Capítulo 13
Augusto conversava com seu irmão na sede da empresa de seu pai.
-- Eu preciso ir vê-la Roberto, estou com muitas saudades. E também quero apressar o casamento. Eu ficando muito tempo longe, Sylvia não moverá um músculo para agilizar o nosso casório.
Roberto o olhava com olhos curiosos por trás da cortina de fumaça do seu charuto. A ingenuidade do irmão lhe intrigava por demais. Como podia um homem de trinta anos, não perceber a frieza da noiva? Não tinha provas, mas tinha quase certeza que sua futura cunhada traia seu irmão. Tinha consciência também de que ela só iria se casar com Augusto por pena, para que ele não fosse deserdado. Já conversara com o pai, na tentativa de convencê-lo a abrir mão dessa exigência, mas o velho era cabeça dura. Mas, mesmo Sylvia não o amando, Augusto ainda tinha sorte de ter a amizade dela, pois não é todo dia que se encontra alguém disposto a ajudar sem receber nada em troca. Admirava Sylvia, mas o descaso com que ela tratava seu irmão lhe desagradava por demais. Mas ele não podia fazer nada quanto a isso, a não ser abrir os olhos do irmão.
-- Quanto tempo pretende ficar por lá? Você sabe que tem muito serviço aqui, Augusto. Não deveria se ausentar, justamente agora que você está se inteirando melhor dos negócios.
-- Não pretendo demorar muito meu irmão, só o tempo de marcarmos a data do casamento. Não vou permitir que ela protele por mais tempo.
Roberto tragou o cachimbo e jogou a fumaça para cima. Ficou por alguns instantes observando o balé cinzento gingar pelo ar. Sem desviar os olhos do fumo que se espalhava e diluía pelo ambiente indagou ao irmão:
-- Você acredita realmente que Sylvia lhe ama, Augusto?
Augusto arqueou a sobrancelha intrigado com a pergunta que lhe pareceu absurda. Não tinha dúvida nenhuma do amor que a noiva nutria por ele. Para não dizer que não tinha dúvida, vez ou outra se pegava perguntando a razão pela qual ela resistia tanto à ideia de se casar logo, mas essas inquirições eram de imediato, rechaçadas por seu egocentrismo desmedido.
-- Claro que ela me ama! Por que está me perguntando isso, meu irmão? Minha noiva é louca por mim.
-- É mesmo? -- Olhou fixamente para Augusto -- Então porque a relutância dela em marcar esse casamento?
Augusto abriu e fechou a boca uma vez ou duas antes de encontrar uma justificativa que convencesse o irmão e a si mesmo.
-- É...que... Ela está tomando pé dos negócios no Brasil... Tem também a adaptação a um novo país, a uma nova cultura... Perdeu o pai recentemente e... ela está com... com a cabeça a mil... coitada.
-- Todos esses motivos que você apresentou justificam sim, uma urgência na marcação da data, e não uma protelação. Era justamente nesse momento que ela precisaria mais de você, para apoiá-la, protegê-la. Mas não, depois que ela se mudou para o Brasil, ela se distanciou mais de você. Por tudo que você já me contou meu irmão ela quer lhe ver longe, principalmente do corpo dela.
Augusto se levantou irritado e extremamente chocado.
-- Posso saber o que está querendo insinuar, Roberto?
-- Eu não estou insinuando nada! E acho melhor você moderar seu tom de voz! Não tenho mais paciência com seus chiliques!
-- Está insinuando sim! Está querendo dizer que ela tem outro homem?
Roberto levantou-se e se serviu de uma dose de uísque.
-- Não estou querendo dizer nada, até porque não tenho provas, mas a maneira como ela se comporta com você - com base no que você me conta -, não é de uma mulher apaixonada, uma mulher que ama o noivo.
-- Então você desconfia que ela ame outro homem? - Inquiriu com o semblante pálido como cera.
-- Augusto, eu não sei se sua noiva ama outro homem, mas o que está mais do que claro é que ela não lhe ama, será que não consegue enxergar isso?
Augusto se sentou novamente e começou a chorar. Não conseguia acreditar nas palavras do irmão, mas não podia negar que Sylvia sempre fora fria com ele, principalmente depois que se mudou para o Brasil.
Roberto sacudiu a cabeça impaciente com o irmão:
-- Não me admiro se por acaso ela se apaixonar por outro homem! Já parou para analisar seu comportamento? Qualquer contrariedade, qualquer dissabor, abre a boca chorando! -- Dirigindo-se à porta da sua sala, abriu-a para Augusto sair -- Pelo amor de Deus meu irmão, comporte-se como um homem de verdade!
*******************
Já fazia mais de duas semanas que Júlia estava morando na chácara. Passou a se dedicar de forma mais intensa a sua música, por isso passava a tarde inteira praticando no violão. Entrou em contato com um músico amigo seu desde os tempos do conservatório - com quem já havia feito diversas apresentações -, para estudarem a possibilidade de um dueto no Teatro Municipal de São Paulo. Ficaram de se encontrar no fim daquela semana para escolherem as músicas e nas próximas, se dedicarem aos ensaios pelo menos três vezes por semana.
Dona Cláudia disponibilizou uma sala onde eram guardados um velho piano, um violino e um violoncelo que ninguém mais usava, para que ela pudesse realizar seus ensaios. Mesmo dona Claudia lhe autorizando, achou por bem pedir autorização a Sylvia para receber o colega e amigo Guilherme na chácara.
