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Coincidências por Rafa e

Ver comentários: 6

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Palavras: 4346
Acessos: 3110   |  Postado em: 30/07/2018

Capítulo 9

 

O dia estava agradável, resolveram caminhar um pouco pela praia.

-- Amo o mar. – Haidê a olhou.

-- Eu também gosto. – apertou o abraço. – Não ouvi mais falar sobre suas competições.

-- Estou parando aos poucos. – Haidê diminuiu o passo. – Preciso manter o foco nas coisas que herdei.

-- Vai se dedicar só a sua empresa?

-- Eu tenho uma linha de roupas esportivas... – parou e olhou para morena. – Sou a própria modelo da marca. – fez pose.

-- Sério? – sorriu. – Eu não sabia disso.

-- Nunca me viu em outdoor ou folhas de revistas?

-- Acredite: se tivesse visto essa foto, teria ido atrás de você antes. – confessou sem perceber que falou demais. Lívia a olhou nos olhos.

-- Eu me mostro agora, sem problemas. – Haidê sentiu o rosto queimar e Lívia sorriu. - Eu também teria lhe procurado antes. – preferiu ficar quieta, viu que a advogada estava envergonhada. Fitaram-se em silêncio, avaliando-se e foi Haidê a primeira a quebrar o clima.

-- Então as competições ficaram para trás?

-- Preciso ficar mais na empresa, as competições exigiam que viajasse a todo momento, além dos treinos. – explicou-se fazendo gestos que faziam a advogada rir. – Depois lhe mostro algumas revistas, tenho fotos maravilhosas com a coleção de verão. – piscou com aquela malícia que amolecia Haidê.

-- De biquíni? – perguntou correspondendo ao tom malicioso.

-- Claro que tenho algumas com biquíni e maiô. – Haidê parou pensativa.

-- Ciúmes? – perguntou sorrindo e viu que a morena ficou quieta.

“Como vou falar para ela sobre meu corpo com cicatrizes?” – Haidê pensou e não prestou atenção na pergunta da loirinha.

-- Ei, está aqui ainda?

-- Claro que estou. – respondeu forçando um sorriso. Puxou a loira para um abraço forte. – Acho que temos de pensar no almoço.

-- Ah, isso é importante e temos que pensar rápido. – Haidê a observou.

-- Está com fome?

-- Ainda não, mas meu estômago tem um relógio biológico que entende tudo, principalmente horário da comida.

-- Mas que cara de pau!

-- Oi? – fingiu inocência levando a mão até o coração.

-- Comeu mais da metade dos meus ovos mexidos e mais os seus, ainda está pensando no almoço.

-- Olha seu tamanho...

-- O que tem?

-- Em relação a você, estou em fase de crescimento. – a morena revirou os olhos.

-- Vamos lá nos pescadores, talvez tenha alguma coisa.

-- Camarão? Peixe recheado com camarão? – Haidê viu os olhos verdes brilharem.

-- Olha, eu garanto o peixe assado ou frito, mas recheado... – sorriu passando a mão pelo rosto de Lívia. – Isso só com muita fé e um bom milagre. – foi a vez da loirinha revirar os olhos.

-- Deixa isso com uma profissional, tudo bem? – falou com um jeito convencido.

-- Profissional? – puxou fazendo cócegas. Lívia correu sorrindo e ela foi atrás.

*****************************************************************************

Haidê ligou o som, começou a dançar enquanto Lívia separava o que iria usar no almoço.

“The day light's fading slowly / But time with you is standing still / I'm waiting for you only / The slightest touch and I feel weak / I cannot lie, from you I cannot hide...” *

Haidê apareceu cantando e dançando, enquanto a loirinha temperava o peixe. Lívia a olhou perigosamente.

-- Acha que vai ficar aí, dançando e cantando, enquanto eu ralo aqui no peixe, cebolas e alho? – a advogada deu de ombros e sorriu, permaneceu cantando enquanto foi até a geladeira e olhou as opções para depois oferecer.

-- Temos vinho branco lá na adega, posso pegar para gelar, mas... Ainda temos cerveja, caipirinha sem limão... – brincou. – Pode fazer caipirinha com maracujá? Tem um aqui.

-- Haidê, fica quieta... – fingiu irritação. – Não quer me ajudar aqui? -  a morena sorriu e respondeu colando o corpo ao de Lívia.

