Capítulo 8
— Como eu estou? — Hernando ia andando devagar para dentro do closet de Mia enquanto tentava atacar o botão do punho de sua camisa de linho. — Muito lindo? Gostoso? Sexy? — Mia abriu um sorriso largo quando ouviu o amigo, estava sentada terminando de atacar a fivela dos saltos que usava, quando viu o rapaz adentrar o closet ergueu-se e se aproximou dele com calma, as mãos tomaram o lugar da do amigo e pacientemente atacou o botão que ele tanto lutava para atacar sozinho.
— A senhora está maravilhosa. — a morena falou com um sorriso no rosto enquanto passava as mãos pelo peito do amigo até os dedos alcançarem os botões da camisa social e abrir mais um deixando, assim, a mostra alguns pelinhos do peitoral peludo que Hernando tinha. — Agora sim, perfeito.
O moreno olhou-se no espelho logo em seguida enquanto colocava as mãos nos bolsos da calça social preta. A camisa social era justa em seu corpo, deixava definido os bíceps levemente grossos, a cor era azul petróleo com uma estampa de flores, a calça social preta justa nas pernas do homem ia até seus calcanhares e nos pés um mocassim simples de cor preta usado sem meias.
— Sobe meu zíper. — a morena pediu enquanto passava na frente de Hernando e ia colocando todo o cabelo negro por cima de um dos ombros para deixar as costas livres para que Hernando subisse o zíper do vestido. O moreno calmamente foi subindo enquanto ajeitava o zíper para que não emperrasse no meio do processo, Mia respirou fundo assim que sentiu o vestido ficar mais justo e bem colocado em seu corpo, o ajeitou um pouco enquanto se olhava no espelho. O vestido era preto, de mangas ¾, ambas feitas em renda, o mesmo era bem justo em sua cintura e tinha um belíssimo decote em V que não era ousado demais, mas também não era recatado, apenas deixava bem a mostra todo o seu colo e o início de um decote nos seios medianos. Colocou um colar simples para que o colo não ficasse completamente nu. O vestido ia até um pouco acima dos joelhos e acabava em uma barra pequena de renda. Haviam alguns detalhes em branco em volta do decote em V. Os cabelos negros e cheios estavam perfeitamente presos em um rabo de cavalo bem cheio, os fios claramente ondulados, não estava um rabo de cavalo muito apertado, isso era claro. Os brincos eram o conjunto do simples colar que usava.
— Me sinto ofuscado por você. — Hernando brincou fazendo Mia dar uma risada enquanto recebia um beijo estalado no rosto. O rapaz saiu logo em seguida do closet sendo seguido por Mia, a morena já estava pronta, afinal, havia deixado a roupa por último, já havia se maquiado e fizera tudo o mais simples possível e ainda assim estava extremamente elegante. — O Drew já está lá embaixo nos esperando. — Hernando falou logo após ter pego o celular em cima da cama e visto a mensagem do namorado, respondeu rapidamente dizendo que já estavam descendo.
— Então vamos. — falou enquanto caminhava rapidamente até a penteadeira onde ficava toda a sua maquiagem e também seus perfumes, escolheu um deles e borrifou poucas vezes em seu pescoço e em seus pulsos antes de enfim sair andando, pegou em cima da cama a bolsa de mão e foi andando a passos mais largos para acompanhar logo o amigo. Estava se sentindo um tanto ansiosa, afinal, fazia um tempo que não saia de casa de noite para lugares que não fossem para balada ou coisas relacionadas ao seu trabalho, era sempre bom diversificar as suas saídas daquela forma.
— Uau, que homem! — Mia falou assim que entrou no banco traseiro do carro e esgueirou-se entre os dois bancos dianteiros para dar beijos estalados no rosto de Drew em meio a risada grave do homem antes mesmo que o próprio Hernando cumprimentasse o namorado. Afastou-se segundos depois para se ajeitar no banco e ir colocando o cinto devagar.
Hernando inclinou-se em direção a Drew e selou os lábios do homem com alguns selos seguidos repletos de carinho, ambos sorriram de forma cúmplice e Mia por um momento sentiu uma pontada de inveja daquele momento, mas sorriu de forma carinhosa para o casal a sua frente, se tinha uma coisa que ela gostava de observar era como os dois homens se tratavam de forma tão cúmplice.
Mia cruzou as pernas de forma confortável quando o carro entrou em movimento, no começo do trajeto entrou no meio da conversa e os três começaram a conversar de forma animada até o momento em que Mia se viu perdida em seus próprios pensamentos e com os olhos fixos nos vultos que via fora da janela devido a velocidade em que Drew dirigia. Sua vida havia mudado bastante nas últimas semanas e por mais que simplesmente tentasse esquecer o que havia acontecido, ela realmente não conseguia, já perdera a conta de quantas vezes já sonhou com aquela mulher ou já a viu em pessoas aleatórias na rua, já perdeu as contas de quantas vezes beijou Charlie e pensou na única boca feminina que havia provado, já perdeu as contas de quantas vezes esperou por Hernando em frente ao bar com a vontade e ao mesmo tempo medo de entrar e dar de cara com aquela mulher que fazia da vida de Mia um grande alvoroço. Ainda não se sentia bem com aquela situação e agora já não mais sabia o por que.
— Mia? Mia!
— Uh? — despertou de seus pensamentos e olhou em direção a Hernando que estava inclinado olhando em sua direção entre os bancos, ele claramente tinha ambas as sobrancelhas arqueadas.
— Chegamos! Você definitivamente estava perdida. — o moreno afirmou enquanto voltava a se ajeitar no banco do carro para enfim sair do mesmo. Mia balançou a cabeça de forma negativa, de fato, estava perdida, sequer havia notado que haviam chegado, havia realmente se perdido em meio a seus pensamentos. Abriu a porta do carro e logo saiu, foi ajeitando o seu vestido com calma logo após fechar a porta, Drew se aproximava, o homem elegantemente vestido com um terno feito sob medida, mas sem gravata, guardava a chave do carro em seu bolso.
