• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Berta Descoberta
  • Capítulo 8

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Meu Amor Por Voce!
    Meu Amor Por Voce!
    Por Chris Vallen
  • Até Você Chegar
    Até Você Chegar
    Por AlphaCancri

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Berta Descoberta por mcassolwriter

Ver comentários: 2

Ver lista de capítulos

Palavras: 1380
Acessos: 921   |  Postado em: 30/08/2018

Capítulo 8

"Hosana nas alturas da puta que pariu" foi a primeira coisa que Berta pensou ao abrir os olhos na manhã seguinte e sorriu ao lembrar de Bibi. A senhora dona dos contrastes era a pessoa mais intrigante que Berta tinha conhecido em sua vida. Alguém culta o suficiente para ter centenas de livros em sua estante de tijolos, apreciar música clássica e ter até um grã piano em casa e, ao mesmo tempo, ter uma linguagem não convencional, dizer palavrões como quem enuncia um poema. Bibi tornava até os impropérios preciosos.


Berta começou a duvidar das certezas de sua mãe "Palavras de baixo calão são coisas de gentinha, da escória sem cultura." Esses adjetivos não se aplicavam à Bibi e Berta ousou ponderar que talvez sua mãe não estivesse certa sobre tudo o que falava.
"Levanta, traste inútil!" As batidas na porta anunciavam o início da Via Crúcis matinal de Berta, a hora de carregar sua cruz parecia ter chegado mais cedo, ainda era escuro. Berta pegou o celular na mesinha ao lado da cama e olhou o horário, eram quase nove da manhã e um trovão elucidava o porquê do breu.


"Vai chover." Berta disse em um tom calmo e quase inaudível antes de sentar-se a mesa junto a sua mãe, que a esperava com um sorriso funesto enquanto acariciava o próprio queixo.


"Não diga! Como você conseguiu chegar a essa brilhante conclusão? Certeza que foi com o prodígio da sua inteligência de gênio, não? Óbvio que vai chover, palerma." Sua mãe disse revirando os olhos.


"Desculpe, mãe. Só estava comentando." Berta respondeu baixando a cabeça, escondendo-se dentro do próprio corpo, encolhendo os ombros e o pescoço na esperança de tornar-se um alvo menor.


"Ah, mas você adora explanar o indiscutível não é? Tenho uma coisa muito boa para você comentar aqui." Sua mãe disse puxando uma folha de papel do bolso. "Sabe o que é isso? Consegue adivinhar com a sua sapiência invejável?" As palavras cheias de sarcasmo açoitando Berta. "Hein?" Sua mãe levantou a voz, assustando Berta.


"Não mãe, não sei." Berta respondeu num gemido, seu corpo gritando para sair dali, Narbe começando a latejar ferozmente.


Sua mãe levantou-se e caminhou lentamente ao redor da mesa, pairando sobre Berta.
"Isso é a lista de nomes de todas as garotas inscritas na Academia de Balé. Nove nomes e advinha? Não existe nenhuma Nina, nenhuma Marina, nenhuma Gianina, nenhuma diabo que o parta de uma garota que possa ser quem você disse. A não ser que essa Juliane, ou essa Gabriela, ou essa Isadora tenham o apelido incomum de Nina. É isso? Hein Maria Roberta, hein?" Bradava.


Berta sentiu sua perna direita começar a tremer freneticamente, como que enviando um pedido de SOS por código Morse. A inquietude de seu corpo pelo medo arrebatador de estar enjaulada dentro do seu próprio torso sem poder reagir às agressões.


"Como que a senhora conseguiu essa lista?" Berta tentou argumentar, mudando o foco da conversa.


"O que você acha? Da única maneira que se consegue qualquer coisa nessa cidade, ameaçando arruinar a reputação deles. Ou você pensa que ter uma Prima Ballerina lésbica como exemplo iria soar bem aos ouvidos dos pais inscrevendo suas pequenas meninas no primeiro ano da academia? Bastou eu dizer à diretora que se eu não descobrisse quem era a tal Nina eu iria fazer questão de alertar todas as outras mães sobre o tipo de gente que frequenta a escola para ela colaborar." Sua mãe riu debochadamente, e segurou o rosto de Berta pelas bochechas, a pressão das unhas deformando a boca de Berta, deixando marcas pontiagudas na pele.


"Escuta bem o que vou te dizer, ninguém quer ter uma filha sapatão! Ninguém. É uma vergonha para qualquer família. Agora confirma o que quero saber." Ela aumentou a contrição na pele de Berta antes de soltar seu rosto e repetir com uma voz assustadoramente calma "Assume que você é uma mentirosa, Maria Roberta."


A tremedeira na perna de Berta começou a alastrar pelo resto do corpo e ela não conseguia parar de balançar, movendo-se involuntariamente para frente e para trás, olhos fixos em seus braços, contando mentalmente suas cicatrizes, 18 grandes e 27 pequenas. Tudo em seu corpo urgia que ela reagisse, mas ela não possuía forças.