-- Prefiro dançar, cantar e animar o ambiente. – Lívia virou para encara-la, desceu o olhar em direção aos lábios convidativos e respondeu.

-- Pode dançar e cantar, mas vai cortar as cebolas enquanto isso. – entregou a cebola, a faca para morena e foi sua vez de cantar e rebol*r. – “So go on, go on / Come on leave me breathless / Tempt me, tease me, / Until I can't deny this lovin' feeling / Make me long for your kiss / Go on, go on, yeah / Come on...” – cantou a última parte com a voz bem sexy e insinuante. Haidê estava com a boca aberta, ela empurrou fechando-a. – “Don't lose it / Don't leave it...”

-- Eu só queria saber qual bebida... – antes que ela concluísse, a loirinha respondeu.

-- Deixa o vinho branco gelando, mas por agora, eu me contento com uma cerveja.

O dia transcorreu com muita cumplicidade. Lívia fez o almoço, Haidê comeu e repetiu duas vezes, deixando a surfista alegre em agrada-la. À tarde, a morena colocou uma rede na varanda e deitaram-se apreciando o mar.

-- Acho que vou pegar uma manta, está esfriando.

-- Eu tenho alguns truques para nos esquentar. – ela olhou os olhos verdes que demonstravam malicia.

-- Lívia... – pensou em como falar. – Senta aqui comigo. – pediu abrindo os braços.

-- Não recuso esses braços, nunca! – disse sorrindo e entrou na rede, abraçou-se a morena. – O que tem em mente?

-- Eu quero falar sobre nós duas.

-- Eu pensei em outra coisa. – beijou o rosto moreno.

-- Lívia! – fingiu repreendê-la e beijaram-se. Lívia interrompeu o beijo com uma revelação que pegou a advogada de surpresa

-- Haidê, eu não aguento imaginar você com Jaques... – confessou com um pouco de mágoa.

-- Uau! Isso que chamo de mudança de assunto.

-- Estou falando sério... – segurou o rosto da advogada. - Não suporto a ideia de você e ele... – foi silenciada com um beijo.

-- Psiu! Estou aqui... Estamos aqui. – olhou dentro dos olhos verdes. – Vamos pensar no agora, aqui dentro, só nós duas. – voltaram a se beijar.

-- Estou apaixonada por você. – confessou. – Desde o dia que lhe vi, primeiro naquele bar e depois... – beijou a mão da morena. – Na casa da minha mãe. E quando descobri que você era de Jaques...

-- Lívia...

-- Deixa eu terminar. – pediu silenciando-a com a mão. – Eu não sei o que vai acontecer conosco, mas quero acreditar que tenho chances deste dia maravilhoso não ser único.

-- Eu não amo e nunca amei Jaques. – nem ela mesma sabia o motivo de ter revelado isso.

-- Então...

-- Por favor, olha esse visual... – mostrou o mar. – Olha como estamos bem nesta rede... Não pensa no amanhã, deixa que ele aconteça naturalmente. – beijou a ponta do nariz e depois mordeu o queixo da loirinha. - Vamos curtir este momento. – pediu com sinceridade.

-- Como posso curtir o agora se amanhã posso perder tudo isso?

-- Não sofra por antecedência. – sorriu e voltou a beijá-la. – Pensa em mim agora e me dê outros desses... – deu um selinho. - Que vai me deixar feliz. – pediu sorrindo e Lívia se apoiou sobre ela, aprofundando o contato. Estavam abraçadas, entretidas entre beijos, mordidas e abraços apertados.

-- Não precisa fazer nada para isso... – estavam se beijando. – Você me deixa louca naturalmente. – Lívia esfregou a coxa entre as pernas de Haidê, sentindo a umidade que provocou.

-- Lívia...

-- Não aguento... – mordiscou o pescoço da morena. - Você está muito molhada, como eu. Deixa lhe sentir mais... – pediu ofegante. Haidê neste momento rogou a todos os deuses para lhe trazer o controle.

-- Lívia... – arrumava forças. – Vamos devagar. – pediu respirando fundo. Lívia parou olhando-a.

-- Não quer? – Haidê viu decepção nos olhos verdes e abraçou forte.

-- Eu quero, mas...

-- Mas?

-- Querida, isso tudo é muito novo, não imagine bobagens, só quero ir aos poucos. – apertou mais o abraço, enchendo-a de beijos.

