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Blind por Bruna DX

Ver comentários: 4

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Palavras: 3936
Acessos: 3071   |  Postado em: 31/08/2018

Notas iniciais:

Este capítulo será contado pelo POV da Adele.

Capítulo 14

 

...Adele... 

 

Despertei aos poucos, sentindo Sherlock pular ao meu lado no sofá. Olhei em volta me sentindo sonolenta e sem muita noção do que estava a minha volta. Senti um peso sobre o meu corpo e então me caiu a ficha, Beatriz estava ali, e estava nos meus braços. Dormia tranquila, ressonando e me abraçando de lado pela cintura. Observei sua fisionomia, o desenho simétrico de seu rosto, tudo se encaixava perfeitamente ali, era harmônico e beirava a algo celeste.

 

Deus, como essa garota é linda! Não foi surpresa alguma me apaixonar por ela, porque ela era linda por fora, mas eu sabia que por dentro também. Beatriz é o tipo de pessoa que te passa uma energia boa logo de cara. Conhecê-la era realmente um imenso prazer para qualquer pessoa, e como eu queria conhecê-la ainda mais!

 

Eu me encontrava em um estado sublime com ela ali comigo. “Um relacionamento sério” - ela disse. Com ela eu toparia qualquer coisa, toparia qualquer modo de estar com ela, e um relacionamento de verdade com ela era mais do que eu poderia esperar, afinal, achei que eu teria que fazer das tripas coração para que isso finalmente acontecesse.

 

Sentia que ia explodir de felicidade a qualquer momento, tinha certeza disso. Meu peito estava extremamente pequeno para abrigar tanta felicidade, tava transbordando. Não sabia a quem devia agradecer, mas eu seria eternamente grata por aquela mulher que dormia tão lindamente em meus braços ter entrado em meu caminho, e mais que isso, por ela ter me enxergado de forma semelhante a forma que eu a enxergo.

 

Ah garota, se você soubesse do que eu sou capaz pra te fazer feliz! Se soubesse o quanto eu te quero e o quanto me deixa extasiada a ideia de te ter comigo. Não vou te largar nunca mais senhorita d’Ávila! – sussurrei para ela.

 

-- Vocês são tão lindas!

 

-- Oh my god!

 

Fui ao céu e voltei. Sherlock latiu dividido entre a euforia ou susto por meu grito. Meu coração veio até a minha boca e voltou, batia tão apressado que era perceptível o movimento de minha caixa torácica. Precisei de alguns segundos para me recuperar, e antes de olhar para o canto de onde a voz surgiu, chequei Beatriz, que se mexeu sutilmente e resmungou algo, sem acordar. Sorri encantada.

 

-- Você quer me matar do coração Antony? – perguntei finalmente atribuindo atenção ao cara sentado na poltrona de minha sala.

 

-- Desculpa. – sorriu maroto.

 

-- O que é que você está fazendo aqui? Virou voyeur por acaso?

 

-- Nossa! Eu estou bem sim, e você?

 

Rolei os olhos e o encarei com a minha melhor cara de impaciente e irritada.

 

-- Passei no escritório, queria conversar com você sobre o lance da nossa sociedade, mas fiquei surpreso e preocupado quando me disseram que você não tinha retornado do almoço. Falei com o velho e ele disse que só havia lhe visto de manhã. Liguei no seu celular, mas como ninguém atendeu, fiquei deveras preocupado e vim até aqui, dai, te encontrei muito bem. – balançou suas sobrancelhas cheias.

 

-- Até parece que eu desapareci.

 

-- Te conheço muito bem para saber que você só nos dá um perdido quando realmente tem algo errado.

 

-- Mas está tudo bem, está tudo muito bem agora.

 

Essa frase foi mais uma constatação pra mim, do que algo que eu quisesse dizer realmente ao meu irmão. Agora tudo estava tão bem que eu ainda tinha aquele receio de estar sonhando.