— Você está linda, Mia. — ele falou de forma carinhosa levando Mia a sorrir de forma larga para o amigo.
— Vamos, pombinhos. — Hernando interrompeu o momento enquanto segurava a mão do namorado de forma carinhosa para que começassem a andar. Haviam estacionado bem perto da galeria que ficava situada em uma bela rua de comercio, onde haviam belas boutiques de jóias, perfumes e roupas.
— El Arte de Una Vida. — Mia falou assim que leu o nome da galeria e acabou sorrindo enquanto olhava a fachada bonita do lugar muito bem iluminado, logo a frente ao lado da grande porta aberta de madeira havia um pôster evidenciando que ali ocorria uma exibição de artes de Helena. — Isso soa de forma linda. — expressou os próprios pensamentos.
— Eu também achei. Pelo o que eu soube, conhecer as pinturas dela é como um passeio por cada parte de sua vida. Ao menos foi o que a Alyson me disse uma vez. — Hernando falou enquanto olhava para Mia à medida que andava.
Mia arqueou uma sobrancelha e repentinamente, sentiu-se mais curiosa para conhecer o trabalho de Helena. Os três logo chegaram a porta aberta da galeria e foram recebidos por um homem bem vestido que estava responsável pelos casacos dos visitantes, como nenhum dos três viera com casaco, apenas receberam um “Sejam bem vindos” de maneira simpática. A música ambiente logo chegou aos ouvidos de Mia e a morena olhou em volta por um momento, foi caminhando devagar assim que sentiu a mão de Hernando carinhosamente pousar em suas costas a incentivando a andar.
Ela respirou fundo, o cenho se franziu no momento em que um cheiro familiar invadiu seu nariz, conhecia aquele cheiro, mas no momento realmente não conseguia lembrar de quando havia o sentido, olhou em volta, os olhos focando-se rapidamente em quadros distintos, cores obscuras chamavam-lhe atenção até o momento em que algumas risadas tiraram a sua atenção do quadro e rapidamente olhou em direção a um grupo de pessoas reunidas e logo a frente, estava Helena, sentada em um banco alto de forma confortável e um pouco apoiada em uma mesa, os olhos de Mia focaram-se naquele sorriso e naqueles lábios carnudos, fora praticamente automático, inevitável que não olhasse.
— Bom, tudo bem, isso pode ser interessante. Podem fazer suas perguntas, eu sou um livro aberto. — Helena falou, o sorriso largo ainda estampado nos lábios carnudos, a artista vestia um belo vestido longo de cor azul marinho, algumas flores de cor salmão estampavam o tecido, o vestido era de alcinhas e tinha um decote longo que deixava a mostra todo o vale entre os seios e as costas, eram nuas. Haviam duas fendas na saia do vestido, uma de cada lado, assim, as coxas morenas de Helena ficavam a mostra quando ela cruzava as pernas ou quando a saia do vestido balançava demais. Os cabelos estavam soltos, jogados por cima de um dos ombros.
Havia sido abordada por um jornalista há alguns minutos, desejando fazer uma matéria para uma revista artística famosa naquele meio. Mas muitos ali lhe cumprimentavam e lhe faziam perguntas curiosas sobre a sua vida, foi assim que Helena resolveu ceder à entrevista, mas de uma forma pública, para todos os convidados e de uma forma em que todos participassem. Cruzou as pernas de forma confortável.
— Sejam delicados, o meu ramo é me trancar aqui dentro e pintar e não conversar tão abertamente assim. — gesticulou com as mãos e ouviu algumas risadas, o que a levou a rir junto.
— A pergunta que não quer calar. Você odeia homens? — ouviu uma voz masculina e procurou o dono da voz, arqueou uma sobrancelha e o sorriso que tinha nos lábios, se tornou divertido, ainda mais quando riu com a pergunta.
— A ideia de uma mulher retratando homens como vermes em seus quadros fere sua masculinidade? — indagou, uma das sobrancelhas ficou arqueada, mas balançou a cabeça de forma negativa. — Eu não odeio os homens, mas isso não significa que eles são os meus preferidos.
— É verdade que você era agredida por seu ex marido e por isso pinta dessa forma, retratando homens como monstros? — a pergunta agora veio do jornalista e Helena o olhou em silêncio por alguns segundos, os olhos correndo pelas pessoas logo em seguida até parar em um par de olhos azuis. Helena sentiu o coração dar um pulo imediatamente quando viu Mia, mas inevitavelmente, um sorriso satisfeito surgiu nos seus lábios no momento em que desviava o olhar.
— Em partes. Eu acredito perfeitamente que possa existir homens perfeitos no mundo, acredito que você possa ser um deles, que tenham homens do bem aqui entre nós hoje. Mas eu lidei muito e da pior forma possível, com a parte ruim de um homem. E consequentemente isso me fez enxergar o lado péssimo de homens que eu encontrei em seguida, então, da mesma forma que eu acredito que existem homens de bem aqui, eu acredito que existam monstros. Todo mundo tem dentro de si pessoas que nem você mesmo conhece, mas que um dia pode resolver se mostrar, isso por causa talvez, de algum gatilho...
— É por isso que dizem que traição muda um homem!
Helena riu ao ser interrompida por alguém com aquelas palavras e acenou de forma positiva com a cabeça enquanto pegava a taça de Champanhe em cima da mesa ao seu lado e dava um bom gole para molhar a sua garganta.
— Traição é um gatilho para ambos os sex*s. Uma mulher pode se tornar igualmente violenta quando é traída por um homem. Vai de pessoa a pessoa a forma como se lida com situações que a vida te dá. — a voz da mulher era calma, não se incomodava em falar sobre aquele assunto, era algo que todo mundo já sabia, mas ainda assim agradecia mentalmente por não estarem sendo tão evasivos. Ela ainda estava em sua área de conforto.
