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Blind por Bruna DX

Ver comentários: 2

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Palavras: 3989
Acessos: 3131   |  Postado em: 26/07/2018

Capítulo 6

 

 

Havia chegado ao trabalho não fazia nem uma hora. Especialmente hoje eu estava dispersa, com a mente bagunçada e com o corpo cansado. Na verdade, tanto o meu corpo quanto a minha mente estavam cansados.

 

Terminei meu sábado na casa de Daniele, assim como parte da manhã de domingo, e quando cheguei a casa por volta de meio dia, minha mãe e eu tivemos uma pequena discussão. Na verdade, tudo começou por causa de Diego, meu irmão havia me recebido com comentários homofóbicos e outros um tanto agressivos e desrespeitosos que não gosto nem de lembrar pra evitar mais estresse.

 

Daí minha mãe quis intervir e a discussão apenas aumentou, como sempre, ela passou a defender o querido filho. E o inútil só me ataca com comentários e xingamentos chulos. Tudo só chegou realmente ao fim quando Pedro se envolveu, e tratou de acalmar os ânimos.

 

O resto do domingo passei trancada em meu quarto, aceitando ver apenas Pedro, ou qualquer outra visita que não incluísse minha mãe e meu irmão.

 

Mas como dizem por aí “Desgraça pouca é bobagem”. Meu domingo foi fechado com chave de ouro, como se já não estivesse suficientemente ruim.

 

Recebi uma mensagem no whatsapp de um número desconhecido. Abri a foto do perfil antes de qualquer coisa. Senti o sangue sumir de minhas veias. Quando abri a mensagem senti o ar fugir de meus pulmões e uma leve vertigem. Não podia ser! Era uma mensagem até simples, mas foi como uma rasteira pra mim.

 

“Oi moça! Esse é meu novo número. Sei que bloqueou o outro, então resolvi falar por este. Mas não se preocupe, quero apenas lhe parabenizar pelo novo emprego. Parabéns! Fico muito feliz por você.”

 

Eu não faço a mínima ideia de como este ser descobriu sobre o meu emprego na revista!

 

Não sei nem definir o que senti realmente ao ler aquela mensagem. Evitei tanto, evitei todo e qualquer tipo de contato. Bloqueei toda e qualquer chance de cair em tentação e tentar algum tipo de reaproximação. Mas lá estava Rebeca, me tirando o chão novamente. Arrasando-me mais uma vez.

 

Feliz? Isso era sério mesmo? Como uma pessoa que fez o que ela fez comigo tinha a audácia de se dizer feliz por algo que aconteceu em minha vida? Não! Justo ela! Justo Rebeca que destruiu tudo o que eu tinha de bom dentro de mim. Ela que me fez sofrer horrores, que me trouxe a infelicidade e o gosto da decepção.

 

Chorei absurdos. Senti raiva. Senti saudade. Senti algo me sufocar violentamente. Estava indo tão bem, eu estava tão bem. Por que ela tinha que aparecer novamente?

 

Depois disso, ignorei realmente o resto do mundo e me enclausurei no mundo sombrio que Rebeca tinha me preparado. Daniele me mandou algumas mensagens, o que eu respondi meio automático, e provavelmente superficial. Sem sombra de dúvidas, fui fria. Mas não pude evitar.

 

Como trabalharia na manhã seguinte, não pude tomar meu comprimido para dormir, do contrário não sei se seria capaz de acordar. Isso apenas me resultou uma noite infernal! Passei horas remoendo lembranças e ao mesmo tempo tentando trazer a minha raiva de volta para que assim pudesse sentir menos saudade.

 

Creio que quando consegui dormir já se passavam de 3h da manhã.Agora meu corpo e minha mente cobravam seu preço.

 

Apertei as têmporas buscando alívio para a dor de cabeça que estava sentindo.

 

-- Beatriz? – ouvi meu nome para logo em seguida uma mão grande balançar diante de meus olhos.

 

-- Ah! Oi Junior.

 

-- Está distraída hein? Te chamei umas duas vezes.

 

-- Desculpa. Não estou no meu melhor dia.

 

Nas últimas semanas Junior e eu havíamos nos aproximado consideravelmente. Dentro daquela redação, era com ele que eu mais falava. Sei que ali começava a surgir uma amizade legal, e isso me agradava profundamente. Junior era diferente dos outros caras, literalmente mesmo.

