INICIAIS:
Música do capítulo:
- Gangsta - Kehlani
https://youtu.be/LAYgZEMMWxo
(Para o momento "gangsta" da Valentina rsss...)
AVISO/ALERTA:
Este capítulo contém cenas de violência verbal e física. Aos mais sensíveis, deixo a ressalva.
Noites com Valentina - Pt 3 - Protegida
- Minha querida Valentina!
Eu me assustei sobressaltada quando ouvi a voz do homem que se aproximava. Os vários homens que chegaram com ele se posicionaram ao seu redor. Meus instintos me alertavam para não olhá-lo, mas a minha curiosidade e medo eram maiores.
O encarei assustada e me deparei com uma figura totalmente oposta ao que a minha imaginação pré concebida esperava que fosse.
Um loiro alto de olhos castanho-claros e sorriso aberto e alinhado. Ele vestia social, camisa branca de botões, mangas arregaçadas, calças e sapatos e um cordão dourado, até discreto, no pescoço. Pelo pouco que eu conhecia de grifes masculinas, aquele traje certamente era de uma boa marca.
Meu corpo se retesou quando ele se aproximou de nós de braços abertos e bom humor aparente.
- Doutor Raposo. - me surpreendi ao ver Valentina se levantar para cumprimentar o homem.
Se eu não estivesse com tanto medo gargalharia daquele nome, certamente.
- Há quanto tempo não nos vemos? - ele a cumprimentou de volta, parecia saudoso.
- Acho que não tanto tempo assim.
Era chocante a calma que ela aparentava. Valentina simplesmente parecia outra pessoa, toda altiva e sorridente, lânguida até. A pose de mulher decidida estava ali novamente e eu sinceramente não queria ficar pensando em quais circunstâncias eles se conheceram.
- Para quem deixa saudades, pouco tempo é muito. - ele sorriu insinuante.
Eu poderia vomitar ali mesmo, bem em cima daqueles sapatos lustrosos de grife dele.
- Mas me diga, à quê devo a honra de sua visita?
- Bem, pergunte aos seus amigos. Foram eles que me convidaram. - ela falou calma, olhando diretamente e eu arriscaria até desafiadora para os homens ao redor.
Convidaram? É sério? Nós havíamos acabado de ser sequestradas! Onde é que aquela mulher estava com a cabeça, mon Dieu?!
- Oh, entendo... - ele se fazia de desentendido tão bem que merecia um Oscar pela atuação.
E Valentina era outra ali em atuação brilhante!
- Eu acredito que houve um pequeno engano, meus amigos se precipitaram, você entende não é? Nesse mundo de negócios onde eu trabalho as coisas às vezes saem um pouco de controle.
- É claro, perfeitamente. - ela amenizou.
E sorria tão lindamente que eu torcia mesmo para aquela desgraçada estar tentando nos livrar daquela cilada, caso contrário eu não sabia do que seria capaz.
- Mas veja bem, - ele continuou - por uma coincidência incrível hoje é o meu aniversário, você acredita?
- Não me diga... Meus parabéns, Doutor! - ela levantou a mão para cumprimentá-lo e ele, é claro, a recebeu sorridente, puxando-a para um abraço.
Evitei olhar aquela cena e preferi virar o rosto. Só então reparei que ao redor daquele terraço haviam mais homens do que antes. Todos atentos e armados "até os dentes". Pistolas em suas cinturas e armas pesadas, as quais eu não saberia nomear, em mãos.
Os que nos trouxeram pareciam homens comuns, com roupas comuns e até desleixadas. Mas os que chegaram com o tal Doutor estavam todos de terno, como se fossem seguranças profissionais, agindo de maneira profissional.
Ouvi uma risada confabulosa e voltei minha atenção novamente aos dois, que ainda conversavam animados.
- E essa quem é? - ele enfim pareceu notar a minha presença.
Eu preferia que não tivesse notado.
Valentina me encarou, seu olhar era receoso, mas ao mesmo tempo firme.
- Essa é a minha amiga. Diana. Havíamos saído juntas quando seus amigos nos surpreenderam.
Enquanto eles falavam, naquela fração de segundos, eu não sabia se me levantava ou se permanecia sentada. E pra piorar, não sabia também se teria forças para ficar de pé sem fraquejar as pernas.
Por fim, me levantei, tentando entrar no jogo de Valentina, seja lá qual fosse.
- Diana... - ele me encarou dos pés à cabeça, sorrindo insinuante novamente - É um prazer conhecê-la, Diana. - falou me estendendo a mão.
"Não sei bem se prazer é a palavra adequada aqui." - foi o que pensei.
- Igualmente, Doutor. - foi o que eu disse.
- Você deve ouvir isso todos os dias, - ele continuou ao soltar a minha mão - mas eu me sinto na obrigação de dizer que os seus olhos são lindos!
Eu sorri sem graça e levemente enojada outra vez.
- Obrigada. - falei simplesmente.
- Bem, Valentina, - ele voltou a sua atenção para a morena ao nosso lado - já que você está aqui, eu gostaria de aproveitar a oportunidade para falar de negócios. Nos vemos tão raras vezes, não posso perder essa chance.
Negócios? Foi isso mesmo que eu entendi?
- Creio que não temos negócios pendentes a tratar, Raposo. - ela respondeu, séria demais dessa vez.
- Ah, não, não são pendentes, são novos negócios. Tenho novas propostas e dessa vez irrecusáveis, o que acha?
Eu os encarava tão confusa e atônita que Valentina pareceu perceber.
- Bem... - pela primeira vez desde que chegamos eu senti que ela estava realmente nervosa - Podemos conversar. - Valentina aceitou - Eu... Gostaria de algo para beber, será que você poderia?
