Capítulo 10
Quando Júlia se viu no corredor, logo após ter fugido dos braços de Sylvia, correu para a sala de costura e se trancou lá. Não teria coragem de tornar a vê-la nem a ninguém, naquela noite, enquanto ela ainda estivesse ali. Jogou-se sobre um sofá e deixou as lágrimas inundarem seus olhos. Os soluços sacudiram seu corpo.
Via-se perdida porque sabia que estava fraquejando. Tinha plena consciência de que se ela tentasse de novo, não iria resistir. Não teria forças para enfrentá-la e se negar às investidas dela. Não podia se enganar e fingir que não havia adorado estar nos braços dela. Adorou sentir o sabor dos lábios, sentir o calor do corpo e a delícia dos dedos dela em seu sex*. Seu corpo estava todo inflamado, pegando fogo. Desejava-a profundamente, ardentemente e o que queria mesmo era se abandonar nos braços dela, se entregar inteira, para que ela a possuísse como quisesse, como bem entendesse. Percebeu que ela era uma mulher experiente e, assim sendo, deveria ser delicioso se perder naquelas mãos, se render aos desejos dela. Mas o seu medo ainda era muito forte e, a sua convicção de que esse tipo de sentimento era errado, a torturava.
Muito mais tarde, Júlia se retirou para o seu quarto e, mais uma vez, teve uma noite insone, povoada pelas lembranças e sensações do corpo da enteada junto ao seu.
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Durante a manhã eu e Augusto circulamos pela cidade, admirando e fotografando os casarões antigos em diversos ângulos. Fiz vários enquadramentos que me permitiriam pintar quadros pitorescos para presentear meus amigos europeus.
Ao meio dia fomos para a casa de Dona Dulce. Durante todo o almoço e durante toda a tarde não vi Júlia. Apesar da minha ansiedade em vê-la, abstive-me de perguntar qualquer coisa que fosse sobre ela, a Dona Dulce. Ela, no entanto, em dado momento, nos informou que minha madrasta estava se sentindo indisposta devido a uma forte enxaqueca. Só o fato de ouvir a simples menção à pessoa dela, meu coração palpitou e minhas mãos tremeram. As imagens da noite anterior acudiram à minha mente e senti meu rosto arder. Abaixei as vistas para o prato temendo que ela percebesse o quanto fiquei desconcertada.
A comida caseira estava deliciosa. Depois seguimos para a sala de estar, e nos foi servido o delicioso cafezinho. Dona Dulce novamente se desculpou pela ausência de Júlia.
-- Desde ontem a noite que ela começou a se sentir indisposta. Recolheu-se ao quarto e até agora não saiu de lá.
-- Deve ter sido algo que ela comeu... -- Comentei fingindo indiferença.
-- Minha sobrinha é uma menina muito sensível. Com certeza deve ter o estômago frágil. Mas espero que ela fique boa logo, pois amanhã será o meu dia e o de Antenor. -- Comentou com um sorriso radiante.
Dando continuidade à conversa dona Dulce nos informou que seguiríamos para o sítio no outro dia cedo, pois à tarde, teria início à comemoração do seu aniversário e do de Antenor. Ela havia convidado uns poucos amigos entre eles dois seresteiros. Ela, Júlia e os seresteiros iriam presentear os convidados com um pequeno showzinho de voz e violão. Fiquei entusiasmada e ansiosa para que o outro dia chegasse logo. Ainda não tivera a oportunidade de ver o amor da minha vida tocando violão. Olhei para Augusto e pude perceber que, mesmo diante do que prometia ser um programa gostoso e descontraído ele ainda mantinha o semblante de enfado.
Alguns minutos após o cafezinho ele se retirou e eu fiquei conversando com Dona Dulce. Um pouco mais tarde a babá trouxe Antenor e o colocou nos meus braços. Fiquei com ele no meu colo e depois o levei para a pracinha em frente a casa. A babá nos acompanhou carregando alguns brinquedos. Acomodamo-nos sob algumas árvores e me sentei no chão coberto por gramas para brincar com ele. Eu gostava de criança e, confesso que tivemos uma tarde maravilhosa. Senti-me inteiramente relaxada e esquecida das preocupações. Uma verdadeira criança, interagindo com Antenor em meio ao seu linguajar característico, necessitando, vez ou outra, da babá para fazer algumas traduções.
No meio da tarde fizemos um lanche ali mesmo na pracinha, na verdade, um piquenique. Tomamos sorvete e meu irmãozinho se lambuzou inteiro e, eu acabei igualmente melada por suas mãos ágeis que não se cansavam de querer alisar meus cabelos, acariciar meu rosto, arrancar meus brincos e minha inseparável correntinha.
No cair da tarde, de volta a casa, fiz questão de me demorar um pouquinho, apesar de estar ansiosa por um banho, na esperança de ver Júlia, mas ela parecia ter evaporado.