— Traição foi o caso do seu marido? — a pergunta veio de uma senhora e Helena apenas a olhou por um tempo, uma sobrancelha se arqueando como se estivesse surpresa por ouvir uma pergunta daquelas, negou com um aceno de cabeça.
— O caso dele foi apenas mau caráter. Acho que vocês não me reconheceriam naquela época, eu não era a mulher que pintava quadros ousados. Eu era uma jovem iludida que saiu do México loucamente apaixonada por um homem que havia lhe prometido o mundo e uma vida perfeita. — colocou a taça sobre a mesa mais uma vez e respirou um pouco fundo enquanto voltava a encarar o jornalista esperando que ele fizesse mais uma pergunta.
— O que você sente quando você pinta? — ele foi direto e Helena umedeceu os lábios já se preparando para responder, mas foi inevitável os olhos não voltarem para Mia quando respondeu:
— Prazer. — disse enquanto a olhava, mas voltou a desviar o olhar e olhou brevemente para baixo. Já Mia sentiu o rosto esquentar momentaneamente com aquela resposta enquanto tinha os olhos de Helena colados nos seus, mas não conseguia simplesmente desviar os olhos dela. — É como uma terapia, uma forma de escape. Se eu estiver estressada e precisar relaxar, eu vou pintar, se eu estiver com raiva e precisar extravazar, eu vou pintar, muitas das obras expostas aqui hoje demonstram muito o meu estado de espírito no momento. Tristeza, dor, luxúria, raiva... — gesticulava com ambas as mãos a medida que falava e então levou uma das mãos aos cabelos os penteando com os dedos e os jogando para trás.
— E as ideias? Como surgem?
Helena sorriu enquanto olhava para a própria coxa e deu uma pequena risada enquanto olhava em volta, vendo alguns de seus quadros pendurados nas paredes, alguns que esbanjavam sensualidade, lembrou-se imediatamente, do bar, grande maioria daqueles quadros tinham como inspiração, as noites que passava dançando como uma stripper, uma vida secreta que poucos sabiam e que era a base daqueles quadros.
— Bom, eu não posso revelar o segredo que me faz ser diferente. A concorrência está ai. — brincou, rindo junto com as pessoas ao redor e acabou mordendo o lábio inferior com um pouquinho de força não conseguindo desfazer o sorriso que estampava os lábios.
— Já percebemos que as cores preto e vermelho prevalecem em seus quadros. Por que essas cores? O que elas expressam? — o jornalista tinha um pequeno gravador em mãos para gravar toda aquela sessão de perguntas, que de fato, estava sendo muito melhor do que ele havia imaginado.
— Por que elas me excitam. — fora direta, sincera, afinal, era assim que a artista era, sempre direta e sincera em suas palavras. Isso parecia surpreender as pessoas ali, mas isso também parecia os agradar de alguma forma, Helena via isso estampado nas expressões de cada um.
— Uau. — Hernando falou, tinha ambas sobrancelhas arqueadas e acabou sorrindo em seguida, os olhos indo até Mia como se quisesse também ver a reação da amiga.
— Não são só as obras dela que são interessantes. Vocês também ficaram com vontade de saber mais? — fora Drew o responsável por tais palavras. Os olhos de Mia ainda estavam fixos em Helena que continuava a conversar com as pessoas de uma forma que exalava simplicidade, ela parecia estar adorando conversar com todos daquela forma.
— Hernando!
Os três olharam em direção a voz feminina, Alyson tinha um sorriso largo no rosto quando se aproximou do trio e Hernando mais do que imediatamente sorriu quando se aproximou da cliente e a abraçou de forma calorosa.
— Alyson, que bom te ver, eu realmente agradeço pelo convite. — Segurou as mãos da ruiva de forma carinhosa enquanto lhe sorria de maneira simpática. — Ah, esse é o Drew, meu namorado. — Drew se prontificou a se aproximar de Alyson e trocar dois beijos simpáticos com a ruiva que era só sorrisos e simpatia. — E como você já deve conhecer, a Amélia. — apontou para Mia. A morena mais do que imediatamente sorriu de forma larga, já Alyson pareceu analisá-la por um momento antes de se aproximar de Mia e abraça-la de forma simpática.
— Que bom te conhecer, Amélia, o Hernando me falou tão bem do seu trabalho que eu me senti familiarizada com você. Uma pena a madame ali gostar tanto das coisas do jeito dela. — apontou para Helena com o olhar, Mia a olhou momentaneamente e acabou rindo com as palavras de Alyson.
— Não se preocupe, Alyson, eu entendo e acho muito bacana pessoas como a Helena. Ela fez um trabalho maravilhoso. — fora educada em suas palavras, afinal, Alyson não era uma pessoa que conhecia e até aquele momento achava ser só algo do trabalho, já que ela havia sido cliente de Hernando.
— Amélia. — a voz feminina, potente, soou quase como uma bronca e Mia definitivamente sentiu um arrepio subir por sua coluna, conhecia aquela voz, conhecia aquele tom e sabia o que ele significava, virou-se imediatamente, os olhos quase arregalados.
— Mama. — falou de forma surpresa ao ver a elegante mulher acompanhada de Frederick. Mia olhou para o irmão rapidamente antes de voltar os olhos para a mãe, a pessoa que definitivamente não esperava ver naquele momento.
— Não me olhe com essa cara de quem viu um fantasma, oras, pelo amor de Deus. — exasperou com a filha enquanto a olhava com o cenho franzido, mas quando desviou os olhos para Hernando a expressão mudou completamente e o sorriso carinhoso surgiu. — Nando, olha como você está lindo. — as mãos tocaram o rosto do homem de forma carinhosa e o puxou para perto para dar dois beijos demorados em cada bochecha. Hernando por sua vez logo em seguida segurou as mãos da mulher mais velha com carinho e deu um beijo carinhoso em cada uma.
— Mama! Quanto tempo. — Hernando a chamava de Mama, assim como Mia, afinal, aquela mulher a tratava como um filho desde a primeira vez que havia a conhecido, ele era simplesmente apaixonado por ela, sentia-se completamente parte da família de Mia. — Que surpresa ver você aqui, eu não esperava!