-- Preciso ir no banheiro. – confessou nervosa.

-- O que foi? – Lívia saiu da rede sem responde-la e entrou na casa, indo em direção ao banheiro. Haidê a olhou surpresa, não havia entendido nada. Levantou-se e passou pela porta do banheiro que estava só encostada, viu pelo espelho a loirinha se masturbar. Sentiu seu corpo queimar, um calor inexplicável lhe dominou. – “Acho que preciso de água gelada.” – pensou, mas não teve forças para sair do lugar. Lívia gem*u alto, sentindo o corpo tremer, Haidê achou invasivo demais o que estava fazendo, correu para cozinha. A loirinha permaneceu quieta por alguns minutos, seu cabelo estava grudado de suor, resolveu tomar um banho gelado, era uma boa ideia deixar a água esfriar o desejo que sentia. Depois saiu e procurou a morena, achando-a sentada com as pernas na água da piscina com um copo na mão.

-- Tempo difícil? – perguntou com ironia. Haidê ergueu uma das sobrancelhas e revidou a provocação.

-- Não mais do que o tempo que você passou. – Lívia sentiu o rosto arder.

-- Como sabe?

-- Não sabia, até agora. – respondeu com inocência, o que deixou Lívia ainda mais envergonhada.

-- Desculpe. – pediu com um fio de voz. – Eu...

-- Não precisa se justificar, eu nunca... Quer dizer... – enrolou-se e Lívia gritou sorrindo.

-- Touché! – Haidê colocou as mãos no rosto.

-- Acho que precisamos nos explicar menos.

-- E falarmos mais. – sorriu. - Também acho. – sentou-se ao lado da advogada depois de arregaçar a barra da calça jeans e colocar os pés na água. – Está bem morninha... – sorriu e piscou.

-- Tomou banho?

-- Estava suada.

-- Ah! – respondeu pensativa, estava realmente constrangida. - Não precisamos falar tanto assim, não é?

-- Seria melhor se agíssemos mais... – deu uma gargalhada. - Estou em desvantagem, você sabe o que estava fazendo. – afirmou.

-- Não sou tão ingênua assim. Nunca beijei uma garota, mas de resto... – deu de ombros. - Tenho muitas habilidades.

-- Quero conhecer cada uma delas. – confessou e olhou dentro dos olhos azuis, queria ler o que eles falavam. – Eu tive que fazer isso, ou não iria atender o seu pedido de “um tempo.” – completou fazendo careta.

-- Despertei tudo isso?

-- Sempre desperta. – confessou enquanto batia os pés na água e não acreditou quando Haidê confessou o que sentia, também.

-- Eu fiz isso naquela noite que nos encontramos na cozinha da casa da sua mãe. – a loirinha virou o pescoço para encara-la.

-- Por que não me chamou para ajudar?

-- Não seja cínica! – jogou uns pingos de água na surfista. – Se bem que seria uma boa ajuda. – Lívia abriu os olhos surpresa.

-- E o que faria se ajudasse?

-- Touché! – Haidê respondeu sorrindo sem graça, ficou em silêncio e baixou a cabeça, brincou com os pés na água. Ficaram assim por longos minutos. – Eu iria amar. – confessou baixinho e Lívia a olhou.

-- O que disse?

-- A resposta ao que me perguntou: eu iria amar. – Lívia relembrou a pergunta e sorriu depois. Levantou-se, Haidê observou.

-- Podemos ir em slow motion, mas podemos aproveitar de outra forma. – Haidê permanecia observando-a com curiosidade.

-- Como assim?

-- Olha essa piscina, está escurecendo e se entrarmos nela, teremos uma visão desta água se misturando com a água do mar.

-- Por isso chamamos de borda infinita. – concluiu com ironia.

-- Por isso vamos entrar. – completou imitando-a e retirou a camisa, depois a calça, sem perder o contato visual com a morena que engoliu seco, com os grandes olhos azuis abertos. – Podemos tomar banho e aproveitarmos. O que acha? – terminou de retirar a roupa, ficou apenas com uma calcinha de renda, esticou a mão e chamou Haidê. – Vem comigo? Tira essa roupa e deixa acontecer. – ela não sabia, mas este era um dos vários fantasmas que atormentavam a morena.

-- Eu...