No dia em que fora em busca da enteada para fazer esse pedido, numa sexta feira à tarde, encontrou-a no escritório datilografando alguma coisa, numa velocidade que a deixou impressionada. Nunca vira tamanha habilidade numa máquina de datilografia.
Bateu suavemente na porta e ouviu aquela voz que lhe fazia tanto bem aos ouvidos.
-- Entre!
Abriu a porta e venceu a distância até a mesa com passos vagarosos.
***********************
Depois que Julia mudou-se para a chácara, eu decidi tirar as tardes de sexta-feira de folga. Queria ficar mais tempo perto dela e de meu irmão.
Estava começando a esboçar, nas horas de folga, um pequeno romance sobre o que estava acontecendo entre mim e ela. Naquele preciso momento em que ouvi umas batidas na porta, estava descrevendo um momento íntimo entre nós. Nunca imaginei que fosse ela quem estava querendo falar comigo, pois continuava fugindo de mim. Raramente permitia que eu me aproximasse, mesmo que fosse para uma simples conversa.
Quando a porta abriu e eu ouvi um tímido, "com licença", espantei-me. Até pensei que pudesse ter acontecido alguma coisa com Antenor. Olhei-a sem acreditar que realmente fosse ela que estava ali na minha frente. Por estar tão entretida no que escrevia, imaginei, por breves segundos, que eu estivesse tendo alucinações.
Interrompi o meu trabalho e me recostei melhor na cadeira a fim de controlar o meu estado emocional. Fiquei abaladíssima com a simples presença dela ali. Com o passar dos dias, ao invés de me acostumar com a presença dela, eu ficava mais nervosa cada vez que a via. Só o fato de sabê-la por perto me desestruturava.
Olhei-a e aguardei que ela se pronunciasse, até porque eu não conseguiria, de imediato, pronunciar nenhuma palavra. Ela, sem saber onde colocar as mãos, cruzou-as defronte ao corpo. Meus olhos percorriam-na de cima a baixo. Por mais que me esforçasse, não conseguia controlar o desejo de admirar aquele talhe perfeito. Ela estava vestida com outra saia no estilo hippie que lhe caia maravilhosamente bem. A blusinha justa com decote em V, que realçava o colo e o início dos seios, me deixou agoniada. Senti uma comichão nas mãos de tanta vontade de tocar aqueles dois montinhos que eu já havia experimentado e ansiava para senti-los novamente em meus lábios.
Quando meus olhos alcançaram os seus, eu estremeci, pois enxerguei naquele mar azul um brilho intenso que interpretei como desejo e saudade. Seus lábios estavam entreabertos e, vez ou outra, ela os umedecia com a língua. Não sabia se ela estava fazendo aquilo para me provocar ou simplesmente porque os estava sentindo ressecados mesmo. Acreditei mais na segunda opção, pois não a considerava o tipo de mulher que se insinua que provoca.
-- Eu... Eu queria lhe perguntar se... se eu posso receber... um músico amigo meu... -- Ela fez uma pausa em busca de ar -- É... É porque estou pensando em... em me dedicar à minha carreira novamente... e... e preciso ensaiar... com ele... e... -- Sem conseguir sustentar meu olhar, desviou-o para as mãos. Eu aguardei que continuasse, sem ousar interrompê-la -- Pretendo fazer uma... uma apresentação com ele... no... no Teatro Municipal de São Paulo... E... Precisamos ensaiar bastante...e....
Silenciou-se de repente como se não conseguisse expressar mais nada. Eu aguardei mais alguns segundos e vendo que ela não ia continuar me pronunciei:
-- Júlia, você pode receber quem você quiser nessa casa. Ela também é sua. Como eu tenho certeza que seus amigos são todos, gente de bem, não vejo problema nenhum em receber seu colega... ou amigo...
Ela soltou o ar dos pulmões e sorriu numa expressão de alívio.
-- Eu... Eu poderia ensaiar lá em São Paulo mesmo, mas... mas penso em fazer isso quando...quando estiver mais próximo ao evento.
Meu Deus, que vontade que eu estava sentindo de me levantar e abraçá-la, beijar aquela boca linda! Suspirei e fechei os olhos momentaneamente para afastar aquele desejo que me impulsionava o corpo para fora da cadeira.
-- Quando vai ser esse show?
-- Ainda não sei ao certo. Guilherme está agendando junto... junto à Diretoria do Teatro.
-- Ótimo! Pois fique à vontade aqui em casa, Julia. Seus amigos têm trânsito livre aqui.
As bochechas dela ficaram vermelhinhas. Olhou para mim e seu rosto resplandecia num contentamento quase infantil.
-- Eu... Eu fico-lhe muito grata, Sylvia!
-- Não há de que. Como já disse, essa casa também é sua.
Ela me sorriu.
-- Então, eu... eu já vou. Mais uma vez, obrigada.
Deu-me as costas e saiu tão suavemente como entrou.
******************
Emanuelle refestelava-se numa cadeira próxima à piscina. Era final de julho e, naquele dia, o sol estava radiante. Ela sorria para o nada e se sentia toda mole e acariciada pelo calorzinho dos raios solares. Lisa, em outra cadeira lhe fazia companhia.
-- Que delícia esse sol Lisa. Vou chegar em Paris, bronzeadinha. O Thierry não vai me reconhecer.
-- Você já está com uma cor linda Emanuelle. Não deve abusar. Você sabe que o sol daqui é diferente do nosso.
