigaram?
-- O quê? -- Caroline riu. -- Claro que não! -- Negou em entendimento. -- Quer dizer, mais ou menos. -- Riu. -- Olha só, é meio longa a história, em resumo ela passou mal e agora estou aqui em um hospital com ela. -- Explicou.
-- Que hospital? -- A voz era preocupada. -- O que aconteceu? Ela está bem? E você está bem?
-- Calma. Estou bem, não se preocupe, nada aconteceu comigo, ela também está bem melhor. -- Caroline explicou a acalmando. -- Só liguei pra... Você sabe, compartilhar este momento. -- Riu sendo seguida por Marina do outro lado da linha.
-- Quero saber os detalhes depois. -- Marina afirmou.
-- Claro, como ela mesmo disse, ela não é nada monótona e muito menos a companhia dela. -- A loira confessou num sorriso entre o bobo e o divertido. -- Vou desligar, Boa noite, Mari.
-- Boa noite Cá, cuide bem da gata selvagem e me conte tudo amanhã. -- Advertiu.
-- Tá bom. -- Caroline riu e desligou.
-- Prontinho. -- O rapaz da recepção lhe entregou o recibo de pagamento. -- Obrigado.
Ela sorriu e voltou para o quarto.
-- Ei o que tá fazendo? -- A loira indagou ao entrar no quarto e ver a paciente se levantando, se aproximou a ajudando.
-- Já estou bem melhor, quero ir ao banheiro. -- Apontou a porta ali ao lado delas.
-- Ah, tá bom. -- Disse a soltando.
Lauren agradeceu e seguiu para o banheiro, não demorando para retornar.
-- Como se sente? -- Caroline indagou interessada, aparentemente notava a melhora dela.
A fotógrafa respirou fundo em alto avaliação e sorriu. -- Bem melhor. -- Afirmou.
-- Ótimo. -- Caroline sorriu. -- Você me deu um susto danado. -- Confessou.
-- Desculpa. -- Pediu em um sorriso tímido. -- Não tive essa intensão, fazia mais de ano que eu não tinha uma crise assim, e logo hoje... -- Disse abrindo os braços em demonstração do acontecido, elas riram. -- Muito Obrigada. -- Agradeceu pela ajuda da loira. -- E desculpa por estragar o passeio. -- Riu culpada.
-- Não se desculpe, está tudo bem. -- Caroline afirmou. -- Só não me dê mais um susto desses nunca mais. -- A loira pediu e a viu sorrir.
-- Não prometo. Afinal, sou imprevisível. -- Sorriu de lado e piscou deixando seu corpo recostar na cama.
-- Fato. -- A outra mulher riu em acordo se ponto ao lado dela. -- Então devido a isso, comece listando as suas doenças, seguido do nome completo e filiações. -- Avisou para uma gargalhada de Lauren que tossiu logo depois. -- Tudo bem? -- Caroline se pôs na frente dela lhe tocando o rosto a olhando novamente em preocupação.
-- Sim, já passou. -- Avisou a olhando, Caroline estava bastante próxima dela, sorriu gostando daquele contato dos olhares, e do calor da mão dela em seu rosto, em vontade guiou sua mão até a nuca dela e calmamente a trouxe para mais próximo de seu rosto, os olhos mergulharam em uma conversa de desejos, elas queriam aquilo, anseio nítido quando ambas fixaram o olhar na boca uma da outra a centímetros de distância, decididas em pensamentos elas recomeçaram a aproximação dos lábios, ambos sedentos em saborear o outro...
-- Olá. -- O médico entrou risonho após dar duas batidas na porta, ato que fez elas separarem-se de forma brusca, as duas o encararam com seriedade e irritação e disfarçavam uma naturalidade que não tinham no momento. -- Tudo bem? -- Ele questionou sentindo certa tensão nelas, mas totalmente indiferente ele deixou a sensação de lado.
-- Já posso ir embora? -- Lauren indagou.
-- É o que vamos ver agora. -- Ele falou simpático, a examinou novamente, fez algumas perguntas prontamente respondida pela paciente e, por fim, a deu alta vendo que ela estava bem. -- Já sabe, não esqueça mais seu remédio longe de você. -- Ele advertiu e cavalheiro abriu a porta para elas.
-- Tá ok. -- Lauren disse sorrindo, afinal ele parecia ser um médico excelente e simpático. -- Obrigada. -- Agradeceu o vendo sorrir e as deixar.
-- Vamos? -- Caroline olhou para Lauren e sorriu, tendo um sorriso de volta.
Lauren estava gostando daquele carinho todo, elas estavam bem diferentes do fatídico jantar da primeira vez.