-- Vem, anda. – pediu quase em súplica. Haidê se levantou e tirou só a calça, puxou a loirinha para um abraço e a beijou. Lívia entendeu que aquele era o seu limite, teria que ir com calma para conquista-la e tê-la por completo. Disfarçou a decepção, aceitou o pouco que lhe foi oferecido. - Vamos entrar. – puxou para dentro da água e caíram abraçadas.

-- Esse é seu conceito de slow motion? – Lívia a envolveu com os braços no pescoço e as pernas na cintura, enquanto a beijava.

-- Eu acho que vou me ferrar, mas preciso confessar algo. – Haidê a olhou com curiosidade e esperou que ela completasse. – Eu lhe amo. – disse com a voz embargada. A morena ajeitou a franja loira que cobria um pouco dos olhos verdes e a encarou, mordiscou os lábios antes de beija-la.

-- Você é o mais importante e maravilhoso que me aconteceu nos últimos tempos.

-- Eu só consigo pensar em uma resposta para essa confissão... – sorriu fitando-a nos olhos. – Eu amo você e sou correspondida.

Permaneceram em silêncio, abraçadas, observando o sol desaparecer e a noite surgir acompanhada de um céu estrelado.

-- Quer passar a noite aqui? – Lívia a olhou surpresa.

-- Eu sou surfista e não sereia. – Haidê revirou os olhos.

-- Sempre assim engraçadinha? – mordeu o pescoço da loirinha que sorriu de forma maliciosa.

-- Eu adoraria, mas não temos roupas. – Haidê ergueu uma das sobrancelhas.

-- Não vejo problemas em permanecer assim, como está agora. – brincou e sentiu uma mordida em seu pescoço. – Ai!

-- Para você aprender que também tenho meus desejos. – a morena preferiu não continuar com o assunto ou teria de falar a verdade e correr o risco de perder aquele momento.

-- Tudo bem, acredito que Isadora tenha algo em tamanho extra pequeno que sirva em você.

-- Não me provoque grandona. – disse em tom de ameaça. Haidê estava enfeitiçada com o corpo da loirinha e não retrucou a reclamação. – O que está pensando?

-- Quer a verdade?

-- Nada mais que a verdade. – brincou.

-- Posso passar a mão por seu corpo? – Lívia se esfregou ao corpo da morena, aproveitando o contato enquanto estava envolvendo-a.

-- Eu vou ficar louca, mas aguento o tranco. Ofereço meu corpo como cobaia para suas experiências. – brincou. Haidê fez o que pediu, passeou com a mão pelo corpo menor, deliciando-se com o contato.

-- Como pode ser linda assim? – a voz saiu mais rouca que o normal. Lívia sentiu o corpo arrepiar.

-- Não me provoque tanto assim... – pediu com um fio de voz, enquanto Haidê lambia e beijava seu pescoço. – Eu não vou aguentar. – a advogada estava entretida, não ouviu as súplicas da surfista que sentiu suas forças sumirem, precisava se afastar ou não conseguiria mais cumprir com sua promessa em ir devagar. Ela se afastou do corpo maior e saiu da piscina. Haidê viu a água escorrendo pelo corpo que desejava, não tinha o que fazer, era uma covarde em não revelar a verdade e deixar a escolha por conta de Lívia. – Não dá para permanecer aí e cumprir minha palavra. – Haidê estava em transe com o corpo e jeito da loirinha. – Não vai sair?

-- Vou... – respondeu no automático, fazendo sinal de negação com a cabeça.

-- Uma das habilidades que deveria ter seria de se entregar, assim agiria com coerência. – Haidê parecia hipnotizada, permaneceu falando sim e balançando a cabeça em negação, enquanto Lívia segurava sua insegurança e medo da morena rejeitá-la. - Você não corresponde ao que sente. – a advogada saiu da água e olhou em volta.

-- Eu vou pegar toalhas. – saiu em direção a uma área fechada da casa.

-- Haidê...

-- Sim? – respondeu sem se virar, permaneceu andando.

-- Você iria amar assistir, não é? – ela parou ao ouvi-la e por alguns segundos teve medo de olhar para trás. – Aproveita. – Haidê não sabia o que falar ou fazer.

-- Lívia... – quando se virou a encontrou sorrindo e com os olhos verdes brilhando em divertimento.

-- Eu sabia! – gritou sorrindo. – Tenho certeza que estava pensando que seus desejos haviam se realizado. – brincou e viu quando a sobrancelha da morena ergueu e ela se aproximou de forma predadora. – Nem vem... Pode ficar aí... – pediu se afastando.

