Capítulo 14
Eu me senti desabando num buraco negro quando senti minha cabeça sendo empurrada para trás e minha boca sendo afastada daquele cálice de prazer. Cai sentada e fiquei observando Julia abaixar-se, apanhar suas roupas e sair em desabalada carreira. Tentei chamá-la, mas minha voz não saiu. A voz de Emanuelle ecoou na minha mente e meu coração parecia que ia sair pela boca. Sem saber como me levantei e me virei para encarar Emanuelle. Ela, quando sentiu sobre si o meu olhar, que com toda certeza, destilava ódio, girou nos calcanhares e iniciou os primeiros passos para se retirar do local, mas estacou quando ouviu a minha voz que saiu baixa e trêmula.
-- Nem pense em se retirar!
Permanecendo de costas para mim, ela balbuciou num fio de voz:
-- Não sei o que deu em mim, Sylvia! Nunca me comportei assim. Estou me desconhecendo.
-- Já estou farta dessas suas desculpas. Dessa vez você foi longe demais Emanuelle!
Aproximei-me dela e a puxei pelo braço virando-a para mim. Emanuelle estremeceu violentamente quando me olhou nos olhos. Acredito que ela conseguiu ler nos meu olhar toda a indignação, decepção e raiva que eu estava sentindo por ela naquele momento.
-- Nem se atreva a abrir a boca para me pedir desculpas! O que você fez é imperdoável!
-- Mas... Mas eu.. eu não sabia que vocês estavam... Como eu ia adivinhar que... você... que você estava... estava fazendo...
Não me controlando mais, a esbofeteei.
-- Não seja cínica! Se você, por acaso já não estivesse assistindo, o que duvido muito, qual deveria ter sido a sua atitude? Deveria ter dado as costas e ter se retirado discretamente.
-- Mas, Sylvia eu...
-- Cale essa boca! Eu não quero ouvir sua voz...!
Ela agarrou-se nos meus braços e começou a chorar descontroladamente.
-- Por favor! Não me tenha ódio...! Por favor! Eu... Eu não vou suportar!
-- Não me toque! Tire essas mãos de cima de mim, Emanuelle! -- Repeli-a afastando-me abruptamente
Ela novamente se aproximou e se jogou aos meus pés.
-- Por favor, me perdoe! Eu juro que nunca... Que nunca mais... vou interferir entre vocês duas... Eu juro! Mas... Mas não me prive da sua amizade... Eu não suportarei!
Vendo-a ali naquela posição humilhante aos meus pés, senti nojo. Não suportando ver aquilo, a empurrei pelos ombros.
-- Não seja ridícula! Será que não percebe que não existe perdão para o que você fez?
-- Por favor, Sylvia! Perdoe-me! Eu... Eu te amo! Sempre te amei!
Confessou levantando-se e se aproximando novamente de mim. Eu estava em pé com minhas mãos crispadas segurando fortemente a grade do alpendre. Estava me controlando para não esganá-la.
-- Emanuelle, amanhã cedo eu vou pedir ao motorista para lhe levar para um hotel em São Paulo.
Ela arregalou os olhos sem acreditar no que seus ouvidos estavam captando. Virei-me para olhá-la e, pela expressão que vi em seus olhos, percebi que ela não estava acreditando nas minhas palavras. Ela afastou-se até uma cadeira e se sentou largada. Deixou os braços penderem ao longo do corpo e abriu a boca deixando o choro soar mais alto.
-- Você... Você não pode... Não pode fazer isso comigo! Eu... Eu só vim para cá... Para lhe ver... Para passar uns tempos... com você! E...
-- Emanuelle! Será que não percebe o que fez? Você não tem o direito de interferir na minha vida!
Depois de alguns segundos, que pareceram uma eternidade para mim, ela se pronunciou:
-- Eu não estou interferindo na sua vida! Eu.. Eu só amo você! Eu... Eu te amo... Sylvia! Você é minha... Sempre foi! Dela, você nunca... Nunca será! Coloque isso de uma vez por todas nessa... nessa sua cabeça dura.
Os seus olhos verdes me fitaram com um brilho diferente e foi naquele momento que senti medo. O olhar dela estava muito estranho. Sua voz soou baixinha, quase num sussurro. Um arrepio me correu a espinha. Não podia permitir que ela continuasse mais sob o mesmo teto que Julia. Teria que mandá-la embora o mais rápido possível. Não sei exatamente do quê senti medo, mas um mal estar me dominou e senti a necessidade de vê-la longe dali, o mais rápido possível.
