Capítulo 67
-- Ai Graças a Deus chegou. -- Amanda disse empolgada e aliviada ao ver a morena entrar na sala com uma caixa. -- Coloca aqui, amor. -- Amanda sorriu apontando o sofá a seu lado. -- Não! -- Disse interrompendo Samantha que, obedeceu a olhando em espera de outra sugestão. -- Melhor levar pra biblioteca né!? -- Falou. Então, Samantha em acordo, já iria se dirigir para lá. -- Mas eu quero ver, deixa aqui mesmo. -- Mudou de ideia.
-- Amanda! -- Samantha proferiu em agonia. -- Esse troço está pesado. -- Confessou ainda com a caixa em mãos. Amanda gargalhou e em compreensão pegou a caixa, realmente, pesada e a abaixou sobre o sofá, em seguida, fitou a morena e sorriu a envolvendo com as mãos na nuca logo sentindo ambas as mãos dela em seu corpo.
-- Desculpa coração. -- Pediu a puxando para um beijo amoroso.
-- Posso pensar. -- Samantha disse sorrindo.
-- É? -- Amanda sorriu. -- Então pensa, enquanto isso... -- A Advogada sugeriu e sem esperar capturou os lábios da médica em um beijo mais ávido de contato, o bailado deles era lento e saboroso até precisarem se separar em um sorriso contente. -- Então? -- Amanda indagou a olhando e fazendo um carinho na nuca dela.
-- Eu não pensei. -- Samantha confessou, riram.
-- Vem, vamos ver. -- Amanda a puxou as fazendo sentar no sofá cada uma ao lado da caixa.
Amanda abriu rapidamente a caixa e sorriu maravilhada ao ver o resultado da segunda parte dos convites de casamento escolhido e reajustado por elas duas.
-- Estão lindos, amor. -- Amanda pegou admirando o objeto em forma de caixa. Era branco com os nomes dourados. Passeou seus dedos em alegria e emoção, abriu, dentro havia uma linda foto em convite, dentre outras lembranças.
-- Ficou sim, meu amor. -- Samantha sorriu em acordo pegando outro e também olhando com mais atenção os nomes delas, "Eloá Amanda & Samantha Christine." -- Deveria ser o seu nome aqui. -- Samantha lembrou chamando a atenção de sua noiva que, a encarou imediatamente.
-- Amor, já conversamos sobre isso. -- Ressaltou. -- E quem disse que não é o meu nome aqui? -- Sorriu pegando o objeto das mãos da morena, apontou o nome dela, em seguida, o colocou na caixa. -- Esse também é o meu nome, o que você me deu. -- Amanda afirmou sinceramente feliz. Fora um verdadeiro dilema na hora de pôr os nomes delas no convite, Ela optara em por "Amanda". Samantha não achou justo. Embora a chamasse de Amanda, a morena compreendia que seu nome verdadeiro não era aquele. Então Amanda sugeriu "Eloá Amanda", Samantha ficou balançada e acabou aceitando. No entanto agora ali vendo os convites, novamente o seu consciente não achara tão justo "Eloá" era o verdadeiro nome de sua noiva.
-- Mas...
-- São os meus nomes! -- Amanda a interrompeu e levou sua mão ao rosto de Samantha. -- Cada um com seus significados e amo os dois, eu quis assim, então pare de pensar nisso, assunto encerrado! -- Advertiu com sinceridade e a beijou rapidamente.
-- Tenho escolha? -- Samantha perguntou sorrindo.
-- Não. -- Amanda negou também em um sorriso. -- E agora vamos logo dar o devido destino para deles, senão, estamos ferradas. -- Afirmou levantando-se em animação, restava apenas um mês para o casamento delas e a seu ver, inúmeras coisas ainda estavam restando serem feitas, e parecia que a cada dia que pensavam terem eliminado algo da lista de afazeres, surgiam mais.
-- Você quem manda madame. -- Samantha fez uma reverencia após levantar e pegou a caixa, Amanda apenas sorriu e juntas seguiram para a biblioteca.
-- Ah amor, a Carmem ligou, ela quer conversar com você. -- Amanda a fitou em um sorriso.
-- Pra quê? -- Samantha indagou a olhando. Juntas elas separavam os convites por endereços, outros entregariam pessoalmente.
-- A música de entrada, ela quer saber.
-- É mesmo eu tinha esquecido. -- Lembrou. -- Depois ligo e falo. -- Sorriu.
-- Qual vai ser? -- Amanda indagou.
-- Você não me disse a sua, então, é segredo. -- Samantha observou.
Elas riram.
E em um clima bastante agradável elas terminaram de organizar todos os convites, e logo aqueles que seriam enviados já estavam seguindo seus destinos.
-- Convites? Ok! -- Samantha disse riscando-os da lista que, de fato existia.
-- Agora falta, ensaio da dança do casal, fotos...
-- Mais fotos? -- Samantha questionou olhando a lista. -- Já fizemos dois ensaios amor, não está bom não? -- Indagou sincera.
-- Não amor, falta as fotos com as madrinhas, não podemos cancelar. -- Observou.
-- Verdade. -- A morena concordou. -- E quando faremos isso?
-- Duas semanas antes do casamento. -- Amanda fez uma careta apreensiva, era somente nesta data que todas as madrinhas conseguiriam ser reunidas. -- Elas virão e já ficarão aqui até o casamento.
-- Sendo assim, vai dar tempo, amor. -- Samantha notou.
-- Amém. -- Amanda sorriu.
-- Que mais?
-- Vejamos...
Elas se organizavam sempre, para que tudo fosse feito com calma e de acordo com o cronograma estabelecido por elas, precisava ser assim devido ao curto espaço de tempo que tinham, e devido aquela organização estavam conseguindo resolver todas as coisas com êxito, além do prazer e felicidade empregadas naquilo.
Por aconselhamento de Elisa, tiveram que esperar alguns dias, para então, fazer uma nova transferência de embriões, a médica achara melhor Amanda se reestruturar emocionalmente e também fisicamente para uma nova tentativa, além do apoio clínico experiente, Elisa achava importante o apoio emocional de sua parte, então fez questão de conversar com o casal algumas vezes. Embora estivessem sentidas pela primeira tentativa de gravidez ter falhado, Samantha e Amanda já estavam com as esperanças renovadas e mais empenhadas ainda para realizar, também, aquele sonho, que, já estava de data marcada novamente.
-- Eu te amo. -- Amanda afirmou buscando os olhos da morena após um beijo.
-- Muito? -- Samantha sorriu, estava com sua noiva sentada em uma de suas pernas, aproveitando o carinho dela em sua nuca.
-- Muito, muito. -- Amanda afirmou.
-- Você me faz tão feliz. -- Samantha declarou fazendo um carinho sobre o braço dela, em seguida pegou a mão e a beijou.
-- A reciproca é verdadeira. -- A advogada alegou em luminoso sorriso e foi beijada.
-- Natelly, conseguiu se entender com o namorado? -- Samantha lembrou que Amanda estava inquieta com alguns relatos de sua filha.