— Você sabe que eu sou apaixonada por Arte, querido. Helena é uma mulher incrível, eu não ia perder a exposição de uma arte tão ousada como essa. — Vera exalava elegância, uma belíssima mulher na faixa dos cinquenta anos, mas de fato não parecia ter essa idade, os cabelos castanhos claros, assim como os de Fred, eram curtos, na altura do pescoço, cheios e com os fios ondulados. Vera parecia uma mulher jovem que estava aproveitando o melhor de sua vida. As semelhanças com Mia eram claras.
— Você a conhece? — Hernando arqueou ambas as sobrancelhas e Vera fez uma expressão como se aquela pergunta a ofendesse.
— Sim, a conheço de exposições de outros Artistas, quando soube que ela iria expor os próprios quadros fiquei louca, sempre tive vontade de ver as obras dela. — soltou as mãos de Hernando com calma ao notar que estava sendo mal educada ao não falar com os outros, assim olhou para Drew, já levando as mãos em direção ao rapaz. Ele as segurou com carinho e as beijou como um cavalheiro, levando Vera a dar uma pequena risada. — Seu namorado é um amor, Hernando. — ela disse ao se aproximar do homem e dar um beijo demorado em sua bochecha. — É um prazer revê-lo, querido. — em seguida olhou para Alyson e sorriu para a jovem ruiva. — Eu a conheço de algum lugar...
— Alyson. Eu trabalho com a Helena. — falou de forma simpática ao oferecer a mão a Vera para um perto de mão.
— Oh, é claro! Alyson, que prazer conhecê-la, meu nome é Vera, sou a mãe da Mia, e deste rapagão aqui que veio como meu acompanhante hoje. — olhou para Fred que terminava de cumprimentar Drew e Hernando e o chamou para perto. — Venha cumprimentá-la, Fred, veja como ela é linda. Está solteira querida?
— Mama! — Mia e Frederick repreenderam a mais velha ao mesmo tempo. Mia rolou os olhos, envergonhada com a situação e Fred riu sem graça ao se aproximar de Alyson para poder cumprimentá-la ou sabia que sua mãe não iria deixá-lo em paz até que o fizesse.
E enfim, os olhos de mãe e filha se encontraram e Mia se sentiu intimidada, conhecia aquele olhar, sentia-se idiota por sequer imaginar que sua mãe poderia estar ali, a Palermo mais velha sempre foi uma amante de Artes e vivia fazendo aulas para tentar aprender, por mais que não tivesse muito sucesso com isso, seu talento mesmo era administrar o restaurante da família. Mas o verdadeiro problema é que fazia um bom tempo que não tinha ido ficar com a mãe, afinal, nas últimas semanas a sua mente, infelizmente, havia ficado atormentada por outras coisas.
— Com licença, queridos. — a mais velha falou de forma educada ao desviar brevemente os olhos de Mia e assim, deu as costas e saiu andando a passos calmos. Mia acabou suspirando.
— Alguém vai se fo...
— Vai à merd*, Fred. — Mia falou antes mesmo que o irmão terminasse e saiu andando, mesmo que a contragosto, atrás de sua mãe. Vera era uma mulher elegantíssima, mas ao mesmo tempo, também era dura. Quando saiu de casa a bons anos atrás lembrava de ter prometido que sempre iria ver a mãe. Não cumpriu a promessa nos últimos dias. Logo acompanhou a Palermo mais velha, mas continuou em silêncio.
— Olha que incrível. — Vera falou assim que ambas as mulheres pararam em frente a um belo quadro onde retratava parcialmente uma mulher sentada sobre os próprios tornozelos, estava claramente nua, os detalhes eram incríveis, tanto que Mia se sentiu surpresa ao se aproximar mais da pintura, os lábios carnudos retratados perfeitamente na pintura onde as cores vermelho e preto se mesclavam deliciosamente bem, não dava para ver os olhos, era como se houvesse uma sombra negra cobrindo o rosto da pintura do nariz para cima. Apenas a boca. Os seios fartos eram detalhados, a pele arrepiada e ambas as mãos enfiadas entre as pernas.
— É ela? — Mia perguntou de forma quase automática ao pensar em Helena com aquele quadro.
— Se for, ela está de parabéns, coisa que você não está, não é mesmo? — Vera mandou a primeira indireta como se não estivesse fazendo nada além de conversar normalmente sobre a pintura com a sua filha, isso quase fez Mia rir.
— Mama, pare com isso, eu já sei que a senhora está com raiva por que eu não fui lhe ver nos últimos dias. — a morena falou e arqueou uma sobrancelha ao olhar para a Palermo mais velha, mas Vera apenas deu de ombros e saiu andando em direção à outra obra.
— O que aconteceu com você? — dessa vez a mais velha foi direta e Mia apenas deu de ombros enquanto focava os olhos na nova pintura a sua frente, respirou um pouco fundo, o cenho se franzindo levemente enquanto a sua frente via uma dançarina apenas de roupas íntimas, uma das mãos segurava firmemente o pole dance, estava dançando, ao redor como se estivessem saindo da escuridão que o preto retratava na pintura, homens, como se fossem criaturas espreitando na escuridão, prontos para dar o bote. Era incrível e ao mesmo tempo, assustador. — Mia. — Olhou para a mãe de repente ao perceber que havia ficado em silencio por tempo demais observando aquela obra.
— Desculpe. — falou baixo enquanto voltava a olhar para o quadro, mas logo voltou a falar. — Eu tive alguns problemas pessoais e no trabalho nas últimas semanas, acabei ficando bem atormentada com tudo. — foi sincera, mas logo foi interrompida quando um garçom aproximou-se de ambas as mulheres.
— Desejam algo, senhoritas? — ele indagou, a bandeja de prata ocupada com algumas taças de champanhe e de vinho.