-- E Júlia, dona Dulce? Como está? Melhorou?
-- Fiz com que se alimentasse um pouco. A claridade ainda a incomoda, mas as dores de cabeça aliviaram. Continua deitada. Quer vê-la?
Confesso que fiquei tentada, mas resolvi deixar para o dia seguinte. Vai que ela resolvesse não comparecer ao aniversário do próprio filho? Eu não iria me perdoar por isso.
-- É melhor não. Deixe-a descansar. A que horas a senhora pretende ir para o sítio, amanhã?
-- Por volta das nove horas. Aguardo você e seu noivo.
Por fim acabei me despedindo e voltando para o hotel.
Como estava me sentindo de certa forma cansada pela tarde de traquinagens com meu querido irmão, dispensei o jantar na casa de Dona Dulce e resolvi me recolher mais cedo, para estar em forma no dia seguinte.
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Júlia inventou a enxaqueca e ficou entocada no quarto o dia todo. Ficou sabendo por sua tia que Sylvia almoçara ali e passara a tarde toda na companhia do irmão. O receio de que ela surgisse no quarto para visitá-la dava-lhe voltas no estômago. Seu medo chegou a um ponto que estava acreditando mesmo na enxaqueca que criara. Fez alguns vômitos por puro nervosismo e sentiu fortes pontadas na cabeça. Com o corpo todo mole e alquebrado, acreditou-se febril. Era uma pessoa impressionável e, na verdade, estava de certa forma doente, mas uma doença emocional, ou seja, estava com os nervos à flor da pele, com o emocional em frangalhos. Sua consciência lhe censurava e seu corpo gritava pela enteada. Condenando-se em meio a choro e culpa, se masturbara, imaginando-se nos braços de Sylvia, mais de uma vez naquele dia.
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Quando cheguei na casa de dona Dulce no outro dia, era por volta das oito e meia. Meu coração estava aos pulos. Estava louca para ver Júlia, para saber como ela iria reagir à minha presença.
Em frente à casa estava parada uma rural nas cores branca e amarela. Era um carro novo, pois se via que estava em ótimo estado de conservação. Nunca havia entrado num carro daqueles, mas, deu para perceber que era o carro ideal para veraneio.
Dona Dulce assim que viu a mim e a Augusto veio ao nosso encontro e nos abraçou. Ela estava excitadíssima. Convidou-nos a entrar para tomarmos café. Apesar de já ter tomado no hotel, aceitei o convite, pois o seu café era irrecusável. Na verdade, iria tomar só um menorzinho.
Júlia devia estar arrumando Antenor, mas senti receio de que ela ainda estivesse adoentada. Na verdade, questionei-me algumas vezes se aquela enxaqueca era real ou uma desculpa para fugir de mim. Mas, acabei por afastar o pensamento, achando-me presunçosa. Segui dona Dulce ao passo que Augusto esquivou-se do convite para ficar a um canto fumando seu charuto.
Quando entrei na copa senti o ar faltar. Ela estava linda, numa calça de algodão azul claro folgada que lhe caia graciosamente sobre o corpo e uma camisa branca de igual tecido com mangas curtas e botões na frente. Nos belíssimos pés, de unhas bem-feitas, vislumbrei uma sandália baixinha de couro trançado. Pareceu-me uma sandália feita à mão, um lindo trabalho artesanal. Os cabelos estavam presos num rabo de cavalo e, alguns fios que haviam se desprendido, caiam de forma displicente ao redor do seu rosto, deixando-a mais encantadora do já era.
Ela estava sentada com a blusa aberta amamentando o filho. Meu irmão ainda mamava aos dois anos de idade. Era um verdadeiro bezerrinho. Quase enlouqueço ao ver aquele colo maravilhoso se exibindo aos meus olhos, um seio parcialmente à mostra e o outro totalmente exposto. Vê-los ali, tão à mão e ter a mais plena consciência de que, a cada dia que passava, eu os desejava da forma mais insana em minhas mãos, em meus lábios, me deixava completamente fora de mim, complemente desprovida de bom senso, das minhas faculdades mentais. Perto daquela mulher eu, a Sylvia sempre controlada e dona dos seus atos, perdia totalmente o prumo!
Ela ficou estática ao me ver, não moveu um músculo sequer. Seus olhos se prenderam nos meus e os meus se perderam nos dela. Depois de longos segundos eu balbuciei um bom dia. Dona Dulce havia se dirigido à cozinha e eu dei graças a Deus por isso.
-- Bom... dia, Júlia! Melhorou?
Ela engoliu em seco e soltou o ar dos pulmões. E, saindo do estado de letargia, ocultou o seio rapidamente e entregou Antenor visivelmente irritado, para a babá. Virando-se de costas abotoou rapidamente a blusa e, voltando-se depois de frente para mim, respondeu ao meu cumprimento, com a voz baixa e entrecortada:
-- Bom... Bom dia! Es... Estou me... melhor!