 

-- Posso te ajudar em algo?

 

-- Ah não, infelizmente ninguém pode me ajudar.

 

-- Xi! Já vi que isso é coisa de coração, conheço bem. A morena aprontou algo com você, foi?

 

Sim, Júnior sabia de Daniele. Ele já tinha nos visto juntas umas duas vezes na praça, e em cenas em de que nada adiantaria negar, então lhe contei sobre ela. E foi ai que eu descobri que Júnior era diferente de muitos caras, afinal, ele era gay.

 

Ele era uma peça! Bateu palminhas e ficou exultante em saber que agora ele tinha pra quem contar dos seus casos e amores furtivos sem ser julgado ou apontado como um doente ou coisa do tipo.

 

-- Não foi ela. – falei depois de suspirar pesadamente – Foi alguém do passado que simplesmente resolveu daràs caras como se nada tivesse acontecido.

 

-- Ah eu odeio gente desse tipo. Quando a gente começa a seguir a vida, e a dar a volta por cima a criatura vem com um “oi sumida”. Odeio! – disse revirando os olhos.

 

-- Pois é, a criatura é exatamente esse tipo de gente.

 

-- Mas não fica assim não gata, essa daí provavelmente vai ver o mundo girar, e de preferência, nem rápido. O mundo dá voltas baby! Apenas ignora.

 

-- Não respondi e já bloqueei, não quero papo.

 

-- É isso aí. – disse piscando o olho direito.

 

Júnior e eu voltamos a nos concentrar no trabalho. Dessa vez Edson havia me selecionado para ler alguns e-mails enviados por leitores da revista, onde deveriam nos enviar sugestões de matérias. Então eu tinha que selecionar três para serem atendidos e publicados na edição seguinte.

 

A maioria dos e-mails enviados desde que a campanha havia sido aberta eram elogios tecidos à revista. Um ou outro era realmente uma sugestão de uma matéria.

 

O ganhador da campanha, àquele que tivesse realmente uma sugestão boa e fosse escolhido para sair na publicação da revista, ganharia a cortesia de uma viagem paga, com direito a um acompanhante para assistir ao próximo GP de Fórmula 1.

 

Fora isso, Edson havia me entregado um novo bloco de textos enviados por colaboradores, e o meu trabalho era o mesmo que da outra vez, editá-los e deixá-los prontos para publicação. O negócio é que dessa vez o bloco parecia ter o triplo de tamanho. Eram muitos, muitos textos mesmo. Teria que correr contra o tempo para dar conta de tudo dentro do prazo.

 

De repente um alvoroço e uma estranha movimentação na redação. Ergui os olhos da tela do computador a minha frente e vi o exato momento em que Jack caminhava por entre as mesas com um sorriso no rosto. Ao seu lado estava Edson, mais sério do que normalmente o víamos.

 

-- Quase sempre que Jack aparece aqui na redação, o Edson fica com essa cara de bunda. – Júnior sussurrou pra mim.

 

-- Por quê?

 

-- Eles não se dão muito bem. Edson é indicação do outro sócio da revista, e a relação do Jack com ele é estritamente profissional, eles se aturam e até se respeitam, mas todo mundo já percebeu que eles não se gostam.

 

-- Será que aconteceu algo entre eles?

 

-- Se aconteceu ou não, ninguém sabe.

 

-- E o que será que o Jack veio fazer aqui?  - perguntei encarando o homem que estava mais distante.

 

-- Anunciar o resultado de vendas do período do mês anterior e lançar o concurso interno. Ele sempre faz isso, e a anima bastante a galera.

 

-- Concurso interno?

 

-- Sim! Sempre que conseguimos bater ao número de vendas do mês anterior, ele lança concurso entre nós, uma disputa. Geralmente costuma ser cultural, com um foco no esporte, e o melhor, leva o prêmio.

 

-- Legal! – falei me animando.

 

-- Pessoal, o Jack queria um minutinho da atenção de vocês. – disse Edson chamando a atenção de todos.

 

-- Bom dia a todos! – todos responderam em couro – Primeiro, queria agradecer a vocês pelo empenho e a dedicação que cada um tem para com essa revista, vocês são demais! – fez uma pausa e continuou - Fechamos os números, e mês passado, mais uma vez conseguimos atingir a meta. – houve um pequeno alvoroço – Mas calma, a melhor notícia ainda está por vir!