— Obrigada, querido. — Vera se adiantou e então pegou na bandeja uma taça de vinho, Mia acabou a acompanhando no vinho e agradeceu ao rapaz com um aceno de cabeça antes de levar a taça aos lábios e dar um gole calmo.
— Isso soa perfeito, vinho e arte. Acha que esses tons combinariam no restaurante? Adoraria colocar um quadro dela exposto lá.
— Os tons sim, a ousadia talvez não, ao menos não as que eu vi até agora. — Mia fora sincera, não imaginava um quadro de uma mulher nua exposto no meio de um restaurante, não era apropriado. Seus olhos ainda continuavam fixos naquela pintura, de alguma forma, parecia tão familiar. — Quando eu fui no restaurante a senhora não estava, acabei não tendo tempo de ir depois. Mas não me peça pra lhe explicar os problemas pessoais, não ainda. — a voz saiu mais baixa dessa vez e Vera se viu obrigada a olhar para a filha ao notar uma mudança em sua voz, ali teve a absoluta certeza de que ela não estava mentindo para se safar de uma bronca, tinha algo acontecendo. E conhecia Mia bem o suficiente para saber que ela só saberia quando a menina estivesse pronta para contar. Por mais que fosse uma mãe dura, ela era compreensiva e sempre soube respeitar o espaço de Mia. A mais velha continuou a olhando em silencio por mais algum tempo, olhar para a filha era como ver o retrato perfeito do falecido marido, os cabelos negros, os olhos azuis, o queixo erguido, acabou sorrindo com a visão, mas a filha parecia entretida demais com o quadro a frente.
— Vejo que está bem interessada nos quadros da Helena. — Vera falou enquanto ainda tinha os olhos fixos na filha, Mia desviou o olhar do quadro nesse momento e encarou a mãe, sentiu-se envergonhada e acabou dando uma pequena risada enquanto desviava o olhar e voltava a andar.
— Por que são interessantes, mama. São muito diferentes dos que eu já vi de outros artistas. — a morena foi sincera enquanto voltava a andar ao lado da mãe, desta vez em direção a um outro quadro, Mia já havia percebido que haviam outras obras além de apenas quadros, haviam esculturas e no fundo da galeria o que parecia ser desenhos, chegaria lá em algum momento.
— São duas mulheres? — Vera perguntou no momento em que pararam em frente ao novo quadril, tinha o cenho levemente franzido. Já Mia sentiu o próprio corpo gelar com a pergunta enquanto olhava para aquele quadro, seu coração começou a espancar seu peito por dentro com batidas extremamente fortes e ela engoliu em seco. Os olhos não saiam do quadro, da cena que parecia mais familiar do que ela esperava.
No quadro, uma das mulheres parecia sentada enquanto a outra, montada em seu corpo, segurava-lhe pelo queixo, a língua passando pelo queixo da outra de forma ousada, como nos outros quadros, a sombra que o preto fazia não deixava os olhos de ambas as mulheres a mostra, apenas a boca. Aquela cena parecia tão familiar que fazia seu estômago se revirar.
— São. — a voz quase não saiu, os olhos levemente arregalados estavam vidrados naquele quadro e o coração parecia bater cada vez mais forte. — Você se importa?
— Claro que não. — Vera respondeu de forma mais imediata do que Mia esperava, o que fez a mulher desviar os olhos para a mãe, a mais velha bebia um gole do vinho de forma despreocupada enquanto olhava para o quadro a sua frente como se estivesse apenas apreciando aquela arte. — É lindo, a riqueza de detalhes nesse quadro é maravilhosa. E a cena é excitante não é? Mostra toda a sensualidade da mulher. Sensualidade e amor entre mulheres também é arte, Mia. É o que eu vejo nesse quadro.
Mia de repente se viu completamente nervosa diante a resposta da mãe, precisou levar a taça de vinho aos lábios e deu goles mais longos até acabar de uma vez com o conteúdo da taça e respirou fundo enquanto voltava a olhar para o quadro, estava começando a sentir o seu corpo formigar, aquela cena retratada no quadro a lembrava demais da primeira vez que havia encontrado a dançarina mascarada, tanto que jurava que podia sentir a lambida em sua própria boca. Seu peito doía com os batimentos fortes que as lembranças que tanto tentou esquecer nos últimos dias vindo à tona com tudo. Só podia estar enlouquecendo, aquilo definitivamente era coisa de sua cabeça. Balançou a cabeça de forma negativa e sentiu o toque delicado de sua mãe em sua cintura.
— Está tudo bem? — Vera perguntou e cuidadosamente levou a mão ao rosto da filha logo em seguida o acariciando com certo carinho. — Está parecendo um pouco abatida, se alimentou direito hoje, filha? Não anda bebendo demais não é, mocinha? — A mais velha parecia momentaneamente preocupada, mas semicerrou os olhos diante a última pergunta. Mia a olhou de maneira atenta diante o toque em seu rosto, respirou fundo na tentativa de se acalmar diante seus pensamentos, o olhar da mãe fora quase como um carinho silencioso que a fez suspirar de forma aliviada e então, sorriu de canto.
— Não, mama. Essa taça de vinho foi à primeira em dias, eu estou bem. — garantiu e deu um sorriso um pouco maior, já ia continuar a falar quando ouviu o nome da mãe sendo chamado e olhou em direção a um grupo de mulheres e um homem, Mia deu uma pequena risada e olhou para a mãe. — Continuamos depois. — assegurou a mãe quando ela pareceu hesitante em deixar a filha naquele momento, as palavras foram o suficiente para que Mia recebesse enfim, um beijo demorado no rosto e um último carinho das mãos da mulheres antes de ela se afastar e ir em direção ao que parecia ser o seu grupo de amigos. A acompanhou com o olhar e acenou de forma simpática para eles quando todos a olharam brevemente. Então desviou o olhar e olhou em volta a procura de um garçom ou de uma mesa para deixar a taça de vinho vazia, mas o que encontrou a fez sentir um novo baque.