Deixei meus olhos vagarem por seu corpo e, uma vontade incontrolável de toma-la em meus braços novamente, quis me dominar, mas fui salva por uma mocinha que se aproximou me entregando uma xícara de café.
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Meia hora mais tarde, seguimos para o sítio.
Eu e ela nos sentamos separadas pela babá com Antenor no colo. Meu noivo sentou-se ao lado de Dona Dulce que dirigia o carro.
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Quando chegamos ao sítio, o ir e vir de pessoas era intenso. Uma grande churrasqueira, numa ampla área coberta, era manipulada por um rapaz esbelto e forte. Algumas mesinhas se espalhavam em frente à casa. O clima estava agradável, nem quente nem frio. As árvores em volta contribuíam para refrescar o ambiente. O espaço ao redor da casa era todo calçado com lajotas esverdeadas e muitos canteiros ostentavam diversas espécies de flores. Dona Dulce possuía, sem dúvida, um belíssimo jardim. Gostei dali.
A babá colocou Antenor no chão e ele mais que depressa se pôs a correr pelo enorme espaço a sua frente soltando gritinhos de puro entusiasmo. Júlia manteve-se calada durante toda a viagem e, assim que desceu do carro, refugiou-se dentro de casa. Fiquei observando-a se afastar. O balançar dos quadris fez meu corpo arrepiar e uma deliciosa dorzinha aqueceu meu ventre. "Hoje eu te pego de jeito". Pensei com meus botões e um sorriso um tanto quanto cafajeste se insinuou nos meus lábios. Augusto se aproximou sorrindo:
-- Que sorrisinho é este, querida? -- Segurou meu rosto e roçou os lábios nos meus. Afastei-o delicadamente -- Sempre sinto saudades de você, Sylvia mesmo estando ao seu lado.
Continuei com meus olhos em Júlia até que ela desapareceu dentro de casa. Teria que dar um jeito de manter Augusto afastado de mim para poder me aproximar dela.
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A tarde passou tranquila e por volta das dezoito horas cantamos os parabéns para os aniversariantes. Dona Dulce com Antenor no colo e Júlia ao lado sorriu para as câmeras fotográficas que espocavam flash por todos os lados. Na minha, aproveitei ao máximo para registrar fotografias daquela mulher que despertava meus instintos mais primitivos.
O bolo estava delicioso. Tinha comida e bebida para um batalhão.
Os dois seresteiros se posicionaram no palco improvisado e deram início à deliciosa cantoria de músicas brasileiras que eu não conhecia. Fiquei embevecida com as melodias e com as vozes dos dois cantores. Depois, dona Dulce, juntamente com Júlia, faria um dueto e, confesso, estava aguardando esse momento com ansiedade. Sentei-me numa mesinha acompanhada do meu noivo e percebi que ele estava apreciando bastante o vinho e a cerveja que eram servidos à larga pelos garçons. Resolvi despachá-lo para o mundo dos sonhos o mais rápido possível. Aproximei-me mais e, entabulando uma conversa doce e carinhosa, mantive o copo dele sempre cheio. Augusto sempre fora fraco com bebidas, portanto, depois de mais ou menos uma hora, ele já estava bem alegre.
Uma hora mais tarde dona Dulce aproximou-se do palco acompanhada de Júlia que trazia um belo violão nas mãos. Ambas se sentaram e dona Dulce pigarreou e pediu a atenção de todos.
-- Meus amigos, peço a atenção de todos vocês. Neste momento eu e minha querida sobrinha iremos alegrá-los com nossas habilidades no violão e bandolim --Piscou um olho e sorriu fazendo graça -- Na verdade, a música profissional aqui é ela, a minha Júlia. Eu vou acompanhá-la de pura ousadia -- Arrancou a risada de toda a plateia de mais ou menos umas sessenta pessoas. Virou-se para a sobrinha e anunciou:
-- Julinha, meu bem, vamos cantar aquela que adoro de Ângela Maria, Lábios de mel.
Antes de começar, ainda esclareceu:
-- Meus queridos essa música embalou os meus amores ao longo da minha vida. Espero que embalem os de vocês também! -- Piscou novamente para nós e deu início à canção.
Fiquei extasiada quando Júlia começou a dedilhar o violão. Os seus dedos pareciam ter vida própria. Ela e a tia começaram a cantar juntas, depois se puseram a alternar nas estrofes. Quando ouvi a voz dela, senti um calor gostoso percorrer todo o meu corpo. A suavidade da sua voz me envolveu por completo. Uma alegria me inundou e de meus olhos desceram quentes lágrimas. Fixei meus olhos nela e tudo ao meu redor deixou de existir. Eu só ouvia a letra da música na melodia maravilhosa da sua voz e só enxergava a sua beleza que a cada dia me deixava mais e mais impressionada. A letra me fez lembrar a noite em que provei o sabor de seus lábios. Realmente, os seus lábios eram doces como mel e eu teria que prová-los novamente para continuar sobrevivendo e não podia passar daquela noite.