-- Se entenderam. -- Amanda disse pensando na filha. -- Mas até quando? -- Se perguntou. -- Esse namoro já me era complicado antes, mas depois de ver realmente o desenrolar dele, só penso que eu estava realmente certa. -- Disse sabendo de todas as discussões que sua filha tivera com Nicolas, pequenas coisas que ambos não estavam sabendo lidar e acabavam discutindo. Natelly, lhe confessou que se esforçava para entender o namorado, mas haviam opiniões distintas, vez e outra, nenhum queria ceder e ficavam em momentos ruins, o namoro já não era de doações de ambos como no começo, e não estavam sabendo conviver com os conflitos cada vez cotidianos. -- Ela está se preocupando e se estressando com coisas que não deveria, não nesse momento. Está perdendo o foco dos estudos, e não está feliz, não como de início. Entende?
-- Sim, meu amor. -- Samantha entendia. -- Você acha que ela já notou essas coisas?
-- Já sim. -- Amanda avisou e saiu da perna da morena, se encostou na mesa e a olhou. -- Eu também já falei isso a ela, só não insisto pra não soar como a mãe chata e pessimista contra o namoro da filha. -- Confessou. -- Mas tenho certeza que ela já notou que esse namoro não foi uma escolha certa, ou fácil, não sei. -- Suspirou realmente querendo a felicidade de sua filha. -- Talvez ela não queria abrir mão desse namoro sem lutar, o que de fato admiro e concordo, mas vejo que... -- Deu uma pausa buscando argumentos, mas sem sucesso. -- Se lá amor, eu sinceramente só consigo ver erros e sofrimentos de uns dias pra cá.
-- Eu entendo o seu ponto de vista, de verdade. -- Samantha afirmou a olhando sincera. -- Olha só. -- Samantha a fez sentar novamente em seu colo. -- O que você pode fazer é somente ouvi-la, sempre que precisar e aconselhar no que for necessário, como sempre fez. Esse namoro foi escolha dela e de Nicolas, somente eles vão poder levá-lo adiante ou não, somente os dois podem saber o que cada um suporta ou até onde estão dispostos a irem juntos. O que podemos fazer é esperar, torcer pela felicidade dela, dar apoio quando ela precisar, de fato que, o que tiver de ser, será. E seja como for, estaremos aqui, sempre. -- Sorriu.
-- Sim. -- Amanda concordou, a morena conseguira lhe dar uma certa paz naquele momento, ela realmente estava com a razão. -- Escutou? -- Perguntou ao ouvir um gritinho risonho vindo da sala, uma outra realidade chegava em casa.
-- Agatha, chegou. -- Samantha falou.
-- Vamos lá. -- Amanda sorriu a puxando.
-- Mãe, tinha um acidente lá perto da escola e a mulher tava com sangue por aqui tudo. -- Agatha relatou indo até Samantha apontando o braço como amostra de onde estava o sangue na mulher.
-- Sério, filha? -- Samantha indagou notando a calma da menina.
-- Desculpa, não deu pra evitar. -- Valéria confessou olhando de Samantha a Amanda.
-- Tudo bem, Val. -- Samantha avisou.
-- A Val me disse pra não olhar, mas eu olhei. -- Sorriu em confissão e todas riram.
-- Ah é? Desobedecendo dona Agatha? -- Samantha proferiu, mas depois a beijou e abraçou em carinho.
-- Vem cá eu não ganho beijo? -- Amanda indagou e logo a menina já estava em seus braços.
-- Obrigada, Val. -- Samantha sorriu.
Valéria como sempre discreta, sorriu, deu um leve aceno para Agatha e Amanda e saiu.
-- Ôh mãe a ambulância ia levar a mulher pro seu hospital era? -- Agatha indagou observando a mãe voltar e sentar ao lado dela e de Amanda.
-- Não sei meu amor. Tem outros hospitais também. -- Explicou.
-- Humm... Posso chamar a Milena pra brincar comigo? -- Indagou interessada.
-- Talvez. -- Samantha advertiu.
-- Deixa mãe. -- Agatha pediu em súplica. -- Amanda? -- A menina a olhou em pedido.
-- Tem dever? -- Amanda indagou.
-- Não. -- Agatha sorriu.
Amanda olhou Samantha, esta, a entendeu perfeitamente.
-- Está bem... -- Samantha disse.
-- Legal!
-- Calma, vamos ver se as mães dela deixam. -- A morena avisou.
-- Tá.
-- Mas já sabe, depois do banho e do almoço.
-- Já vou banhar então. -- Agatha deixou o colo de Amanda e rapidamente subiu para seu quarto, sob observação e risos de suas mães. Agatha nem chegou a saber que Amanda havia engravidado e depois perdido o bebê, em comum acordo, Samantha e Amanda resolveram contar apenas quando a gravidez avançasse, o que fora uma sabia decisão, pois sabiam que, assim como elas sofreram, Agatha teriam sofrido com o acontecido, além do mais ela não saberia entender tal questão, então agradeceram por não terem contado nada a menina, que, seguia insistindo por um irmãozinho.
-- É tão bom ter você assim, sempre comigo. -- Amanda olhava a morena com um sorriso amoroso.
Samantha sorriu e se aproximou dela. -- Eu também adoro isso. -- Confessou. Fazia uma semana que havia deixado o hospital na direção de sua irmã, a partir dali e durante duas semanas após o casamento seria dedicação total à família, noiva, casamento, e lua de mel. -- Ruim vai ser pra voltar. -- Lembrou. -- E a culpa vai ser sua. -- Sorriu lhe fazendo um carinho na perna livre.
-- Minha? -- Amanda indagou rindo. -- Por quê?
-- Vai ter me acostumado mal. -- Afirmou num sorriso.
-- Você que vai ter me acostumado mal. -- Avisou. -- Sempre aqui, assim comigo, acordando às vezes tarde, com você do meu lado, sem ter que sair, ficar namorando, fazendo amor... -- Sorriu levando sua mão ao rosto dela. -- Adoro. -- Sussurrou próximo aos lábios dela.
-- É? -- Samantha sorriu fascinada.
-- Muito... -- Amanda provocava ali e foi beijada com intensidade e paixão.
Como de costume aqueles dias, elas ficaram ali, namorando, curtindo o amor e carinho uma da outra.
* * * *
-- Sheila, por favor, verifica se aqueles fornecimentos que pedi chegam hoje mesmo. -- Alexsandra pediu a loira.
-- Claro. -- Sheila sorriu já providenciando o pedido.
-- Obrigada. -- Alexsandra agradeceu e ficou a espera ali mesmo ao lado do balcão. Provisoriamente estava ocupando a sala de sua irmã, assim como, a assistente, Com a licença de Samantha, Sheila se tornará providencial para sua adaptação a praticamente tudo ali no hospital.
-- Sim, mas só à tarde. -- Sheila informou.
-- Humm. -- Pensou. -- Minha assistente informou os horários das consultas?