 

Antony jogou o corpo para frente, se curvando na direção do sofá que eu estava, levou uma das mãos em forma de concha até a boca e sussurrou como se estivesse contando um dos maiores e melhores segredos.

 

-- Vocês estão juntas?

 

Sorri sentindo que meus lábios seriam capazes de se encontrar com minhas orelhas. Era um sorriso imenso, cheio de uma profunda felicidade e um euforia sem tamanho. Balancei a cabeça afirmando que sim e assisti meu irmão sorrir largamente também.

 

Éramos unidos o bastante para torcermos fervorosamente pela felicidade um do outro. Meu irmão era o meu melhor amigo, e assim como Roberta, ele soube imediatamente sobre o meu encanto pela mulher que estava em meus braços.

 

Alguns dias depois de encontrar Samanta e conhecer Beatriz, almocei com meu irmão e durante uma conversa contei-lhe com um entusiasmo inadequado sobra a mulher que há pouco conhecera. Ao final ele sentenciou “Se ferrou!”. Acho que ele percebeu antes de mim que aquela mulher não estava apenas de passagem e que depois de anos de casos e mais casos meu coração se rebelara.

 

No dia da boate, quando ele colocou os olhos em Beatriz ele não perdeu tempo em tirar sarro da minha cara sussurrando em meu ouvido quando nos abraçamos “Se você não pegar eu pego!”. Sei que ele não falava sério, mas somente a menção fez meu estômago embrulhar rapidamente.

 

Depois de beijar Beatriz no meio da boate e ela me deixar sozinha logo depois, Antony apareceu rapidamente, surgindo feito fumaça no meio das pessoas e me arrastou para o seu escritório. Naquela noite ele me disse várias vezes, que Bia também estava afim, e que tinha ficado balançada com o beijo. Claro que não acreditei em nenhuma das vezes já que a imagem de Bia correndo atrás de outra mulher não me deixava em paz.

 

Agora talvez eu ache que naquela noite ele estivesse certo, um pouquinho, talvez.

 

-- Desde quando? – voltou a sussurrar.

 

-- Hoje.

 

-- É sério mesmo?

 

-- Um relacionamento sério! – falei com um sorriso bobo, toda cheia de orgulho.

 

Bia voltou a se mexer em meus braços e percebi que lentamente ela começava a despertar. Com medo de que ela acordasse e ficasse constrangida ao dar de cara com o Antony, balancei rapidamente minha mão em sua direção indicando que ele saísse da sala. Antony correu para o corredor atrás de nós quase no mesmo instante que Beatriz abriu os olhos e os piscou algumas vezes antes de focar em meu rosto.

 

Ela deu um pequeno sorriso ao me ver e suas mãos envolveram ainda mais a minha cintura me abraçando apertado. Seu rosto pousou em meu pescoço e sua respiração ainda tranquila tocou a minha pele. Um pequeno ato, sem nenhuma palavra mas que fez com que eu me sentisse a mulher mais sortuda do mundo.

 

-- Está tudo bem? – perguntei ao afastar alguns fios de cabelo de seu rosto.

 

-- Uhum. Desculpa ter dormido.

 

-- Não tem problema, também acabei dormindo. Se quiser, podemos terminar o filme outro dia. Você quer?

 

Ela balançou a cabeça afirmando e sapecou um beijo em meu pescoço. Meu corpo ficou tenso e uma corrente elétrica passeou por cada cantinho antes de morrer em meus lábios em forma de sorriso.

 

-- Você é tão cheirosa.

 

Bia começou a cheirar e beijar meu pescoço, trazendo novas correntes elétricas e novos arrepios que se espalharam em mim. Rapidamente a mulher se sentou sobre meu colo, me pegando de surpresa e me deixando maravilhada. Ela sempre me surpreendia!

 

Nossos lábios se encontraram num beijo intenso e ao mesmo tempo paciente. Levei minha mão até a cintura fina de Beatriz e para me enlouquecer de vez ela fez um leve movimento que me ascendeu rapidamente. Ela mordiscava meus lábios e passeava com suas unhas em minha nuca.

