Felicidade é só questão de ser
POV Ana Clara
Depois da fatídica noite da festa João mudou. Não era mais aquele menino alegre, companheiro e carinhoso. Mesmo quando brigava com as irmãs, logo após estavam de brincadeiras e “zuação”. Mas agora ele está sério, agressivo e quase não interage. Sem falar que agora não falava mais onde ia o que deixava Nanda completamente alucinada de preocupação. João chegou ao ponto de desligar o rastreador do celular. Minha esposa até mesmo colocou um dos seus funcionários para segui-lo, mas o moleque é muito esperto e consegue sempre despistar.
Não é uma questão de controlar onde ele está ou com quem. É uma questão de segurança. Desde cedo aprendemos com meus pais a sempre enviar mensagem dizendo que chegamos e que estamos saindo de algum lugar. Apenas para ficarem tranquilos. E meus filhos fazem isso também. Aliás eu, Nanda, todo mundo. Mas agora, João não mais.
Eu e sua mãe estávamos tristes. Sentíamos falta do abraço, do companheirismo e do carinho. Tenho certeza que as meninas e os avós também. Conversamos com nossos amigos e pais em busca de conselhos. Todos dizem a mesma coisa: dê tempo ao tempo. O problema é angústia em vê-lo perdido e se sentir impotente por não poder fazer nada.
POV Nanda
Tenho passado mais tempo na academia do que devia. É a minha válvula de escape. Sempre foi. Eu “môo” o saco de areia até minhas mãos ficarem dormentes. A minha impotência em relação ao meu filho me machuca em um nível celular. Eu tenho vontade de gritar, gritar, gritar.... Eu tenho vontade de abraça-lo e não largar até que ele volte a ser o nosso João.
Vargas tem monitorado meu filho. João tem andado com uma galera barra pesada. Gente sem objetivo na vida e metida em tráfico. Não notei o uso de drogas pesadas, os sinais não estão presentes... ainda? A impotência me soterra como uma bigorna gigante, igual a desenhos animados que víamos quando meus filhos eram crianças sentados na sala, comendo pipoca e felizes. A família está “quebrada”. Podemos sentir a tristeza de todos. Mesmo nas brincadeiras da AnaLu e nas ironias da AnaBea. Nada é igual ao que era.
Clarinha chora todas as noites escondida para que eu não veja e isso me quebra mais ainda. Eu penso, penso, penso e não encontro onde erramos e o que fizemos para que ele estivesse desse jeito. O problema que posso ver é que ele não está feliz. E isso... ah... isso é como se uma faca fosse cravada nas minhas entranhas. O meu amor pelos meus filhos é algo que não pode ser colocado em números. Nunca achei que eu poderia amar alguém mais do que amo minha mulher. Mas esses três... eu amo incondicionalmente. Eles são o melhor de mim. Por isso dói tanto ver o meu menino que outrora era tão doce, hoje tão amargo.
Vou até o quarto do meu menino e vejo tudo arrumado, como se ele nem morasse mais ali. Várias noites ele não volta para casa. Suspiro em desalento e vou ver as meninas. AnaBea dormia agarrada ao Valdir e AnaLu soterrada por Dóris e Sabrino.
Chego no meu quarto após ficar horas na academia. Clarinha está deitada de olhos fechados. Eu sei muito bem que ela chorou. Sua face antes branca estava inchada e vermelha. Ela fingia dormir. Eu podia ver que a sua respiração não era cadenciada como de quem dorme. Sigo para o banheiro e me banho deixando a água quente cair nos meus músculos fatigados. Minhas lágrimas caem sem eu nem ao menos notar. Me encolho e deixo o chão do box ser meu leito. Perco a noção do tempo. Sinto câimbra na minha perna e frio. Saio do box e me seco com a toalha felpuda. Lembro quando João adorava tomar banho comigo porque brincávamos de “carrinho” com os sabonetes caros da mamãe dele, que diga-se de passagem, ficava uma fera, mas acabava rindo da situação.
Vou para o quarto e me deito ao lado da minha vida. My Sunshine. Minha esposa. A abraço e noto que agora estava dormindo de verdade. Sem notar ela se aconchega em mim como sempre faz. Seu cabelo loiro cheiroso espalhado pelo meu peito, sua perna sobre as minhas e sua mão possessivamente na minha cintura. Seu calor me aquece a alma. Sei que tendo ela ao meu lado tudo vai melhorar. Só não devemos sofrer sozinhas. Amanhã mesmo vou conversar com o amor da minha vida. Não tem porque nós duas sofrermos sozinhas.