-- Ah sim, peraí. -- Sheila procurava em sua agenda. -- Tem uma às 11h, e outras a partir das 15h. -- Avisou.
-- Obrigada, Sheilinha. -- Alexsandra sorriu. -- Vou comer algo, qualquer coisa me chama. -- Avisou.
-- Sim, chefa. -- Sheila bateu continência e Alexsandra riu.
Enfiou as mãos no bolso do jaleco e sentiu o celular, o pegou lembrando algo, alguém em específico. Escreveu uma mensagem e enviou ficando na expectativa, sem demora sorriu com a resposta. No percurso até a lanchonete cumprimentou algumas pessoas, era notório o quão passou a ser mais respeitada durante aquelas últimas semanas. Samantha sempre lhe falou que precisava se dedicar mais aquele lugar, e sempre se recusara. No entanto, o fruto de seu empenho durante aqueles vários dias de trabalho, alguns mais intensos que outros, eram gratificantes, observou.
-- Bom dia, doutora Alexsandra. -- A garçonete lhe recebeu em educação e simpatia.
-- Bom dia. -- Alexsandra sorriu.
-- O que vai ser?
-- Um suco de laranja e outro de acerola e um misto quente, e um pão de queijo.
-- Já, já, levo. -- Afirmou.
-- Obrigada. -- A morena agradeceu e foi sentar-se aguardando...
Sorriu sentindo duas mãos conhecidas lhe cobrir os olhos. As tocou com carinho e as retirou dali observando o sorriso faceiro de Laila que, lhe beijou o rosto, beijos mais íntimos ainda era proibido no hospital, ao menos em público.
-- Então o que é tão importante? -- Laila questionou sentando a mesa ficando de frente para ela.
-- Queria te ver. -- Alexsandra confessou sincera. Com o trabalho duplicado, o dia a dia delas também foi um pouco afetado, mas sempre davam um jeitinho de se verem.
-- Eu também. -- Confessou em um sorriso. -- Eu fugi. -- Confessou novamente e riram.
-- Fugiu? -- Alexsandra indagou demonstrando uma surpresa exagerada. -- Minha namorada fugiu para me ver em pleno horário de trabalho? -- Continuou dramatizando. -- Não pode ser. -- Falou. E Laila apenas ria da namorada. -- Está virando uma delinquente, senhorita Pacheco? -- A encarava se sobrancelha arcada.
-- Alê? Claro que não, amor. -- Laila negou sorrindo.
-- Mas fugiu. -- Avisou rindo.
-- Por uma boa causa, ótima causa. -- Advertiu olhando a morena. Esta, lhe sorriu fascinada.
-- Prometo não contar pra sua chefe. -- Alexsandra informou em um sussurro.
-- Agradecida. -- Laila também sussurrou como se fosse segredo.
-- Com licença. -- A moça da lanchonete as serviu e rapidamente saiu.
-- Já tinha pedido!? -- Laila disse em observação.
-- Não vai me dizer que faria diferente? -- Alexsandra indagou mostrando o suco de laranja e o pão de queijo.
-- Não, amor. -- Negou. Era seu lanche favorito àquela hora. E Alexandra sabia perfeitamente daquilo.
-- Olha isso foi uma gentileza pra minha namorada e não um controle da vida dela. -- Explicou de forma calma antes que Laila achasse o contrário.
-- Eu sei, amor. -- Laila disse sorrindo. -- Obrigada.
-- Como está o trabalho hoje? -- Alexsandra perguntou iniciando seu lanche.
-- Até que leve. E o seu? -- Sorriu.
-- Comparado a outros? Calmo. -- Afirmou.
E em uma conversa corriqueira e companhia uma da outra elas lancharam e seguiram juntas até a sala de Alexsandra.
-- Está com segundas intenções doutora? -- Laila notou após ser puxada pela namorada, sorriu sentido as mãos dela em sua cintura.
-- Terceiras, quartas... -- Alexsandra admitiu em um sorriso descarado. E sem aguardar resposta, buscou a boca de Laila a beijando com saudade.
A estudante a permitiu invadir sua boca e solver seus lábios sem reservas, com as mãos acariciava a nuca dela na mesma entrega. Tentar resistir a morena era sempre uma tentativa impossível, principalmente quando também queria, para que opor-se?
-- Preciso de você. -- Alexsandra afirmou ofegante sentido também o ar quente que vinha da outra lhe aquecer os lábios, de olhos fechados mantinha a sua testa colada a dela.
-- Eu também. -- Laila confessou da mesma forma, posteriormente abriu os olhos, observando os negros também lhe observar. Fazia alguns dias que não faziam amor, como estava em período de prova, precisava estudar à noite e nunca conseguia fazer isso estando com Alexsandra, era impossível e ambas sabiam daquilo.
-- Vai lá pra casa hoje. -- Fora uma súplica acompanhada de um beijo intenso e apaixonado.
-- Vou. -- Laila sorriu em desejo, a olhou. -- Preciso voltar pro trabalho. -- Informou.
-- Precisa. -- Alexsandra concordou veementemente, riram em compreensão, elas estavam com saudades uma da outra, e obviamente excitadas, mas sem probabilidade de serem aplacadas no momento.
-- Vou indo. -- Laila disse sorrindo e então se afastou um pouco, mas a mastologista lhe segurou a mão a puxando novamente. -- Alê...
-- Só mais um pouquinho. -- Alexsandra avisou em um sorriso enquanto lhe fazia um carinho no rosto.
Laila pensou que seria beijada, no entanto, sentiu um abraço carinhoso vindo da morena, que lhe beijou o pescoço delicadamente, sorriu retribuindo aquele momento com a mesma intensidade de sentimentos.
-- Eu amo o teu cheiro. -- Alexsandra afirmou o sentindo ali no pescoço dela.
-- E eu o seu. -- Laila assegurou também apreciando o perfume que vinha da morena ainda no abraço. -- Te amo. -- Acrescentou buscando o rosto da outra, sorriu, então beijou aqueles lábios que lhe sorriam.
O beijo fora calmo, assim como a despedida delas, mas a promessa era de que, à noite, seria apenas elas duas e a vontade que existia de se amarem...
Laila sorriu contente e já ansiosa enquanto seguia para seu local de trabalho.
-- Tava namorando em horário de trabalho?
Laila ouviu uma voz conhecida atrás de si, suspirou revirando os olhos em tédio, mas sem dar atenção a outra.
-- Quem cala consente. Mas o bom dos privilégios é isso mesmo, não ter medo de nada. -- Isis declarou em insistência a seguindo.
Laila parou em irritação, odiava aquele tipo de coisa, nunca teve privilégios em sua vida e não seria daquela vez, muito menos por namorar Alexsandra, sabia que a outra lhe dizia aquilo somente para lhe infernizar e estava quase conseguindo. No entanto, continuou a andar, sem se dá ao trabalho de rebater aquela provocação. Mas para sua surpresa e raiva, sentiu uma mão lhe puxar o braço.