- Mas é claro! O que prefere? Tenho aquele Whisky...
- Não, hoje eu só quero água. Não bebo enquanto falo de negócios, você sabe.
- É claro. - ele assentiu e chamou um dos seus - Valeta, vá buscar água!
- Diana, você deve estar com sede. - Valentina se aproximou - Vá com ele e pegue uma água pra você também.
Olhei confusa para ela, me negando a aceitar, mas senti o seu toque firme em minha mão e seu olhar sugestivo. Entendi que seria melhor ir, mesmo não entendendo o porquê.
Saí da cobertura acompanhada pelo tal Valeta, que diferente dos outros não aparentava estar armado, mas deduzi logo que eu estava enganada pelo relevo que vi em sua cintura por baixo da camisa.
Dentro da casa fui encaminhada até a cozinha, onde observei o homem pegar garrafas de água mineral.
- Quer beber outra coisa? - ele me perguntou.
- Não, obrigada. Só a água mesmo. Podemos ir?
Ele riu levemente.
- Ainda não. Eles estão em reunião, assunto confidencial, você sabe.
Eu gostaria mesmo de saber o que é que estava acontecendo ali.
- Você mora aqui? - tentei puxar assunto para me familiarizar e distrair a mente do medo e estranhamento que eu sentia.
- Não. - ele falou me servindo a água em um copo - A casa é do Doutor Raposo, eu só tomo conta.
- Obrigada. - agradeci e bebi a água. Eu não havia notado até então que estava mesmo com sede.
- Tem certeza que não quer outra coisa mesmo? Tenho um vinho excelente aqui.
Ele sugeriu indo até a geladeira e pegando uma garrafa.
- Veja. - continuou, me estendendo a bebida - É um ótimo vinho, muito bom. É o meu preferido.
Eu analisei o rótulo, era mesmo um excelente vinho.
- Você parece gostar de vinhos.
- Sim, modéstia à parte eu sou um apreciador.
- Interessante.
Preferi me calar sobre o fato dele estar guardando um vinho como aquele na geladeira e o bebendo como aperitivo, se tratando de um vinho de acompanhamento, ideal para peixes, devendo ser armazenado em temperatura específica.
Eu não desmoralizaria um homem armado em sua própria casa, obviamente.
- Acho que agora já podemos ir. - o apressei. Aquela situação já estava ficando incômoda para mim.
- Na verdade não, mas acho que você pode aguardar lá no sofá.
Ao chegarmos de volta à varanda na laje, Valentina e o Raposo estavam sentados à mesa na área de churrasco, conversando, sérios.
O Valeta colocou as duas garrafas de água à frente deles e eu só conseguia analisar Valentina em cada detalhe, tentando encontrar evidências de que algo de errado havia acontecido naqueles minutos em que estive afastada.
A essa altura a paranoia já havia se instalado e não tinha mais volta.
- Valentina, será que agora nós já podemos ir? Eu estou um pouco cansada.
Eu já não estava mais com medo, tudo o que eu conseguia sentir era raiva. Raiva de toda aquela situação e de não entender nada e raiva da Valentina, que aparentemente tinha muito mais segredos sobre si do que os que me revelava.
- Mas já? É tão cedo minha querida. - Raposo me olhou com aquele sorriso cínico.
- Deixe que ela vá, Raposo. Nós continuaremos a falar aqui, a Diana não precisa participar. - a morena falou sem nem ter a decência de olhar para mim.
- Bom, é uma pena que a senhorita Diana não participe da nossa conversa. Mas está bem então, você pode ir, Diana.
Encarei Valentina, raivosa e enojada o suficiente para não falar nada, mas no mesmo instante ela pareceu ter notado a minha irritação e se levantou.
- Vá, Diana. Amanhã eu te procuro, não se preocupe.
A sua calma era irritante.
- Eu quero que você venha comigo.
Ela apenas negou com a cabeça. Raposo então se levantou.
- Onde está o meu celular? Preciso dele, se puder me devolvê-lo, por favor. - falei diretamente para ele.
Num estalar de dedos do homem no comando, Betina, a mulher que nos revistou quando chegamos, apareceu e se aproximou com o saco preto, retirando de dentro os objetos que tiraram de nós e os espalhou pela mesa.
- Você já pode ir, Diana. - Doutor Raposo se pronunciou - E pode levar embora com você uma das coisas que trouxe consigo. Pode escolher, fique à vontade. - ele falou apontando para a mesa.
O meu celular e o celular de Valentina, a sua adaga e as chaves do carro agora estavam ali também.
Jogos psicológicos para desestabilizar a vítima. As noites de insônia assistindo ao Discovery Channel enfim me serviram para alguma coisa.
Encarei o homem e fitei Valentina.
Ela parecia me olhar com súplica, desejando que eu não fosse burra e fizesse a escolha certa.
Pensei, se eu escolhesse as chaves do carro, poderia ir embora mais rápido e pedir ajuda. Se eu escolhesse a adaga, estaria tão protegida quanto uma ovelha num vale de leões e obviamente eles me veriam como uma inimiga que pretendia atacar, ou seja, morte certa. E se eu escolhesse o celular, poderia pedir ajuda antes mesmo de sair daquele lugar.
- Posso escolher qualquer um? - perguntei - Sem objeções?
- Sem objeções. O que trouxe consigo, pode levar de volta.
Me aproximei da mesa e analisei os objetos. Sentindo-me tensa e com o coração disparado, dei a volta chegando até Valentina, que me olhava com receio. Uma linha de suor me escorria pelo pescoço.
- O que está fazendo? Escolha logo as chaves do carro e vá embora daqui, Diana! - ela cochichou para mim.