 

Edson sussurrou algo para Jack que tornou a falar.

 

-- Como ia dizendo, a meta foi batida, mas a melhor notícia não é essa. Fechamos patrocínio com uma montadora de veículos, e ela nos doou dois exemplares de seu lançamento, isso mesmo que estão pensando: dois carros. Dessa forma, um será prêmio na nova campanha que for aberta aos nossos leitores, e o outro, será o prêmio do concurso de vocês.

 

Jack parou e sorriu enquanto as pessoas viravam em suas cadeiras para falar animadas com colegas que estavam mais ao lado, na frente, ou atrás. Júnior me olhou com uma expressão de surpresa hilária, e eu apensa sorri para ele.

 

Ok! Eu participaria deste concurso de qualquer maneira! Era a chance de ganhar um carro, e uma chance, era uma chance, não dava para desperdiçar.

 

-- Vou me reunir agora com o Edson, e veremos a proposta que lançaremos para vocês. Creio que até o final do dia vocês já saberão o que tem que fazer para concorrer ao carro. Por enquanto é isso! Muito obrigada.

 

Alguns mais animadinhos bateram palmas e assobiaram. Júnior ergueu as duas mãos espalmadas na minha direção esperando que eu batesse em suas mãos. Eu fiz, claro!

 

--Que vença o melhor! – disse fazendo uma cara séria e sorrindo em seguida.

 

Depois de algumas horas Jack saiu da sala de Edson, distribuindo sorrisos em nossa direção e deixando a redação. Ele era sempre tão simpático. Nisso ele parecia muito com a filha. Adele. Suspirei ao me lembrar dela, da boate, do beijo...

 

Sinto-me um pouco constrangida quando penso nela. Primeiro, pelo motivo mais óbvio do mundo, o beijo que ela me deu. E segundo, porque eu havia deixado ela plantada, provavelmente sem entender nada logo após o beijo quando sai praticamente correndo atrás da morena.

 

Mas o que eu tenho escondido bem lá no fundo de meu íntimo, é que o beijo dela estava marcado na minha mente mais do que eu gostaria e mais do que deveria. Vez ou outra eu me pegava pensando no que aconteceu na boate, nos arrepios que ela me causou, em como ela estava bonita, em como ela me olhava...

 

Eu estava com Daniele afinal de contas, então isso não era a coisa mais correta de se pensar. Ainda sem nada oficial e com nome, mas eu estava com ela.

 

Só não posso mentir em uma coisa, o fato de ela me confessar estar apaixonada havia sim me assustado um pouco. E mais do que isso, havia deixado um clima meio estranho porque eu havia balbuciado várias coisas, mas nada do que fosse o que ela realmente queria ouvir.

 

Devia dizer que correspondia aos sentimentos dela, assim, da boca pra fora? Não! Essa não seria eu. Não podia mentir, era bom estar com ela, sério, eu gostava, mas no fundo eu sabia bem que não havia nenhum outro sentimento por trás. Não havia paixão.

 

No sábado mesmo, depois do sex*, tivemos uma conversa franca, falei de minhas chagas e ela foi compreensiva e afirmou que sabia ser paciente. Ela não me cobrou nada, mas foi firme em dizer que estava bem onde queria estar, comigo. Então, estávamos bem.

 

Perto da hora do almoço, fui até o almoxarifado da revista – que ficava fora da nossa sala, no fim do corredor - pegar uma resma de papel para repor na máquina impressora. Entrei fechando a porta logo atrás de mim.

 

Tateei a parede em busca do interruptor para acender as luzes. Não tava enxergando nada ali dentro, estava muito escuro. Acabei esbarrando o braço em uma caixa e derrubando o seu conteúdo.

 

Ah droga!

 

Finalmente acendi as luzes e olhei para o que estava espalhado pelo chão: um monte de caixinhas de grampos e clipes. Por que essas coisas sempre acontecem comigo? Abaixei-me para juntar tudo quando a porta atrás de mim abriu, me assustando.

 

-- Que susto! – falei.

 

-- Desculpa, não queria te assustar. Te vi entrando aqui e fiquei na dúvida, se vinha ou não falar com você.

 

-- Quer falar comigo? – perguntei sentindo minhas bochechas arderem suavemente e evitando olhá-la.