Emanuelle estava se esforçando ao máximo para não ficar tão próxima a Sylvia, para não ficar tão pegajosa. Havia refletido sobre seu comportamento e viu que realmente exagerara. Nunca imaginou que fosse tão ciumenta. Na verdade, em sua vida, nunca acontecera nada que despertasse esse monstrinho. Ela nem sabia que o possuía. Temendo irritar Sylvia, ao ponto de levá-la ao extremo de lhe mandar embora, resolveu manter-se um pouco afastada, por isso, quando não estava visitando as lojas na cidade, deleitava-se na piscina.
Quando se via frente a frente com Sylvia, não tocava no nome Julia, nem falava dos seus sentimentos. Resolvera se comportar apenas como a amiga que sempre fora. Faria de tudo para manter a velha amizade, mas temia que o monstrinho do ciúme mostrasse novamente as garras.
O fato de Júlia, praticamente estar ignorando Sylvia, também contribuiu bastante para que ficasse mais calma. Percebera que a amiga estava subindo pelas paredes e sofrendo com o descaso da madrasta, mas não se atrevera a seduzi-la para aplacar tanto seus anseios quanto os dela. Para ela não tinha problema nenhum que Sylvia fizesse amor com ela pensando em Júlia, mas uma vez que Sylvia resolvera se comportar como uma puritana, só lhe restava apelar para o alivio solitário.
Lisa bem que seria uma excelente alternativa, mas por mal dos pecados, nascera genuinamente hétero. Olhou o corpo da moça sob o biquíni azul e ficou considerando o desperdício que era uma mulher daquelas não ser aberta a outras experiências da vida.
" É uma pena Lisa que você está fora do meu alcance". Pensou deixando seus olhos, escondidos por um elegante par de óculos de sol, se demorassem no belo par de seios parcialmente revelados pelo biquíni.
***************
A manhã de sábado surgiu deliciosamente ensolarada. Por volta das nove horas da manhã Angélica já brincava com Antenor dentro da piscina. Tanto Lisa quanto Emanuelle também já se encontravam dentro d´água. Ficaram no dia anterior até o finalzinho da tarde e resolveram aproveitar igualmente o dia de sábado. Emanuelle estava parecendo um camarãozinho. Lisa, mais cuidadosa, estava apenas rosadinha.
Os gritos e as risadas de Antenor ecoavam pelo jardim. Com apenas uma sunguinha verde ele batia as mãos e as pernas na água tentando se esquivar dos braços de Angélica. Tentava, em vão, tirar a pequena boia do corpo, mas a babá mantinha-se atenta. Lisa aproximou-se dele e o beijou nas bochechas molhadas. Era encantada com ele e deixou-se ficar por longos minutos observando-o.
Emanuelle também se aproximou e o beijou.
-- Ele é muito gostosinho, não é Lisa? Dá vontade de pegá-lo para mim.
Lisa sorriu fitando os olhos dele.
-- É. É uma criança linda! Pode muito bem ser capa de revista. É tão belo quanto a mãe.
Emanuelle esboçou um sorrisinho de deboche e sussurrou para que apenas Lisa ouvisse.
-- Eu também a pegaria para mim e de bom grado!
Lisa gargalhou.
-- Você não toma jeito mesmo, não é Manu? -- Olhou atentamente para a conterrânea e observou alarmada -- Emanuelle, acho melhor você sair desse sol. Sua pele está muito vermelha. Isso vai arder muito, pelo jeito.
-- Vai nada! Depois eu passo um creminho...
******************
O motorista de Júlia parou em frente a um prédio ao lado de uma agência do banco Itaú, na Rua Augusta para apanhar Guilherme. Ele iria passar o final de semana na chácara para dar início aos ensaios.
Pedro, o motorista, se fez anunciar e poucos minutos depois o rapaz desceu com um violão embalado numa case e uma pequena sacola de viagem. Estava um tanto quanto tenso, pois era de natureza tímida e simples. Sempre foi de se sentir deslocado junto a pessoas estranhas. Apesar de ser amigo de Júlia há bastante tempo, não conhecia a enteada dela, por isso tinha certeza de que não iria se sentir muito à vontade. Tentara convencê-la a fazer os ensaios ali mesmo na cidade, mas ela insistiu tanto para que fossem feitos na chácara que ele se viu sem mais argumentos.
O motorista arrancou com o carro e Guilherme fechou os olhos deixando-se perder em suas angústias.
Estava separado da esposa há mais de um ano e, há poucos meses descobrira que sua filhinha de apenas três anos estava com leucemia. Ele estava vivendo angustiado, não sabia mais o que fazer. O salário de professor - ministrava aulas de música na USP - não lhe permitia levar a filha para um país onde a medicina era mais avançada. Esperava, neste dueto com Júlia, que sua parte lhe rendesse o suficiente para levar a menina aos Estados Unidos. Queria ouvir a opinião de outros médicos.
Não havia comentado com a amiga sua vontade de levar a filha para outro país, pois tinha certeza que ela abriria mão do que lhe caberia nos lucros do show. Mas se sua parte não fosse suficiente, não lhe restaria alternativa a não ser pedir emprestado a ela.
Ele estava com 33 anos e, depois que ficou sabendo da doença da filha, sentia-se como se tivesse mil. Estava cansado, desesperado, mas só não estava pior porque tinha o apoio da mãe que o ajudava a cuidar da filhinha. Sua esposa, assim que se separaram, foi embora para o interior do estado e não quis nem tomar conhecimento da filha. Ele havia lhe comunicado sobre a doença da criança, mas ela não deu importância.