O olhar ficou completamente sério quando voltou a andar em passos lentos, foi atravessando a galeria devagar, os olhos completamente fixos em um quadro relativamente grande, as cores, vermelho e preto, para variar, prevaleciam e Mia se viu engolindo em seco com aquela imagem. No meio da grande tela, um palco bem desenhado, nele um pole dance prateado, ao redor ao que parecia, uma grande plateia de homens desfigurados se amontoando, se apertando como loucos, jogando dinheiro de forma desesperada, o que fazia ter uma chuva de dinheiro bem retratada, na pintura, uma dançarina sem rosto, vestida em uma cinta-liga parecia caminhar até o pole dance e no fundo da imagem, se prestasse bem atenção, podia ver, ainda no palco, alguém sentado em uma cadeira, não dava para ver se era homem ou mulher, mas Mia podia apostar que sabia quem era. Os olhos azuis pareciam desesperados a procura de detalhes naquela obra que mostrassem que seus pensamentos estavam errados, que ela estava ficando louca, que aquela não era uma retratação perfeita do que havia acontecido no bar naquela noite. De repente, tudo pareceu familiar demais, o cheiro que havia sentido assim que havia entrado, as cores, eram as mesmas cores que prevaleciam no interior daquele maldito bar, as mulheres sempre retratadas de uma forma que tinham seus rostos parcialmente cobertos, como se fosse uma máscara.
— Posso te oferecer uma nova taça de vinho? — a voz grave soou perto demais e Mia olhou de repente na direção da voz, deu de cara com Helena, seu coração pulou dentro do peito, a expressão pareceu ficar ainda mais séria. Helena sentia-se nervosa, o que definitivamente a deixava surpresa, ela não era o tipo de pessoa que sentia-se nervosa perto de alguém. O olhar de Mia causou-lhe um certo alvoroço interior, tinha algo de errado.
— É você, não é?! — Mia afirmou repentinamente, a seriedade completamente estampada em seu rosto e os olhos fixos nos de Helena. A artista foi pega de surpresa e sentiu um frio em seu estômago que a fez respirar um pouco fundo, não soube o que falar, os olhos levemente abertos, as sobrancelhas arqueadas, uma tensão absurda pairou entre as duas. A troca de olhares ficou mais pesada do que Helena havia esperado, era quase sufocante.
Mia sentiu um nó se formando em sua garganta enquanto ainda encarava Helena, balançou a cabeça de forma negativa diante o silencio da artista, então desviou o olhar e já foi dando meia volta, completamente disposta a ir embora para longe de toda aquela palhaçada, sentia todos os seus membros formigando por culpa do nervosismo que estava começando a sentir, mas então, um aperto firme em sua mão a fez parar de andar imediatamente. Helena segurou firmemente a mão de Mia e a puxou de volta para perto, os olhos voltando a se encontrar.
— Você está tremendo. — as palavras da mexicana pareciam surpresas, ela franziu o cenho enquanto olhava para a mão de Mia, sentiu-se mal com a situação, mas não deixaria Mia ir embora daquela forma. A trouxe de volta para frente do quadro, o último quadro que havia pintado antes da exposição e após o último encontro com Mia. Retirou da mão da morena a taça vazia de vinho com medo que ela quebrasse, olhou em volta e chamou um dos garçons, acenou em agradecimento quando colocou a taça vazia sobre a bandeja. Quando resolveu expor os quadros que retratavam a dançarina mascarada, ela sabia que existia um risco, mas nunca chegou a pensar que podia ser de fato reconhecida tão facilmente daquela forma.
Mia respirou fundo, sentindo-se incomodada com a presença de Helena, mas mais ainda quando aquele cheiro tão gostoso trouxe uma satisfação desconhecida para seu corpo, era exatamente o mesmo cheiro. Helena posicionou Mia em frente ao quadro mais uma vez, a mão direita não soltou a mão de Mia, mas posicionou-se parcialmente atrás da morena.
— Olhe, o que você vê quando olha para esse quadro? — Helena perguntou em tom baixo e Mia automaticamente olhou para o quadro mais uma vez, mas não conseguia se concentrar, não com a proximidade de Helena, com a respiração dela praticamente ao lado de seu rosto, com o cheiro gostoso e principalmente, não conseguia se concentrar em nada depois do banho de água fria que aquele momento estava sendo. Helena estava pisando em ovos, estava definitivamente sem saber exatamente o que fazer, mas não queria transparecer nada disso.
— Você ainda tem a cara de pau de não me deixar ir embora?!
Helena queria negar, queria dizer que Mia estava enganada e provavelmente confundindo tudo, mas simplesmente não conseguia, não conseguia mentir para aquela mulher naquele momento, mas também não tinha a mínima ideia de como se explicar ou de como conversar com ela.
— Não é mostrado o rosto por que ela não tem expressão. Como se usasse uma mascara para esconder os verdadeiros sentimentos quando é objetificada por homens que acham que pode fazer de tudo com uma mulher se lhes derem dinheiro. — ignorou as palavras de Mia e começou a falar o que ela via quando olhava para aquele quadro, a mão calmamente soltou a de Amelia e os dedos lentamente foram subindo pela pele dela. Helena olhou para baixo para ver o trajeto de seus dedos enquanto Mia sentia um arrepio correndo por seu corpo com o toque de Helena que parecia deixar um rastro fervente em sua pele. — A cor preta significa a tristeza que ela sente por trás de tudo isso, a cor vermelha significa a vingança.
— E a coadjuvante no fundo, forçada a participar da situação, o que significa? — virou o rosto novamente, os olhos fixos nos de Helena mais uma vez, a seriedade entre ambas as mulheres fazia a tensão que existia ali crescer cada vez mais.
— A coadjuvante no fundo é a âncora fincada na realidade. — Mia franziu o cenho com a resposta direta que a deixou ainda mais confusa do que já estava, respirou fundo logo em seguida a proximidade entre ambas, o cheiro gostoso de Helena, a troca de olhares e aquela tensão entre as duas estava tirando Mia do eixo.
