3 A Verdade

3 A verdade
Tayla apertava o volante do carro com uma força, a ponto de sentir dor nas mãos.
Tentava desesperadamente concentra se no que fazia, naquele ato tão famíliar de dirigir, que parecia de repente um sacrifício, uma prova dolorosa.
Havia encontrado a filha e conhecido uma mulher tão maravilhosa, que lhe dará sensações de borboletas na barriga, mas tivera que deixa ambas, e partir em um silêncio, levando seu segredo.
- Oh, Deus
Tayla murmurou, mordendo com força o lábio, em um gesto de quietação que a dominava.
E definitivamente, ela não poderia continua dirigindo, não naquele estado emocional.
Entrando no estacionamento de uma loja, ela desligou o motor do carro, e entregou se em um choro de ternura e saudade para a filha que deixara minutos antes.
Por um bom tempo Tayla ficou ali a chora por tantas emoções que foi o encontro com katy lhe havia causado.
Agora que havia chorado tudo que tinha que chora, Tayla sentia se mais calma e podia analisa a situação em que se encontrava. Na verdade, estava assustada com seu descontrole, sempre se considerou uma pessoa sensanta e tranquila, mas agora seus muros estava desmoronando deste que soube que sua filhinha está viva.
- Vamos lá
Falou para si mesma, passando a mão pelo seu cabelo loiro, com a intenção de volta para Nova York, para sua casa, mas antes de partir queria dar mais uma olhada nas fotos que o detetive havia lhe dado, foi quando se deu conta que não estava onde deveria estar, voltou se para procura a cada canto do carro e nada, sentia se mais desesperada.
- Isto é um pesadelo
Pensou em voz alta
- Não pode estar acontecendo de verdade.
Tentando fica calma, Tayla respirou fundo, e completou seus pensamentos
- Deixei cair o envelope, Quando desci do carro na frente da casa dos Torres.
Com aquele pensamento formado em voz alta, vez Tayla estremecer da cabeça aos pés.Reunindo as ultimas forças que lhe restavam, Tayla ligou o carro para volta ao bairro tranquilo onde sua filha morava, com a esperança de ninguém ter achado seu envelope, mas se Malu ter achando aquela altura ela já sabia quem ela é.
Uma infinidade de perguntas assaltava Tayla, que se sentia mais apavorada a cada segundo, agira como uma tola, vindo pessoalmente a Richmond, deveria ter confiado aquela tarefa a um bom advogado, isso sim.
Agora era tarde para volta atrás, talvez até já houvesse comprometido, de maneira irremediável, qualquer possibilidade de um entendimento pacífico com Malu Torres.
Sim... Por mais madura que fosse Malu, ela jamais aceitaria o fato de ter sido espionada por uma estranha, que alias alegava ser mãe legítima de sua filha.
O que fazer, Tayla se perguntava com um calafrio de medo.
Foi nesse estado de espirito que ela entrou na rua tranquila, onde havia estado pouco antes, com uma esperança em seu coração, com a possibilidade de encontra na rua ou na calçada o envelope que continha seu segredo.Depois de estacionar seu carro, em uma procura inútil pelo envelope, sem outra alternativa, caminhou em direção a casa dos Torres.
Não teve tempo de tocar a campainha, no momento que estendia a mão para fazer ló, a porta da casa se abriu, dando passagem a uma Malu furiosa.
- Não sei quem você é, ou o que deseja de nós
Disse Malu elevando a voz ameaçadora.
- Se isto for uma brincadeira, saiba que não tem graça nenhuma, antes de qualquer coisa, quero lhe dar um aviso, Tayla Turner ou seja lá qual for seu nome: afaste se de mim e de minha filha, ou não me responsabilizarei pelo que possa lhe acontecer.
As palavras agiram sobre Tayla como uma forte bofetada, ela estava preparada para uma conversa difícil e até para descrédito que Malu poderia lançar sobre as informações colhidas pelo detetive... Mas não pela fúria que a mulher a sua frente demostrava, de maneira assustadora.
Num gesto impensado, ela estendeu a mão, talvez para deter o fluxo agressivo de Malu, que recuou como se temesse a picada de um animal venenoso.
Respirando fundo, Tayla disse corajosamente:
- Pode parece o contrário, mas não era minha intenção espionar vocês. Quando soube que minha filha estava viva, contráteis um detetive para recolher as informações que por certo encontrou dentro do envelope...
- E o que você veio fazer aqui, em Richmond?
Malu indagou, entre os dentes.
- Sei que agi de maneira precipitada, mas só queria comprovar, com meus próprios olhos, que Katy era mesmo minha filha... Precisava vê la, ainda que fosse de longe. Juro que não pretendia incomoda lá, mas ai aconteceu o incidente com a bola e...
- Você precisa de um psiquiatra
Ela a interrompeu.
- Katy não e sua filha. O que você esta insinuando é, no mínimo, uma completa loucura.
Tayla compreendeu, claramente, que Malu Torres não aceitaria sequer conjecturar sobre o assunto... Ao menos não naquele momento, naquela circunstâncias. Afinal, ela estava com medo, apavorada diante da ameaça inesperada.