Guilherme, quando olhava para o rostinho abatido da pequena Clarice, o medo de perdê-la o dominava e ele se afastava para chorar. Apesar de ela ter apenas três anos, não chorava na frente dela, o médico lhe recomendara que assim procedesse. Ela era uma criança alegre e meiga e, alheia à doença que a minguava, continuava com o sorriso deslumbrante iluminando o rostinho abatido. Guilherme vivia apavorado diante da perspectiva de nunca mais ver aquele sorriso.
Quase uma hora depois o carro atravessou os portões da chácara e Guilherme ficou impressionado com a exuberância do lugar. Teve a impressão de que estava adentrando numa daquelas fazendas de coronéis do café. O ar ali cheirava a muita riqueza. Ele, que sempre fora de classe média, sentiu-se encolher diante de tamanha imponência. Seus olhos vasculharam o amplo jardim enquanto o carro deslizava pela alameda calçada de pedras, em direção a casa. Viver ali era viver no paraíso. Pensou.
Pedro freou suavemente o carro e desceu para abrir a porta para Guilherme. Este saiu do carro ainda impressionado, deixando os olhos passearem pela fachada da enorme casa de dois pavimentos. A mansão parecia uma construção antiga, porém em perfeito estado de conservação. Tudo transpirava simplicidade e gosto requintado. Nada ali, apesar do extremo bom gosto, denotava ostentação.
Pedro tocou a campainha e, logo em seguida, a porta se abriu revelando a figura de Auguste. Depois das apresentações feitas o mordomo o levou até Júlia, na sala de música. Enquanto atravessavam as inúmeras salas e corredores, Guilherme sentia-se cada vez mais deslocado. O cheiro da casa, os móveis, os quadros pendurados nas paredes, as pequenas esculturas, os lustres que pendiam dos tetos de madeira nobre, o piso também de madeira nobre, tudo parecia sufocar o jovem músico e mostrar a ele, de forma gritante, o abismo que agora havia entre ele e a velha amiga. Mas ele sabia que nada daquilo havia afetado Júlia. Tinha certeza de que ela continuava sendo a mesma criatura doce e simples que sempre fora.
Minutos depois, Auguste bateu levemente na porta e abriu-a, dando passagem ao jovem músico.
-- Guilherme! Quem bom que já chegou!
Júlia, com um sorriso sincero, abraçou o amigo.
-- Que bom que chegou a tempo de almoçar conosco.
Ele retesou o corpo
-- Prefiro não almoçar Júlia! Você sabe que eu sou um bicho do mato. Não conheço o pessoal e...
Ela segurou-o pela mão e o conduziu até uma conversadeira de palhinha.
-- O pessoal daqui não morde. Você vai adorar dona Cláudia e Sylvia! São pessoas maravilhosas e, apesar de sempre terem vivido nesse tipo ambiente - girou o braço como a abarcar todo o espaço - são simples. Simples até demais.
Ele abaixou as vistas e torceu as mãos.
-- Não sei, Júlia... Eu ainda acho melhor ensaiarmos lá em casa, ou mesmo no Teatro.
Júlia sorriu e colocando-se novamente de pé, pegou-o pela mão.
-- Venha! Vou lhe apresentar ao povo da casa. Tenho certeza que assim que conhecê-los você não vai mais querer sair daqui.
*****************
Era quase meio dia, e os anfitriões e hóspedes, com exceção de Júlia, ainda estavam na piscina.
Júlia venceu a distância até a área da piscina, de braços dados com Guilherme. Sylvia estava boiando ao lado de Emanuelle que segurava sua mão, e Lisa e dona Cláudia, estiradas em duas cadeiras com chapéus sobre os rostos. Antenor já se encontrava dentro de casa com Angélica. O sol já estava quente demais para ele.
Os olhos de Júlia foram atraídos para os dois corpos sobre a água da piscina, precisamente para as duas mãos seguras uma na outra. Seu sangue ferveu e uma vontade de bater em Sylvia lhe encheu o coração.
"Por que mente para mim, insistindo em dizer que não tem nada com essa francesa sirigaita?" Perguntou aos próprios botões. Engoliu a indignação e aproximou-se mais de onde se encontravam dona Cláudia e Lisa.
As duas mulheres ouvindo os passos retiraram os chapéus de sobre os rostos e ergueram os corpos ficando sentadas.
-- Dona Cláudia, Lisa! Este é meu amigo Guilherme!
O rapaz ruborizado, não se sentia à vontade diante das duas mulheres vestidas com maiôs, ainda que comportados. Dona Cláudia, num corpo nem gordo nem magro, mostrava que ainda estava muito bem para os seus sessenta anos. Lisa, por sua vez, ostentava toda a sua juventude de vinte e poucos anos.
Dona Cláudia estendeu a mão ao rapaz e o recepcionou com o seu tão conhecido sorriso.
-- Que bom conhecê-lo meu jovem! Júlia me falou muito bem de você. Sinta-se em casa!
Ele segurou a mão da simpática senhora e agradeceu abaixando o olhar.
-- Muito prazer senhora! Ela também me falou muito sobre a senhora...
-- Espero que tenha falado bem! -- Dona Cláudia brincou soltando uma gargalhada.
Guilherme ficando ainda mais vermelho gaguejou:
-- Cla... Claro! Ela... Ela falou muito... muito bem! Ela tem adoração... pela senhora.
Quando chegou a vez de cumprimentar Lisa ele ruborizou ainda mais. Guilherme adorava mulheres e não conseguiu ficar indiferente à beleza doce da jovem francesa. Lisa percebeu a sua timidez e, para deixa-lo à vontade, tratou logo de se retirar dali, até porque já estava se sentindo agoniada devido à quentura do sol.