- Só... Só colabore, ok?! - sussurrei para ela.
Todos me fitavam sem entender quando de repente eu me abaixei e, num respirar fundo, peguei Valentina no colo. Pude ouvi-la arfar num susto.
Ela era mais pesada do que aparentava ser, mas me mantive firme.
Me voltei para o Doutor Raposo e o encarei, tentando não fraquejar.
- O senhor disse qualquer coisa, sem objeções. Ela veio comigo e comigo vai voltar.
Ele me analisava sério, sem esboçar reação alguma, me fazendo temer por tamanha audácia. Eu mesma não conseguia crer, seria a esperteza do século ou a estupidez do milênio.
- Diana, me coloque no chão! - Valentina protestou ao meu ouvido - O que está fazendo?!
Um silêncio absoluto, até que ouvi a risada de Raposo. Começou baixa e em seguida as gargalhadas já podiam ser ouvidas longe. Todos presentes ali naquela varanda também começaram a gargalhar, exceto Betina, que nos observava com um olhar que julguei ser de admiração, talvez.
Eu estava ficando cada vez mais tensa. De certo aquela tinha sido a maior estupidez da minha vida.
- Eu não posso acreditar! - o Doutor falou enfim - Isso foi... Genial! - ele ria enquanto batia palmas.
Eu só queria sair dali, as minhas pernas já começavam a enfraquecer e os meus braços não aguentariam por muito mais tempo.
- Qualquer coisa que veio com você e sem objeções, é claro! - ele ainda ria, aparentemente maravilhado.
Valentina parecia mais tensa do que eu e também não ria, apenas esperava uma sentença.
- Certo, certo, muito bem. Além de linda é audaciosa e esperta, estou admirado, senhorita Diana.
- Podemos ir então? - indaguei, só querendo fugir dali.
- Sim, vocês podem ir.
Suspirei aliviada e não esperei mais para começar a caminhar lentamente, o quanto a minha força permitia com Valentina em meus braços.
- Pode colocá-la no chão, Diana. - Raposo disse aos risos - Você já se mostrou forte e inteligente o suficiente, tem minha admiração.
Eu assenti, realmente agradecida, e a desci ao chão.
- Sabe, vocês acabam de me deixar de muito bom humor, eu não rio assim faz tempo.
- Fico feliz em ser útil. - sorri tentando esconder o deboche que estava entalado em mim.
- Eu acabo de ter uma ideia maravilhosa! Participem da minha festa de aniversário comigo, acho que vocês merecem um pouco de diversão, depois de toda essa... tensão. O que acham?
Valentina me analisou, mantendo a postura imparcial.
Roguei para todos os deuses que ela recusasse aquela proposta e que, principalmente, fosse seguro recusar. Mas aparentemente os deuses estavam de folga naquela noite e não me ouviram.
- Eu acho uma ótima ideia. - ela concordou.
Ah, Valentina... Se eu não morrer hoje, amanhã eu te mato!
Raposo nos encaminhou então para a saída da laje e fomos em direção ao som que tocava alto ao longe desde o momento em que chegamos naquele local.
Passamos por alguns caminhos estreitos, sempre rodeados de seguranças atentos.
- Que merd* que você está fazendo exatamente, Valentina? - cochichei para a morena ao meu lado, tentando esconder o meu ódio o máximo possível.
- Relaxa. Vai ficar tudo bem. Sorria e fique perto de mim que logo a gente vai sair daqui.
- E qual é o plano? - questionei.
- Não tem plano. - ela piscou para mim e saiu sorridente à frente, me fazendo apressar para acompanhá-la.
Quando chegamos no lugar de onde vinha a música, fomos encaminhadas para uma espécie de área vip. Era um tipo de clube, que por sinal estava lotado.
- Quero que fiquem à vontade. - Raposo disse ao nos acomodar em uma das mesas - Bebam o que quiserem, peçam o que quiserem, comemorem comigo porque excepcionalmente hoje eu estou muito feliz!
Eu precisaria mesmo de uma bebida forte.
- Valeta, - o dono da festa chamou o homem que veio logo atrás - Cuide para que as moças sejam bem atendidas, hoje você toma conta delas.
- Com prazer, chefe! - ele assentiu e saiu em seguida.
- O que os faz pensar que precisamos de alguém para tomar conta de nós? - falei irritada, tendo uma Valentina muito calma ao meu lado.
- Não é exatamente para cuidar de nós, Diana. - ela respondeu.
- É claro, pessoas sequestradas precisam ser vigiadas.
Ouvi sua risada baixa e a encarei. Haviam luzes piscantes por todos os lados, o som com música alta, uma batida forte. Aquilo me incomodava um pouco.
- Nós não fomos sequestradas.
- Ah, não? Jura? O que é que estamos fazendo aqui então? - a encarei - Aliás, me explique por que não aceitou ir embora quando tivemos a chance? Depois de todo o trabalho que eu tive, os riscos que corri!
Minha respiração não me acompanhava tamanha raiva que eu sentia.
- Não fique brava. Me desculpe.
- Ah, eu estou muito brava mesmo, foi bom você ter notado porque eu realmente estou muito brava com você, Valentina!
Ela me olhava em silêncio, um sorrisinho de canto, o que me deixava mais irritada ainda.
- Pare com isso. - falei.
- Parar com o que?
- Você me irrita na mesma proporção que...
- Olá, meninas. Trouxe bebidas. - o Valeta apareceu de repente - E os seus pertences. - ele falou deixando o saco sobre a mesa.
- Precisam de mais alguma coisa?
- Obrigada, Valeta. - Valentina negou.
- Um calmante, por favor. - eu falei - E uma dose de cianureto também.