O barulho da tempestade desandando quebrou o silêncio ensurdecedor. A quietude de sua mãe era agonizante até que como um trovão ela bateu o punho na mesa, fazendo Berta saltar na cadeira em sobressalto.


"Assume!" Gritou, e agarrando Berta pelos cabelos, começou a caminhar em direção a porta da frente com Berta de arrasto.


"Assume que você é igual ao seu pai, mentirosa! Assume!"


"Pára mãe, explico, pára por favor." Berta começou a chorar.


"Vou parar sim, vou parar." Sua mãe abriu a porta e continuou "Vou parar porque nessa casa não existe lugar para você! Some da minha frente!" Disse empurrando Berta porta afora e batendo a mesma com toda força, deixando Berta parada sem reação, a chuva se misturando com as lágrimas em seu rosto.


Sem saber o que fazer ou como apaziguar a sua dor, Berta pôs-se a caminhar. Saiu de sua casa no bairro do Bom Retiro e andou até o fim da sua rua, a chuva encharcando suas roupas. Berta não se importava, era um alívio ser única pessoa na calçada. Ao chegar ao fim da rua, seguiu caminhando até chegar ao limite do bairro, e o próximo e o próximo. Passou Mercês, Bigorrilho, Rebouças, Jardim das Américas. Rua após rua, bairro após bairro, Berta deixava a dor nos pés ser uma distração para a sofrimento na alma e quando tudo era dormente, quando não tinha mais forças para caminhar ou para chorar, parou.

Sem rumo e sem sentido, chegou ao cruzamento da Avenida das Torres com a Rua Coronel Francisco H. dos Santos e viu a monumental obra da Ponte Estaiada, ainda em construção, erguendo-se do chão. O mastro escarlate imponente, robusto e sanguíneo, a cor que tantas vezes Berta viu sua navalha rasgar em seus braços. Caminhou até onde havia acesso e olhou para os carros cruzando por baixo da ponte. Luzes embaçadas pela chuva, pensamentos embaçados pela angústia. Berta agarrou o corrimão e debruçou-se sobre o parapeito. "Vai ser melhor para todo mundo, pula. Pula se você tem um pingo de brio. Pula e acaba com essa agonia. Pula, covarde." A voz da sua mãe reverberando em sua cabeça.Berta olhou para o céu, buscando a valentia que tinha faltado tantas outras vezes, procurando um sinal e de repente, a chuva parou. O breve silêncio da água que já não batia mais na cabeça de Berta abriu uma brecha para Berta escutar o toque do seu celular, amordaçado no bolso de trás de suas calças. Era Ticiana.

Berta foi pega de surpresa, não queria atender, mas o sentimento de respeito por Ticiana e tudo que ela tinha feito na última semana era mais forte. Ticiana merecia pelo menos uma justificativa, uma despedida, mesmo que ela não soubesse.


"Alô" Berta atendeu com a voz trêmula."Guria! Que bom que tu atendeste! Eu já estava pensando que tu irias me dar o cano!"

Ticiana respondeu com seu sotaque gaúcho e evidente euforia na voz. "Onde tu estás? Eu já cheguei aqui."


"Aqui onde?" Berta perguntou, passando a mão sobre as sobrancelhas e os olhos, secando o rosto.

"Na Bibi ora! Estou aqui na portaria te esperando, não quero subir sozinha. Tu vais demorar?"


Berta estava desconcertada, não sabia o que dizer e por um segundo se arrependeu de ter atendido ao telefone, mas o segundo durou pouco. A conexão que ela sentia com Bibi e com a carta, por mais minúscula e débil que fosse, era o suficiente para que ela desse um passo para trás e descesse o degrau do parapeito.


"Estou um pouco longe. Acho que demoro sim." Berta respondeu num suspiro, subconscientemente se dando conta do que quase havia feito.


"Pega um táxi." Ticiana disse.


"Saí de casa sem minha carteira."


"Eu te empresto, pode vir. Estou esperando tá?" Ticiana disse, a voz cheia de delicadeza e calor, acariciando o ouvido de Berta.


"Eu vou. Me espera." Berta disse antes de desligar, e a promessa que ela tinha feito à Ticiana pesava mais do que qualquer coisa que ela podia barganhar com si mesma.    

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 8 - Capítulo 8:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 30/08/2018

Legal, que bom que voltou.

 


Resposta do autor:

Obrigada Marta :)

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Manamundi
Manamundi

Em: 30/08/2018

Opa!! VOltou a carga com força total, hein autora?

Segue o baile agora, essa leitora que vos fala está ansiosíssima pelos próximos capítulos!

Bjs e boas escritas (e leituras!).

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web