Lábios de mel.
(Ângela Maria)
Meu amor, quando me beija,
vejo o Mundo revirar,
vejo o Céu aqui na Terra
e a Terra no Ar...
Os seus lábios tem o mel,
que a abelha tira da flor,
eu sou pobre, pobre, pobre...
mas é meu o seu amor...
Quem tem amor, peça a Deus
"pro" seu bem, lhe amar, de verdade,
para mais tarde, não ter desenganos
e chorar de saudade...
Quem foi, na vida, que teve um amor?
e esse amor, sem razão, lhe deixou?
e, até hoje, não guarde no peito
a marca da dor?
Elas continuaram cantando e tocando mais algumas músicas e, muitas vezes os olhos de Júlia me buscavam, e quando isso acontecia meu coração batia mais rápido. A vontade que eu tinha era de ir até ela e tomá-la em meus braços, ali mesmo, naquele palco improvisado. Ela estava linda, soberba num vestido branco todo soltinho que delineava suas curvas maravilhosas. Adorava os vestidos dela, a maioria com botões na frente, acredito que para facilitar a amamentação do filho. Sorri ao imaginar que facilitaria também o meu acesso aos seus seios naquela noite, pois estava decidida a tê-los em meus lábios e mãos ainda naquele dia. Não só os seios, mas todo aquele corpo que me enlouquecia. Eu, definitivamente, já estava com umas doses a mais de vinho na cabeça, mas tomaria cuidado para não colocar todo o meu plano a perder.
O show delas terminou quase duas horas depois. Augusto já estava bastante entorpecido de vinho e cerveja, ou melhor, estava completamente embriagado. Depois que Júlia se afastou do palco eu a perdi de vista. Olhei no meu relógio e vi que já eram quase dez horas da noite. Olhei ao redor e não a vi. Decidi procurá-la. Acomodei Augusto melhor, ajudando-a a se sentar mais firmemente, e prometendo voltar logo, fui verificar por onde ela andava. Durante a tarde só a vi apenas de longe. Tentei me aproximar algumas vezes, mas ela fugiu de mim ostensivamente.
Percorri a casa toda e só depois de muito circular a encontrei num dos bancos do jardim dos fundos da casa. Ela estava olhando o céu estrelado com um copo de vinho nas mãos. Como as pessoas estavam concentradas na frente da casa, deduzi que ela foi se esconder ali, porque queria ficar sozinha. Aproximei-me devagar com medo de que ela corresse. Colocando-me às suas costas a cumprimentei com voz baixa.
-- Oi Júlia!
Ela se virou visivelmente assustada. Colocou-se de pé e ameaçou se afastar. Tomei-lhe a frente e a impedir de fugir.
-- Por acaso está com medo de mim?
Ela novamente tentou se afastar, então a segurei pelo braço. Aquele simples contato fez meu corpo incendiar. O cheiro que exalava dela me embriagou. Seu perfume era delicioso, sua pele era suave, toda ela era de uma suavidade e delicadeza que me tirava completamente a razão.
-- Solte... o meu... braço-- Sua voz soou baixa, porém firme. Percebi que ela estava chateada comigo. Mas, não a soltei, ao invés disso a puxei de encontro ao meu corpo.
-- Por que insiste em fugir de mim... Por quê?
-- Por favor... Sylvia! Isso... Isso não é certo... Não... Não podemos!
Sua voz era um fio. Eu a mantinha presa em meus braços e meus olhos engoliam sua boca trêmula.
-- Não podemos...? Por quê?
-- Por favor... Não faz isso!
Apertei-a mais. Eu tremia e a sentia tremer cada vez mais em meus braços. Olhei em volta e pegando-a pela mão a puxei para umas árvores mais ao fundo do quintal. Afastei bastante da casa. Ali não haveria risco de ninguém nos encontrar. Eu estava completamente louca de desejo e não era mais dona dos meus atos. Não tinha condições nenhuma de medir as consequências do que estava prestes a fazer. A única coisa que tinha na mente era o tesão insano que aquela mulher despertava em mim e que teria que a possuir de uma vez por todas, do contrário, iria enlouquecer de vez.
Ela tentava se soltar da minha mão, mas eu a segurava firme pelo pulso.
-- Você... está me machucando... Por favor, Sylvia... Me solte... Por favor...
Aquela voz dengosa e de choro foi a gota d´água para afastar de mim qualquer resquício de razão. Recostei-me numa árvore e a trouxe de encontro ao meu corpo. A enlacei pela cintura e a colei em mim. Olhei bem fundo em seus olhos e não pude deixar de perceber o quanto ela estava assustada. Apesar das estrelas e uma crescente lua brilharem no céu, a noite, devido à grande quantidade de plantas e árvores no quintal, estava escura, e ali, sob aquela árvore estava mais escuro ainda, mas, mesmo assim, dava para perceber seu semblante visivelmente amedrontado.