-- Arrume suas coisas e amanhã cedo o João Carlos lhe levará até a cidade.
Ela se ergueu da cadeira, aproximou-se me olhando profundamente e, acariciando-me levemente o rosto, disse numa voz muito calma que me deixou apavorada.
-- Tudo bem, meu amor! Eu vou para um hotel! Seja como você quiser! Não vou mais lhe atrapalhar brincar de casinha com sua madrasta.
Deu-me as costas e saiu com os passos lentos e arrastados.
Eu soltei o ar dos pulmões e, depois de alguns minutos, fui tentar falar com Julia, torcendo para que ela não tivesse trancado a porta do quarto.
************
Com o coração galopando no peito, testei a maçaneta e, para minha alegria, a porta não estava trancada. O meu coração acelerou ainda mais e, uma enorme fraqueza me dominou as pernas. Eu estava alegre por poder me aproximar dela, mas morrendo de medo que ela me expulsasse dali.
Vagarosamente abri a porta, entrei suavemente para não fazer barulho e a tranquei. Atravessei a pequena sala que antecedia o quarto e a vi deitada sobre a cama. Apenas a luz de um abajur estava acesa dando ao quarto uma débil claridade. O cheiro suave dela já impregnava todo o ambiente. Ela estava encolhidinha com apenas um lençol lhe cobrindo até a cintura. Deixei meus olhos vagarem por seu corpo e um arrepio me percorreu dos pés à cabeça. Respirei fundo e iniciei os primeiros passos em direção à cama. Aproximei-me e lentamente deitei-me ao seu lado envolvendo-a num abraço por trás. Ela fungou e balbuciou alguma palavra indecifrável. Beijei a sua nuca e ela fungou novamente. Espreguiçou-se e terminou por aproximar mais ainda o corpo do meu. Aproveitei e a apertei mais junto a mim. Ela virou-se e me olhou.
-- O... O que você está fazendo aqui...?
-- Precisamos conversar, meu amor!
Ela se afastou para o outro lado da cama e deitou-se de costas. Colocou um braço sobre a testa e deixou o outro descansar ao longo do corpo.
-- Já é muito tarde, Sylvia! Até agora estou chocada com o que aconteceu! Não estou em condições e não quero conversar...
-- Tudo bem! Mas deixe-me ficar aqui do seu lado!
-- Acho melhor não! Vá para o seu quarto. Quem sabe a sua amantezinha já não esteja lá lhe esperando!
Senti uma punhalada no peito. Ela ainda não confiava em mim. Posicionei-me de costas também e fiquei fitando o teto. Depois de alguns minutos em silêncio, deixei um longo suspiro saltar do meu peito.
-- Julia, Julia! Não sei mais o que fazer para você acreditar que não existe nada entre mim e Emanuelle.
-- Não estou lhe pedindo nem exigindo que faça nada Sylvia...! Eu só quero ficar em paz. Eu... Eu não precisava passar por aquele vexame! -- Sua voz tremia numa vã tentativa de conter o choro - A... A minha vida saiu dos trilhos depois... Depois que conheci seu pai e... E agora está completamente desgovernada depois... Depois que conheci você...
-- Julia! Não fale assim!
-- Eu... Eu só quero criar o meu filho sossegada, Sylvia... E... E me dedicar a minha música. Será... Será melhor para todo mundo. Eu...
-- Está querendo dizer que não haverá mais nada entre nós?
-- Não haverá, porque nunca houve! Mas...
Sentei-me de vez na cama e me curvei sobre ela segurando-a pelos ombros.
-- Como tem coragem de dizer que nunca houve? E quem estava gem*ndo de prazer nos meus braços há instantes atrás? Quem foi?
-- Não seja vulgar! Isso são modos de falar?
Quando dei por mim, já estava chorando. Sem me controlar mais a abracei deitando-me por cima dela. Ela tentou me afastar, mas eu segurei seus braços acima de sua cabeça.
-- Não faça isso Sylvia! Você só vai piorar as coisas!
-- Será que você não percebe que eu não posso viver sem você! Que merd*! É tão difícil entender isso?
-- As coisas não são tão simples assim! Você tem um noivo!