-- Tá doida! -- Laila proferiu a fazendo soltar seu braço. -- Vai encher o saco das suas amiguinhas. -- Advertiu a olhando séria. -- Ah lembrei. -- Sorriu falsamente. -- Até elas não te suportam. -- Advertiu dando a costa para Isis.
-- O que que é? -- Isis questionou em irritação por se achar ofendida e ignorada. -- Já está se achando a dona do pedaço é sua sonsa? Não canta vitória ainda não, neném, ainda não oficializou a relação. -- Provocou em tom debochado.
Laila parou novamente respirando forte, era difícil perder a paciência com alguém, mas Isis era definitivamente uma exceção.
-- Isis, por favor... -- Laila disse juntando as mãos em súplica. -- Me deixa, está bem? -- Pediu a olhando e pela terceira vez seguiu o seu caminho.
-- Oi.
-- Lucas, agora não! -- Laila advertiu passando pelo outro colega às pressas.
-- Mas... -- Ele proferiu confuso a olhando, em seguida viu Isis se aproximar. -- O que eu fiz? -- Queria saber.
-- Liga não, é TPM. -- Isis declarou rindo, em seguida deu uma última olhada em Laila.
-- Aí está você.
Laila parou ao ouvir seu tutor provisório.
-- Desculpa, eu tive um tempinho, fui na lanchonete. -- Laila avisou o olhando sincera, mas um tanto impaciente.
-- Tudo bem. -- Ele afirmou notando a aflição de sua aluna. -- Você está bem?
-- Sim... Desculpa. -- Laila disse procurando se acalmar de verdade. -- Precisa de mim para algo? -- Lembrou.
-- Ah sim. -- Ele sorriu lembrando. -- Tenho um paciente agora com um caso bem interessante, quer me acompanhar?
-- Claro, será ótimo. -- O sorriso iluminado de Laila era a alegria de seu empenho fascinante pela profissão e em aprender.
* * * *
Júlia estava concentrada na tela do computador, notou que alguém se aproximava, mas precisava de uns segundos para terminar ali.
-- Só um minuto, por favor. -- Disse sem olhar quem era.
-- Será um prazer. -- A voz soou risonha e amorosa.
-- Amor!? -- Júlia reconhecera a voz e de imediato buscou a visão de sua esposa. Debruçou sobre o balcão que as separava e a beijou. -- Não sabia que vinha. -- Confessou em um sorriso feliz por ela está ali.
-- Surpresa. -- Susan avisou em um sorriso. -- Sozinha? -- Indagou.
-- Por hora, mas papai está no laboratório. -- Avisou. -- Vem, passa pra cá. -- Pediu e Susan rodeou o balcão e então pode abraçar sua esposa. -- Feliz que tenha vindo. -- Sorriu.
-- Eu também. -- Susan alegou e recebeu um selinho rápido. -- Sogrinho?
-- Lá dentro.
-- Vou lá rapinho, posso?
-- Claro, amor. -- A ruiva proferiu em um sorriso.
-- Já volto. -- Susan falou.
-- Tá. -- Julia concordou voltando sua atenção para o computador.
-- E ai Jú? -- Um colega de trabalho a cumprimentou sorridente ao chegar.
-- Tudo bem. -- Ela sorriu o observando já se arrumando para o trabalho.
-- Que bom que tá calmo hoje. -- Ele observou olhando apenas dois clientes no ambiente.
-- É sim. -- Sorriu. -- Pois não? -- Júlia indagou simpática ao homem que se aproximou.
-- Vou querer esses remédios. -- Afirmou entregando a receita a ela.
Júlia pegou o papel e buscou agilmente cada um deles.
-- Olha só, esse não temos no momento, mas esse aqui tem o mesmo efeito. -- Explicou e o olhou, mas ele não disse nada. -- Vai levar? -- Indagou.
-- Ah sim, vou. -- Ele sorriu persistindo no olhar, enquanto ela embalava os medicamentos. -- Você é muito bonita, Júlia. -- Ele afirmou observando o nome dela no jaleco.
-- Obrigada. -- Júlia sorriu rapidamente em pura simpatia e nada mais. -- Cento e dois reais. -- Avisou o encarando.
-- Me daria o número do seu celular? -- Ele questionou entregando o cartão de credito para ela, mas quando Júlia iria pega-lo, ele puxou obtendo o seu olhar. -- Sim ou não? -- Insistiu no mesmo sorriso.
-- Não! -- Respondeu praticamente tomando o cartão da mão dele, já estava se irritando. -- Sou casada! -- Advertiu agilizando o pagamento, em seguida pegou as compras, receita e pôs no balcão em frente a ele, junto com sua mão deixando sua aliança evidente.
Ele sorriu pegando tudo, e buscou o rosto dela.
-- Não custa nada, vai? -- Ele falou. -- Só pra conversar, fazer amizade. -- Acrescentou.
-- Olha só, não adianta, não vou te dar o número do meu celular. -- Júlia assegurou.
-- Como é que é? -- Susan indagou se aproximando rápido ao ouvir sua esposa.
-- Ah, convença sua amiga a me dar o número dela. -- Ele falou sem timidez alguma.
-- Ela é minha esposa, imbecil! -- Susan avisou em alto e bom tom. -- Agora que tal você dá o fora daqui!? -- Proferiu ainda em voz alta, apontando a saída.
-- Amor, calma. -- Júlia se preocupava com sua esposa, ela estava grávida.
Ele ficou em silêncio, apenas as olhando, parecia duvidar...
-- Ah, fala sério, vocês...
-- Vaza! -- Susan gritou o interrompendo. Em seguida contornou o balcão e com mãos firmes o empurrou.
-- Ei? -- Ele falou sendo empurrado, mas sem resistir.
-- Some. -- Susan disse já fora da drogaria que, já não estava tão vazia como antes. -- E nunca mais volta aqui. -- Advertiu com o dedo bem próximo ao rosto dele, completamente surpreso com o acontecimento.
-- Amor, para com isso. -- Júlia pediu lhe segurando o braço a fazendo entrar novamente.
-- Estava gostando da paquera dele? -- Indagou olhando a esposa de forma raivosa.
-- Não! -- Júlia negou de pronto. -- Está doida? -- Indagou chateada, no entanto, estava mais preocupada, nunca vira, Susan, agir daquela forma.
Susan olhou ao redor, tinha algumas pessoas as olhando, suspirou forte, estava tremendo, fitou a ruiva que, a olhava espantada, só então caíra em si.
-- Me desculpa, eu... eu fiquei com raiva, muita raiva, não sei por que fiz isso. -- Advertiu sincera. -- Perdi o controle.
-- Tudo bem. -- A outra disse e a abraçou forte, pensando que, talvez os hormônios dela se manifestassem de outras formas. -- Vem comigo. -- Segurou a mão dela.
-- Filha ouvi gritos, o que aconteceu? -- O pai de Júlia apareceu preocupado. -- Querida, o que você tem? -- Ele indagou observando que a nora não estava muito bem.
-- Não sei. -- Susan respondeu. E ele a olhou preocupado.
-- Pai fica aqui um tempinho?
