POV Nanda

        Na sala o circo estava completamente armado. AnaLu tinha o lábio cortado escorrendo sangue e estava escoltada por várias meninas e sendo amparada pela Summer, João estava sendo contido pelo Jorge, o Lucas e outros garotos. A May chorava no ombro da Sofia. Os cães latindo por causa da confusão e AnaBea calmamente comia uma banana.

— Quem vai me explicar que porr* foi essas? – pergunto calmamente.

— Essa ridícula tava agarrando a MINHA namorada – João fala entre dentes, Mayara soluça mais alto e se atira nos braços dele. AnaLu olhava para o chão desolada, como se não entendesse o que ocorreu.

— AnaLu, isso é verdade? – minha esposa tentava examinar o corte no lábio da minha caçula. – Fala filha.

— Não. – a menor fala fracamente, as lagrimas escorriam por seu rosto.

— Como não? Eu vi quando a May pediu para você parar! Eu vou quebrar você no meio, OUVIU!

— João. – tento lembrar de todos os exercícios que eu conseguia a fim de me acalmar, não posso partir para a violência. Eles não foram criados assim. – Nunca mais – seguro fortemente seus braços – Nunca mais em sua vida... agrida qualquer mulher. – tava difícil me conter, imagens do pais dele vinham a minha mente, eu tremia enquanto falava. João me olhava com medo devido a minha expressão.

— Mainha eu...

— NUNCA – grito – ENTENDEU?? – não me seguro e o chacoalho bruscamente. – Se eu souber... ai João... se eu souber que você levantou um dedo para outra mulher...

— Nanda...

— SE EU SOUBER...

— Amor... – minha esposa me segura e eu vejo que ela estava muito preocupada. Minhas mãos ainda agarravam os braços do meu filho e tenho certeza que ficariam marcas.

— Mas que babado é esse? Teve MMA e ninguém me chamou? – Lu, Fê e Alex entram, mas o que essas loucos estão fazendo aqui?

POV Ana Clara

— Quem vai me explicar que porr* foi essas? – Nanda fala calmamente, mas conhecendo bem a esposa que eu tenho, sei que essa calma é apenas na superfície.

— Essa ridícula tava agarrando a MINHA namorada –  meu filho está enraivecido e AnaLu paralisada.

— AnaLu, isso é verdade? –  tento ver o corte na sua boca que ainda escorria sangue. AnaBea, sabendo o que eu faria logo a seguir, corre e pega a maleta de primeiros socorros – Fala filha.

— Não. – e eu acredito nela. Uma das coisas que mais me orgulho é que meus filhos não mentem. Não digo que nunca mentem, como aquelas mentirinhas bobas quando você diz que está com dor de barriga para não ir a escola. Mas, para coisas importantes, eles sempre falam a verdade.

— Como não? Eu vi quando a May pediu para você parar! Eu vou quebrar você no meio, OUVIU! – Nanda se aproxima do nosso mais velho.

— João. Nunca mais – Nanda estava tentando se controlar. Eu conseguia notar isso. Suas pupilas dilatadas de raiva, seu maxilar trincado – Nunca mais em sua vida... agrida qualquer mulher. – deixo AnaBea cuidar do lábio da irmã e me aproximo da minha esposa.

— Mainha eu...

— NUNCA. ENTENDEU?? – ela está descontrolada. Sei muito bem que lembranças estão tirando a sua razão – Se eu souber... ai João... se eu souber que você levantou um dedo para outra mulher...

— Nanda... – falo tentando trazer a minha esposa de volta a razão.

— SE EU SOUBER...

— Amor... – seguro seus braços e ela para na mesma hora.

— Mas que babado é esse? Teve MMA e ninguém me chamou? – AnaLu corre e se atira nos braços da madrinha chorando.

— A festa acabou gente. Liguem para os pais e avisem que o Carlão vai levar todo mundo para casa. – falo para todos. - AnaLu troca o pijama e desça aqui para a gente conversar. – minha filha sai com a madrinha.

Após todos os adolescentes estarem em suas devidas casas, nós estávamos sentados na sala. Somente a família, o que incluía o pai dos meus filhos e as madrinhas.

— AnaBea conte para gente o que aconteceu.

— Eu não sei de nada a mais mamãe. Tava aqui na sala quando ouvi a gritaria na cozinha. João batendo na AnaLu que não revidava, o que foi muito bom porque ela teria moído o João. Sabe muito bem que a AnaLu tem muito mais técnica que o João, que assim como eu, sabe apenas o básico para se defender....

— Foco AnaBea.

— Ah tá... enquanto os meninos separavam a briga vi que a AnaLu estava ok e resolvi comer uma banana. Mamãe tem que falar pra Voinha que essa banana não é tão boa quanto aquela lá da feira orgânica. Falando nisso cadê Voinha?

— Foi pra casa da dona Edi lembra? Mas Ana Breatriz... fatos... se atenha aos fatos.

— Ah sim, então a May chorava e falava que a AnaLu a tinha agarrado. Se vocês querem a minha opinião é mais fácil ter sido o contrário porque a minha irmã pega quem quiser naquela escola e não iria querer a adoradora de satã que se acha a Amy Winehouse.