Mia não soube mais o que falar após aquilo, ao mesmo tempo em que queria arrancar de Helena todas as perguntas para as respostas que rondavam sua mente a tanto tempo, ela estava, de certa forma, assustada com aquela situação. Por isso mesmo, novamente, escapou das mãos de Helena e começou a andar, iria embora, dessa vez não deixaria que Helena a impedisse.
— Por que eu tive raiva de você. — Helena falou e Mia estancou mais uma vez, as sobrancelhas arqueadas e o olhar incrédulo pararam em Helena antes de franzir o cenho, a expressão se contorcendo em desdém enquanto se virava novamente para a mulher que havia fodido a sua mente. Helena deu alguns passos em direção a Mia, se aproximando um pouco mais, a expressão séria, mas o jeito ainda assim era calmo, sereno. — Toda vez que você entrava lá pra pegar o seu irmão, o queixo erguido, o jeito prepotente, como se estivesse com nojo de todas as garotas que trabalham lá e se sentisse muito melhor do que todas elas, melhor do que eu. Eu me sentia completamente ridicularizada. — a calma de Helena em explicar tudo aquilo deixava Mia cada vez mais indignada com aquela situação, os olhos azuis estavam ainda mais intensos, mas cheios de raiva. — Então eu tive uma vontade imensa de tirar aquilo de você. — um sorriso fraco se desenhou nos lábios da Artista enquanto dava um passo à frente para se aproximar ainda mais de Mia, as duas estavam tão entretidas naquela conversa que haviam esquecido completamente das pessoas ao redor. — O tiro saiu pela culatra, eu tirei o seu olhar e jeito prepotente, fiz isso se tornar desejo. Mas o desejo também ficou em mim e você ficou na minha cabeça.
— Então quer dizer que eu fui apenas o mero capricho de uma louca. — Mia desafiou, os cenhos franzidos e a expressão contorcida em desdém, definitivamente, aquela explicação só havia servido para tirar-lhe do sério.
— Eu me interessei por você, Amélia. Eu realmente gostaria de te conhecer, ficaria feliz se você aceitasse jantar comigo. — aquela expressão de desdém permanecia no rosto de Amélia e pareceu piorar ao ouvir as últimas palavras de Helena, a jovem Designer de interiores se recusava a aceitar que a mulher por trás daquela máscara era Helena e o motivo de ter virado a atração daquele show de horrores fora nada além de mero capricho de uma mulher. Sequer pensou em respostas para aquele convite de Helena, era óbvio, jamais aceitaria. — Está julgando sem conhecer a verdadeira história, Amélia. Vejo isso. Está achando que eu sou louca. — Helena parecia ter percebido as intenções de Mia, que no momento não eram nada além de querer sair correndo dali o mais rápido possível. — Isso é rude.
— Rude? — riu das palavras de Helena e balançou a cabeça de forma negativa enquanto desviava um pouco o olhar e só então percebeu que algumas pessoas olhavam para elas duas, para a proximidade que existia entre elas e provavelmente, notavam a seriedade da conversa. — Você foi rude, Helena. Você já parou para pensar o motivo de eu chegar daquele jeito naquele bar? Você já parou para pensar como eu me senti sendo exposta daquela forma para os homens que você retrata como monstros? Ou talvez, será que pensou que aquilo foi humilhante e me deixou magoada? Você me magoou sem nem ao menos me conhecer, Helena. E ainda vem me dizer que eu que estou sendo rude. — riu novamente e balançou a cabeça de forma negativa enquanto a olhava, assim, deu de ombros. — Está julgando sem conhecer a verdadeira história, Helena. — assim, a morena deu meia volta e saiu andando a passos largos, ignorou completamente os olhares, mas não ignorou o aperto que sentia no peito e a vontade de chorar que começava a crescer cada vez mais.
Helena ainda estava lá, parada, sem qualquer reação após as palavras de Mia, virou-se apenas para focar o olhar em sua própria obra e respirou fundo enquanto olhava para os homens deformados naquela pintura, seriam eles os piores monstros daquela história, ou talvez o verdadeiro monstro estivesse em cima do palco? Respirou fundo na tentativa quase inútil de acalmar o coração e a vontade que tinha de gritar, estava começando a se sentir angustiada com a péssima sensação que ia crescendo dentro de si após as palavras de Mia, por que cada palavra que a mulher havia dito havia acertado em cheio a Artista, afinal, Mia estava certa, Helena nunca havia parado para pensar naquelas coisas.
Fim do capítulo
Voltei um pouco mais rápido dessa vez e com o capítulo que todo mundo estava esperando! hahaha, eu espero que vocês gostem!
Ah e claro, eu realmente quero agradecer por vocês terem acatado o meu pedido anterior, vocês não sabem o quão feliz eu fiquei com isso. Muito obrigada. ♥
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Jebsk
Em: 16/08/2018
Autora,
O encontro foi simplesmente ESPETACULAR. Um mix de sensualidade, ira, tensão, tesão, e muito egoísmo de ambas as partes com seus argumentos. Fiquei surpresa que Mia descobriu logo de cara e agora sim que começem os jogos.
Espero muito que o segredo de Helena não seja revelado a todos os persogens, principalmente o irmão bebum de Mia. Seria o fim da Dançarina Mascarada.
Espero também que Mia não vá atrás do boy. Ninguém merece um 50 tons de cinza pois aqui é 50 tons de Helena!!!
A Mama, não sei não... mas algo me diz que sem saber ela vai juntar as duas teimosas. Helena aumentado seu número de fãs.
Por fim e para descontrair: "Helena, eu aceito jantar com você. Mi casa es tu casa".
Até o próximo capítulo ;-)
Resposta do autor:
Todo mundo tem um pouco de egoísmo não é? E essas duas quando estão juntas então...
Sim, eu não acho que ficaria legal ficar insistindo em um joguinho onde Mia continuasse não sabendo quem é a dançarina, até por que a Mia é orgulhosa o suficiente pra REALMENTE nunca mais procurar saber qualquer coisinha que fosse da dançarina, então se não fosse assim, por causa da personalidade dela, não ia pra frente a situação das duas.