O homem me encarou e sorriu negando.
- Eu volto já. - ele falou por fim e saiu.
- Você é tão dramática. - a morena ao meu lado ria enquanto pegava a garrafa para nos servir.
- Dramática?! Eu sou dramática! Eu fui trazida pra um lugar desconhecido, por homens armados, pra um lugar cheio de outros homens armados, Valentina! Eu não sei se você notou, mas 11 a cada 10 pessoas nesse lugar têm uma arma.
- É uma ótima observação. Champanhe? - ela disse simples, me oferecendo uma taça.
- Eu preciso de algo mais forte. Quem sabe uma vodka talvez. - falei virando o líquido da taça de uma vez na boca.
- Você não vai querer estar ébria aqui. Vai que precise me carregar no colo mais uma vez...
Eu olhei bem em seus olhos para ter certeza de que ela tinha feito mesmo aquela piada ridícula.
- Se eu não morrer hoje, amanhã eu te mato. - virei novamente a garrafa despejando o líquido em minha taça.
- Não se preocupe, nós estamos seguras aqui. - ela falou abrindo o saco e pegando os nossos pertences.
Ao pegar sua adaga, Valentina a empunhou insinuante em minha frente e em seguida a guardou novamente no suporte em sua coxa, por baixo de seu vestido.
- Nossa, já me sinto muito mais segura. - ironizei.
- Eu espero que você saiba que fora daqui há pessoas comuns, que vivem normalmente e trabalham, vão à escola e não representam nenhum perigo à sociedade.
- Não me dê lições de moral, eu sei muito bem disso, Valentina. Mas você não pode me impedir de estar assustada.
- Sim, eu sei. Me desculpe, eu também estou um pouco nervosa.
- Não parece mesmo que esteja.
Ela deu de ombros.
- O Fernando, que trabalha comigo no restaurante, ele veio daqui.
- E o Raposo veio do bairro mais nobre da cidade. - ela ponderou, indicando a ironia da situação.
- De onde vocês se conhecem? - aproveitei o momento para esclarecer algumas dúvidas.
- Longa história.
- Aparentemente temos a noite inteira.
A observei deixar a taça sobre a mesa e respirar fundo. Parecia contrariada.
- O Raposo me contratou há um tempo atrás. - ela evitava me olhar - Os meus serviços...
- Eu imaginei. - falei sentindo um nó na garganta e um incômodo me invadir - Vocês parecem íntimos.
Ela riu.
- Eu fui contratada para atender a esposa dele.
- Como é?!
- Era aniversário dela e Raposo me deu de presente.
- Nossa... Belo presente. - tentei amenizar a minha surpresa.
- É... Acredito que ela gostou. - a morena provocou.
- Ok, não precisa entrar em detalhes. - seu sorriso era vaidoso - E onde está essa tal esposa hoje? Só espero que não queira ser presenteada outra vez.
- Isso seria impossível!
Raposo surgiu do nada com um copo cheio de um líquido marrom alaranjado na mão e um sorriso largo no rosto.
- Infelizmente minha querida esposa não está mais entre nós, que Deus a tenha. - ele completou.
- Eu... Sinto muito, senhor Raposo. - falei automaticamente.
- Oh não, não sinta. - amenizou sentando-se ao lado de Valentina, ficando entre nós - Foi uma fatalidade. Uma bala perdida, coitada, bem no meio da testa. - o jeito que ele fez o gesto com o dedo indicador apontando para sua própria cabeça me deu arrepios - Uma pena mesmo, eu gostava dela.
Eu quis evitar, mas não pude deixar meus olhos em estado normal ao ouvi-lo ironizar a morte da própria esposa daquela maneira. E eu não queria nem saber o que havia acontecido.
Valentina revirou os olhos e virou o líquido em sua taça de uma vez goela abaixo.
- Será que agora podemos terminar a nossa conversa, minha querida? - Raposo questionou.
Nesse instante o Valeta apareceu ao meu lado, sentando-se à vontade no espaço entre Raposo e eu, trazendo consigo um copo de cerveja na mão. Parecia gelada.
- Estava bom o champanhe? - ele perguntou.
- Sim, muito bom. Isso é cerveja? - apontei para o seu copo.
- É sim, você qu...
- Quero, obrigada. - falei tomando a bebida de sua mão e bebendo num gole só.
- Oh, uau! - ele pareceu surpreso.
- Pode trazer mais pra gente?
- Agora mesmo! - se levantou num pulo e saiu.
É claro que ele se sentou ali para me impedir de ouvir a conversa do Raposo com Valentina e é claro que eu era mais esperta e fiz ele sair para poder ouvir. Mas agora eles pareciam um pouco mais afastados na poltrona estofada que rodeava a mesa e a música alta não me deixava ouvir os seus cochichos.
Que ódio!
Valentina me olhava de vez em quando, sua posição me dava visão completa dela e ela de mim. Eu tentava em vão lançar meu olhar mais inquisidor possível, mas era inútil. Ela não me dava atenção.
- Aqui estão. Duas cervejas geladas!
Era o Valeta outra vez, tapando a minha visão.
- Obrigada, Valeta. À propósito, por que esse nome?
- Ah, é uma longa história.
- Que inferno que todo mundo hoje resolveu brincar de contos de fadas.
Ele riu.
- Você é engraçada. Cheia de mistérios... Trabalha com a Valentina? - perguntou curioso.
- Não, não mesmo. Eu tenho um restaurante.
- Não me diga! Meu sonho sempre foi ter um, eu adoro cozinhar.
- Isso é... Legal, bem legal. - falei sem saber exatamente como reagir àquela confissão surpreendente - E por que não tenta?
- Eu to juntando a grana ainda, você sabe como é.