-- Não tenha medo... meu amor! Eu não vou lhe fazer mal!
Duas lágrimas escaparam dos seus olhos e seus lábios se abriram mais uma vez para me suplicar que a soltasse.
-- Não faz... isso! O... seu noivo... Não podemos... O seu noivo... está lá no jardim... lhe esperando...
-- Esqueça o meu noivo... Eu não me importo com ele. Só me importo com você. Só você me importa... meu amor! -- Aproximei meus lábios dos seus. Ela não se esquivou. Ficou paralisada. Eu já havia percebido que, ao mesmo tempo em que ela tinha medo, ansiava por mim. -- Deixe-me beijá-la, meu amor! Preciso sentir você...
Nossos lábios se encontraram. Senti-me no céu ao provar novamente aquela boca deliciosa. Ela abriu os lábios e me ofereceu a língua sem reservas. Gemi ao sentir o seu corpo se acomodando mais ao meu e seus braços envolvendo meu pescoço. A troca de salivas, o contato de nossas línguas, a textura suave e o calor gostoso de sua boca fizeram meu corpo todo se arrepiar e minha calcinha se encharcar mais ainda. Deixei minhas mãos deslizarem para as suas nádegas e a pressionei mais de encontro a mim, para que nossos sex*s se roçassem. Ela soltou um gemido delicioso. Senti suas delicadas mãos se enterrarem nos meus cabelos e acariciar minha nuca e meu pescoço. Gem*u mais quando comecei a suspender seu vestido devagarinho. Ainda com a boca colada à minha ela perguntou num sussurro:
-- Será... que vai... aparecer... alguém?
Louca de tesão eu suspendi mais o vestido e deixei minhas mãos acariciarem a pele do seu bumbum durinho e redondo.
-- Não... Não vai aparecer... ninguém! Fique tranquila... Agora... desabotoe o vestido... e... e coloque seus seios... na minha boca!-- Pedi com os lábios ainda colados aos dela. Não queria perder nada daquela mulher. Teria que provar cada pedacinho do seu corpo.
Para minha surpresa, ela rapidamente soltou o meu pescoço e desabotoou o vestido, abriu o fecho do sutiã que para minha glória era na frente e me presenteou com a visão mais divina que já tive na vida, a mais maravilhosa dádiva dos deuses: o par de seios mais lindos, mais perfeitos que já vi na vida. Já os tinha visto à prestação, mas daquele jeito, os dois ao alcance das minhas mãos, dos meus lábios, ainda não. Salivei e me afastei um pouquinho para poder vê-los melhor. Ensandecida, toquei-os levemente com as duas mãos e os apertei. Fechei os olhos para melhor senti-los. Ela gem*u baixinho e sussurrou:
-- Sylvia! É uma... loucura... o que ... que estamos... fazendo... Mas... mas é... deli... cioso!
Quando a ouvi dizer isso aproximei os lábios daquelas frutas deliciosas e pus-me a beijá-los e sugá-los. Pouco me importei que saísse leite, uma vez que ela ainda estava amamentando o filho. A abracei novamente e me perdi naqueles seios maravilhosos. Firmando-a com uma mão pela cintura fiz com que ela arqueasse o corpo para trás para facilitar o acesso de minha boca àqueles melões deliciosos. Com a outra mão tornei a acariciar suas nádegas e em seguida a deslizei para o seu sex*. Soltei um gemido rouco quando percebi o quanto ela estava molhada. Sua calcinha estava ensopada e uma urgência louca de senti-la mais intimamente me dominou e, assim sendo, eu deixei minha mão deslizar pela lateral de sua calcinha. Quando meus dedos sentiram aquela umidade quente, febril, fervente, enlouqueci de vez. A necessidade de sentir aquela vagin* suculenta na minha boca me dominou inteira. Mas me controlei um pouco e comecei a acariciar seu clit*ris. Ela começou a gem*r mais e pronunciar o meu nome baixinho:
-- Sylvia!... Sylvia!... Que delícia... meu amor!
Ela também estava desprovida de razão, completamente entregue a mim. Meu Deus, ter aquela mulher deliciosa à minha mercê, toda mole, toda entregue, toda se abrindo para mim, foi a minha felicidade plena, foi a noite mais feliz da minha vida!
Meus dedos continuavam acariciando sua vagin*. Ela me envolveu, novamente pelo pescoço e, instintivamente, ergueu uma perna para facilitar meu acesso à sua parte íntima. Deixei meus dedos deslizarem para dentro dela e comecei o movimento de vai e vem. Ela gemia e chorava. Eu gemia e me exultava. Não me importava se depois ela ficasse minha inimiga, se passasse a me odiar, a única coisa que me importava, naquele momento, era possuí-la e isto eu estava fazendo deliciosamente. Se fosse para morrer em seguida, morreria feliz.