-- Claro, precisa de algo? Quer levá-la ao hospital? Ela está grávida...
-- Não, eu estou bem. -- Susan avisou.
-- Vem amor. -- Júlia pediu a levando para dentro.
-- Qualquer coisa, chama. -- O homem avisou as observando entrar no escritório.
-- Senta aqui. -- Júlia cuidadosamente a fez sentar, pegou um copo com água e a fez beber, depois pegou outra cadeira e sentou à frente dela. -- Está melhor? -- Indagou levando a mão ao rosto dela.
Susan encarou sua esposa, estava voltando ao seu estado de calma, levou sua mão até a de Júlia em seu rosto e a acariciou.
-- Bem melhor. -- Confessou sincera. -- Me perdoe, não pude me controlar quando vi aquele idiota dando descaradamente em cima de você. -- Explicou olhando-a.
-- Eu sei amor, ele estava sendo bem inconveniente. -- Júlia relatou em sinceridade. -- Mas você me preocupou agindo daquele jeito, não tinha motivos, não de minha parte, além do mais, você está grávida amor, me deu um medo te vendo praticamente carregar o homem pra fora. -- Relatou sua aflição de forma calma.
-- Eu sei, eu sei, não queria te preocupar, me desculpa. -- Susan disse pensando em seus atos e arrependendo-se.
-- O que aconteceu? -- Júlia queria entender.
-- Não sei amor, apenas explodi, me veio uma raiva enorme, não sei, fiz aquilo. -- Susan relatou sem realmente entender tais motivos. -- Acho que os hormônios se manifestaram. -- Declarou.
A ruiva então riu sendo acompanhada de Susan. -- Também pensei nisso. -- Confessou fazendo um carinho no rosto dela.
-- Me perdoa por dizer que você estava gostando do assédio dele. -- Susan lembrou daquele fato que, agora, achara ridículo de sua parte.
-- Tudo bem, está perdoada, mas jamais duvide de minha fidelidade e amor por você. -- Advertiu mergulhada no brilho dos olhos da mulher que tanto amava.
-- Não, não vou. -- Susan afirmou e beijou demoradamente a boca da esposa e única mulher que lhe despertava sensações novas a cada dia.
Elas estavam bastante felizes à espera do primeiro bebê delas, ansiosas para saber o sex*, e mais ainda para tê-lo no colo, continuar a dar amor e proteção, realidade que já estava fazendo parte de cada dia delas juntas, e para com o filho ou filha.
-- Eu vim para almoçarmos juntas. -- Susan confessou.
-- Vamos sim. -- Júlia adorou a ideia.
-- Não vai te atrapalhar? -- Perguntou interessada.
-- Claro que não, meu amor. -- Avisou depressa. -- Minha prioridade é vocês. -- Assegurou em um sorriso.
Susan realçou o seu sorriso e logo viu sua esposa sair da cadeira, ficar de joelhos, levar ambas as mãos em seu ventre, lhe sorrir e logo beijar a sua barriga. Aquele gesto já havia se tornado um ritual, sempre que tinha aquela oportunidade a ruiva fazia. Pela manhã, ao acordar, o primeiro bom dia dela era para o ser em seu ventre, assim como, o primeiro beijo, e sempre, sentia uma emoção enorme ao vê-la repetir aquele ato.
* * * *
-- É tão estranho voltar aqui. -- Marcela confessou olhando o enorme portão a frente do carro.
-- Estranho ruim? -- Regina questionou tocando a mão dela que estava no volante.
Marcela a fitou. -- Não sei, é um estranho bom e ruim. -- Confessou e a senhora riu, elas estavam paradas na frente da casa de Regina. A senhora a convidara para um café após a consulta daquele dia, achava que tinha chegado a hora de revelar ao marido e as pessoas com quem se importava os verdadeiros motivos de suas saídas durante aquele tempo. Olhou Marcela e sorriu, ela era uma outra mulher, e aprendeu a admirá-la, e a ter um enorme carinho por ela.
-- Tem certeza? -- Marcela insistiu a olhando, estava nervosa e ansiosa ao mesmo tempo.
-- Tenho sim. -- Regina afirmou. -- E você? -- Perguntou.
Marcela suspirou apertando o volante com as mãos. -- Vamos! -- Disse decidida.
-- Ótimo, querida. -- Regina sorriu e com um simples clique de botão abriu o portão e Marcela adentrou com o carro.
-- Vamos lá. -- Marcela disse a si mesmo fechando a porta do carro e seguindo a senhora sorridente ao seu lado.
Ela entrou e por um momento parou ficando a observar o enorme ambiente. Nada havia mudado depois de sua última visita ali, entretanto, tudo era diferente agora, Marcela sorriu tomando um corredor lateral entre o sofá e uma estante grande encostada a parede, retratos de família estavam espalhados por ela, admirou cada um deles, então pegou o que mais lhe despertou a atenção.
-- Eu as perdi, Regina. -- Marcela disse olhando na imagem, Samantha e Agatha em um sorriso.
-- Dá forma que você as tinha antes, sim. -- Regina proferiu se pondo ao lado dela lhe abraçando a cintura em apoio e compreensão. Marcela a olhou em sentimentos diversos, e a senhora lhe sorriu. -- Mas poderá ter a amizade delas, tenho certeza que sim. -- Acrescentou com sinceridade.
Marcela ansiou pondo o objeto de volta ao lugar, pensando que aquilo poderia até acontecer, mas duvidava que pudesse ser fácil, na verdade nada estava sendo fácil para ela nos últimos meses, entretanto, foram de modificações extraordinárias e benéficas, e jamais se arrependeria daquilo, da nova vida que conquistara.
-- Eu tentarei. -- Marcela afirmou e sorriu realmente disposta aquilo.
-- Eu sei que sim, querida. -- A senhora lhe sorriu lhe acariciando a Costa.
-- Ei, chegou, já ia te ligar, querida. -- Henrique disse entrando na sala reconhecendo de imediato sua esposa ainda de costa para ele.
-- Aqui estou. -- Regina afirmou indo de encontro a ele. -- E com uma visita especial. -- Ela alegou se pondo ao lado dele e ambos olhavam, Marcela. Esta, ainda estava de costa, com certo receio de mostrar-se para o ex-sogro.
-- Quem é? -- Ele indagou em curiosidade. Foi então que, assistiu Marcela virar o encarando com timidez. -- Marcela!? -- Henrique disse bastante surpreso. Buscou o olhar da esposa e, esta, lhe sorriu em confirmação óbvia. -- Mas o que... -- Ele voltou a observar a loira ainda parada no mesmo lugar sem reação nenhuma. -- Você está... diferente! -- Foram as palavras sinceras do homem que, apenas no olhar soube distinguir as diferenças da mulher que estava ali na sua frente para a outra de um passado não muito distante.
Marcela riu espontânea, e em coragem e disposição se aproximou um pouco mais deles.
-- Como vai, senhor Henrique? -- Marcela perguntou lhe estendendo a mão e mostrando um sorriso ainda tímido, porém sincero.
