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Berta Descoberta por mcassolwriter

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Palavras: 2309
Acessos: 1056   |  Postado em: 04/08/2018

Capítulo 7

Berta chegou em frente ao pomposo edifício da Rua Francisco Juglair e confirmou o endereço no papel na sua mão.

Enquanto ela olhava para os números no interfone na entrada gradeada do prédio, o som eletrônico parecendo uma cigarra cibernética chamou sua atenção.

 

"Bzzzz. Pode entrar moça" Uma voz masculina disse.

 

Berta olhou para dentro do átrio de entrada e avistou o guarda acenando, sentando por trás da mesa de recepção.

 

Empurrou o pesado portão de ferro e caminhou até onde se encontrava o senhor de uniforme azul-claro.

 

"Bom dia, moça. Como posso ajudar?" Ele perguntou.

 

"Bom dia, como vai? Estou procurando a Senhora Abigail Barretos, do apartamento 1900? Ela se encontra?"

 

"Ah sim. Só um momento." O guarda disse antes de retirar o interfone do gancho e apertar as teclas e continuar "Dona Bibi, oi, como vai? Tem uma moça aqui querendo falar com a senhora. Ah, só um minuto." Ele disse e voltou-se para Berta.

 

"Como é seu nome mesmo?"

 

"Berta, mas ela não me conhe..." Antes que Berta pudesse terminar a explicação, o guarda seguiu a conversa no interfone.

 

"É Berta, Dona Bibi." alguns segundos de silêncio enquanto o guarda escutava se passaram e ele voltou a indagar Berta.

 

"Qual o motivo da visita, moça?"

 

"É particular." Berta disse firmemente e encontrou o rosto franzido do guarda que repetiu a frase ao aparelho.

 

"Pode subir, moça. No último andar, aperta o 19 no elevador."

 

"Obrigada." Berta disse, caminhando em direção ao fundo do prédio.

 

10, 11, 12, 13. As luzes do painel do elevador piscando em números ascendentes pareciam uma contagem regressiva. Quanto mais próxima ou seu destino, mas o coração de Berta acelerava. Ela havia perdido as contas de quantas vezes tinha lido a carta endereçada a "Minha querida Bibi". Agora, finalmente, depois de pensar em tantas hipóteses, ela iria encontrar a personagem principal da história que de uma maneira ou de outra, havia mudado o foco de seu sofrimento pessoal.

 

Por um instante Berta pensou no que teria sido dela se não tivesse encontrado aquele livro, e um arrepio correu o lado esquerdo do seu pescoço, deslizando pelo seu braço até Narbe, que doeu como num choque elétrico. Berta massageou o pulso e saiu do elevador em direção a porta 1900.

 

Apertou a campainha e disse timidamente com o rosto junto à porta:

"Dona Bibi?"

 

Barulhos de movimento atravessaram a porta e o som da chave torcendo era a confirmação de que sim, Dona Bibi estava ali.

 

A porta se abriu em míseros 10 centímetros, e metade do rosto de uma senhora de idade, com um olho castanho-esverdeado aparecendo no vão que a corrente delimitava entre a porta e a parede.

 

"Sim?" A voz por trás da porta disse, enquanto o único olho que aparecia, examinava Berta dos pés a cabeça.

 

"Oi, Dona Bibi, meu nome é Berta. Desculpa aparecer aqui assim, do nada, mas tenho uma coisa muito importante para senhora." Berta respondeu.

 

"Você é da polícia?" Bibi perguntou.

 

"Quê? Polícia? Eu? Não, não, claro que não. Imagina, tenho só 17 anos, mal terminei o segundo grau." Berta disse surpresa com a pergunta.

 

"Tem identidade aí, deixa eu ver." Bibi disse, com tom desconfiado, ainda se protegendo por trás da correntinha que segurava a porta entreaberta.

 

Berta demorou alguns segundos para entender a requisição. Parecia tão absurdo ter que apresentar sua identidade, mas sabe-se lá o que uma senhora de idade já passou na vida para ser assim tão precavida. Colocou a mochila que carregava nas costas no chão e abriu procurando a carteira, retirando o documento e passando para Bibi.

 

"Hum, Maria Roberta Ewart, é?" Bibi disse.

 

Berta estremeceu, o som do seu nome desencadeando lembranças lancinantes.

 

"Por favor, me chame de Berta, só minha mãe usa meu nome inteiro e eu não gosto." Berta disse em um suspiro.

 

"Desculpa mocinha, não foi por mal. Seu aniversário é mês que vem?" Bibi perguntou em tom casual.

 

"É sim." Berta balançou a cabeça positivamente e esboçou um sorriso.

 

A porta fechou-se e Berta piscou os olhos sem entender. "Será que ela bateu a porta na minha cara?" Pensou.

 

O barulho metálico precedeu a parta abrindo.