AUSHUASHAUSHUASHAUSHAUSH Acho que a Mia vai ta com a cabeça cheia de Helena pra pensar em outra coisa, então..
Bem, como eu já postei o próximo capítulo, eu nem posso fazer um suspensezinho quanto a ajuda da dona Vera, mas eu posso garantir que a ajuda não vai ser pouca.
lay colombo
Em: 16/08/2018
Gostei q a Mia reconheceu q era ela de cara, geralmente o pessoal enrola pra isso acontecer e fica parecendo q a pessoa é burra de bao perceber, achei muito legal q vc seguiu um caminho diferente.
Amei a interacin das duas e principalmente a Mia jogando na cara da Helena o qnt as atitudes dela mexeram com a vida da Mia, pq a Helena não parou pra pensar bem por um segundo nas consequências do q ela tava fznd.
Resposta do autor:
Foi exatamente por isso que segui esse caminho diferente, eu também queria fugir do clichê, coisa que eu odeio, então..
As duas tem posições muito fortes, as interações dela sempre vão ser assim, fortes, firmes, principalmente quando elas não estiverem concordando com algo.
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Bruna DX
Em: 14/08/2018
Poxa vida autora!
Tô completamente viciada na história e na sua escrita. Você está realmente de parabéns. Li todos os capítulos com uma avidez sem igual, e te juro que só faltei chorar quando cheguei no último postado, armaria... Estou extremamente ansiosa pelo próximo, louca pra saber como Helena e Mia vão reagir e agir depois desse encontro.
P.S.: não vejo a hora de os sentimentos falarem mais alto entre as duas.
Não demora, ou vou ficar sem unhas por aqui. Beijos!
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beenilorak
Em: 14/08/2018
OMG, estava muuuuito ansiosa esperando esse capítulo, maltratei o F5 hahahahaha
Que história maravilhosa. A tua escrita é perfeita, seus personagens, tudo é perfeito, guria.
Tenho um abismo pela Helena, senhorrr haha
Parabéns, Patty, sinto como se estivesse ali, junto com elas.
Obrigada por compartilhar conosco essa obra maravilhosa!
E sigo na ansiedade pelo próximo haha <3
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Angel68
Em: 14/08/2018
Caramba, não achei que ia ser tão rápido a Mia descobrir que Helena é a stripper, amei !! Corria o risco da Mia ficar dividida entre a Helena e a stripper, agora já sabe que são a mesma pessoa...quero ver a Helena dobrar a Mia, não pareceu ser muito fácil não, afinal ela magoou sim, fazendo todo aquele show....e Mia tem uma posição firme....bom pra Helena saber que não vai dominando assim fácil....e a mãe da Mia ?? Juro que fiquei com um pé atrás com a mulher, sei não........agora, aguardar os próximos lances dessa história fantástica....já tô salivando pelo próximo capítulo....Mia, pelamor, não vá com o bofe fazer sexo hétero tentando provar algo, não vai adiantar, tu já tá laçada pela Helena, hahahahahahahaha.
Resposta do autor:
Sim, eu não queria enrolar isso, ficaria chato. É muito mais interessante toda essa tensão entre elas com a verdade nua e crua entre as duas. Dobrar a Mia vai ser mesmo difícil, mas tudo tem seu jeito não é mesmo? As duas são mulheres de posição firme, o que pode dar em merda em vários momentos, então pode esperar vários momentos em que as duas vão bater de frente de verdade. E quanto a Mama Vera.. Bom, eu creio que logo vocês vão perceber que ela não vai ser um impecilho em qualquer momento e sim, uma ajuda, um incentivo.
UASHUASHUASHAUSHAUS, eu posso garantir que ela sequer vai pensar no Charlie agora.
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SPINDOLA
Em: 14/08/2018
Boa tarde, Patty.
Uma pena que autoras maravilhosas como você não possam nos presentear com capítulos todos os dias.
Esta história é simplesmente PERFEITA.
O coração chega a galopar no peito e esquecemos até de respirar rsrsrsrsrsrrs
Helena e Mia juntas são tão intensas, que dá um calor apenas com uma conversa, rsrsrsrsrs, imagine quando chegar nas cenas calientes.
Por favor, tenha piedade de nós e não demora a postar o próximo.
Bjs, da xará Paty
Resposta do autor:
AUSHAUSHAUSHAUSHAS, Oi, Paty.
Olha, eu também sinto pena por não poder/conseguir escrever um capítulo todos os dias, por que eu também queria, viu? Fico tão envolvida quanto vocês com a Mia e a Helena, chega a ser cansativo por que em momentos que eu deveria pensar em outras coisas, como quando to na faculdade, eu to lá pensando "Meu Deus, e se eu fizesse isso, e isso, isso?".
São muito intensas mesmo quando estão juntas e isso vai ficar ainda mais intenso, eu garanto.
E eu farei o máximo para não demorar a postar o próximo, inclusive já comecei a escrevê-lo!
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Moura
Em: 14/08/2018
Patty,
Você foi perfeita neste capítulo!
Na verdade o texto é maravilhoso!
Estou sem palavras!
Como disse a missJrizzoli, estou com respiração suspensa!
Abraços
ps. aguardamos ansiosas o próximo capítulo, por favor!
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HedaWarrior
Em: 14/08/2018
Autora querida do meu coraçãããão... volte logo please?! hasuhsuahsuahs
Eita que encontro... jogando as cartas na mesa! O desespero da pessoa aqui é tanto que estou acompanhando vc pelos 3 sites shaushahsahus
ANSIOSA PARA O PRÓXIMO CAPÍTULOOOOOOO!
Bjooors!
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missJrizzoli
Em: 14/08/2018
fiquei com a respiração suspensa até a última linha. preciso reaprender a respirar... por favor, próximo capítulo urgente!
adorando a história!
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