 

Aprofundei aquele beijo e desci minhas mãos até chegarem ao seu bumbum, ela gem*u e eu perdi um pouco mais da minha sanidade. Estava prestes a perder meu controle e ceder de vez ao desejo que estava clamando por aquele corpo em cima do meu quando um barulho vindo de um dos quartos me trouxe de volta a razão.

 

Com muito custo consegui frear o que estava prestes a acontecer e delicadamente me afastar. Beatriz me olhou confusa e com uma pequena ruguinha saltado no meio de seus olhos.

 

-- Nós temos visita meu anjo. – dei-lhe um selinho.

 

-- Visita?

 

-- Uhum. Quero te apresentar formalmente para uma pessoa importante, posso?

 

-- Formalmente como?    

 

-- Formalmente. Tipo: Essa é minha garota.

 

Fui brindada com um sorriso branquinho e reluzente antes de levantar do sofá e pela mão leva-la até meu quarto onde sabia que ia encontrar Antony. Entramos no quarto e o encontramos esparramado em minha cama enquanto seus sapatos estavam jogados de qualquer forma pelo quarto. Folgado!

 

Como um bom Don Juan que era ele rapidamente sentou na cama e lançou para Bia o seu melhor sorriso. Ele sempre fazia isso. Cafajeste.

 

Apresentei os dois formalmente, da maneira que havia dito, Bia como a minha garota, e Antony como meu irmão mais novo. Despachado, meu irmão abraçou uma ruborizada Beatriz e se apresentou sozinho como “Tony, seu cunhado!”.                                                   

 

Depois das apresentações e de quase todos os presentes daquele quarto terem sentido suas bochechas arderem por rubor, voltamos para a sala. Aos poucos o clima de constrangimento e timidez foi se dissipando, dando lugar a um ar de familiaridade. Fiquei surpresa com a forma que os dois começaram a interagir e a conversar, parecia que se conheciam de longa data. Não me importei, na verdade, achei o máximo. Afinal, quem não gosta de ver todos que ama se darem bem?

 

Fiz as prometidas pipocas e nos servi com um copo de coca cola. Agora os dois falavam de esportes, ela com um enorme fascínio e ele, com a paixão de quem já praticara mais de meia dúzia das mais variadas modalidades esportivas.

 

As horas foram passando e só percebemos que já era noite quando foi preciso ascender as luzes do apartamento que já começava a ficar na penumbra. Antony se despediu dizendo que teria que passar na boate para fazer alguns ajustes antes da casa abrir as portas e nos deixou a sós.

 

Bia e eu ainda ficamos algum tempo entre conversa, beijos e carinhos. Eu não me cansava de beijar a boca dela, assim como não me cansava de olhar para cada detalhe do seu rosto. Comentei que tinha achado um charme a pintinha que ela tem sobre o lábio superior, e ela disse que tinha achado a mesma coisa da cicatriz que eu tenho no supercílio esquerdo – resultado de um escorregão à beira da piscina quando adolescente.

 

-- Posso te fazer algumas perguntas? – seu sorriso arteiro denunciava as suas intenções.

 

-- Quantas quiser.

 

-- Gosta de morar aqui no Brasil?

 

-- Amo! Na adolescência esse país sempre me despertou o interesse, e eu adoro tudo daqui, a cultura, as pessoas, o jeito alegre, as comidas típicas, a música, tudo. A única coisa que realmente não consigo me acostumar é com o calor.

 

-- Já disse, nem eu me acostumo. – sorriu – Por que deixou a Inglaterra?