-- Se isso aqui não é uma miragem. -- Ele proferiu se referindo ao momento e todos riram. -- Eu estou bem. -- Ele acrescentou singelamente apertando a mão lhe estendida.
Ele logicamente sabia o que Marcela significara no passado de sua filha do meio, e principalmente os porquês dela ter saído daquele convívio familiar. Estava extremamente surpreso ao vê-la ali, de volta a sua casa, mas com a calma que sempre tivera ele aguardava, e com todo respeito ele tratava a inusitada visita.
-- Não, querido, não é uma miragem. -- Regina assegurou lhe fazendo um carinho rápido no ombro enquanto sorria. -- Senta meu bem, temos o que explicar. -- Ela observou mostrando o sofá ao lado de Marcela e no outro logo em frente a jovem mulher o casal também sentou.
-- Antes de começar, já começando. -- Marcela disse e riu meio nervosa, claramente demonstrada no ato de massagear uma mão na outra, respirou e buscou o rosto do senhor que a olhava atento. -- Obrigada por me receber em sua casa, com todo respeito, sem sequer, me destratar antes de qualquer explicação para eu está aqui, assim... -- Falou de uma só vez. -- Isso só me amostra mais ainda o que perdi, porque eu não fui capaz de enxergar quando tive a chance, e... -- Ela parou e desviou o olhar em vergonha e emoção. -- E independentemente de como o senhor vai agir comigo daqui para frente. -- Marcela voltou a olhá-lo nos olhos. -- Eu quero que me perdoe por tudo que eu fiz, e por aquilo que deixei de fazer, de ser... -- Ela fitou o chão por um instante pela terceira vez, e reergueu o olhar. -- Eu realmente sinto muito. -- Assegurou.
Henrique não escondia a sua surpresa por ouvir aquilo, ficou em silencio apenas observando a mulher sentada ali, com uma postura corporal e emocional totalmente distinta da qual ele lembrava dela, notava sinceridade no olhar, notou nas palavras e na presença dela a sua disposição, calada, como se, arrependida, esperava um julgamento e sentença de sua parte. Embora ainda não soubesse tais motivos que a levaram até ali, e apesar de àquela altura deduzisse que sua esposa estava a par, não precisava ouvi-la, para entender que os seus sentimentos para com Marcela, fossem reorganizados apenas com aquele ato sincero feito a instante pela jovem a sua frente.
-- Minha querida. -- Henrique iniciou a olhando sereno. -- Mesmo que a grande maioria dos seus erros de... percurso. -- Ele sorriu e continuou. -- Mesmo que eles não tenha sido diretamente comigo, me afetaram, pois foi com quem amo, minha filha e neta. -- Confessou e a viu acenar a cabeça em acordo e ressentimento. -- No entanto, te vendo exatamente ai onde está agora, após com toda sinceridade e humildade que consegui ver, ter me pedido perdão, só o que posso fazer é, ficar feliz por ter tido a oportunidade desse momento, o passado é passado agora. -- Ele alegou com calma e então sorriu.
Marcela o acompanhou em felicidade, gratidão e emoção, abaixou a cabeça tentando não deixar as lágrimas caírem, levou os dedos as impedindo e voltou sua atenção para, Henrique, que, novamente lhe recebeu com um sorriso.
-- Aí não vou chorar. -- Marcela disse em meio a um sorriso.
-- Não, chega de choros. -- Regina foi quem afirmou, levantou e foi até ela. Marcela levantou e a abraçou grata.
Henrique aproveitou o embalo e após Regina se afastar ele viu que Marcela o olhou ainda em dúvida.
-- Vem aqui? -- Ele sorriu abrindo os braços receptivo.
Marcela não tardou em deixar seu corpo colar ao dele, pela primeira vez, em um afeto sincero, e foi nessa hora que suas lágrimas felizes molharam seu rosto, sem resistência e com significados sinceros. Henrique buscou a esposa com o olhar e ela lhe sorriu proferindo um obrigada labial. Sabia a importância do perdão daquele homem para Marcela.
-- Obrigada. -- Marcela se afastou o olhando, sorriu limpando seu rosto.
-- Não agradeça, está tudo bem. -- O senhor afirmou mostrando seu sorriso sincero. -- Não chore, não gosto de ver mulheres chorando, me dói o coração. -- Alegou e sorriram.
-- Parei. -- Marcela advertiu rindo.
-- Ótimo.
-- Agora vamos ao café prometido. -- Regina lembrou. -- Já volto. -- Disse já se dirigindo a cozinha.
-- Então, estou curioso para saber a participação de minha esposa em tudo isso. -- Ele confessou apontando o sofá para ela sentar-se novamente.
-- Na verdade acho que ela foi toda a razão para eu está aqui hoje. -- Marcela alegou sobre sua opinião. -- Há cinco meses... -- Marcela deu uma pausa lembrando do passado. -- Eu estava na pior sabe? Acho que era o fundo do poço, acho não, era. -- Afirmou o olhando de forma triste, mas de forma superada.
-- E como era o fundo do poço? -- Ele indagou em curiosidade. -- Digo, pelo que você estava passando naquele momento. -- Explicou.
Marcela encarou suas mãos, embora fosse um tempo superado ele lhe trazia lembranças dolorosas o que ainda tornava difícil falar sobre.
-- Olha se não quiser falar, tudo bem. -- O homem soube notar e compreender que aquele assunto era complicado para ela.
-- De verdade eu não gosto de falar, mas eu quero, pro senhor. -- Confessou. -- De qualquer forma o acordo entre Regina e eu era que o senhor saberia de tudo quando fosse a hora. -- Sorriu em confissão. -- Quando a Sam me deixou, eu voltei pro meu apartamento, até então, eu acreditava que ele e a grana mensalmente na minha conta era uma caridade feita pelo meu pai, mas não, era meu por direito, descobri depois. -- Riu fraco em lembrança e continuou. -- Eu estava triste, revoltada, com raiva, sentimentos misturados que nem eu entendia direito. Meu pai jogava na minha cara o fato de eu ser lésbica, de não prestar pra nada, que dependia dele, então eu me afastei dele e da minha irmã, já tinha feito isso antes mesmo antes de conhecer a Samantha, mas depois de ir morar com ela e posteriormente da separação, eu meio que me isolei mesmo. Passei a beber, mais por raiva que por vontade. Coisas do passado começaram a vir na minha mente, sentia falta da minha mãe... -- Ela parou em saudade e lembranças. -- E só ficava me perguntando por que tudo de ruim só acontecia comigo. -- Relatava até de forma calma. -- Os raros dias que saia de casa, era pra comprar bebida, sacar dinheiro ou ir na casa da Samantha, da última vez que consegui entrar eu fiz um escândalo. -- Revelou envergonhada.
-- É ela nos relatou, a última vez foi...
-- Quando a Amanda estava lá, esse mesmo. -- Marcela disse tomando a frente. -- E acredite ou não eu já estava fazendo terapia, segundo minha médica, recaídas acontecem. -- Sorriu como um alívio.
