Capítulo 2
Rosalie notou que não era a unica seguindo os movimentos da loirinha, um rapaz alto, do cabelo raspado e uma tatuagem feia no pescoço a cercava con interesse demais. Não foi surpresa para ela ver ele aproveitar a ida dela ao banheiro para a pegar, o sujeito dava mostras de estar bem bêbado mas Rose não tinha nada haver com os dois.
Se perguntando o que diabos estava fazendo, foi para a porta pela qual eles sairame viu Beto levar a garota para a parte de trás do bar.
"Isso não é da sua conta, volta para dentro e deixa eles se agarrarem em paz" se repreendeu ela. Entretanto suas pernas seguiam um destino diferente da razão. Ao parar na entrada do beco a primeira e única coisa que viu foi a loirinha se debatendo contra o sujeito.
Seus punhos se fecharam e sentiu a raiva pulsar em suas veias, pegou a faca de caça em seu bolso direito. Com passos silênciosos se aproximou do individuo e a enfiou por entre as costelas até chegar no coração. O rapaz caiu sobre a garota e tentou se apoiar nela mas perdeu as forças e escorregou para o chão, seus olhos foram dele para a loirinha encontrando aquelas mesmas esmeraldas magnéticas a fitando também.
Stella tinha certeza de que Beto faria uma besteira com ela e pensava freneticamente em uma maneira de escapar. E então de repente ele ficou imóvel e caiu no chão, seus olhos foram dele para o espaço que ocupava instantes atrás e encontraram dois pares de olhos escuros como o céu sem nuvens sob suas cabeças. Um sorriso se desenhou naquele rosto de porcelana perfeito e ela estendeu a mão para Stella:
- Não deveria ter vindo aqui com esse cara - disse ela em um sussurro grave.
- Eu não vim, ele me trouxe a força - explicou Stella olhando do rapaz que agora tinha uma mancha vermelha nas costas para a outra mão daquela desconhecida onde uma faca manchada de sangue pendia presa por dedos longos e delicados.
- Vai mesmo querer estar aqui quando a policía chegar? - perguntou a morena mantendo sua mão estendida.
- Como vou saber que estou mais segura com você do que aqui? - rebateu Stella.
A morena guardou a faca no bolso e abriu as mãos para que ela visse:
- Apenas vou te acompanhar até sua mesa - respondeu a outra parecendo sincera.
Stella se rendeu e pegou a mão que a outra lhe estendia e com mais calma do que deveria, perto do que essa desconhecida acabara de fazer. Ao sentir sua mão ser envolvida pela dela um arrepio percorreu seu corpo dos pés a cabeça e ouviu a voz suave e rouca do seu lado:
- Não quero que conte a ninguém o que viu eu fazer, ele foi assaltado e morto por um ladrão. Entendeu?
Não era um pedido e sim uma ordem que Stella achou por bem obedecer, por mais que aquela estranha lhe despertasse uma curiosidade enorme sabia que não deveria se envolver.
O caminho até a mesa foi curto demais para Stella que sentiu uma certa ausência ao ser deixada entre os seus dedos quando ela a soltou. A desconhecida foi bem educada com seus amigos e cumpriu sua palavra se afastando em seguida, a loira ainda a procuraria por ali mas não veria mais.
Rosalie deixou a loirinha na mesa de antes com prazer, quando sentiu a pele dela na sua despertando sensações há muito adormecidas seus alarmes internos dispararam alertando para que ficasse longe daquela menina.
- Mas que merd* foi fazer? Terá sorte se aquela fedelha não abrir a porr* da boca - reclamou indo até seu carro e pegando na mala luvas cirurgicas.
Por sorte o tempo chuvoso impediu que transeuntes vissem o finado antes dela terminar de eliminar pistas. Colocou as luvas e com elas fuçou o bolso do rapaz tirando uma carteira, o celular e a corrente de ouro que levava no pescoço. Jogou tudo no banco do passageiro e dirigiu até uma ponte em uma estrada secundária da cidade, abriu o vidro e arremessou os objetos na água antes de tirar as luvas.
No caminho para casa pensava na menina que salvou, se não fosse por sua atitude sabe lá Deus o que ele teria feito com a loirinha. As primeiras gotas de chuva cairam na rua assim que fechou o portão, deu uma olhada rápida no celular e depois caiu na cama, ao fechar os olhos sentia o toque da mão dela nas sua como um fantasma que se negava a ir embora.
Stella logo deu uma desculpa para ir embora e no carro de uma amiga mais velha relembrou cada instante: a garota rebelde havia matado Beto! A loirinha se deu conta do que realmente acontecera naquele beco, sua mais nova conhecida era uma assassina fria. Assustada, ela não contou para ninguém o que houve e tratou de esquecer aquele encontro, por muito tempo não a veria porém quando isso aconteceu a situação não poderia ser mais estranha.
Fim do capítulo
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