 

-- Sim. Preciso falar com você. – disse abaixando a minha frente e me ajudando a apanhar o que eu havia derrubado – Sobre o que aconteceu no sábado...

 

-- Desculpa ter saído tão rápido, era seu aniversário e eu sai sem falar com você. – interrompi-a.

 

-- Não tem problema. Na verdade, eu que queria me desculpar. Eu não devia ter te beijado.

 

Quando ela mencionou o beijo, ai sim minhas bochechas arderam de verdade, violentamente. Não esperava ter que falar com Adele tão cedo, e agora ela estava ali, na minha frente e naquela pequena sala.

 

-- Não precisamos falar disso. – disse ficando de pé rapidamente e me encostando a uma das estantes de ferro atrás de mim.

 

-- Precisamos sim Bia, e você sabe.

 

-- Acho melhor esquecermos o que aconteceu.

 

-- Bem que eu queria, mas não consigo...

 

Ergui os olhos e olhei bem para a loira parada a minha frente com as mãos dentro dos bolsos da frente de sua calça. Adele tinha um sorriso triste nos lábios e me olhava meio incerta, um tanto tímida, coisa que normalmente não apetecia a ela.

 

-- Bia eu sinto muito ter te beijado naquela boate e provavelmente ter causado um mal estar entre você e a sua namorada. Eu não sabia que você estava namorando. E é por isso que eu lhe peço desculpas. Mas não me arrependo do beijo em si, assim como não consigo simplesmente esquecer.

 

Eu tinha muita coisa pra falar, ou devia ao menos ter pensado um pouco antes de pronunciar qualquer coisa, mas o que saiu em disparada de meus lábios nem mesmo eu esperava.

 

-- Daniele não é minha namorada. – soltei.

 

A loira me olhou confusa, assim como eu me senti. Hein?  Por que diabos eu disse isso?

 

-- Bem – emendei – Daniele não é minha namorada, mas estamos juntas, e eu tinha que explicar o que ela tinha visto.

 

-- Compreendo. Se quiser, eu posso falar com ela e explicar tudo.

 

-- Não precisa Adele, já está tudo bem. Obrigada.

 

A loira ficou em silêncio, depois balançou a cabeça negativamente e me sorriu.

 

-- Shit! Sei que vai ser muita cara de pau a minha o que eu vou perguntar, mas eu preciso. – fez uma pausa e me olhou com aqueles grandes olhos azuis brilhando – Não sentiu nada, digo, o beijo não te causou nada?

 

-- Acho que não devíamos falar sobre isso Adele...

 

Se eu tinha sentido? Claro que sim! Recordava-me bem daquele beijo. Mas não era certo, e também não era certo a gente ficar falando sobre isso. Eu não admitiria.

 

-- Só responde. – disse se aproximando de mim perigosamente.

 

Como se ainda houvesse espaço, dei mais um passo para trás, mas eu corpo já estava colado ao móvel atrás de mim, e eu praticamente me fundi a ele. Adele continuou andando, me encarando seriamente. Seus olhos brilhavam intensamente, e o meu coração começou a acelerar inesperadamente.

 

-- Por favor, só me diz que eu não estou ficando louca, que não senti aquelas coisas sozinha, que você também sentiu algo com o beijo. Diz que eu mexo com você da mesma forma que você mexe comigo...

 

Quando ela se calou senti sua mão direita se apossar de minha cintura. Um suspiro involuntário escapou por meus lábios, e eu fechei os olhos quando senti meu corpo inteiro amolecer.

 

-- Adele...

 

-- Diz Bia, por favor... 

 

Seus lábios quase tocavam os meus. Meu coração palpitava dentro do peito e eu não conseguia raciocinar.

 

O perfume que ela usava começava a inebriar meus sentidos. Sua mão ainda apertava minha cintura de forma possessiva, de uma forma firme e decidida.

 

-- Se você não falar nada, eu vou te beijar novamente. – disse roçando os lábios literalmente nos meus, e eu só soube suspirar.

 

-- Não faz isso Adele.

 

Procurei forças em todos os cantos para afastar Adele de mim, afastá-la de vez e impedir o que estava para acontecer, mas não encontrei. Não sei o que houve com o meu corpo e até mesmo com a minha mente, mas eu não conseguia ser incisiva em acabar com aquilo.