-- Ai... Júlia! Você é deliciosa...! Deliciosa, minha vida! -- Seus seios pareciam crescer em minha boca. Não queria soltá-los de jeito nenhum -- Eu... Eu te... amo Júlia! Você é minha...vida! Eu... não sei... mais viver... sem você...!
Ela estava dividida entre a loucura e a razão:
-- Isso é... errado! A gente... não pode Sylvia... Aiii... Eu... quero... você.... Mais forte... meu amor... Assim!
Sentir aqueles mamilos em minha boca era a sensação mais sublime do mundo. Nunca provara seios tão deliciosos. Sentir aquela vagin* gostosa, escorrendo aquele mel em minha mão era de enlouquecer. Eu estava extasiante de felicidade, na minha garganta subia um desejo de gritar uma selvagem alegria, mas eu tinha que me controlar. Um dia quando estivéssemos num lugar privado daria vazão plenamente ao meu desejo insano por aquela mulher.
-- Não é errado... meu amor! Não tenha medo! A... A gente... só está fazendo... amor!
-- Ai... Oh! Sylvia! Não... Aii... É errado... mas é... delicioso!
Quando percebi que ela estava perto de goz*r me abaixei e suspendi seu vestido. Abaixei sua calcinha e a fiz erguer os pés para tirá-la completamente. Ajoelhei-me à sua frente e beijei seu ventre. Fiz com que ela se encostasse à árvore e aproximei meus lábios de seu sex*. Ela se assustou e retesou o corpo.
-- O... que você... vai... fazer?
-- Fique quietinha... Abra mais as pernas, vai...! Você vai gostar... -- Eu estava babando e ela ali dificultando as coisas.
-- Não... Sylvia! Ahh! Meu... Deus!... -- Suas pernas se abriram e ela gem*u gostoso quando abocanhei por inteiro sua vagin*. Ela mantinha uma mão segurando o vestido e a outra acariciando meus cabelos. Quase morri ao sentir aquela delícia em minha boca. Meu coração disparou tanto que achei que fosse enfartar. Ela era deliciosa, gostosa demais! O cheiro e o gosto eram suaves e saborosos. Percebi naquele momento que não conseguiria mais viver sem provar daquele néctar. Se dependesse de mim, tomaria doses diárias daquele manjar dos deuses, mas eu já sabia que iria amargar e muito para conseguir de novo.
Deixei minha língua brincar num vai e vem delicioso por todo o seu sex*. Lambia, beijava, penetrava e sugava-o todo. Era tão quentinha, macia e doce a vagin* dela. Gemi deliciada. Meu sex* doía de tanta excitação e eu apertava as pernas, pois sentia que meu orgasmo estava se aproximando. Ela mexia os quadris para a frente e para trás e, instintivamente facilitava o meu acesso àquele rachinho maravilhoso. As mulheres não sabem o poder que tem entre as pernas. Meu Deus, quantos impérios não já se sucumbiram por causa de uma vagin*! Henrique VIII que o diga.
O orgasmo dela me atingiu em cheio e minha boca foi brindada com seu jato quente e suculento. Ela ejaculou deliciosamente em meus lábios e eu, maravilhada, bebi todo o seu mel. Segurando fortemente a minha cabeça ela continuou a rebol*r na minha boca e a gem*r dengosamente e foi aí que eu percebi que ela era agraciada com orgasmos múltiplos.
-- Ai Sylvia! Ai...
Ela me apertou mais de encontro ao seu sex* e, ao sentir seus espasmos diminuírem, me afastei vagarosamente e me ergui amparando-a. Coloquei uma mão na sua vagin* e acariciei o seu clit*ris, sentindo ainda seu corpo tremer em meus braços. Ela me enlaçou pelo pescoço e me apertou. Começou a chorar. Amparei-a melhor para que não caísse e ficamos abraçadas até que nossa respiração voltasse ao normal.
-- Não fique assim, meu amor! Não chore. -- Tomei-lhe os lábios novamente e calei seus soluços num beijo terno e quente.
-- Não devíamos... ter feito... isso! -- Me olhou bem dentro dos olhos e afastando-se de mim, sentenciou:
-- Isso não... não vai mais... acontecer!
Deu-me as costas e saiu correndo.
Lágrimas desceram pelos meus olhos. Deixei meu corpo escorregar para o chão. Vi sua calcinha caída e a peguei levando-a ao nariz. Aspirei o seu perfume e colocando uma mão dentro da calça, extravasei mais uma vez o meu desejo louco por ela.