-- Encantada em conhecê-lo Guilherme! Seja bem-vindo. Agora se me dão licença vou tomar um banho, pois esse sol já está me escaldando.
***********************
Sylvia, ao ouvir a voz de Júlia, assustou-se e quase afundou na água. Emanuelle também se assustou ao sentir sua mão sendo largada abruptamente pela amiga. Sylvia nadou até a beirada da piscina e, enquanto subia vagarosamente as escadinhas, pôs-se a observar o visitante. Avaliou o rapaz magérrimo que estava vestido com uma calça xadrez em tons de cinza e preto. A calça era tão folgada que parecia caber dois dele. Fazendo par com a calça, ele vestia uma camisa estilo bata na cor branca e um par de sandálias estilo franciscana. Os cabelos castanhos escuros e cacheados caiam cheios sobre os ombros. Sobre o nariz levemente adunco um par de óculos indicava que ele tinha problemas de vista. Caminhando lentamente, Sylvia se aproximou do grupo e pegou a sua saída sobre uma das cadeiras, para cobrir o corpo ocultado apenas por um minúsculo biquíni.
Júlia não conseguiu evitar que seus olhos percorressem o corpo escultural de sua enteada. E esta, percebendo o efeito que sua seminudez estava causando na madrasta, tratou de prender a saída em sua cintura da forma mais lenta possível.
Júlia a apresentou ao amigo e este completamente sufocado pela timidez mal conseguiu balbuciar um cumprimento.
Apenas por traz de um violão Guilherme esquecia a sua timidez. Com as mãos devidamente acomodadas no seu instrumento musical preferido ele se sentia adequado, à vontade e se transformava como num passe de mágica. Seus dedos adquiriam vida e ele se tornava outra pessoa.
-- Seja bem-vindo Guilherme. Os amigos de Júlia são nossos amigos, portanto, fique a vontade. Sinta-se como se estivesse em sua casa!
Ele sorriu encantado com ela. Uma simpatia gratuita aqueceu seu coração. Ao sentir na sua, a mão dela, intuiu que ali encontrara uma grande amiga.
Sylvia apertou suavemente a mão suada do rapaz. Analisou atentamente o seu rosto e percebeu que ele possuía traços suaves e uma profunda tristeza no olhar castanho claro. Só mais tarde ficaria sabendo da doença da filhinha dele.
********************
Emanuelle aproximou-se logo depois e sentou-se numa das cadeiras. Júlia, sem se importar em estar sendo indelicada ou não, não se deu ao trabalho de apresentar o amigo à francesa. Sylvia percebendo o clima, com um sorrisinho de canto de boca, tratou de fazer as apresentações.
Dona Cláudia, vendo a timidez do rapaz diante das duas mulheres seminuas, tratou de convidá-los a entrar.
-- Meninas, já está na hora de sairmos desse sol. -- Olhou para Emanuelle e arqueou as sobrancelhas -- Minha querida, não quero lhe apavorar, mas sinto lhe dizer que você vai passar por uns maus bocados com o excesso de sol que tomou. Vá tomar um banho e depois vá até meu quarto para que eu possa lhe aplicar um creme. -- tocou levemente nas costas da moça -- Meu Deus! Isso vai arder demais.
Emanuelle passou as mãos nos ombros e sentiu uma leve ardência. Ela não tinha noção do quanto estava vermelha.
********************
Todos seguiram para dentro de casa: Júlia, dona Cláudia e Guilherme seguidos por Emanuelle e Sylvia. Esta, com os olhos presos no corpo de Júlia, suspirava acompanhando o vai e vem dos quadris da madrasta. Emanuelle percebeu a direção dos seus olhos e não conseguiu evitar um comentário.
-- Você mata e morre por essa mulher, não é mesmo? Percebo que está subindo pelas paredes -- Com os olhos na mesma direção dos de Sylvia, complementou - Embora não queira, tenho que admitir que ela é um verdadeiro monumento!
Sylvia continuou calada só olhando para o traseiro de Júlia. Estava que não se aguentava mais. Não sabia até quando iria se manter no propósito de respeitar os limites impostos por ela.
********************
Depois de uma chuveirada Emanuelle colocou uma roupa leve e foi em busca de dona Cláudia. Já estava sentindo a pele repuxando e extremamente quente. A ardência já estava começando a incomodar, principalmente quando os fios de cabelo tocavam os ombros.
-- Eu lhe avisei meu bem, para usar o creme solar, mas a senhora com essa pressa de pegar uma corzinha...
Dona Cláudia besuntou as mãos com um creme hidratante e, assim que Emanuelle tirou a blusa, espalmou delicadamente as mãos sobre as costas extremamente vermelhas da jovem francesa.
-- Dona Cláudia além da ardência, estou sentindo o corpo mole. Será que vou ter uma insolação?
Dona Cláudia gargalhou.
-- Não acredito que chegue a tanto querida, mas você não está acostumada com esse sol forte do Brasil. E olhe que estamos no inverno! Se fosse no verão e na praia, aí sim, você estaria desacordada numa hora dessas.-- Riu mais da cara assustada que Emanuelle fez, pois via o rosto da moça pelo espelho. -- Mas fique tranquila, logo, logo você vai ficar boa. Não tome mais sol por esses dias, sua pele é muito sensível.
Depois que terminou de espalhar o creme, segurou o queixo de Manu e recomendou.
-- Fique quietinha no seu quarto. Vou pedir a Julieta para trazer o almoço para você.