-- Você não estava se lembrando dele até poucos instantes atrás, quando estava se derramando na minha boca.
Ela perdendo a paciência, gritou.
-- Olha a vulgaridade! Eu... Eu fraquejei... Foi... Foi só um momento... de fraqueza... - Empurrando-me gritou mais alto -- Pare com isso! Saia de cima de mim!
Eu me afastei e deixei meu corpo cair para o lado.
-- Emanuelle não é minha amante, Julia! Amanhã ela vai embora.
Ela me olhou e com um pouco de ironia na voz perguntou.
-- Ela quem tomou a iniciativa ou você a convidou a deixar esta casa?
-- Eu não a convidei a deixar esta casa. Eu a mandei embora. Eu a expulsei. Está satisfeita?
Ela deu um sorrisinho um tanto sarcástico.
-- Porque deveria estar satisfeita? A casa é sua. Você recebe e expulsa daqui quem você quiser. Eu mesma só poderei permanecer aqui até o dia que você quiser.
Tremi de raiva e de dor. Novamente fui para cima dela. E dessa vez ela não tentou me afastar. Percebi que ela gostava de me provocar.
-- Você está sendo cruel comigo! Não precisa ser tão dura. Você sabe que não tenho nada com ela, e com Augusto eu vou resolver logo.
Depois de alguns segundos me olhando seriamente, ela me deu um sorrisinho safado e envolveu meu pescoço com os braços. Remexeu o corpo por baixo do meu me provocando uma forte contração no ventre e me arrancando um gemido. Passou a língua nos lábios e sussurrou com aquela voz dengosa que só ela sabia fazer.
-- Porque não termina o que sua amiguinha francesa interrompeu? Não acha que está em débito comigo?
O resto de juízo que eu ainda tinha evaporou-se de uma vez. Não enxerguei mais nada na minha frente, apenas aquela mulher deliciosa sob o meu corpo.
Tomei os seus lábios nos meus e rolando inverti a posição colocando-a sobre mim. Minhas mãos deslizaram para suas nádegas e me deliciei ao constatar que ela estava sem calcinha. Tirei sua camisola e deixando-a peladinha a tomei por inteiro.
Ela pôs-se a se esfregar sobre mim de um jeito tão delicioso que eu acabei enlouquecendo de uma vez por todas. De repente ela ergueu o corpo e foi trazendo a vagin* de encontro a minha boca.
-- Quero que termine... O... O que estava fazendo. Estou ficando... viciada nessa sua língua quente e... E macia.
Eu quase choro de felicidade quando ela pousou suavemente o seu sex* na minha boca. Estava completamente encharcada e seu cheiro estava mais delicioso ainda. Passei a língua e sorvi um pouco do seu néctar. Meu corpo todo estremeceu ao sentir o contato com sua pele, com seu gosto, com seu calor. Ela estava em brasa. Depois de alguns segundos cavalgando sobre meu rosto, começou a brincar me negaceando. Colocava e tirava da minha boca numa tortura deliciosa.
-- Assim... ta bom? Quer... Quer que eu pare... meu amor? Quer?
Perguntava-me com a voz entrecortada, cheia de tesão enlouquecendo-me cada vez mais. Eu estava viciada naquela mulher. Ela era a minha razão de viver. Beber da sua vagin* já estava sendo vital para mim. Estava completamente dependente daquele cheiro, daquele sabor, daquela textura.
-- Você... não é... nem louca de parar... Se você parar eu... Eu... Hummm! Ai meu Deus! Que coisa gostosa... você tem entre as pernas... Julia! Se você parar... Eu... Eu morro!
Ela sorrindo, abriu o sex* com as duas mãos e me ofertou o clit*ris vermelho, crescido e intumescido.
-- Olha meu amor... Quer ele para você? Está vendo...? Olha só como ele está? Olha o tamanho..! -- Deixava-me passar a língua e depois tirava da minha boca -- Ele está louquinho por sua boca! Aii... que gostosa essa língua! Tome! Venha pegar! -- Dizendo isso elevou o corpo, me deixando agoniada. Ficamos naquela brincadeira por mais alguns torturantes minutos. Percebi que ela já estava quase estourando, pois seus gemidos estavam cada vez mais excitantes, cada vez mais dengosos. Sem mais aguentar a firmei pelos quadris e a trouxe para minha boca.