"Ah! Júlia! Minha Júlia! Você é gostosa demais! Não vou me contentar só com essa vez! Pode ter certeza disso! "
************
Júlia entrou correndo em casa e se fechou no seu quarto. Jogou-se sobre a cama e se pôs a chorar. Ainda sentia os lábios de Sylvia em sua parte íntima, e o fogo abrasador do desejo a consumia de forma selvagem. Virou-se de costas e pôs um braço sobre a testa, mordeu os lábios e, numa vã tentativa de desviar o pensamento dos momentos sob a árvore no quintal, gem*u ensandecida, recordando-se do êxtase quase insuportável que sentira nos braços da enteada. Ainda sentia, grudado ao seu, o corpo esguio dela. Corpo que se tornou praticamente parte do seu próprio corpo. Corpo quente, macio, cheiroso e extremamente magnético, atraente, que a levou ao delírio, numa alucinante excitação, numa onda esmagadora de prazer. Rolou na cama abafando um grito, devido as contrações que lhe pressionavam o ventre e ensopava suas pernas com o líquido quente e viscoso. Sem mais aguentar levou uma mão entre as pernas e mergulhou no fogo intenso que lhe ardia o corpo. Enquanto deslizava os dedos pelo sex*, sentia os lábios e a língua de Sylvia devorando-o. A sensação era tão intensamente prazerosa que ela começou a gem*r baixinho o nome da enteada e, não suportando mais, deixou o grito escapar de seus lábios. Se não fosse a música que soava alta pelo jardim da casa, ele seria ouvido muito ao longe.
Júlia despencou do êxtase e abandonou o corpo mole encolhendo-se sob os lençóis sussurrando baixinho: Sylvia...! Sylvia...! Sylvia...!
********
Quase uma hora depois eu voltei à mesa em que havia deixado Augusto, mas não o encontrei mais. Fiquei sabendo por dona Dulce que ele havia se recolhido.
-- Ele estava bastante afogado em vinho e cerveja, minha querida.
Aceitei um copo de vinho que ela me ofereceu e partir em busca de Júlia. Não quis perguntar a ela sobre a sobrinha, com receio de que ela desconfiasse de alguma coisa. Com certeza ela não desconfiaria de nada, mas quando se deve sempre se teme.
Visitei diversos cômodos da casa até que, quando abri a porta de um quarto, me deparei com a babá e Antenor numa cama de casal. Sai devagarinho me sentindo feliz por constatar que Júlia, com certeza, estaria sozinha em algum daqueles quartos. Depois de abrir mais algumas portas a vislumbrei deitada sobre uma grande cama de casal. Entrei devagarinho e tranquei a porta. Ela estava dormindo, pois não fez nenhum movimento quando me deitei às suas costas. Ela estava de lado, toda encolhidinha. Puxei o lençol, bem devagar e a enlacei pela cintura. Quase morri de felicidade quando ela fungou e se aconchegou mais em meus braços e sussurrou meu nome:
-- Sylvia...! Sylvia... !Meu... amor!
A apertei mais e então ela acordou. Deu um pulo e se virou de frente para mim. O quarto estava com a janela aberta e recebia apenas uma fraca luminosidade das luzes espalhadas pelo jardim.
-- Como... Como você... entrou aqui?
Eu me sentei recostando-me na cabeceira da cama e respondi.
-- Por onde mais, a não ser pela porta?
Ela colocou as duas mãos no rosto e meneou a cabeça:
-- Por favor... É melhor você... sair, Sylvia.... Alguém pode... entrar... Minha tia pode... entrar.
--Sua tia está entretida demais com a festa. Não deve nem estar se lembrando de nós duas.
-- Mas... Mas eu... não quero você... aqui. Quero dormir... Eu estava dormindo... E...
Eu sorri e fazendo uma cara sapeca, segurei suas mãos e me aproximei bastante dela:
-- Eu sei que você estava dormindo. Estava dormindo tanto que sonhou...
-- Sonhei? -- Ela sorriu com deboche -- Não vai me dizer que adivinha sonhos alheios?
Aproximei meus lábios dos dela, num leve roçar. Para minha felicidade ela não recuou, apenas arregalou um pouco os olhos.
-- Não meu amor... Eu não adivinho sonhos alheios. Só que você fala enquanto dorme.
Ela abriu mais os olhos e seus lábios tremeram.
-- O... O que ...eu falei?
Segurei seu rosto entre minhas mãos e deixei meus olhos se deleitarem naquele semblante lindo, perfeito.
-- Você falou o meu nome, meu anjo. E ainda me chamou de meu amor.
Aproximei meus lábios novamente, mas ela se esquivou dessa vez. Eu a segurei pela cintura e acabei por cair sobre ela. Posicionei seus braços acima da cabeça e ela virou o rosto de lado para não me encarar.
-- Fique tranquila, Júlia. Eu não vou lhe forçar a nada. Jamais vou lhe obrigar a fazer alguma coisa que você não queira.