 

-- Esse é um assunto meio delicado. – falei ao me recordar dos reais motivos – Quando me assumi para os meus pais, as coisas ficaram um inferno com a minha mãe. Na época eu tinha acabado de fazer 17 anos. Ela não foi capaz de me compreender e nem de me aceitar, fez de tudo pra de alguma forma me converter e me tornar uma pessoa normal, como ela mesmo dizia. Harry, meu irmão mais velho também passou a me abominar, e juntos eles fizeram da minha vida um verdadeiro inferno. Meu pai sempre ficou do meu lado e sempre tomou o meu partido tentando apaziguar a situação toda, mas ele perdeu a cabeça quando a minha mãe e o Harry começaram a planejar algum tratamento psiquiátrico. Do dia para a noite tudo mudou, meu pai pediu o divórcio, vendeu todo o bem que pôde e anunciou que estávamos nos mudando para o Brasil. Em nenhum momento eu hesitei, pelo contrário, estava tão cansada de ser destratada pelos dois que achei a ideia de vir morar aqui o máximo. O Antony também adorou a ideia, e foi o primeiro a arrumar as malas.

 

-- Nossa! Desculpa, eu sei que é a sua mãe, mas sinceramente, quem precisa de algum tipo de tratamento é ela e esse tal de Harry.

 

-- Nem precisa pedir desculpa, eu sei que os dois não são as melhores pessoas do mundo. E meu pai diz a mesma coisa, que os loucos são eles.

 

-- Vocês ainda se falam?

 

-- Digamos que o contato que eu tenho com eles é estritamente sobre assunto de negócios. Eles ainda precisam de mim e da minha assinatura em alguns papeis para conseguirem gerenciar a minha parte dos bens que herdei de meu avó.

 

Ela me olhou enquanto balançava suavemente a cabeça em sinal positivo, olhava para algum canto como se estivesse pensando no que eu disse, ou talvez, na próxima pergunta que faria.

 

-- Passa pela sua cabeça voltar pra Inglaterra?

 

-- De modo algum. Não nego que as vezes sinto falta de lá, mas não tenho mais aquele país como o meu lar, já criei raízes aqui, e aqui agora é o meu lugar.

 

-- E com a sua ex namorada, você tem algum tipo de contato com ela?

 

Certo, eu não esperava essa pergunta, e muito provavelmente ela não esperava a resposta que eu vou dar.

 

-- Sim. Jane e eu ainda nos falamos. Ficou uma amizade natural e sadia entre nós, assim como ficou entre você e Samanta. No entanto, não a vejo desde o dia em que terminamos e nos falamos esporadicamente.

 

-- Ok. – suspirou - Agora quero perguntar coisas mais leves.

 

-- Pode perguntar.

 

-- Qual a sua cor favorita?

 

Sorri com a pergunta. Não costumavam me perguntar isso com frequência.

 

-- Azul.

 

-- Qual o seu prato favorito da culinária brasileira?

 

-- Ah, sem sombra de dúvidas é a feijoada.

 

Não consegui evitar, ao lembrar do gosto daquele prato fiz a cara que normalmente fazia quando estava saboreando-o de fato. Isso não passou despercebido por Beatriz, e ela gargalhou gostosamente, me levando junto.

 

-- Acho que você gosta mesmo de feijoada. – comentou ainda vermelhinha pelo ataque de risos.

 

-- Você não tem ideia de como gosto. Sempre que como, parece que ainda é a primeira vez que estou experimentando.  

 

-- Ok. Já anotei. Vou fazer uma feijoada pra você.

 

Me segurei para não fazer a cara novamente, mas não consegui evitar o protesto de minha barriga, que fez um alto e vergonhoso barulho. Novamente ela gargalhou. E nossa, como era gostoso ver os olhinhos dela se fecharem em um sorriso, como era gostoso ouvir aquele som.

 

-- Essa conversa me deu fome.

 

-- Percebi. – ela me deu um selinho e finalmente se recompôs, ficando um pouco mais séria – Tenho mais uma pergunta.

 

-- Manda.

 

-- Qual a sua idade?

 

-- Promete que não vai correr? Promete mesmo?