-- Vem aqui palhacinha...

-- Haidê, olhe seu tamanho em comparação ao meu. – pediu levantando as mãos. Haidê fez menção em correr, isso assustou a surfista que caiu na água. – Grandona metida! – reclamou, mas a advogada levou na brincadeira.

-- Eu vou amar assistir. – mergulhou na piscina e nadou até a loirinha. – Por que não faz para mim? – abraçou forte.

-- Vamos fazer juntas. – atreveu-se em acariciar o sex* da morena por cima da calcinha, mas teve uma reação negativa que levou a se afastar. – O que foi? – Lívia a segurou.

-- Está esfriando, melhor entrarmos. – saiu da piscina deixando a loirinha sem entender o que havia acontecido.

******************************************************************************

As duas haviam tomado banho, Lívia estava com um moletom de Isadora, enquanto Haidê usava bermuda e camisa de malha com mangas compridas. Só então a loirinha percebeu que a maioria das roupas da morena eram de mangas até o cotovelo ou compridas. Era mais uma coincidência, superstição ou havia alguma coisa por trás dessa aparente mania?  Preferiu ficar quieta, não sabia muito bem o que tinha acontecido na piscina.

-- Eu vi uns telefones lá na cozinha, liguei para um disk-pizza aqui perto. – deu de ombros. – Pedi duas, não sei se são boas. – percebeu que Lívia estava mais quieta. – Vou pegar um vinho, não quer escolher comigo? – Lívia a olhou e seguiu em silêncio. Aquela situação estava incomodando a morena. – Lívia, decidimos conversar sobre tudo, então eu quero esclarecer o que aconteceu. – os olhos verdes estavam úmidos, elas se olharam. – Eu fui desonesta comigo mesma, não a rejeitei, eu corri.

-- Por que?

-- Porque sou uma imbecil medrosa. – passou a mão pelo rosto. – Eu tive medo de ir adiante... – deu de ombros. - Não consegui, porque é muito novo... – aproximou-se. – É novo querida, deixe destravar, quebrar essa maldita insegurança... – passou a mão pelo rosto da loirinha. - Talvez demore... – jogou a cabeça – Talvez não, mas não desisti de mim, eu quero realmente tentar. – ela a olhou séria.

-- Está insegura quanto a que? – perguntou com um misto de irritação, curiosidade e mágoa. Haidê andou de um lado a outro, era perceptível seu nervosismo, isso deixou Lívia um pouco mais apreensiva.

-- De não a satisfazer, de deixa-la enjoada de mim e lhe perder... Você achar que sou complicada demais e desistir ou simplesmente, mandar...  – Lívia a silenciou com a mão e sorriu nervosa.

-- Quando falei que lhe amo, não foi por impulso ou momento... – revelou olhando-a nos olhos. – Eu disse o que realmente sentia.

-- Sentia? – os olhos azuis estavam cheios d´água e só então Lívia entendeu que havia muito mais ali.

-- Sinto. – corrigiu-se. – Eu lhe amo e quero ir com calma, assim como você me pediu: devagar. – aproximou-se abraçando-a. – Não importa o que lhe impede agora, eu vou esperar. – Haidê apertou o abraço e deixou uma ou duas lágrimas rolarem, mas segurou o choro. Lívia tentou enxugar o rosto da morena, mas ela se afastou mudando de assunto.

-- Vamos escolher o vinho, daqui a pouco as pizzas chegam e sei que uma será só para você. – brincou. Lívia não estava muito de brincadeira, mas preferiu prosseguir e amenizar o clima. Aquela história não era só por uma resistência por inexperiência, havia mais coisa e ela iria descobrir.

Lívia procurou alguma música para colocar e achou engraçado quando viu um CD do Guns N´Roses.

-- O que foi?

-- Estava procurando algo para ouvirmos e achei este... – aumentou o som e Haidê sorriu. – Conhece essa música?

-- Acho que cantamos mais cedo. – respondeu com um sorriso de lado.

-- E vou repetir uma parte que chamou minha atenção. “Said: Woman, take it slow/ And it'll work itself out fine/ All we need is just a little patience...”

-- Obrigada! – pediu emocionada e se beijaram, em seguida Haidê se afastou. – Quer um pedaço de peperoni ou quatro queijos? A outra é portuguesa e Califórnia.