— Mentira! - João intervêm querendo defender a namorada.

— Espera a sua vez de falar João. AnaBea, mais alguma coisa?

— Sim, a Mayara tem que mudar logo aquele estilo!

— Isso você tá coberta de razão meu amor! – Fê fala e eu olho feio pra ele. – Mas é verdade mana! Porque nada contra aos seres góticos da noite mas essas meias arrastão pretas são um ó! Sério, eu não sei se ela quer pescar ou seduzir alguém. – as minhas filhas deixaram escapar uma risada mas logo pararam porque Nanda olhou feio para elas.

— Pode falar João. – Nanda diz para meu filho.

— Essa daí vive dando em cima da May. – AnaLu nega com a cabeça e olha embasbacada para o irmão. – Pensa que eu não sei AnaLu? Toda vez que a May vem aqui em casa você chama ela pro seu quarto.

— Não!! Ela que sempre vai lá por algum motivo bobo! – AnaLu retruca.

— Para de se fazer de sonsa. Eu sei que você pegou ela quando a gente ficou separado um tempo. – AnaLu ficou extremamente vermelha. – Ela me contou. E agora você quer ela de novo! Vive atrás que eu sei. Ela me mostra as conversas de vocês.

— Mas eu não falo com ela cara! Nem tenho o número!

— Como não porr*, eu vi o seu contato. Vi as mensagens.

— É fake João. Eu posso trocar seu nome nos meus contatos para Elis Presley e não vai querer dizer que o rei do Rock ressuscitou e ta me mandando mensagem. – AnaBea fala calmamente.

— Imagina que TUDO se isso acontecesse? AnaBea recebendo mensagens do além – por que o Fernando tava aqui mesmo?

— AnaLu, fala agora.

— Primeiro eu quero falar uma coisa pra você João. Mano, eu posso te encher o saco direto. Fazer milhares de pegadinhas contigo. Mas velho... eu te amo cara. Tu é o meu herói. Tu é o cara me ensinou a andar de bike.  Que quando eu cai da goiabeira me trouxe no colo até a mamãe, mesmo sendo quase do meu tamanho. Eu sei que eu caguei quando eu peguei a Mayara quando vocês tinham se separado. Caguei demais cara. Mas eu nunca faria nada com ela estando com você. Nunca velho. Eu não quero ver você triste. Eu sempre vou te proteger. – um silencio tomou conta do ambiente. Só ouvíamos o som das lambidas do Sabrino na orelha da Dóris e o ronco do Valdir.

— Eu não sei o que pensar.

— Mano, ela anda atrás de mim. Quer ficar comigo de novo. Eu fujo dela direto cara. Mas ela sempre dá uma desculpa e entra no meu quarto. Invade o banheiro quando estou tomando banho. Comecei até a trancar a porta cara! Hoje ela me agarrou! E o que você viu foi eu tentando me desvencilhar.

— Bom, agora vocês vão me escutar. – falei. – João, eu confio piamente em você, como confio nas suas irmãs. Então, se a AnaLu está falando isso é porque ela está sendo verdadeira. Nós nunca mentimos uns pros outros. Lembra? – todos concordaram. – Agora a sua atitude vai ter consequências. Tudo na vida tem.

— Eu falei sério a você filho. Nunca mais agrida uma mulher! Nunca! Esse não foi o garoto que eu criei. O João carinho e que sempre cuida de todas nós. – Nanda falava triste.

— Eu... não sei o que pensar. – meu filho estava confuso. Adolescência com seus hormônios cobrando o preço. Ainda mais com uma garota fazendo a cabeça com coisas negativas.

— João, você tá de castigo. Sem festa e sem Mayara por pelo menos um mês. E ela está proibida de entrar aqui até nós vermos que ela merece nossa confiança.

— Mas mamãe, por favor!

— Não filho. É isso e pronto. Agora todos pros seus quartos e vão dormir. – meus filhos e seus cachorros saíram cabisbaixos.

— Mona do céu que tensão! – Fê fala afetado.

— Tá, mas como vocês souberam? – Nanda pergunta.

— AnaBea nos ligou. – Alex, que até então estava quieta, fala.

— Viemos na hora. – Lu completa. – Conversei com a Ju enquanto ela trocava o pijama ensanguentado.

— E? – pergunto

— A pirigótica anda caindo em cima da nossa pequena. Até pelada no quarto dela já apareceu.

— Masoque? – Nanda fala espantada. – Pelo que eu sei ela o e o João ainda não trans*ram.

— O babado é pior amiga! AnaLu comeu a menina, e parece que a trevosa quer um “repeat”.

— Piranha filha da puta. Se fazendo de santa com meu filho e se jogando para a irmã dele.

— AnaLu deve ter uma pegada eihnô – Fê fala enquanto come uma banana. – AnaBea tem razão essa banana não é tão boa quanto a da feirinha orgânica.

— O que a gente faz a respeito disso? – Nanda me pergunta.

— Pedimos a Mazé voltar a fazer compras na feirinha orgânica. – falei e começamos a rir.

Fim do capítulo