 

-- Prometo. Eu não me importo com isso, é só um número.

 

-- Tá bom. Mas quero lembrar que você prometeu que não correria. – fiz uma pausa pra criar suspense e continuei – Eu tenho 31.

 

Ela abriu a boca em um “o” perfeito e me olhou espantada. Nós tínhamos uma diferença de idade considerável, eu sabia que ela tinha 24 anos de idade, e isso nos dava sete anos de diferença.

 

-- Você tá brincando Adele, você não tem 31!

 

-- Tenho sim.

 

-- Não tem não. Você tem cara de quem tem uns 25 no máximo.

 

-- Quem me dera.

 

-- Você tem carinha de bebê.

 

Permanecemos um tempo debatendo a minha real idade. Eu era muito bem resolvida com ela, e sempre levava na brincadeira quando me perguntavam a respeito, mas tenho que dizer que era a primeira vez que eu ficava com uma mulher mais nova que eu, e de uma maneira ou de outra a diferença de idade me dava um pouco de receio. Mas ela realmente não ligava, e estava adorando dizer que eu tinha cara de bebê.

 

O celular dela tocou dentro da bolsa que jazia no sofá contrário, chamando nossa atenção. Ela pediu licença e o atendeu enquanto eu levava para a cozinha a louça que estava sobre a mesinha de centro. Lavava os copos quando ela parou ao meu lado, dando um beijinho carinhoso na altura do meu ombro.

 

-- Tudo bem? – perguntei.

 

-- Era a minha mãe ao telefone, tenho que ir pra casa. – sua voz parecia meio apreensiva.

 

-- Temos tempo para um jantar antes de eu te levar em casa?

 

-- Todo o tempo.

 

Abracei-a pela cintura e beijei seus lábios.

 

Depois de uns 20 minutos deixávamos o meu apartamento. No carro, ao meu lado, Beatriz vestia novamente a sua roupa e calçava os seus saltos, eu vestia apenas uma calça jeans e uma blusa de mangas curtas e um tênis nos pés.

 

Passados mais alguns minutos eu estacionei na frente de um restaurante que Bia havia escolhido depois de pesquisar em seu celular. Era um restaurante simples e aconchegante que não ficava muito longe de minha casa, mas que eu ainda não conhecia.

 

Fizemos os nossos pedidos e jantamos em um clima fantástico. Eu me sentia em outro mundo, um mundo onde só existia eu e ela. Será que eu estava com cara de idiota diante dela? Provavelmente sim, porque eu não conseguia deixar de olhar pra ela. Acho que as vezes eu queria ter certeza de que ela estava ali mesmo comigo, que era real. Nunca estive tão débil quanto hoje, mas sabia que eram esses os efeitos de uma paixão.

 

Depois do jantar foi com um certo pesar que eu dirigi para a casa dela. A minha vontade era de esticar o máximo ao lado dela, mas sabia que naquela noite eu já havia sido bastante egoísta, porque apesar de ela não comentar, sei que provavelmente ela perdeu uma aula para estar comigo.

 

No carro, sempre que podia ela me tocava ou deixava sua mão repousar sobre minha coxa direita, e eu retribuía aproveitando quando parávamos em um semáforo para acariciar seu rosto ou lhe roubar um selinho.

 

O caminho para aquela casa nunca pareceu tão curto quanto esta noite. Estacionei diante da calçada, debaixo de um poste de luz, o que iluminava fracamente o interior do carro. Passava-se das 22h e a rua estava tranquila, poucas pessoas transitavam, e algumas senhoras estavam sentadas diante de uma casa do outro lado da rua.

 

-- Está entregue. – falei após alguns segundos de silêncio.

 

-- Obrigada Adele. Não só pela carona, mas por tudo, pelo dia maravilhoso que me proporcionou. Obrigada por ter cuidado de mim hoje, e definitivamente obrigada por não ter desistido e ter me abraçado naquela cozinha, era o que estava faltando para deixar as barreiras caírem de vez.