-- Não estou com fome. Peça apenas um suco e uma jarra de água. Sinto uma sede terrível!
-- Está bem! -- Dona Cláudia beijando-a na bochecha, afastou-se.
-- Dona Cláudia! Peça a Sylvia para ir até meu quarto. Quero falar com ela.
Dona Cláudia acenou com a cabeça. Ambas saíram do quarto e Emanuelle dirigiu-se ao seu. Lá chegando, tirou a roupa ficando apenas de calcinha e deitou-se de bruços na cama. Fechou os olhos e ficou sentindo o calor ardente se espalhar pelas costas.
****************************
Sylvia recebeu o recado de Dona Cláudia, mas não foi ao encontro de Emanuelle. Não estava com disposição para paparicar a amiga, pois tinha certeza de que era isso que ela queria. Preferiu recolher-se ao seu quarto para ler e dormir um pouco.
A tarde transcorreu calmamente e Júlia e Guilherme ensaiaram até o cair da noite. A sós com a amiga na sala de música ele parecia outro.
Depois de guardar seu violão na case, Júlia virou-se para o amigo e perguntou:
-- Como está Clarice, Guilherme?
-- Está indo! Fica muito abatida com o tratamento. Mas, mesmo assim, não deixa aquele sorriso lindo desaparecer. -- Sem conseguir evitar as lágrimas, desabou numa cadeira -- Estou com tanto medo de que ela morra, Julia! Se eu tivesse dinheiro já a teria levado para outro país.
Júlia sentou-se ao seu lado. Já vinha pensando numa forma de ajudar o amigo. Não havia dito nada a ele, mas já havia decidido a lhe doar a sua parte da renda do conserto. Mas o evento ainda demoraria a acontecer e também não se sabia ao certo se o dinheiro arrecadado seria suficiente para custear o tratamento.
Se ela administrasse o dinheiro de Antenor, já teria disponibilizado ao amigo a quantia suficiente para a viagem e tratamento. Já estava pensando em abordar o assunto com Sylvia, mas teria que falar primeiro com Guilherme, pois como ele era muito orgulhoso, ela não sabia como ele iria encarar a sua iniciativa.
Virou-se para ele e perguntou já antevendo a resposta
-- Gui, o meu filho tem muito dinheiro, mas é Sylvia quem cuida das finanças dele, eu posso falar com ela e tenho certeza de que ela não se oporá a custear o tratamento seja aonde for.
Ele levantou-se empertigado.
-- Não, Júlia! Não precisa! Ela não me conhece e, também como eu poderia pagar? Um tratamento desses em outro país fica muito caro.
-- Guilherme! Deixe o orgulho de lado e pense na sua filha!
-- Eu não sei! E também você sabe que é quase impossível conseguir uma cura no caso dela...
-- Independente do estado em que ela se encontra Guilherme, temos que tentar! Você não acabou de me dizer que se tivesse condições a levaria para outro lugar? Pois bem, o dinheiro já está praticamente em suas mãos.
-- Mas como vou pagar?
Ela levantou-se e o segurou pelos ombros.
-- Você está se preocupando à toa. Isso a gente resolve depois. -- Olhou firme para ele e disse resoluta.
-- Ainda hoje eu vou falar com ela, quer você queira quer não. Não vou me sentir bem vendo aquela criança sofrer.
*********************
Júlia achou por bem falar com Sylvia a sós. Sabia que Guilherme não iria gostar que os outros ficassem sabendo do estado da filha e da sua situação financeira. Era um excelente rapaz, mas como ninguém é perfeito ele pecava pelo orgulho. Sentia vergonha de ser pobre.
Depois que todos já haviam se recolhido, uma vez que estavam alquebrados pelo sol à beira da piscina, Júlia foi ao encontro de Sylvia que estava relaxando numa das redes no alpendre nos fundos da casa. Viu quando ela havia se retirado para lá.
Ao se aproximar, viu que ela estava observando a noite estrelada com um copo de vinho nas mãos. Com passos lentos, acercou-se da rede com o coração aos pulos.
Sylvia sentiu o seu perfume e virou rapidamente a cabeça em sua direção.
Escorando-se na madeira do alpendre Júlia deixou seus olhos vagarem sobre a enteada, sem conseguir pronunciar uma palavra sequer. Sylvia igualmente ficou muda. Ficaram se encarando por longos segundos e, por fim, Júlia soltou o ar dos pulmões e balbuciou num fio de voz.
-- Eu preciso... falar com... você.
Sylvia sorriu e tomou mais um gole de vinho. Aquele era seu primeiro copo de vinho do dia, portanto, esta completamente lúcida.
-- Pois não...! Pode falar.
Júlia abaixou as vistas e pousando as duas mãos sobre o alpendre olhou para cima. Depois voltou os olhos novamente para ela.
-- É sobre o Guilherme... Ele tem uma filha de três anos de idade.... e... ela está com... leucemia
Sylvia assustou-se.
-- Nossa! Que triste! -- Lamentou sinceramente -- E como ela está reagindo ao tratamento?
-- Pois é... É justamente sobre isso que... que quero lhe falar.
Sylvia acenou a cabeça incentivando-a a continuar.
-- Ele quer levá-la para um país onde a medicina seja mais avançada, mas... mas não tem condições financeiras para.... para isso. Eu também não tenho, se tivesse eu... eu já o teria ajudado. Então eu... Eu pensei... se você... não pode... Não pode custear essa viagem.... e tratamento.... com o dinheiro de Antenor?