 

Era como se eu estivesse presa a algo, presa em algo que ela fazia e me despertava. Eu não sabia o que era, e simplesmente não conseguia sair dali.

 

Adele colou seu corpo no meu e esse foi o meu fim. Deixei. Ela pareceu perceber porque senti a tensão de seu corpo ir embora.

 

-- Bia era só...

 

A porta abriu bruscamente e Júnior adentrou a pequena sala. Sua cara de espanto era nítida. Adele e eu nos separamos rapidamente, mas ainda permanecemos uma do lado da outra. Do nada a sala ficou menor do que já era, senti-a dificuldade de respirar.

 

-- Desculpa, já estou de saída. – ele disse saindo apressado da sala.

 

A loira levou as mãos à cabeça bagunçando levemente seus cabelos e dizendo alguns palavrões em inglês, dos quais apenas alguns eu consegui compreender.

 

-- Não acredito que fiz de novo. – disse de costas para mim.

 

Girei o corpo passando a vista pela sala atrás do que eu realmente havia ido buscar. “Prateleira de cima, na estante ao lado da porta” – Júnior havia dito. Queria sair o mais rápido dali. Peguei o que eu queria: duas resmas de papel.

 

-- Bia... – disse tocando meu braço.

 

-- Isso não pode voltar a acontecer. Eu estou com a Daniele. – cortei-a.

 

Ela soltou meu braço como se tivesse levado um choque. Me olhou com tristeza e suspirou pesadamente antes de falar.

 

-- Prometo que isso nunca mais vai acontecer Beatriz, eu prometo!

 

Dito isso ela deixou a sala e me deixou ali, plantada. Não olhou para trás, apenas saiu. Levei um tempo para voltar a raciocinar de maneira perfeita e voltar para a minha mesa. Passei direto para a máquina impressora e enchi a gaveta com papel.

 

Demorei-me um pouco mais ali, estava sem jeito de encarar Júnior. Tinha medo do que ele ia falar e pior ainda, estava com medo do que senti alguns segundos atrás. Eu ia mesmo deixar ela me beijar?

 

Passei a evitar meu colega de trabalho/amigo. Fingia-me de ocupada para não dar brechas para ela comentar o que viu.

 

A hora do almoço chegou, e logo uma mensagem de Daniele na tela do meu celular fez com que eu sentisse um frio no estômago. Culpada! Senti-me culpada.

 

Arrumei minhas coisas e deixei o prédio ainda fugindo de Júnior. Encontrei a morena em pé, bem diante das portas de vidro da entrada. Ela me recebeu com um sorriso lindo e eu novamente me senti culpada.

 

**********

 

Daniele e eu estávamos sentadas no banco da praça, aquele que já era o nosso lugar depois do almoço. Ela estava com o braço por cima de meu ombro, e eu me recostava a seu peito enquanto olhava o movimento das pessoas que àquela hora era um pouco intenso.

 

-- Está tudo bem com você? – perguntou chamando a minha atenção.

 

-- Está sim. Por quê?

 

-- Você parece distante.

 

Droga! Eu era uma megera que estava omitindo o que aconteceu com Adele, ou melhor, o que quase aconteceu.

 

-- Só pensando em algumas coisas.

 

-- Entendi. Quer dormir lá em casa hoje? – perguntou animada – Amanhã podemos vir juntas para o trabalho.

 

-- Quero! Mas tenho faculdade, e tenho que ir a casa e pegar algumas roupas.

 

-- Estou de moto, eu te levo em casa e depois te deixo na aula. Mais tarde garanto que estarei lhe esperando.

 

-- Daniele? – chamei-a me distanciando de seu corpo para olhá-la de frente – Posso te fazer umas perguntas?

 

-- Claro! Quantas você quiser.

 

-- De onde saiu essa moto? E aquele apartamento? Achei que você morasse no mesmo bairro que eu, perto da minha casa.

 

Ela se ajeitou no banco e ficou com o corpo ereto.

 

-- É uma longa estória.

 

-- Adoro longas estórias. – falei cruzando os braços diante dos seios.

 

-- Será que podemos conversar sobre isso mais tarde? Lá em casa?

 

-- Daniele, Daniele...

 

-- Em casa a gente conversa melhor, eu juro. – voltou a me abraçar.

 

-- Tudo bem. – olhei o relógio em meu pulso - Temos que ir.