- É, sei. Acho que sei.
Finalmente percebi que Valentina me dava atenção e dessa vez parecia prestar mais atenção em mim do que em sua conversa com o Raposo.
Interessante...
- Me fale mais do seu sonho, Valeta. - aproveitei para puxar mais assunto, já que essa parecia ser a única maneira de ter a atenção de Valentina.
Longos minutos mais tarde e mais algumas cervejas depois, eu já não aguentava mais ouvir o homem em minha frente se gabar de suas especialidades e conquistas. Descobri até o motivo de seu apelido ser aquele e sinceramente preferia não ter sabido.
Foi então que as coisas começaram a ficar estranhas.
- Então você está solteira? - Valeta questionou.
Eu nem havia notado que tinha falado da minha vida também.
- Em termos, estou.
- Essa é uma boa notícia. - ele sorriu.
Eu dei de ombros e encarei Valentina, que permanecia olhando torto para mim.
- Sabe, eu percebi que temos muitas coisas em comum. - Valeta continuou.
- Temos? - aquela velha conversa e eu já estava entediada antes mesmo dele iniciar o assunto.
- É, temos. O que acha de irmos conversar em um lugar mais tranquilo, Diana?
Eu o encarei de repente, não fiz questão de esconder o meu descontentamento.
- Certo, Valeta, veja bem... - tentei permanecer calma - Eu não estou interessada, ok?
- Ah, o que é isso, vamos lá! Não precisa se fazer de difícil agora. Nós já conversamos bastante, vamos para a parte que interessa.
Ele tentava se aproximar mais a cada fala enquanto eu me esquivava.
- Conversamos sim e isso não quer dizer que eu tenha interesses além. Você consegue entender isso?
- Não, eu não consigo entender. A gente tava num papo legal aqui, achei que você...
- Olha, você não tem que achar nada, só tem que prestar atenção no que eu estou dizendo agora e respeitar isso.
Percebi então que Valentina não tirava mais os olhos de mim por um segundo sequer. Raposo parecia estar em uma ligação e a conversa entre os dois havia pausado.
- Oh, minha linda, não precisa disso. Me dá uma chance, vai?
Foi nesse momento que o homem em minha frente ultrapassou todos os limites. Sua mão estava em minha perna, num carinho não consentido. Aquilo me deixou muito irritada e com medo também.
Olhei para Valentina, que observava a cena com os olhos furiosos. Sua feição havia se transformado.
- Valeta, não! - eu gritei com ele, tirando a sua mão da minha perna num rompante de raiva - Eu já disse que não. Não me desrespeite assim!
Eu tentava ser firme, mas ao mesmo tempo tinha medo do que ele poderia fazer. Então tentei ser educada para não desencadear uma reação inesperada do homem.
- Você está me dando o maior mole desde que chegou e agora vem com esse papo, qual é?
- Eu não estava e não tenho culpa se você entendeu isso. O fato é que agora estou dizendo com todas as letras que não. E não é não!
- Amiga de puta é tudo puta também. - ele riu em negação.
- Valeta! - uma voz ao longe o chamou. A minha salvação.
- Eu já volto e a gente continua a conversa, gostosa.
Ao sair ele tentou um beijo, mas por sorte eu virei o rosto a tempo, para então vê-lo ir de encontro ao homem que o chamava.
Aquela foi uma das piores sensações que eu já havia sentido na vida. Impotência, raiva, medo, nojo. Eu me sentia absurdamente desrespeitada e invadida. Era como se eu não tivesse voz, não conseguia me fazer ouvir porque simplesmente o homem em minha frente provavelmente achava que devia ter algum poder sobre mim.
Eu só sentia vontade de chorar.
Encarei então Valentina, meus olhos marejados. Ela havia presenciado toda a cena. Seus olhos faiscavam raiva.
Foi quando a vi se levantar num rompante. Raposo permanecia alheio à tudo, ainda em sua ligação. Achei que ela viria até mim, mas a morena passou direto.
- Valentina! - gritei receosa.
Ela não me ouviu. Sumiu por onde o Valeta tinha ido.
Aqueles foram os minutos mais angustiantes da minha vida. Eu queria ir atrás dela, mas as minhas pernas não me obedeciam. Eu estava paralisada.
- Onde foi a Valentina? - Raposo perguntou quando enfim terminou sua ligação.
Eu o encarei, pensando em contar tudo o que havia acontecido, temendo que algo de horrível pudesse acontecer. Talvez o Raposo pudesse ajudar a evitar uma tragédia. Mas e se ele não ficasse do nosso lado? A versão da mulher é sempre contestada.
Foi então que a cena mais bizarra que eu já havia presenciado em toda a minha vida aconteceu bem na minha frente. Valentina apareceu, com os mesmos olhos de ódio, com sangue na roupa. Meu coração disparou. Ela parou em frente à mesa com a adaga em uma mão e na outra algo que eu não consegui identificar, até que ela jogou o pedaço humano ensanguentado dentro do copo de Raposo, que assistia a cena com expressão indiferente no rosto.
- Da próxima vez eu não vou ter piedade. - Valentina falou calmamente.
Raposo pegou o copo para analisar e foi então que eu vi, era um dedo. O dedão da mão do Valeta esvaindo sangue dentro de um copo de whisky.
- Mas o que foi que...? - o homem pareceu não entender.
Foi quando Valeta apareceu com a mão direita enrolada em uma toalha que já pingava sangue.
- Sua vagabunda! Eu vou te matar! - ele gritava.
Meu corpo não conseguia reagir àquela cena, eu assistia tudo em choque.
- Ei, ei, ei! Calminha aí! - enfim Raposo se levantou e foi em direção ao homem ensanguentado - Ah... Então foi isso. - falou analisando a situação.