Sylvia levantou-se da rede e se postou na frente dela. Colocou a taça de vinho sobre a madeira do alpendre e debruçando-se sobre este pronunciou sentida. Não suportava ver crianças nem idosos sofrendo.
-- Diga a seu amigo, que prepare tudo e que pode ficar tranquilo. A filhinha dele terá o melhor tratamento que ele puder encontrar. Peça-lhe que procure os melhores especialistas nessa doença.
-- Então você vai custear?
-- Claro que vou! E não vai ser com o dinheiro de Antenor. Faço questão de ajudar seu amigo. Simpatizei muito com ele. -- Disse virando-se para a madrasta.
Júlia sem se dar conta abraçou Sylvia. Esta estremeceu toda quando sentiu aquele corpo colado ao seu. Envolveu-a pela cintura e a apertou.
-- Muito obrigada, Sylvia! Muito obrigada!
Com os olhos fechados Sylvia sentia o delicioso perfume dos cabelos dela. Seu corpo inflamou por inteiro. Já estava a perigo e com ela ali nos braços a sua situação ficou periclitante. Júlia retesou o corpo quando se deu conta de que havia pulado no pescoço da enteada, mas uma força maior do que sua razão, não lhe permitiu afastar. E o propósito que havia feito de não se aproximar mais dela até que resolvesse sua situação com noivo e a possível amante, evaporou-se completamente de sua cabeça.
Sylvia olhou-a bem dentro dos olhos ainda a mantendo presa em seus braços.
-- Estou com tantas saudades de você! Não me maltrate tanto, ficando longe de mim...
Julia não conseguiu dizer nada, apenas fechou os olhos e aproximou os lábios daquela boca linda e tão desejada.
Quando seus lábios se tocaram as duas gem*ram. Suas línguas se buscaram afoitas e Júlia amoleceu todinha nos braços de Sylvia.
********************
Emanuelle chateada por Sylvia não ter atendido ao seu recado, saiu pela casa a sua procura. Depois de circular pelos vários cômodos ouviu vozes na direção do alpendre e seguiu para lá sem fazer barulho, pois reconheceu a voz de Júlia e de Sylvia. Ao vê-las, ocultou-se por trás de uma porta e ficou a escutar a conversa. Recriminou-se por isso, mas o ciúme foi mais forte e lançou por terra os seus princípios.
Ouviu claramente o teor da conversa e condoeu-se pela criança e pelo pai da mesma. Mas quando ouviu a voz de Sylvia praticamente implorando pelo amor de Júlia e o gemido que ambas soltaram quando as bocas se encontraram num beijo avassalador, uma onda de raiva lhe estremeceu o corpo. Não conseguiu mover um músculo. Ficou ali parada assistindo o matar das saudades das duas.
*******************
-- Meu amor, que saudades!
Sylvia gem*u com os lábios ainda colados aos de Júlia. Com as mãos subindo pelas nádegas da madrasta Sylvia aprofundava o beijo. Júlia gemia e arfava agarrando-se a Sylvia como se quisesse entrar nela.
-- Vamos... sair daqui... Tenho medo que... alguém nos veja... -- Júlia pediu com uma vozinha dengosa, enlouquecendo Sylvia.
Enfiando as mãos por dentro da calcinha de Júlia para melhor sentir a textura das nádegas, Sylvia sussurrou com a voz rouca.
-- Estão todos dormindo... meu amor! Não vai aparecer... ninguém... minha gostosa! Pode ficar tranquila.
O colo de Júlia estava praticamente todo à mostra, uma vez que ela estava apenas com uma camisolinha e um penhoar por cima, que naquela altura já estava todo aberto. Sylvia, enquanto deslizava os lábios pelo pescoço de Júlia, empurrou-lhe o penhoar pelos ombros, fazendo-o cair no chão e puxou suavemente as alças da camisola. O belo par de seios surgiu diante de seus olhos e ela mais uma vez gem*u extasiada.
-- Mulher! Minha mulher! Nunca vi nada mais lindo e mais perfeito em toda a minha vida!
Seus lábios famintos tocaram delicadamente os maravilhosos seios ali expostos. Júlia fechou os olhos e arqueou o corpo para traz ao sentir os lábios macios e quentes envolverem alternadamente os mamilos dos seus seios. Todo e qualquer resquício de sanidade e receio de que alguém pudesse aparecer por ali, desapareceu. Nada mais existia para ela, apenas a deliciosa sensação de ser possuída por Sylvia. Era tão bom pertencer a ela, era tão bom ser dominada, tomada por ela. Sylvia sabia fazer com que se sentisse verdadeiramente mulher, verdadeiramente fêmea. Todo o seu corpo amolecia, ficava entregue ao sentir-se próxima a ela. Tornava-se maravilhosamente refém nos braços firmes e delicados daquela mulher.
-- Sylvia! Não pare... Não pare, meu amor! -- Implorou quando sentiu os dedos da enteada tocarem sua intimidade.
-- Ai meu Deus! Toda molhadinha e quente... para mim! Ah Júlia! Você é gostosa demais... Nunca tive uma mulher tão deliciosa assim!
Emanuelle sentiu uma dor profunda no coração ao ouvir aquela declaração. Estava congelada atrás da porta. Tremia de dor e raiva das duas. O ódio que estava sentindo de Sylvia e de Júlia estava lhe toldando a razão. Seus dentes se chocavam uns nos outros. Ao mesmo tempo em que queria fugir dali, porque lhe era muito doloroso, queria ver o desfecho. Odiou-se porque já estava sentindo sua calcinha encharcada.