-- Claro. -- Henrique também riu em acordo.
-- Mas nesse dia que fui lá, não era pra fazer o que fiz, era pra conversar com a Samantha, uma forma de exercício da terapia, Enfim. Mas quando vi outra mulher lá, no meu lugar, sabe? Me veio um ódio tão grande, que eu não soube explicar na hora, então fiz o que fiz, mas hoje entendo. -- Confessou o olhando sincera. -- Minha raiva não era da Amanda ou de Samantha, muito menos da Agatha, era de mim mesmo, por ter permitido tudo aquilo acontecer. -- Afirmou. -- Eu estava tão, desculpa a palavra, fudida, nesse tempo. -- Advertiu sincera.
-- Desculpa. -- Henrique fez foi rir para surpresa de Marcela. -- Certo, fudida é uma boa explicação, continue. -- Ele pediu descontraído o que fez Marcela também ficar mais relaxada naquele momento.
-- Como eu disse, estava dessa forma, um dia, para minha própria surpresa passei a noite em claro, sem comer ou beber, me sentido um nada, estava sem raiva, sem medo, sem coragem, sem amor, sem alegria, eu me sentia vazia. -- Confessou olhando o ex-sogro que a fitava com atenção. Apesar de ser complicado discorrer sobre aquilo, pela primeira vez, Marcela estava conseguindo conversar abertamente com alguém, exceto sua psicóloga, apesar de ter achado que iria doer como antes, não estava acontecendo, pelo contrário estava lhe trazendo um alívio em compartilhar aqueles fatos com mais alguém. -- Então simplesmente sai de casa, do jeito que estava. -- Afirmou sincera.
-- Espera, como que você estava? -- Ele indagou preocupado.
Marcela sorriu entendendo. -- Eu estava vestida.
-- Ah, menos mal. -- Ele disse.
Eles riram.
-- A conversa está boa hein!? -- Regina voltava a sala com uma bandeja em mãos, serviu os três prontamente.
-- Estava falando pra ele sobre o dia que você me encontrou. -- Marcela pronunciou.
-- Ah aquele dia me doeu o coração te ver daquele jeito, querida. -- Regina confessou também em lembrança.
-- Foi a melhor coisa que me aconteceu. -- Marcela a olhava em confissão.
-- Querido, lembra daquela minha amiga da igreja que tinha ido embora para São Paulo? A que eu chamava de Naná? -- Regina questionou o marido.
-- Lembro sim, faz mais de 15 anos que ela mudou. -- Ele lembrou.
-- Então, ela voltou faz uns seis meses e me ligou passando o novo endereço, que depois vim descobrir que é no mesmo prédio da Marcela. -- Regina informou e sorriu.
-- Nesse dia que eu saí sem rumo. -- Marcela retomou a conversa. -- Assim que alcancei a calçada, todo aquele vazio parece que se transformou em uma angústia, me veio de repente um medo tão grande, medo de tudo, então em me sentei na calçada e... -- Nesse momento Marcela não conseguiu conter as lágrimas que vieram fortes.
-- Tudo bem, já passou, meu bem. -- Regina afirmou rapidamente após sentar ao lado dela lhe fazendo um carinho na costa depois nos cabelos. -- Eu estava indo visitar essa amiga, e assim que desci do táxi vi alguém sentada na calçada com as mãos no rosto e o choro era tão alto que não pude deixar de ver se podia ajudar. -- A senhora continuou a contar e ao seu lado Marcela chorava em silêncio.
-- Melhor deixar pra depois. -- Henrique proferiu vendo a condição da jovem.
-- Não, está tudo bem, pode continuar, por favor. -- Marcela afirmou erguendo a cabeça decidida.
-- Então fui lá, e quando vi que era ela eu fiquei sem reação por alguns instantes. Ela estava toda borrada pela maquiagem forte, pés descalços... -- Regina suspirou achando melhor pular aquela parte. -- A princípio Marcela se negou a me dar atenção, não me olhava, se negava a me responder as perguntas. No entanto, ela estava cansada demais para relutar, então cedeu me dizendo onde morava e se levantou após minha insistência. Então eu a fiz banhar, e depois dormir. -- Declarou dando uma pausa e buscando o rosto da pessoa a seu lado, sorriu feliz. -- Isso, deu um trabalho. -- Alegou para um riso de Marcela que a abraçou em carinho.
Henrique as observava com um sorriso, a história era digna de um livro, comparou. E diante de tal fato, não esperava menos de sua esposa, sempre amorosa, cuidadosa e justa.
-- Eu dormi o dia inteiro e quando acordei essa pessoa maravilhosa estava lá, com um prato de sopa. -- A loira confessou sem desviar os olhos risonhos de seu anjo da guarda ao lado. -- Embora eu ainda não conseguisse reconhecer. -- Ela encarou o homem em declaração. -- Aquele dia, depois de muito tempo, foi o primeiro em que eu dormi bem, me sentido protegida e cuidada. -- Afirmou voltando a olhar Regina que, lhe sorriu. -- Ela me fez comer a sopa, brigando, tinha que ter visto eu comi só de medo. -- Marcela assegurou rindo. -- Depois conversamos um pouco, e eu não quis entrar em detalhes e a mandei embora. -- Lembrou. -- No dia seguinte, logo cedo, advinha quem estava na minha porta? -- Indagou para Henrique que apenas sorriu. -- Por alguns dias, ela me interfonava, mas eu já sabendo que era ela, não atendia, então ela ligava pra amiga dela que liberava, eu cheguei a brigar com o porteiro por causa disso. -- Riu. -- Mas então, eu fui gostando das visitas, conversas... Regina sugeriu terapia, relutei, porém acabei aceitando, ela me levou a amiga dela, Doutora Ana, e até hoje ela me acompanha nas idas as sessões, assim como, passou a fazer parte da minha vida e recuperação. -- Marcela afirmou apertando as mãos de Regina. -- Dona Regina foi tudo que eu precisava e agora é algo que eu não quero perder nunca. -- Garantiu amorosa.
-- Não vai, querida. -- Regina alegou e sorriu.
-- Com ajuda dela, da terapia, comecei a ver o quão precisava mudar aprender a lidar com tudo a meu redor. As coisas começaram a fazer sentido, as coisas boas começaram a acontecer, sei lá, eu passei a ser outra pessoa a querer ser melhor, pra poder merecer o que de fato me pertencia. -- Marcela suspirou lembrado de sua trajetória. -- Nesse meio tempo eu completei 25 anos e vejo à tona outra realidade, tudo que eu pensava ser do meu pai, a empresa, posses, investimentos... Tudo era meu, e de novo eu precisei de ajuda para saber lidar com isso, com toda a responsabilidade que caia na minha costa de uma só vez, entende?
-- Claro, querida. -- Henrique proferiu sincero.
-- E de novo essa pessoa estava comigo, me apoiando, incentivando, respeitando, brigando. -- Riu grata. -- Pedi a ela segredo, primeiro por que me sentia frágil e não queria que ninguém soubesse disso, depois por que queria voltar bem e se não conseguisse, ninguém saberia que havia fracassado. -- Deu de ombros.