Valentina encarava o Valeta com ódio no olhar, que por sua vez gemia de dor e raiva, prestes a avançar contra ela.
- Mas vocês não aprendem, não é? - Raposo falou apoiando a mão no ombro do amigo - O que é que você fez dessa vez, hein Valeta?
- Eu não fiz nada! Eu nem falei com ela, essa psicopata que me atacou do nada. Vadia de quinta! Eu vou te matar, sua filha da puta!
Eu assistia a cena horrorizada, quando então o Raposo me fitou, ainda sentada e imóvel à mesa.
- Ah, é claro. Já entendi... - ele falou rindo, coçando a testa que já brilhava de suor - Vocês não aprendem mesmo. Sempre deixando de pensar com a cabeça certa. Vocês são insanos, é por isso que morrem por besteira.
- Quem vai morrer aqui hoje é essa desgraçada! - Valeta falava com fúria, aos prantos de dor.
Enquanto isso Valentina parecia não se abater. Limpava o sangue em sua adaga com os guardanapos da mesa, segurando-a firme, como se estivesse pronta para usá-la novamente.
- Deixe-me ver isso aqui. - Raposo pediu, segurando a mão mutilada do homem - Foi um estrago, hein? Valentina, você inutilizou a mão do meu melhor atirador, que maldade essa! Estou um pouco chateado com você, não vou negar.
- Mande a conta do hospital para a minha casa, faço questão de pagar. - ela ironizou - Se conseguirem consertar... Dá próxima eu corto algo que não vai ter conserto.
Os acontecimentos seguintes passaram como um flash, um borrão diante dos meus olhos.
- Ahhhh! - Valeta soltou um grito de ódio e avançou em direção à Valentina.
Eu só tive tempo de me levantar num susto quando ouvi um estouro que me deixou zonza por alguns segundos. Quando abri os olhos, o corpo do homem com a mão ensanguentada estava estirado no chão, aos pés de Valentina, formando uma poça vermelha e viscosa ao seu redor.
E pela primeira vez a música parou e as atenções se voltaram para nós.
- É como eu sempre digo, - Raposo falou, ainda segurando em punho a arma recém disparada - a insanidade os mata por besteira. Frieza é um dom dos sábios.
- Sinto muito por ter chegado a esse ponto. - Valentina falou, aparentando uma calma chocante.
- Não, não sinta. Na verdade, você me fez um grande favor. Eu já tinha motivos para excluir o Valeta do quadro de funcionários, só me faltava a oportunidade. Está aí.
Eu nunca havia tremido tanto em minha vida quanto naquele momento. Eu começava a me sentir tonta quando Valentina se aproximou.
- Diana.
- O que fazemos com ele, chefe? - um dos homens armados de Raposo perguntou.
- Dê o mesmo destino que o fez ter esse nome... Valeta.
A última coisa que vi foi o corpo sendo carregado e desaparecendo em meio a multidão.
- Que silêncio é esse? - Raposo gritou - A festa não acabou!
Ele falou mirando a sua pistola para o alto e dando mais alguns tiros, sendo seguido aos gritos ovacionados pelos outros participantes da festa, que fizeram o mesmo, disparando para o alto também.
- Diana! Olha pra mim. - Valentina chamava, mas eu não conseguia a atender, minha atenção estava em alerta ao redor - Diana! Você está me ouvindo? - suas mãos me seguravam firmes no rosto.
Tudo ao meu redor era um borrão e um zumbido.
- Eu vou te levar daqui, vamos embora, vem. - senti ela me puxar para fora dali.
- Eu não consigo respirar. - foi o que consegui dizer, tentando puxar o ar que me faltava aos pulmões.
Quando alcançamos a saída da boate tudo parecia mais calmo, o ar pareceu voltar, o vento fresco.
- Vai buscar meu carro. - Valentina estendeu as chaves para um dos homens armados que agora nos seguia.
- Não dá pra sair daqui de carro agora não. Tá tudo fechado lá embaixo. - o rapaz alertou.
- Tá, traz uma água então, por favor. - ela falou - Diana?
- Oi. - respondi fraca.
- Você está...
- Sim. Só vamos embora, por favor.
- Não dá pra sair agora. - seu tom era pesaroso.
- Valentina, eu preciso ir embora daqui, por favor, me leva, vamos à pé que seja, só... Por favor!
Minhas mãos tremiam em seu rosto, meu corpo todo tremia na verdade. O suor frio me escorria pela pele me causando arrepios frenéticos de pânico. Meus olhos ardiam por um choro que não saía.
- Está bem, eu vou dar um jeito. Me espere aqui.
- Não! Eu não quero ficar sozinha.
- Não vou demorar, eu juro.
- Aqui a água. - o rapaz voltou com uma garrafa.
- Obrigada. - Valentina agradeceu e me entregou - Eu volto num minuto, ok? Fica calma, eu vou tirar a gente daqui.
Suas mãos eram firmes em meus braços e aquilo foi uma das coisas mais reconfortantes que eu havia sentido em muito tempo. Talvez o trauma tivesse me deixado mais frágil que o normal.
- Ei, vem cá. - a ouvi chamar o rapaz que permanecia atento do outro lado da rua.
- Pois não?
- Tome conta dela. Eu volto em um minuto.
- Sim, senhora.
- E esconde essa arma, não deixe que ela veja.
- Ok.
- E o mais importante, não olhe para ela!
- Que isso, dona, jamais, tô aqui no respeito.
- Ótimo. - ela disse por fim e saiu, deixando o rapaz que logo ficou de costas para mim, observando ao redor.
Eu queria conseguir rir daquela cena, mas o meu estado não permitia. Talvez depois que tudo passasse...