 

"Entra." Bibi disse, abrindo a porta "Prazer, Abigail. Pode me chamar de Bibi." A senhora com cabelos grisalhos, lisos como fios de prata, estendeu a mão, e continuou. "Pode sentar ali no sofá, quer tomar alguma coisa? Um suco, um chá?"

 

"Só uma água, por favor." Berta disse, sentando-se.

 

Berta olhou ao seu redor, era um apartamento de contrastes. As grandes portas de vidro na parte da frente da ampla sala de estar, onde se localizava a vasta sacada, deixavam a luz do dia iluminar cada canto, revelando relíquias espalhadas. As paredes cobertas de quadros coloridos e fotos em preto e branco. O sofá onde Berta estava sentada era moderno, arrojado, em veludo cinza, em contrapartida, a poltrona de couro preto no canto da sala parecendo antiquíssima. A mesinha de vidro no meio da sala exibia livros sobre arte e continha diversos enfeites, bibelôs de cristal, uma bandeja de prata com pequenas xícaras coloridas e um bule reluzente com minúsculos detalhes gravados no metal e velas aromáticas exalavam um perfume doce.

Entre as peças da mobília, o contraste era ainda maior. Um piano de cauda tomava a maior parte do espaço perto das janelas, e sua qualidade opulenta destoava da estante contendo centenas de livros feita de tábuas grossas de madeira empilhadas em tijolos de seis furos de cada lado.

 

"Nunca achei uma estante que aguentasse o peso dos meus livros." Bibi disse ao ver Berta reparando nas suas prateleiras. "E no final das contas, uma estante vai ser sempre uma estante, de mogno ou de tijolos, faz a mesma função." Deu de ombros ao entregar o copo de água para Berta.

 

Berta tomou um gole gelado e seguiu em silêncio, reparando nos traços de Bibi. Um rosto marcado pelo tempo e pelas memórias. Rugas são as cicatrizes que a vida deixa estampadas no rosto como um mapa. Pessoas com uma vida difícil não conseguem disfarçar os sulcos verticais profundos entre as sobrancelhas, forjados por anos franzindo em preocupação. Bibi não possuía essas linhas, tinha marcas fortes ao lado dos olhos, que quando sorria abriam-se e se conectavam com as linhas nas bochechas, harmônicas como os vincos de um acordeão.

 

Bibi caminhou até um gabinete e madeira contendo diversas gavetas, como um antigo arquivo apotecário. Abriu uma das divisões e começou a enunciar.

 

"Tenho duas de Rivotril por 25, ou uma de Lexotan por 15, Valium 10, mas do bom, não do genérico. Tenho Prozac, mas esse não sai muito não. Ritalina está em falta, os estudantes de medicina levaram tudo e aquelas boletas para emagrecer faz tempo que não tenho mais. Aquilo mata, sabia? Qual você queria mesmo?"

 

Berta riu nervosamente, sem entender do quê Bibi estava falando. Quando percebeu que Bibi estava fazendo uma pergunta séria, respondeu.

 

"Desculpa Bibi, eu não estou entendendo."

 

"Qual remédio você quer comprar? Não foi por isso que você veio me ver?" Bibi disse, arqueando a sobrancelha.

 

"Remédio? Não, não foi por isso não..." Berta pegou a mochila para procurar o livro, mas se dando conta da situação bizarra, retomou o assusto. "A senhora vende medicação controlada? É isso?"

 

"A senhora está no céu" Bibi sorriu e continuou "Ai, Berta que confusão. Pensei que você era uma das amigas do Ricardo, neto da minha prima. Essa minha cabeça..." Bibi sentou-se na poltrona escura balançando a cabeça e explicando "Os médicos querem me entupir de medicação, mas eu não tomo, aí passo adiante, sabe?" Bibi correu a mão direita sobre a testa, alisando as sobrancelhas e disse reticente. "Senhor Santíssimo, é tudo culpa dessas músicas, quem pode ter uma mente sã com esse rádio ligado o tempo todo?"

 

Berta continuava atônita, tentando ligar os pontos desconexos da conversa.

 

"Que rádio, Bibi?" Perguntou.

 

Bibi riu e disse "O bendito rádio que tenho na cabeça, essa maldição. Faz uns dois anos, num dia qualquer, comecei escutar uma música, vindo do lado direito. Fui até a sala, a TV estava desligada, na cozinha, mas não era o rádio, e a música continuava. Ai julguei que era o vizinho, fui lá reclamar e o pobre homem me fez até entrar no apartamento dele para ver que não tinha nada fazendo barulho. Aí comecei a me dar conta que a música me acompanhava, aonde eu ia, junto ia a serenata, nunca diminuía o volume, sabe? Só podia ser na minha cabeça. Pensei que era uma coisa passageira, mas no dia, e lá estava a porcaria do rádio, e o pior, tocando música da igreja! Imagina menina, canções da minha infância, eu que odiava ir à missa. Agora toda vez que eu me incomodo com alguma coisa, lá vem essa "Hosana nas alturas", o que quero saber eu quem é essa Hosana! Nas alturas da puta que pariu, isso sim." Bibi começou a rir.