 

-- Mas já? Estava tão bom aqui.

 

-- Temos a noite para nós. – falei lhe dando um rápido selinho.

 

-- Se é assim, tudo bem, eu deixo você ir. – sorriu.

 

Despedimos-nos com mais um selinho e saímos cada uma em uma direção.

 

Fui ao banheiro, fiz minha higiene. Bati o ponto e voltei para a minha mesa. Olhei para a mesa ao lado e senti um certo alívio, Júnior ainda não tinha chegado. Abri meu e-mail e chequei o site da faculdade.

 

O restante do expediente foi tranquilo. Meu amigo parecia realmente ocupado com algo a ponto de me esquecer, e esquecer a cena que viu mais cedo.

 

Quando terminei meu trabalho Daniele já tinha me mandado uma mensagem avisando que já me esperava na frente do prédio. Fizemos como o combinado, ela me levou até em casa onde arrumei uma pequena mochila com roupas, e depois ela me deixou na faculdade.

 

O primeiro tempo de aulas passou rápido, nem mesmo a aula chata do Dionísio demorou a passar, no entanto, me rendeu mais um trabalho para entregar na próxima semana. Ah! Eu não via a hora de finalmente me formar. Vida acadêmica somada à vida de trabalhadora às vezes me exauria por completo.

 

 Estava no intervalo das aulas, exatamente na fila da lanchonete da Maria Rita - tia Rita, como carinhosamente gostávamos de chamá-la - quando recebi uma mensagem de Daniele no whatsapp.

 

“Bia, quero te pedir mil desculpas! Aconteceu uma coisa aqui em casa e eu não vou poder ir lhe buscar. Desculpa! Amanhã prometo lhe recompensar. Beijos!”

 

Li a mensagem algumas vezes ainda sem acreditar que havia levado um toco daquele jeito. Sem explicação nenhuma Daniele havia deixado bem claro que não nos veríamos mais hoje, e que assim, eu teria que voltar pra casa.

 

Ela não podia ter explicado não? O que diabos aconteceu para ela desfazer todo o plano que tínhamos para o final da noite sem mais nem menos? Bufei me sentindo indignada e uma boba.

 

Peguei o celular e liguei para ela. Nas duas primeiras vezes o celular chamou até cair na caixa de mensagens. Da terceira tentativa em diante tudo o que eu ouvia era a mensagem de que o celular estava desligado ou fora de área.

 

Estranhei e muito a atitude da morena, mas desisti de tentar falar com ela. Deixaria para o outro dia.

 

“Amanhã você não me escapa dona Daniele! Vou querer saber direitinho o que foi que aconteceu!”

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá Meninas! Tudo bem com vocês?

Mais um capítulo. Espero que gostem! Mas de qualquer forma, podem dizer o que acharam, seja bom ou não.

Ah, computei os votos e até então o Team Adele está ganhando. Será?

Beijos!


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Comentários para 6 - Capítulo 6:
LeticiaFed
LeticiaFed

Em: 26/07/2018

Sim, Adele rules! rsrs E essa Daniela ta escondendo muitas coisas. Ou tem alguém longe e está dando uma escapada com Bia nos intervalos ou, como desconfio, está tramando junto com a tal Rebeca. Sei lá, palpite. Desconfiômetro ligado...

Beijo!


Resposta do autor:

Oi Leticia! Tudo bem com você?

Daniele anda meio esquisita, anda dando uns perdido na Bia. Tem coisa ai mal explicada. O que será? Tá muito misteriosa hein?

Deixa o desconfiômetro ligado ai e vai me contando o que ele aponta!

 

Beijo

Responder

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Socorro
Socorro

Em: 26/07/2018

Torcendo pela Bia, acordar que o melhor pra ela é a Adele..

Essa Dani, deve tá metida com algo perigoso e sujo, que a Bia perceba logo na roubada que possa tá se metendo.. 

Adele vai que tua... mostre pra Bia o que ela tá perdendo kkkk

Bjs .. volte logo 


Resposta do autor:

Olá Socorro! Tudo bem?

Eita que a torcida pra Adele tá grande! A Dani é um tanto misteriosa, não é mesmo? Vamos torcer pra que Bia descubra o que tem por trás desse mistério dela.

Chega junto ai Adele!

Beijos!

Responder

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