Senti quando seu botãozinho entrou todinho na minha boca. Gemi de prazer e lágrimas desceram dos meus olhos. Com muita fome, com muita gula me pus a suga-lo. Tinha ganas de mordê-lo todo, de morder toda a sua vagin*. Julia era deliciosa, gostosíssima. Ela era só minha. Não permitiria jamais que ninguém chegasse perto dela, que ninguém ousasse pensar em possuí-la.
Ela novamente começou a cavalgar na minha boca naquele jogo de quadris para frente e para traz que estava tirando toda a minha razão. Minhas duas mãos foram direto para os seus seios e comecei a apertá-los e pressionar os biquinhos arrancando maiores gemidos de seus lábios. Seu líquido quente e saboroso inundava a minha boca e eu sorvia extasiada, aquele néctar dos deuses. Mais uma vez agradeci a Deus por ter nascido gostando de mulher. Pois não existia no mundo nada mais maravilhoso do que sorver a intimidade da mulher amada.
-- Sylvia... Meu amor! Você... vai deixar... seu noivo... não vai? Vai ficar só comigo... Não vai? Se você não... deixar... Nunca mais... você vai me tocar assim... Desse jeito.
Ela estava sendo cruel comigo. Olha a hora que ela escolheu para me pressionar. Ela sabia que eu já estava completamente presa a ela. Rebolando na minha boca, me dando de beber daquela seiva maravilhosa que só ela tinha, aproveitava o momento para me fazer exigências. Ela era realmente uma mulher que sabia usar do poder que tinha.
-- Claro... minha deusa..! Eu não vou ficar com ele... para sempre. Vou deixa-lo sim.
-- Promete... meu amor! Promete!... Hummm que gostoso! Não consigo... mais viver... sem isso, Sylvia! Sem essa sua língua! Aii!
-- Mexe mais pra mim... mexe, gostosa! Goz* bem gostoso na minha boca! Goz*! Mata a minha sede...de você... Meu amor!
-- Aii... Eu vou goz*r, meu amor! Vou goz...zaaar.!
O jato quente encheu minha boca e eu me senti transportada para outra dimensão. Dar prazer a ela era tudo que eu mais queria em minha vida.
-- Eu te amo, Sylvia! Te amo.... Meu amor! Meu amor... Minha vida!
Ela ainda não havia tomado a iniciativa de me tocar mais intimamente, mas eu lhe daria o tempo que fosse necessário para isso. Por enquanto dar prazer a ela estava sendo suficiente para mim. Aquele tipo de relação era novo para ela, por isso não a forcei e com o passar do tempo ela foi se soltando e muitas vezes, em nossas relações atingimos o orgasmo juntas.
Fim do capítulo
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LuBraga
Em: 12/08/2018
Quem é essa nova Julia meu Deus?!
Totalmente abobalhada, encantada de ver essa mulher lutar por aquilo que quer...
Sem palavras aqui.rsrs
Nicole você descreve a intimidade delas de tal forma que chega a ser tangível, talvez por já ter passado por situações parecidas nesse jogo sedutor bem característico de uma mulher que sabe...bom, eu entendo a situação de Sylvia perfeitamente!rsrs
Bjão
Resposta do autor:
Oi Lu,
Júlia tao dócil, tao meiga, mas forte e lutadora que soube usar de toda a sua feminilidade para manter a enteada ao seu lado, digamos, cativa.rsrs
Bjs
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Sayomendes
Em: 10/08/2018
Nossa que fogo tem esta Júlia hein... delicioso...ag ago quero ver qdo ela vai tocar a Sylvia...
Parabéns pelo capituca...
Qdo vira mais???
Resposta do autor:
Oi, Sayomendes
Júlia está se revelando aos poucos. Ela mesma está se surpreendendo consigo. Essas emoções todas são novas para ela.rsrs
Bjs
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Aparecida3791
Em: 10/08/2018
Senhor!!
Que capítulo foi esse? Maravilhoso..
Acho que essa Manu ainda vai dar dor de cabeça.
E essas duas, hein? Pegam fogo!
Demais....
Resposta do autor:
Oi Aparecida,
Pois é, elas ainda vão incendiar muito.rsrs. Emanuelle está desorientada, coitada! Nem ela mesma imaginava ser tao ciumenta.
Bjs
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