-- Mas não fracassou e hoje está, assim, feliz! -- Regina alegou em felicidade. -- Agora que já superou, viva a sua vida, não deve nada a ninguém. -- Advertiu.
-- Obrigada!
-- Ah já chega de obrigada. -- A senhora advertiu levantando-se e a puxando também. -- Seja bem vida a sua nova vida e também a esta casa. -- Sorriu.
Marcela a acompanhou no ato e a abraçou sem outras palavras.
-- Obrigada por tudo!
Regina riu, não tinha jeito.
-- Bem vinda, querida. -- Henrique também fez questão daquilo.
E Marcela o abraçou contente, era sim uma nova vida, próspera e verdadeiramente feliz.
Fim do capítulo
Oie, lindas!
Mais um capítulo, um pouco pequeno comparado a outros, mas como sempre feito com muito carinho.
Até o próximo capítulo que já tem data marcada, hehe. Domingo!
Grande beijo.
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Andreia
Em: 18/11/2020
Boa noite mais uma vez capítulo superado fantástico ficou maravilhoso.
A Regina teve um papel muito importante na vida da Marcela p ela sair do fundo do poço mais mérito da Marcela que quiz mudar para melhor
Eu acho que está Isis ainda vai apontar para cima da Amanda e da Samantha.
Natty nda a ver com este cara. Ela podia ficar com irmã da Marcela.
Bjs e abraços.
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Jackie silva
Em: 31/08/2018
Bom dia autora a história está linda.Gostaria de ver a naty cm a guarda costa da filha da sam nossa me lembro bem quando elas se olharam senti uma química mas pelo jeito n vai rola, seria muito bm se acontecer mas cm dizem vou ficar aqui na torcida..Amanda e sam um exemplo de amor enfrentando os desafios espero que fique td seja resolvido..Bjs fofa.OBS primeira vez que comento me desculpe os erros.
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Cleide
Em: 25/08/2018
Sabe autora eu passei q a vick ia ter um romance com a natelly .
Seria legal.
Há eapero q a laila de um jeito na isis ohhhh mina chata viu.
Ou a Sam dar um jeito nela.
MAS ainda estou na vontade da NATELLY E VECK .
Achei sem graça a NATY com esse cara.
Por favor numca te pedi nada,realiza esse pedidO da pessoa q JÁ leu sua história 3 vezes.KKKKKKKKKKK
VECELLY POR FAVOR A GORA IMAGINA UMA CARNINHA PIDONA .KKKKKKKKKK
MAR orgulhosa de vc ......
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MartaGamaAurelia
Em: 20/08/2018
Parabéns!!!! Amando e muito anciosa por mais capitulos. Amo sua forma de escrever. Me responde uma coisa? Por quê ao invés de dizer " Tomar Banho"... você escreve "Banhar"?
Resposta do autor:
Olá Marta, tudo bem?
Ai muito obrigada pelos elogios, amore! Eu faço com muito carinho e me dedico sempre em escrever da melhor forma e mais correta possível. Valeu mesmo. Fico feliz.
Sabia que já me fizeram esta mesma pergunta!? Kkkk Ai Jesus, não foi eu quem inventou isso senhor! Kkkk
Respondendo a sua pergunta: Eu escrevo "banhar" pelo simples fato de que eu só falo "banhar" kkkk
Vejamos, eu sou Paraense amore, e na minha cidade em específico, falamos "vou banhar/tenho que banhar/ vamos banhar no rio..." enfim. Têm pessoas que falam o "tomar banho" eu mesmo falo, mas muito raro. A questão é que o mais comum mesmo é o "banhar". Aí eu acabo escrevendo da mesma forma que falo. Confesso que procuro ser formal nas escritas, o quão possível for eu sou. Mas acaba acontecendo isso, escrever como falo ou como é comum na minha cidade e região.
Têm várias outras coisinhas que acaba indo na escrita, umas propositalmente outras eu nem percebo, a exemplo do "banhar".
É isso amore. Espero ter respondido sua pergunta direitinho.
Beijão
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Cleide
Em: 20/08/2018
Oieeee q bom q postou mas um cap .
E se eu te falar q estou lendo do começo denovo vc acredita?
Kkkkk pois é amoo essa história ..
Resposta do autor:
Olá Cleide,
Se você me falar eu acredito, não só acredito como fico muito feliz por isso minha linda. Muito obrigada e que você faça uma ótima releitura. Se puder, deixe sua opinião, ou nova opinião se houver. Ficarei grata.
Grande beijo linda.
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Queremos mais Laila e Alê rs, elas são muito lindas ainda mas juntas. Bem legal a Alexandra tendo a responsabilidade sobre o hospital e sendo reconhecida por isso ah Samantha e Amanda cm sempre esbanjando Amor, Companherismo éh importante. #VemTiBomraDomingo kkk. Bjs autora
Resposta do autor:
Oi Cat,
Esse casal sempre me despertou algo especial desde que surgiu na história, o carinho delas é tão leve tão sincero e meigo. Não sei explicar, simplesmente flui... Tenho todo um carinho por todas as personagens, claro. Mas Alê e Laila me deixam sem explicação pelo que sinto por elas. Não sei...
Sam e Amanda me desperta companherismo também, elas são mais fortes, decididas, tem o amor e carinho claro, mas é de uma forma mais intensa, decidida...
Amo todas elas, mas sou suspeita pra falar Né!?
Grande beijo. E muito obrigada por seu carinho.
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Mille
Em: 19/08/2018
Oi Ennys
Amei o capítulo.
Bom Isis está mexendo com fogo mais acho que ainda teremos mais raiva desta fulana que adora soltar o veneno dela e tem inveja da Laila.
Regina foi um anjo mais o mérito foi da Marcela em querer modificar e cresceu com seus erros e ainda bem que encontrou em Regina o apoio para melhorar e seguir novos horizontes.
Susan foi tomada pela raiva e colocou o ze Manel para correr mais tem que pensar no filhote ou filhota.
E bora ao casamento da Eloá Amanda e Samantha.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Oi Mille!
Como sempre você dando sua opinião amore. Muito obrigada por todo carinho e atenção. Sempre te vejo aqui e fico mega feliz por isso.
Isis vai achar o dela logo, logo.
Marcela com ajuda de Regina vai seguir em uma nova vida e será feliz.
Quanto a Susan? Foram os hormônios de grávida. Kkkk
Eloá Amanda fará uma pequena surpresa a Samantha no dia do casamento.
Grande beijo linda.
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NovaAqui
Em: 19/08/2018
Que bom que dona Regina ajudou Marcela. Agora é seguir frente
Casamento chegando
Abraços fraternos procês aí
Resposta do autor:
Olá amore!
Sim, dona Regina foi o anjo de Marcela. Foi muito legal escrever sobre essa mudança delas.
Casamento chegando e também o final desta jornada de Duas vidas...
Muito obrigada pelo carinho de sempre.
Grande beijo.
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