Minutos mais tarde Valentina apareceu um pouco apressada. Eu estava sentada no meio fio, só desejando que tudo aquilo terminasse logo.
O céu já dava sinais clareados quando nós saímos dali, deixando todos aqueles acontecimentos insanos para trás. Ela segurava forte em minha mão, sentadas no interior de um helicóptero que havia pousado no heliponto na laje da casa de Raposo para nos buscar.
Pouco tempo depois, para finalizar aquele dia de acontecimentos surreais, nós descemos sobre as areias da praia que margeava aquela comunidade.
- É o mais próximo que posso deixar vocês. - a pilota, uma mulher vistosa e aparentando meia idade, disse ao pousar - Não tenho permissão para ir mais longe, preciso voltar logo.
- Tudo bem, está ótimo aqui. - Valentina agradeceu estendendo a mão - Muito obrigada...
- Cléo, às ordens. - respondeu apertando a mão da morena ao meu lado.
- Obrigada, Cléo.
Num instante descemos e o helicóptero já estava de volta ao ar. Só então pude ver as iniciais D.R. em sua lateral.
- Eu vou chamar um táxi. - Valentina fez menção em pegar o celular.
- Não. - respondi.
- Não?
Me sentei na areia, olhando as ondas indo e vindo. O sol dando os seus sinais. A brisa era fria, mas a sensação era boa.
Ela se sentou ao meu lado, parecia inquieta.
- Eu acho que te devo desculpas. E explicações.
- Não. Agora não.
- Você deve estar me odiando, não é?
Me calei por alguns segundos, ainda recobrando os sentidos e o ar.
- Eu não sei se deveria te odiar, mas o fato é que nem consigo.
- Eu iria entender. - ouvi seu suspiro.
- O que é que você está fazendo comigo, Valentina?
Era uma retórica, não haveria como saber.
- Uma péssima influência desde 1993. - ela brincou.
- Sabe o que é pior? Nesse momento eu estou achando você a mulher mais sexy e atraente do mundo inteiro.
Ouvi sua risada fraca e a olhei me fitando confusa.
- Por que exatamente?
- Pelo que você fez lá na boate. Isso soa muito doentio? Devo me preocupar?
- Talvez.
Eu ri.
- E queria dar pra você aqui, agora mesmo... - me arrastei para mais pertinho dela.
- Dar o que?
Cínica, pensei.
- Mas só quero ficar um pouco em silêncio, fingindo que está tudo bem.
- Está tudo bem. - ela sussurrou, me rodeando com os braços, me aconchegando, me deixando descansar em seu corpo.
- Agora está. - assenti.
O sol começou a surgir enfim. O céu parecia mais bonito dali e as ondas mais lânguidas e a brisa mais fresca. Ironicamente, perto dela tudo parecia bem.
- Eu acho que te amo, um pouco...
- Um pouco?
- É... Um pouco. - ela disse por fim.
Fim do capítulo
Bom, finalmente depois de muuuuito tempo eu estou de volta. E estou muito feliz!
Só quero agradecer à você que está lendo isso agora, você que esperou por todo esse tempo e não desistiu de mim e nem dessa história. E agradecer à vocês que me cobraram, que me enviaram pedidos e comentários, isso não me deixou desistir.
Vários problemas me impediram de voltar antes, mas não quero me delongar sobre isso. Só quero dizer que estou muito feliz por poder voltar a fazer o que amo e por todos vocês que me apoiam.
E por fim quero fazer um agradecimento em especial para uma pessoa que esse mundo da escrita me apresentou e que eu sou muito grata por tê-la conhecido e por sua amizade e pelas conversas e conselhos e tantas bobagens que falamos juntas. Essa pessoa hoje se tornou muito importante pra mim e, além de tudo, agora é a minha parceira, porque sem ela esses capítulos não estariam aqui!
A partir de agora, além de amiga ela é minha revisora e é quem vai postar os capítulos nos sites. Então agradeçam muito a ela gente!
MANDEM BEIJOS PRA BÁRBARA!!! Kkkkk (Obrigada mozi, por tudo!).
Enfim...
Me digam o que acharam, me perturbem aqui ou nas redes sociais, isso me motiva!
Espero que tenham gostado e até a próxima!
Beijooo,
Sweet
@SrtaSweet1
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NovaAqui
Em: 03/07/2019
Gosto muito de seus romances
Você escreve muito bem e seus romances são sempre muito instigantes
Sei bem como é o corre corre do dia a dia. Passo por isso também. Tem dias que acordo meia hora mais cedo, às 04:30 da madruga, para dar tempo de fazer tudo. Tem dias que consigo, tem dias que não kkk o dia que não dá, não deu, mas eu tentei rsrs e ainda tem nossa filha que precisa de atenção o tempo todo
Tenho certeza que você irá nos surpreender com novos capítulos
Volte quando puder e der
E os estudos?
Sua família e seus parentes não foram atingidos por esses problemas de barragens não, né? Espero sinceramente que não
Amo sua escrita!
Abraços fraternos procês aí!
Resposta do autor:
Olá!
Eu fico muito feliz que você goste do que escrevo. Espero que sejam bons momentos de leitura para você.
E sim, a vida adulta nos consome... rsrs Mas tudo tem entrado nos eixos agora.
Eu estou bem e a minha família também, obrigada por perguntar. Nós não fomos atingidos, não moro nessa região não. Mas agradeço a preocupação. Foi realmente muito triste o que aconteceu.
Mas então, voltei. Se estiver por aqui ainda, espero que goste!
E dessa vez eu volto logo, prometo rsrs
Grande beijo,
Sweet
NovaAqui
Em: 25/06/2019
Oi!