-- Posso começar por qualquer uma, comerei todas. – revelou passando a língua entre os lábios e a mão na barriga.

-- Por que não fico surpresa? – revirou os olhos.

Comeram entre brincadeiras e beijos. Estavam à vontade, apesar de se conhecerem pouco. Era a primeira vez em cinco anos que Haidê se sentia realmente livre para conversar, brincar e namorar, apesar do seu medo de rejeição por conta do corpo cheio de cicatrizes. Lívia pareceu ler sua mente, brincando e sem saber a verdade, a deixou um pouco mais aliviada.

-- Você usa drogas? – perguntou entre risadas por conta do vinho. Haidê a olhou surpresa.

-- Óbvio que não. Por que perguntou um absurdo desses?

-- Não é tão absurdo assim. – defendeu-se. – Tenho amigos que usam camisas de mangas para essa finalidade: não aparecer as picadas. – Haidê deu uma gargalhada.

-- Não tenho nada. – mostrou os braços após levantar a manga.

-- Se usasse drogas seria um pouco complicado em lhe aturar quando estivesse doidona, mas não iria me importar. – sorriu. – Pensei em alguma cicatriz sinistra.

-- E se fosse uma cicatriz... – bebeu um pouco do vinho e a olhou de forma inquisidora. – Sinistra?

-- Eu continuaria lhe amando. – respondeu com o mesmo sorriso.

-- Com drogas ou cicatriz continuaria me amando?

-- Claro. Lógico que com drogas eu acabaria sofrendo, mas fazer o que? Insistiria para abandoná-las por conta do nosso amor... – sorriu. – Romântico, mas no final, provavelmente, eu sofreria muito e você me deixaria por conta delas. – ficou com um olhar perdido. – As drogas são sempre mais atraentes, além de destrutivas.

-- Lívia, você já usou drogas? – perguntou com a sobrancelha erguida. A surfista estava com a taça na mão e respondeu de imediato, sem pensar.

-- Claro. Nunca usou? – Haidê balançou a cabeça em negação. – Nada?

-- Não.

-- Eu tô falando: a mulher é perfeita em tudo. – brincou.

-- O que usou?

-- Só maconha. Meu tio pegava muito no meu pé, não tinha como usar nada mais forte, apesar de ter acesso fácil.

-- Quem arrumava?

-- Os meninos.

-- Que meninos? -  Haidê segurou a raiva com a revelação.

-- Meus amigos de infância: Gus e Mila.

-- Gus não é seu advogado?

-- Sim. – Lívia a imitou erguendo a sobrancelha e se aproximou bem do rosto da advogada. – Isso é um interrogatório da policial do FBI? Posso chamar meu advogado, Augusto.

-- Nunca fui do FBI.

-- Não importa, isso é um interrogatório da mesma forma. – afirmou. Haidê segurou a raiva.

-- Não é nada disso. – tirou a taça da mão da loirinha. – É preocupação e acho que por hoje chega.

-- Por que se preocupa? – os olhos azuis a olhou firme.

-- Porque você é a primeira pessoa em anos a me oferecer essa baita sensação de liberdade e prazer.

-- Liberdade e prazer? Só?

-- Tesão e desejo... – aproximou-se para beija-la. – Preocupação, cumplicidade e paixão. – os olhos verdes estavam vidrados nos azuis.

-- Se provoco tesão e desejo, deixa lhe sentir? – a morena entendeu a pergunta, mas se sentiu insegura. Lívia viu recusa em seu olhar.

-- Como?

-- Não precisa ficar assim, insegura. – tentou se explicar.  Haidê se levantou e puxou para dançar.

-- Isso foi uma pergunta: como quer me sentir? - Lívia a olhou encantada, deixou-se levar pela dança, precisava pensar no que responder para evitar outra recusa. Haidê cantou baixinho enquanto dançava, enfatizando um dos trechos.

“You're the light, you're the night/ You're the color of my blood/ You're the cure, you're the pain/ You're the only thing I wanna touch/ Never knew that it could mean so much, so much / You're the fear, I don't care/ Cause I've never been so high/ Follow me to the dark/ Let me take you past our satellites/ You can see the world you brought to life, to life...  So love me /like you do, lo-lo-love me like you do/ Love me like you do, lo-lo-love me like you do/ Touch me like you do, to-to-touch me like you do/ What are you waiting for?...”