Sylvia, com relutância abandonou os seios de Júlia e foi se abaixando para beijar-lhe a barriga e o ventre. A camisola já estava no chão e com as mãos hábeis foi abaixando a calcinha enquanto beijava a parte que ia sendo aos poucos descobertas. Júlia se firmava no alpendre. Suas pernas tremiam e seu ventre se contraía na expectativa do que estava por vir. Sylvia, deslizando os lábios suavemente sobre os pelos bastante aparados do seu sex*, arrancou-lhe um rouco gemido que fez até Emanuelle tremer de excitação.
-- Abra... Abra mais as pernas meu amor! -- Pediu Sylvia com a voz arquejante -- Coloque uma perna sobre meu ombro!
Julia obedeceu e Sylvia sorriu ao ver-se de frente daquele manjar dos deuses.
-- Isso, meu amor! Essa posição é ótima... Assim ela se encaixa... todinha na minha boca!
Julia gem*u mais ao ouvi-la falar daquele jeito.
Sylvia beijou suavemente o sex* da mulher amada. O cheiro delicioso e suave que dali se desprendia penetrou-lhe as narinas e atiçou ainda mais todo o seu instinto de fêmea. Abrindo a boca com gula, porém com delicadeza para não machucar aquele bem tão precioso, deu início a uma deliciosa sucção.
Julia estremeceu por inteiro e de seus olhos brotaram lágrimas de êxtase. Não existia felicidade maior no mundo do que sentir os lábios de Sylvia bebendo da sua fonte. O desejo de ofertar a ela todo o seu néctar, acordou a fêmea selvagem que existia em si e, parecendo incorporar uma deusa do sex*, Júlia deu início a uma dança de quadris sobre a boca de Sylvia, fazendo com que esta ficasse enlouquecida. Nunca havia visto Júlia tão solta e tão ousada. Adorou aquela nova performance de sua madrasta.
-- Meu amor... Ch*pa mais... Assim... ! Ai... Ai... Que gostoso, Sylvia! Que língua deliciosa! Hummm! Tão... quente... tão macia!
Emanuelle se contorcia atrás da porta. De onde estava via perfeitamente Júlia em pé, com uma perna sobre o ombro de Sylvia. Uma mão firmando na pilastra do alpendre e a outra enfiada nos cabelos da enteada. Admirou os seios perfeitos da mulher e engoliu em seco. Observou que os quadris da brasileirinha pareciam soltos, pareciam ter vida própria. Sua raiva aumentou, pois um misto de inveja das duas lhe dominou. Ao mesmo tempo em que queria afastar as duas, queria estar no lugar de Sylvia e no lugar de Júlia.
-- Júlia... Meu amor! Te... te amo! -- Sylvia sussurrava com a boca de encontro à vagin* da madrasta. -- Nunca mais... me prive disso... Meu amor! Nunca mais... me negue! Eu... eu não posso... não posso ficar.... Humm! Não posso ficar... sem provar... dessa delícia! Preciso disso para viver... preciso de você Júlia!
Sylvia tremia e bebia todo o líquido que se desprendia das entranhas de Júlia. Ela era saborosa, doce e abundante. Bebia tudo gota por gota e ela ainda não havia goz*do, mas sentiu que ela estava perto de explodir. Sentir aquela textura macia e quente na sua língua, sentir aquele clit*ris durinho e tenro nos seus lábios era a expressão plena da felicidade. Se fosse para morrer ali, naquele momento, morreria feliz.
Júlia gemia incontrolável numa voz sussurrada e repleta de sensualidade.
-- Ai... Amor... Sylvia...! Também te amo! Mais rápido... Mais rápido... Assim amor... Assim... Meu amor! Aiii! Eu... eu.. vou goz...!
De repente Sylvia sentiu as mãos de Júlia a empurrando, e como num pesadelo, ouviu a voz de Emanuelle.
-- Sylvia, eu quero falar com... Oh me desculpem... eu não sabia..!
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
LuBraga
Em: 12/08/2018
Nicole, Nicole você é de uma generosidade maravilhosa ao nos brindar com o reencontro de Sylvia e Julia.
Taí uma morte que apreciaria muito rsrsrs
E acabo por descobrir neste capítulo que Emmanuele além de ciumenta é uma exímia empata foda...rsrs que situação!
Amando reler cada linha escrita, incrível como percebo melhor essa história.
Bjão
Resposta do autor:
Boa tarde Lu,
Emanuelle sempre tão segura de si, agora se vendo trocada por outra. Para quem sempre teve o ego massageado, deve ser terrível!
Obrigada pelo seu comentário. Espero continuar lendo suas opiniões.rsrs.
Bjs
Lethicia Lobato
Em: 10/08/2018
Gente, amiga boa é a Emanuele kkkkk Acho que Sylvia vai querer matar ela. E Júlia sendo tímida como é, vai desmaiar rsrs
Já tô ansiosa pelo próximo capítulo!
Resposta do autor:
Boa tarde Lethicia,
Obrigada pelo comentário e segure a ansiedade porque ainda teremos muitas emoções pela frente.rsrs
Bjs
[Faça o login para poder comentar]
Sayomendes
Em: 06/08/2018
Poxa vida que amiga mais filha da mãe...se fosse eu expulsava ela da minha casa...ou melhor...da minha vida....
Resposta do autor:
Oi Sayo,
Até a própria Emanuelle está estranhando o próprio comportamento. Ela não tinha consciência de que fosse tão ciumenta. Sylvia vai tomar uma atitude bastante firme com ela.rsrs. Já pensou, menina, interromper num momento como aquele!rsrs
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]