Como vai você?
Espero que esteja tudo bem com você?
Abraços fraternos procês aí!
Resposta do autor:
Oii! Eu estou bem. E vc como vai?
Obrigada pelo interesse.
Estou em falta né? rsrs Peço desculpas pelo sumiço.
Em satisfação, digo que estou com 1 capítulo pronto e outro quase finalizado.
Porém estou numa fase corrida da vida e com pouca inspiração (infelizmente).
Mas não abandonei a história, juro!
Volto, espero que em breve.
Grande beijo!
Sweet ????
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JanBar
Em: 06/11/2018
Oi Sweet, tudo bem?
Vc sumiu de novo... Justo agora que a história estava pegando fogo outra vez com tantas reviravoltas... Sacanagem e maldade fazer isso com a gente! rsrsrsrs.
Sweet, espero que esteja tudo bem com vc.
PS: Bárbara, anjo da Sweet, diz, e reforça aí com ela, que estamos com saudades da Valentina, da Diana e de todas as peripécias dessa dupla que ainda não conseguiu colocar em prática todo o tesão, desejo, fascinação, respeito e admiração que as envolve... Diga, please, que continuamos no aguardo dos próximos capítulos! rsrsrs ;-)
Bjs pras duas.
Resposta do autor:
Oiiiiiiiiiiii rsrs
Eu volteiiiii
Me desculpe pela demora. E agradeço muuuuuuuuuiiiito por estar aqui. Epero que ainda esteja na verdade rsrs
Dessa vez eu volto bem loguinho, prometo!
Beijão
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beatriz_cf
Em: 09/08/2018
Autora, que bom que estás de volta!!!
Amo essa história e estava na fé pelo retorno! Sério, não aguento essas duas, precisam ficar juntas logo!
Resposta do autor:
Oii
Eu tbm to muito feliz por ter conseguido voltar!
Ah, mas elas vão ficar, bem logo... rsrs
Agradeço mesmo pelo apoio. Beijos
Obrigada por estar aqui S2
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Sem cadastro
Em: 31/07/2018
Parece que a coisa tomou um rumo totalmente diferente, hein. Haha Mas eu esperei demais pela tua volta. Preciso que essas duas tenham uma noite totalmente intimista daquelas. E que a Diana seja mais ativa na hora h, de preferência. Velentina é um mulherão de muitas faces, e merece alguém à altura.
No aguardo pelo próximo capítulo.
Resposta do autor:
Simm, adoro rumos inesperados rsrs
Mas olha... Gostei do seu comentário, da forma como pensa em relação a elas. Gostei mesmo.
Obrigada pelo apoio!
Beijos
Obrigada por estar aqui S2
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Mille
Em: 30/07/2018
Nossa a cada retorno vem cada vez melhor.
Valentina deu o recado e bem dado para aqueles que acha que pode se meter com alguém próximo a ela.
Ze mané teve o que merece não é não meu.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Eii
Simm rsrs Não é não!
Fico feliz que vc gostou, obrigada !
E até o próximo ! Beijos
Obrigada por estar aqui S2
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LuBraga
Em: 29/07/2018
Encontro surreal esse...
Gosto da postura da Valentina e gostei da sensibilidade do respeito às mulheres, Não é Não malandro(a)!
Particularmente falando, eu também detesto falta de respeito e simpatizo quanto a forma como que a Valentina demonstrou isso, afinal quem ama cuida...ainda que seja só um pouco...rsrs
Sweet, tens toda minha admiração e torcida em suas realizações, percebo que tem um dom literário em tecer seus enredos cativantes e cheios de tesão, emoções e aventuras. Desejo que continues produzindo e que nada atrapalhe o fluxo da sua criatividade.
Bjs
P.s.: Mermã, tem mais aí??? rsrs
Resposta do autor:
É, foi bom ter abordado o tema do "Não é não". É importante falarmos e mantermos essa noção dos limites sempre, não é?
Eu sou muito agradecida pelo carinho e apoio.
E recebo muito aqui os seus desejos para mim! Amém e obrigadaa! De verdade!
Tem mais, só que não agora ainda, infelizmente rsrs Mas espero poder compartilhar com vocês de novo logo.
Obrigada mais uma vez. Beijos
Obrigada por estar aqui S2
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ReSant
Em: 28/07/2018
Valentina é foda, mas cada dia que passa eu fico mais perdida sobre ela, cada coisa que acontece . Diana cada vez mais apaixonada por ela.
Valeu Barbara por estar colaborando tanto, não deixe que ela desista OK?? Tudo aqui é muito perfeito pra ser esquecido ou deixado de lado.
Beijos autora e não demore tanto dessa vez
Resposta do autor:
rsrsrs Valentina e seus mistérios... Mas logo vamos saber tudo sobre ela, não demora.
Agradeço muito pelo seu apoio viu?!!
Beijos
Obrigada por estar aqui S2
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NovaAqui
Em: 28/07/2018
Uau!
Você voltou em grande estilo
Você é demais, Sweet!
O que falar desses dois xapcapítu? Sensacionais? Inesperado? Agitado?
A melhor parte foi valeta partir dessa para melhor kkkkk quem mandou mexer com uma mulher sem permissão e ainda ela sendo "quase" mulher da Valentina
Volte sempre!
Seja bem-vinda de volta
Você é uma das melhores!
Abraços fraternos procês aí!
Um beijo especial para você Bárbara! S2
Resposta do autor:
Eiii
Fico feliz mesmo em ler tudo isso! rsrs
É bom saber que gostou, eu estava bem apreensiva na verdade rsrs
Mas muito obrigada pelo apoio e carinho.
Obrigada por estar aqui S2
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