 

-- Não sabia que podia ser tão importante. – disse olhando-a nos olhos azuis e traduzindo uma frase da música.

-- Eu quero ver meu mundo criar vida ao seu lado. – declarou-se e se beijaram. Haidê apertou o abraço e a ergueu um pouco do chão, depois a olhou nos olhos. – Como quer me sentir?

-- Já estou lhe sentindo... – respondeu de forma compreensiva, o que deixou a advogada mais aliviada, sem crises de consciência e medo. Dançaram e beberam até tarde, qualquer coisa era motivo para grandes gargalhadas.

-- Vem, vou lhe colocar na cama.

-- Mas você vai dormir comigo, não é? – Haidê sorriu com a pergunta.

-- Pensei em... – foi interrompida.

-- Ah, você vai dormir comigo, independente de “pensos” ou “mas”.

-- Vamos sim. – sorriu com o jeito da surfista.

-- E bem agarradinha a mim. – puxou a morena para um abraço. – Vamos dormir de conchinha. – Haidê a envolveu e adormeceu antes mesmo de Lívia.

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá garotas, as músicas do capítulo são:

* Breathless - The Corrs

** Love Me Like You Do - Ellie Goulding Cover

Beijos e boa semana.


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Comentários para 9 - Capítulo 9:
patty-321
patty-321

Em: 02/08/2018

Tão lindas.


Resposta do autor:

;)

Responder

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Baiana
Baiana

Em: 31/07/2018

Esse capítulo está de dá diabetes em abelha,de tão meloso. Adorei kkkkkkk

Só espero que elas não deixem as forças do mal atrapalharem isso, principalmente a Lívia com aqueles falsos amigos

 


Resposta do autor:

Ainda bem que não fiz uma glicose pós prandial kkkkkkkk. Acredito qe elas possuem mais talento para confusão do que as forças ocultas do mal...kkkkkkkk. Bjs

Responder

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Mille
Mille

Em: 31/07/2018

Olá Rafa

Clima de romance e descoberta Haide logo se abre com a Lívia a loirinha está na dela e não a deixará por causa das cicatrizes.

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Está muito apaixonada, aliás, estão. Haidê está no tempo dela de descobertas e reaprendendo a amar e se amar. Lívia aprendendo a amar e ter um amor verdadeiro e maduro. Vamos esperar pela primeira vez. Essa loirinha é uma tortura.

Responder

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Elizaross
Elizaross

Em: 31/07/2018

Haidê, libera logo kkkkk

amo d+ essa historia.


Resposta do autor:

Mas deixa ela ir no tempo certo menina! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK.......... Obrigada e boa semana, beijos

Responder

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olivia
olivia

Em: 31/07/2018

Bom dia Rafaela ,esse capitulo de hoje , estou considerando ,como presente de aniversario. Adorei ver as meninas , se descobrindo num clima romantico ,a leveza das duas ,a insegurança rondando, muito bom mesmo! Quanto a minha saúde, as coisas estão complicada, muita dificuldade de locomoção , usando duas begalas de cotovelos e dor pra dar com pau!!! Mas ainda andano pouca distancia!!!! Obrigada, por ser quem é, mandar bem demais nas histórias ! Fã incondicional!!!! Bjs


Resposta do autor:

Parabéns! Não sabia que estava de aniversário, felicidades, paz e muita saúde. Quem está na fase da descoberta física é mais Haidê, mas Lívia a experiência de uma verdadeiro e maduro amor que lhe fará muito bem. Lamento pelas dificuldades. Já tentou acupuntura? Ajuda muito, depois uma atividade aquatica como hidroginástica. Beijos e obrigada. Fica com Deus!

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KarineGont
KarineGont

Em: 31/07/2018

Tô adorando!

Quando a Haidê vaí largar de bobagem? 

Parabéns, bjs


Resposta do autor:

Ah Karine, agora vou defender Haidê, qual mulher não teria seus medos por causa de uma cicatriz que toma quase todo o corpo? Infelizmente a sociedade lhe impõe isso. Tem um trecho do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas que acho muito interessante: "O pior é que era coxa. Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão senhoril; e coxa! Esse contraste faria suspeitar que a natureza é às vezes um imenso escárnio. Por que bonita, se coxa? por que coxa, se bonita?", Beijos e boa semana

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