POV Ana Clara
Tenho acordado todos os dias com uma enxaqueca gigantesca. Olho para a mesinha de cabeceira e vejo uma garrafinha de água e um remédio, especialmente colocado por minha esposa. “Nanda sempre cuidando de mim.”. Sorrio triste e noto que ela não foi correr e continuava a dormir ao meu lado. Me agarro a ela como se fosse a minha tábua de salvação, aspirando seu perfume.
— Bom dia princesa. – sua voz rouca, mesmo depois de tantos anos, me causa arrepios.
— Oi amor. Não foi correr? – pergunto com o meu rosto na curva do seu pescoço.
— Queria ficar com você. A gente precisa ficar mais juntas, gatinha. – ela me olha com aqueles olhos que parecem ver tudo o que eu sinto e penso. – Você não precisa chorar sozinha, nem eu. Nós temos isso... – entrelaça nossos dedos. – lembra? Nosso amor. Cumplicidade. E, principalmente, o amor aos nossos filhos.
— Ai Nanda... – minhas lágrimas molham seu ombro. – Eu sinto falta dele, do nosso menino, de como ele era...
— Eu também, pequena... vamos conversar com ele novamente. Continuar dando o mesmo carinho. Ele vai voltar a ser o que era... mas a gente precisa ficar juntas. Falar o que estamos sentindo. Eu preciso de você. – ela beija delicadamente meus lábios.
— Pode parar com essa putaria que tem menores entrando no recinto. – AnaLu munida do seu inseparável violão entra com os pugs saltitantes e uma AnaBea carregando uma bandeja com café da manhã.
— A gente veio ficar com vocês! – me arrumo sentada na cama e Nanda senta também.
— Mainha não sou obrigada a ver teus peitos caídos. – AnaLu pega uma camiseta velha e joga para minha esposa.
— Masoque! Olha o respeito! Tô muito inteira pra minha idade! Melhor que muita menininha por ai.
— Tá mesmo Mainha – AnaBea fala – quando você corre no calçadão todo mundo fica olhando.
— Como assim, Fernanda? – falo fingindo ciúmes. Sei muito bem o que minha esposa causa em homens e mulheres.
— Não olham pra mim, gatinha. Ficam olhando para AnaLu, né, filha.
— Claroooo, gatinha. – AnaLu começa a rir.
— Mamães a gente sabe que vocês estão tristes com as maluquices do João. – AnaBea fala. – Nós também. Então queríamos ficar esse domingo com vocês e fazer o dia um pouco melhor. – diz colocando os pugs em cima da cama. Meus filhos caninos deitaram e olhavam com interesse para as guloseimas da bandeja.
— Meus amores – abro os braços e minhas meninas me beijam várias vezes e depois sua Mainha.
— Vou cantar uma coisa para vocês. – minha filha mais talentosa começa a dedilhar o violão e AnaBea acompanhava com um pequeno chocalho).
(N/A: Ouça Felicidade (Marcelo Jeneci https://www.youtube.com/watch?v=s2IAZHAsoLI )
♫Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz
Sentirá o ar sem se mexer
Sem desejar como antes sempre quis
Você vai rir, sem perceber
Felicidade é só questão de ser
Quando chover, deixar molhar
Pra receber o sol quando voltar
Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz
Se chorar, chorar é vão
Porque os dias vão pra nunca mais
Melhor viver, meu bem pois há um lugar em que o sol brilha pra você
Chorar, sorrir também e depois dançar
Na chuva quando a chuva vem
Melhor viver, meu bem pois há um lugar em que o sol brilha pra você
Chorar, sorrir também e dançar
Dançar na chuva quando a chuva vem
Tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar
Nessa hora fique firme pois tudo isso logo vai passar
Você vai rir, sem perceber
Felicidade é só questão de ser
Quando chover, deixar molhar
Pra receber o sol quando voltar
Melhor viver, meu bem pois há um lugar em que o sol brilha pra você
Chorar, sorrir também e depois dançar
Na chuva quando a chuva vem
Melhor viver, meu bem pois há um lugar em que o sol brilha pra você
Chorar, sorrir também e dançar
Dançar na chuva quando a chuva vem
Dançar na chuva quando a chuva vem
Dançar na chuva quando a chuva
Dançar na chuva quando a chuva vem♫
Eu e minha esposa já estávamos banhadas em lágrimas. Não sabíamos se riamos ou chorávamos de orgulho dessas duas meninas-mulheres. Tão diferentes e tão iguais. Tão maravilhosas. Tão únicas.
— É o que eu e a AnaBea sentimos. Nós amamos vocês. São as melhores mães do universo e se vocês não fossem nossas mães.... nós fugiríamos de casa e iriamos procurar vocês.
— Nós amamos vocês, mamães. Infinito. – com isso, tenho certeza que tudo um dia ficará bem.