E lutava pela preservação de seu mundo, por Katy, como qualquer mãe faria numa situação semelhante.
- Fora daqui.
Ela ordenou, elevando ainda mais a voz.
Tayla tomou fôlego novamente e falou:
- Eu sei a verdade. Katy é de fato minha filha e nada no mundo poderá modificar este fato. O que devemos fazer agora, e manter a calma e procurar agir da maneira mais correta possível, para o bem da menina.
- O melhor que você pode fazer por MINHA FILHA, neste momento, é entrar no seu carro e desaparecer de uma vez por todas, acabando com esse pesadelo terrível.
- E bem possível que você esteja certa
Tayla afirmou num tom calma.
- Talvez eu devesse me retirar para sempre, calando o segredo que trago no peito. Mas não agirei assim, pois Katy tem o direito de saber a verdade e decidir sobre seu futuro. Se ela achar que devo sumir de sua vida, eu o farei... Pode acreditar nisso, Malu Torres.
- Pensa realmente que eu seria capaz de expor minha filha a esse monte de mentiras? Acha que vou permitir que ela se desequilibre e sofra, apenas porque você resolveu inventa essa historia?
- Não inventei coisa alguma.
Tayla se defendeu se, num tom pausado, que chegou a surpreende lá. Agora, que enfim estava encarando o problema de frente, sentia se mais confiante, a consciência tranquila e os propósitos sinceros davam lhe uma força imbatível.
- Deus sabe que jamais desejei esta situação, mas o fato e que ela existe e você simplesmente ignora Malu Torres. Sinto muito, mas temos um grande problema e mãos.
- Você é que terá problemas, se continuar insistindo nessa loucura, estou disposta a ir até as ultimas consequências. Portanto, desapareça daqui agora mesmo, caso contrario, chamarei a polícia.
- Eu não faria isso se fosse você.
Tayla a advertiu num tom severo.
- Por acaso está me ameaçando, Tayla Turner?
Ela a desafiou, fuzilando a com os olhos negros.
- De modo algum, Malu Torres, mas consultei um advogado e ele me aconselhou a entrar com uma petição na justiça, requerendo um teste genético. Ainda não me decidi a faze ló, para não feri Katy desnecessariamente. Portanto, não precipite as coisas, sim? Tente manter a calma.
Um sorriso de desdém estampou se no rosto de Malu.
- Teste genético?
Ela repetiu, cruzando os braços.
- E em que exatamente, seria baseado essa petição? Numa carta estúpida que talvez você tenha escrito? Pois bem... Vá em frente. Tome todas as atitudes legais que achar necessário. Mas, enquanto isso, mantenha se longe de Katy, sua impostora!
Tayla baixou os olhos, recebendo a ofensa com maior calma possível, mas ao erguer lós, sua expressão continuava firme e decidida.
- Confirmei a historia de minha mãe, com o medico que fez meu parto. Creio que essas evidências já são suficientes para qualquer juiz aceita uma petição, requerendo o exame.
Após uma breve pausa , ela sentenciou:
- Não sou louca, nem impostora. Quanto mais cedo você se conscientizar disso, melhor.
Malu fitou a com um misto de sarcasmo e desconfiança, antes de indaga:
- Se você tem todas essas provas, então porque veio espionar nossa vida, de maneira tão inescrupulosa?
Tayla notou que Malu havia recobrado parte do autocontrole, tinha percebido, talvez, que o assunto e mais sério do que imaginara a principio, e agora se preparava para um combate mas longo.
- Por que?
Ela insistiu
- Fiz isso movida por um impulso, do qual me arrependo sinceramente. Mas qualquer pessoa poderia compreende minha ansiedade de ver Katy, depois de julga lá morta por mais de seis anos.
Malu hesitava, Tayla constatou esperançosa. Ela era uma ser humana digna, disso não havia duvida, e por mais que estivesse assustada ou com raiva, não podia negar se a considera aquele argumento.
Ao fim de alguns momentos, ela perguntou, num tom menos agressiva:
- Por que está fazendo isso? O que deseja, realmente?
- Estou agindo assim porque Katy e minha filha e quero fazer parte da vida dela.
Tayla resumiu.
- Você quer tira lá de uma mãe que a ama e leva lá embora da casa onde viveu todos esses anos?
- Claro que não. Tudo o que desejo e que Katy seja feliz. E sabendo o quanto ela te ama, eu jamais pensaria em tira lá de você.
Com um suspiro Tayla acrescentou:
- Mas quero que ela saiba a verdade... Que sou sua verdadeira mãe.
Cruzando os braços, Malu reassumiu a postura de antes, enquanto a expressão de fúria voltava a estampar se em seus olhos negros como ônix.
- Por um instante cheguei a duvida de mim... Afinal, seu teatro e bastante convincente. Só que não estou disposta a perder mais o meu tempo.
- Mas....
- Faça o favor de se retirar e de manter se longe daqui.
- Você só esta tornando as coisas mais difíceis e dolorosas, para todos nós. A verdade vira a tona.. Pense nisso Malu Torres.
- Suma daqui.
Ela falou cause aos gritos, fechando a porta com raiva.
Tayla foi andando até seu carro, entrando no mesmo e saindo dali as presas com uma onda de tristeza.