 

-- Bia eu nem sei colocar em palavras o quanto eu gosto de você, mas te digo que estou empenhada em te mostrar isso todos os dias, se assim você permitir. Quero cuidar de você, quero fazer você sentir um pouquinho dessa felicidade que eu estou sentindo.

 

-- Eu já sinto Adele, já sinto.

 

Beatriz soltou o seu cinto e se aproximou lentamente de mim enquanto olhava em meus olhos. Aqueles castanhos me olhando tão profundamente me desconcertaram e despertou um frio na barriga enquanto eu ansiava o toque de seus lábios nos meus.

 

Quando nossas bocas se encaixaram eu suspirei involuntariamente. Sua língua já buscava a minha e seus dedos já brincavam por entre os fios de minha nuca. Foi um beijo longo, que apesar do desejo latente que sentíamos uma pela outra não ousou atravessar o limite, e ficou ali, parado entre arrancar o fôlego e deixar duas mulheres extasiadas.

 

Ousei abrir os olhos depois de algum tempo mantendo-os fechados, ainda sentindo o torpor que aquele beijo inevitavelmente me causava. Encontrei Bia me encarando com um sorriso faceiro nos lábios e aqueles castanhos brilhando de forma diferente.

 

-- Você me avisa quando chegar em casa? – pediu.

 

-- Pode deixar, aviso assim que entrar no estacionamento. Posso pedir mais um beijo?

 

-- Não precisa nem pedir.

 

E lá fomos nós, em uma viagem à estratosfera, à outro planeta com um beijo, com mais outros beijos na verdade. Quando ela finalmente conseguiu se livrar de minhas mãos e deixar o carro, eu desci logo em seguida e alcancei-a. Lhe abracei e beijei seu rosto, rente aos lábios, admito.

 

Ela abriu o portão e entrou. Quando girei o corpo para caminhar de volta ao carro, me choquei contra alguém, e senti um pequeno arrepio subir a linha de minha coluna quando consegui ver que era: Diego, irmão de Beatriz.

 

O cara me olhou dos pés à cabeça, e ele pareceu se aproveitar dos centímetros que tinha a mais do que eu para tentar me intimidar. Não me movi um centímetro e sustentei o seu olhar que parecia raivoso.

 

-- Você pode não ter vergonha na cara, mas eu sou um cara decente e não admito que você e a minha querida irmã – falou entredente - nos envergonhem com essa pouca vergonha na porta da minha casa.

 

Dito isso o cara me deu um empurrão pelos ombros e sumiu ao passar pelo portão. Encarei o lugar para onde ele foi estupefata. Mas afinal, o que foi aquilo? Meu sangue ferveu com a vontade de puxá-lo para o lugar onde ela estava antes e lhe dizer uma boa dúzia de verdades.

 

O cara nem me conhece e vem com esse papo pra cima de mim? Qual é a dele afinal? Um novo arrepio percorreu a linha de minha coluna quando recordei que ela havia tentado agredir Beatriz.

 

Cerrei os punhos e entrei no carro fechando a porta com um barulho. Liguei o som do carro para tentar tirar da minha cabeça o que aquela babaca havia falado e demorei um pouco para finalmente me acalmar.

 

Quando adentrei o estacionamento, ainda no carro, mandei mensagem para Bia avisando que estava em casa. Esperei um minuto para que ela lesse a mensagem, o que não aconteceu. Deixei o carro e subi para o meu apartamento.

 

Adentrei o meu quarto retirando as roupas do corpo jogando-as em seguida por qualquer canto. Tomei um banho demorado ainda tentando amenizar a irritação que eu estava sentindo.

 

O celular em meu quarto notificou uma mensagem e eu me apressei em deixar o banheiro. Vesti meu pijama e com o celular em mãos me joguei sobre a cama. Era uma mensagem dela. Sorri bobamente ao ler o trecho “Você sabia que tem um cheiro extremamente bom? E que seu beijo me tira do chão?”.