Fim do capítulo
Quem chorei escrevendo? sim, sou dessas!
Então meninas, comentem o que estão achando???
As emoções estão a mil!! João vai piorar! Vitor entrando em ação!
beijosss
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HedaWarrior
Em: 26/08/2018
E eu chorei lendo.... meu Deus!!!
essa música é taoooo linda! Amo muito!
Fiquei com o coração partido vendo elas sofrendo pelo João... tá osso essa fase dele!
É tão lindo ver que a Clarinha e a Nanda tem essa cumplicidade sz sz sz É tão mágico!!!!
Resposta do autor:
Eu chorei escrevendo, sim sou dessas kkkkkk
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luaone
Em: 21/08/2018
RRanço pelo João!!! Que entojo!!! Afff...
As gêmeas são tudo... mas minha paixão é a Ju!!!
Se bem que a Nanda sempre será a Nanda né?! E a Clarinha é lindinha demaaaaaais... ain, acho que tô carente... kkkkkkkk
Por que o Vitor não morreu ainda gente??? Porra de vaso ruim... kkkkk
Resposta do autor:
Luaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa te acalme menina! O que é do Vitor tá guardado hahahahaha.
Alias ele vai aparecer no proximo cap. A coisa vai esquentar.
Tu já viu minha personagem nova? Ashley
http://www.projetolettera.com.br/viewstory.php?sid=1790
Eu vou escrever historias nesse novo universo. Ela apareceu em um conto que eu fiz para uma seleção. Ai meio que "me afeiçoei".
Vou usar os desafios para tentar organizar melhor: personalidade, tipo de humor... etc dela
hehehehe
beijocas
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Cleide
Em: 20/08/2018
Autora diva vou te falar uma coisa,estou começando a odiar o João se ele não melhorar logo vou ter uma conversa com a analu,pra dar um corretivo nele.
Ai chorei com minhas bebês sofrendo .
Pq q a NANDA nao fala pra ele o q ela passou com o Vitor?TÁ bom vai ser mas pra frente .
É q me dar um coiso kkkkkkkkk
Autora minha divaaa uma pergunta.
Pq vc não faz pvs com analu ?qria saber do ponto de vista dela TAMBÉM ..
Beijos
Resposta do autor:
Quero deixar pro Sweer Child of Mine, que vai ser a historia de amor da AnaLu e da Lu. Então vai rolar flashbacks.
Ah, coloquei um conto no desafio onde to apresentando a minha nova personagem. A ideia é desenvolver essa historia nas 4 imagens do desafio.
http://www.projetolettera.com.br/viewstory.php?sid=1790
Ashley é uma agente do FBI, linda e poderozesima hahahaha
Depois me fala o que achou! Beijocas
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Rosangela451
Em: 20/08/2018
Eu sabia que o mala só Vitor tinha que tido um final definitivo na última temporada...( Mínimo morte sem direito a reencarnação)
Voce tá muito boazinha....
Agora o joaozinho vai ser presa fácil desse maniaco.
Mais essa família vai dar a volta por cima...
Bjim
Resposta do autor:
Sem reencarnação kkkk ri alto aqui
Eu sou do bem! kkkkk
beijos
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SPINDOLA
Em: 20/08/2018
Boa tarde, Rose.
O capítulo da banana orgânica foi hilário, melhor família de todas as histórias do Lettera disparado.
Muito triste esta fase bad do João, espero que não dure muitos capítulos e a felicidade volte a reinar geral e bem rápido por favor, confesso que desanima ler quando há conflitos que demoram a ser solucionados. Fico agoniada rsrsrsrsrsrsr
O que dizer do final do capítulo... até deu diabete de tanta fofurisse, família APAIXONANTE.
Bjs
Resposta do autor:
Calma Paty! ela vai melhorar! só precisava mostrar o lado das meninas e das mães mais a fundo. Senao ficaria uma historia rasa!
Mas vai ser rápido! beijoooo
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preguicella
Em: 20/08/2018
Aff, uma lágrima apareceu aqui nao sei de onde e nem sei pq! hahaha CapÃtulo fofo até chegar nas suas notas finais! Pra que ressuscitar o encosto do Vitor?! Só pra trazer drama pra nossa e pra vida das nossas personagens queridas! O que me conforta é saber que ele vai se ferrar no final e dessa vez deve ser um ferrar definitivo com direito a ir pagar seus pecados no além! Por favorzinho do que vai ser assim! Nunca te pedi nada! hahahahah
Resposta do autor:
hahahahhaha Tipo uma bigorna cair em cima dele?
beijooo
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Rose SaintClair Autora da história
Em: 20/08/2018
No Review
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