-- Ai que fofo, só faltou me dá a mão. -- Lauren observou em tom de brincadeira e meia verdade.
-- Ah, vai se lascar. -- Caroline disse rindo e tomando à frente em direção a saída.
-- Estraguei o clima romântico. -- Notou. -- Sorry. -- Lauren pediu sorrindo e a acompanhando. -- Você já pagou a conta não é? -- Deduziu ao passarem pela recepção e ganharem a rua.
-- Já sim. -- Caroline respondeu a olhando serena.
-- Obrigada. -- Agradeceu. -- Quanto foi? Amanhã mesmo te devolvo o dinheiro. -- Lauren assegurou.
-- Não precisa. -- Caroline advertiu. -- Afinal você estragou minha primeira hipótese, então, faço questão. -- Alegou em um sorriso.
Lauren riu. -- Mas acontece que eu também faço questão de te devolver o que gastou comigo. -- Ela parou na frente de Caroline e apontou a si próprio.
-- Mas eu não faço. -- A loira insistiu.
-- Mas...
-- Sabe o que eu faço questão? -- Caroline a interrompeu com tal pergunta.
-- O quê? -- Lauren quis saber interessada, ela mantinha o sorriso leve nos lábios e aquecia as mãos nos bolsos da jaqueta preta.
-- Isso! -- Caroline a puxou e decidia colidiu os corpos e os lábios delas em um toque cheio de saudade acumulada. Levou milésimos de segundos para que Lauren voltasse a atenção para o inesperado ato da loira e quando conseguiu, deixou suas mãos abraçarem a cintura dela em uma gostosa entrega naquele contato. As bocas ainda estavam imóveis após o choque, e só depois que sentiu a receptividade clara de Lauren foi que, Caroline, iniciou um lento roçar dos lábios que logo se transformou em um bailado de línguas que buscavam o sabor do beijo, beijo este que era lento de forma intensa, forte com medida carinhosa e, assim, elas saborearam o prazer que há tanto almejavam.
-- Você me roubou um beijo!? -- Lauren declarou ao separarem, sentiu o sorriso de Caroline lhe tocar o rosto, ainda estavam colados.
-- É, eu fiz questão. -- Caroline afirmou a olhando.
Lauren sorriu mergulhada no olhar da outra mulher, baixou para os lábios que, a cada minuto que passava desejava beijar e agora que conhecia o gosto daquela tentação, não conseguia para de querer mais e mais e nesse querer, dessa vez foi ela quem trouxe a loira para mais um beijo. Diferente do primeiro, aquele foi mais ávido, demonstrava o desejo quente de ambas mediante uma ansiedade prazerosa.
-- Agora você quem me roubou um beijo. -- Caroline observou meio ofegante, elas já se olhavam dessa vez.
-- Sim. -- Admitiu. -- Achou ruim? Me prenda, policial. -- Lauren disse em um sorriso cínico.
Caroline riu à vontade ao ouvir aquilo. -- Hoje não. -- Assegurou em um sorriso e então as separou, precisava ser mais forte que o desejo que percorria todo seu corpo. -- Mas escoltarei você até sua casa. Vamos? -- Chamou, dessa vez lhe estendendo a mão junto a um sorriso, inevitavelmente lembrou de mais cedo quando a outra brincou com aquilo, pensou que ela faria de novo. No entanto, Lauren cruzou as pernas e fez uma reverência meiga. -- Agradecida! -- Ela disse e em seguida pegou a mão lhe estendida, elas riram enquanto caminhavam juntas. Aos poucos elas descobriam cumplicidades e também aprendiam a lidar com as diferenças.
Fim do capítulo
Olá amores.
Desculpem a demora! Espero que tenham gostado!
Grande beijo e até logo, lindas.
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lilo
Em: 21/09/2018
Pelamor de Deus ..
Eu de ferias em Porto Seguro e não desgrudou do Cel.. viciada, fascinada, apaixonada pela história.
Autora sua linda, essa historia vai ter uns 599 capítulos né ...
Amo esta história !!!
Por favorzinho, não demora com os outros 549 capítulos restantes ok.
Bjos sua linda !!!
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Kairavieira
Em: 11/09/2018
Deixa a gente órfã por tanto tempo não ???—. Queria Alex e Laila tbm????
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Mille
Em: 11/09/2018
Olá Ennys
Mais um capítulo maravilhoso.
Lauren e Caroline foi bem divertido e emocionante elas quando estão juntas é sinal que teremos vários momentos de sentimentos delas.
E que de tudo certo na segunda tentativa para a felicidade delas e da Agthata.
Bjus e até o próximo capítulo
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