 

"Dois anos, nossa! A senhora, desculpe, é o hábito, você já investigou o que pode causar isso?" Berta perguntou.

 

"Ah já sim, me viraram do avesso, e a cada médico que eu procurava, lá vinha uma prescrição diferente, e nenhum remédio adianta. A única coisa que acontece é mudar a estação, umas músicas que aprecio, então já me acostumei, tem dias que até gosto."

 

"Nunca tinha ouvido falar de alguma coisa assim, o que está tocando agora?" Berta perguntou intrigada.

 

"Até que está bom, um sambinha, Trem das Onze dos Demônios da Garoa." Bibi imitou os movimentos de tocar um pandeiro. "Mas essa não é do seu tempo." E seguiu sua batucada imaginária. "Mas afinal, se você não é da polícia e não quer comprar nada, o que você queria comigo?" indagou.

 

Berta sorriu, feliz em poder revelar o tesouro que guardava na mochila.

"Achei esse livro domingo..."

 

Bibi levantou-se num espasmo, olhos arregalados "Você achou meu livro?"

 

"Tá aqui." Berta puxou "O Preço do Sal" com cuidado e antes que pudesse esticar o braço para oferecê-lo a Bibi, ela já o agarrava com ambas as mãos e o pressionava contra o queixo, inalando seu odor.

 

"Onde estava?" Bibi perguntou sem abrir os olhos.

 

"Na parada da Praça 19." Berta respondeu, mostrando os dentes num amplo sorriso de satisfação por ver o quanto o livro significava para Bibi.

 

"Viu? Isso que dá querer dar uma de velha safada e ir olhar a sapatada toda lá na praça." Bibi disse em tom jocoso. "Ai que alegria, como posso te retribuir..." Bibi parou a frase abruptamente. "Como você descobriu que eu era a dona?"

 

"Foi uma missão. Fui até a Biblioteca para ver se existia alguma informação e se não fosse a investigação que a estagiária fez revirando os arquivos, nós nunca teríamos descoberto. Foi associar que seu nome era o mesmo da dona da carta..." Berta teve um sobressalto, temeu ter falado demais, confessar ter lido a correspondência e um medo sinistro da reação de Bibi a fez se sentir frágil e exposta. Um reflexo de medo moldada por anos de abuso maternal.

 

A reação foi o oposto do que Berta esperava. Bibi ajoelhou-se ao lado de Berta no sofá e a abraçou com ternura. Um gesto tão puro e honesto que Berta não sabia como lidar, sentiu-se desconfortável por um instante, mas a genuinidade do carinho desmontou sua barreira e Berta retribuiu o enlace.

 

"Quem diria que na Biblioteca, aqueles energúmenos que até me processaram pelo livro, iriam ajudar em alguma coisa." Bibi disse.

 

"Foi tudo graças a Ticiana, ela que investigou tudo, e por sorte que no processo encontramos seus detalhes." Berta acrescentou.

 

"Nem sei como te agradecer, esse livro me ajudou por tempos muito dolorosos na minha vida e eu estava tão chateada por perdê-lo e não aguentava mais as músicas da igreja essa semana, você não imagina o quanto me fez bem." Bibi disse.

 

"Imagina Bibi, foi um prazer e eu estava morrendo de curiosidade de falar com você. Mesmo sem saber da sua história, o livro me ajudou muito também, me deu um propósito, entende?" Berta olhou fundo nos olhos de Bibi, reparando o halo cinza ao redor de suas íris coloridas.

 

Bibi sentou-se no sofá ao lado de Berta e gentilmente bateu a mão na sua perna. "Obrigada. Agora está tocando música clássica, a minha preferida, graças a sua boa ação."

 

"Fico tão feliz em poder ajudar, mas se não for pedir muito nem muita intromissão, você pode me contar a história da carta?" Berta pediu.

 

"Ah! Essa carta." Bibi suspirou. "Essa carta é o meio da história. Para chegar nela, preciso contar tudo que aconteceu antes e tudo que veio depois. É uma história longa que eu não conto ou mesmo penso faz muito tempo, sabe? Eu preciso me preparar, resgatar os baús no porão da minha alma, das minhas memórias. Por que você não volta amanhã? Assim temos tempo."

 

"Claro! Posso vir quando você quiser. Você se importa se eu trouxer a Ticiana comigo? Ela também está morrendo de curiosidade em te conhecer e saber da carta." Berta disse num misto de empolgação e uma pequena tristeza por ter que esperar mais.

 

"Berta, você e Ticiana terão para sempre minha gratidão, pode trazer ela sim." Bibi disse, levantando em direção à porta.

 

"Então, até amanhã." Berta disse antes de sair do apartamento e sendo surpreendida novamente por outro abraço de Bibi.

Berta sorriu. Tanta gentileza tocava fundo em um lugar oco dentro dela, era como música para seus ouvidos.

Fim do capítulo


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