 

Ficamos algum tempo trocando mensagens até que ela se despediu dizendo que estava morrendo de sono. Deixei o celular de lado e tentei arrumar meus travesseiros, e foi ai que senti o perfume dela impregnado naquele que ela usou. Fechei os olhos e aspirei profundamente.

 

Agarrei-o e deixei próximo de meu rosto. Aquela felicidade homérica ainda parecia querer transbordar de meu peito. Dormi rapidamente sentindo o cheiro dela.

 

 

Continua...

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá meninas!

Um capítulo para conhecermos um pouco mais da Adele, e para termos uma ideia dos sentimentos envolvidos nessa relação contados por ela. 

Espero que gostem. Até o próximo.

 

Beijos


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Comentários para 14 - Capítulo 14:
SaraSouza
SaraSouza

Em: 01/09/2018

Adele vc é mto linda!!!

Bia, ganhou na loteria

Esse embuste de irmao vai dar problema


Resposta do autor:

Deu até formiga no meu teclado, acredita Sara? Adele é um doce! Fofa, carinhosa e está toda apaixonada. Paixão é assim mesmo né, deixa a gente bobo. Esse prêmio da loteria foi simultâneo, as duas saíram ganhando. Elas combinam né?

Esse Diego ainda vai dar um trabalhinho para as nossas meninas. É um cara tosco e vai mostrar bem isso.

Obrigada pelo comentário flor. Bom te ter por aqui. Obrigada. Beijos e até o próximo 

Responder

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mrklim
mrklim

Em: 01/09/2018

a Adele é muito fofinha u.u 


Resposta do autor:

É uma fofura só! Bia merece uma Adele na vida dela, e a inglesa também merece. Que elas sejam muito felizes e saiam por ai distribuindo fofura.

Obrigada pelo comentário mrklim! Obrigada. Beijos e até o proximo

Responder

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Socorro
Socorro

Em: 01/09/2018

Adele, é tão fofa gente, aproveite Bia kkk

Agora esse irmão vai dar trabalho .. aí que encoste um dedo se quer numa das duas a autora corta o pintinho dele kkk

bjd


Resposta do autor:

Diz ai Socorro, da vontade de apertar essa fofura, não da não? Aproveite mesmo Bia 

Pior que ele vai dar trabalho sim, é um exemplo perfeito do homem machista, retrógrado e intransigente. No entanto homem dessa laia não tem vez comigo não. Eu corto este projeto de pinto dele na hora! Kkkkk

Obrigada pelo comentário Socorro. Beijos e até o próximo capítulo 

Responder

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LeticiaFed
LeticiaFed

Em: 01/09/2018

Mas então hein, Adele?! Finalmente Bia se deu conta que a inglesa é tudibom e mais um pouco hahaha 

Capítulo fofo, gostei de ver Adele bem boba pela Bia. Mas acho que esse irmão mala vai causar muita encrenca ainda, só espero que pare com agressões físicas. Se bem que uma vez que começou...sei lá :

Pra não perder o costume, Go Adele! ;) Bom fim de semana, bj!


Resposta do autor:

Ah a Bia se deu conta sim, ainda bem. Afinal, antes tarde do que nunca! Rsrs

Adele é uma boba, e assim como a Bia, ela vai entender que também sente tudo a flor da pele, que é intensa. E isso será muito bom para as duas. Dá ate vontade de apertar a inglesa né? Quem manda ser fofa assim. Já o irmão de Beatriz vai se mostrar como um cara imprevisível é super difícil de lidar. Ele já veio todo cheio de razão se achando o correto pro lado da Adele. E concordo com você, depois que as agressões começam, infelizmente só tendem a piorar...

Esse cara tá merecendo ser colocadono lugar dele.

Obrigada por cada comentário Letícia. Pessoas como você me incentivam e muito. Muito obrigada! Uma ótima terça!

Beijos 

 

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