Ela me olhou. De seus olhos corriam lágrimas e seus lábios tremeram. Tive que fazer um esforço sobre humano para não beijá-la.
-- Acho que precisamos conversar. Não há como negar que estamos envolvidas. Por mais que você não queira admitir, uma ligação muito forte entre nós está crescendo a cada dia.
Soltei-a e tornei a me sentar, recostando-me na cabeceira da cama.
Ela sentou-se do outro lado e ficou muda, esperando que eu iniciasse a conversa. Deixei meus olhos vagarem por suas mãos que se repousavam tensas sobre suas coxas, seus braços nus e belos; seu pescoço delicado e suave e, finalmente, seu perfil clássico e, extremamente atraente. Sempre que mirava aquele rosto, ficava extasiada, impressionada com sua beleza!
-- Como eu disse, Júlia, nasceu um sentimento muito grande entre nós duas e... e não podemos negar.... Eu...
-- Você... não pode... falar por mim. Acredito... que o que eu... sinta... seja apenas uma confusão... uma curiosidade.
Suas palavras saíram entrecortadas e, cortaram o meu coração. Ouvir aquela declaração daqueles lábios adorados foi como uma facada no peito. Senti como se pontas agudas me penetrassem a alma.
-- Compreendo que negue Júlia... afinal isso que está acontecendo é novo para você. Por isso é que está assustada. Mas... Mas, a forma como reagiu nos meus braços, indica muito mais do que uma mera curiosidade, uma mera confusão. -- Posicionei-me de frente para ela e segurei-a pelos ombros. Ela abaixou a cabeça. Aquele jeito fugidio, sempre se esquivando, estava começando a me irritar.
-- Por que não admite o que está sentido? Por que não se entrega a esse sentimento. Poderemos ser felizes juntas. Nada nos impede... Na...
Ela me olhou e seus olhos brilharam ferozmente.
-- Como tem coragem de dizer que nada nos impede? Esquece-se daquele trouxa do seu noivo? Eu não sei como ele não vê o que está acontecendo... Como nada nos impede, quando fica aos beijos com ele... Não entendo! Como pode... dizer que me deseja... que me quer... quando... quando vai se casar com aquele... aquele... com ele.
Percebi raiva, indignação em suas palavras, em seu tom de voz, em seu rosto crispado. Segurei-o entre minhas mãos e sussurrei extasiada diante daquela cena de ciúmes.
-- Se ficar comigo eu o abandono sem pestanejar. Eu não o amo. Amo você, meu amor.
Tomei seus lábios nos meus e, mais que depressa, ela segurou minha nuca e me puxou mais para si. Queria engolir minha boca, parecia querer engolir minha alma. Capturou minha língua e pôs-se a sugá-la com força, arrancando-me um gemido de dor e prazer. Puxei-a para o meu colo e nosso beijo se aprofundou mais. No entanto, quando mergulhei minhas mãos por baixo da sua camisola e acariciei suas coxas, ela enrijeceu o corpo e saiu do meu colo.
-- Não faça assim, Júlia! Não nos torture mais! Eu sei, eu sinto que você me deseja tanto quanto eu lhe desejo!
-- Não podemos, Sylvia! Não podemos!
Tornei a abraçá-la.
-- Volte comigo para São Paulo! Não tem por que ficar aqui. Venha morar na chácara, como meu pai queria. Eu quero você e Antenor do meu lado, para sempre.
Ela repousou a cabeça no meu ombro e chorou. Suas mãos acariciavam a minha nuca, meus cabelos.
-- É melhor não, Sylvia! Vou ficar aqui por mais um tempo. Depois... Depois eu volto para São Paulo.
Apertei-a mais e a coloquei de novo no meu colo. Beijei seu pescoço, seu queixo, seus lábios. O beijo foi terno, cheio de saudades, cheio de tristeza, de dor porque não podíamos gritar para o mundo que nos amávamos. Enquanto a beijava, puxei o cordãozinho da sua camisola e o laço se desfez revelando sua pele alva. Parei de beijá-la e deslizei meus lábios de encontro ao colo que se revelava para mim. Minha boca acariciava o início dos seios e quando senti aquela pele deliciosamente macia e quente sussurrei enlouquecida enquanto abaixava as alças da camisola.
-- Por favor... Meu amor... Não me impeça... Por favor...!
Ela gem*u e balbuciou meu nome baixinho. Foi o que bastou para eu continuar avançando por aquele corpo que eu amava loucamente.
Quando terminei de descer a camisola até a altura de suas coxas que estavam em volta do meu corpo e diante de meus olhos surgiu aquele perfeito par de seios, senti uma ligeira vertigem e minha boca encheu de saliva. Umedeci os lábios e os beijei vagarosa e delicadamente. A minha sede dela era tão grande que tinha que me controlar ao máximo, para não a machucar, pois a vontade que tinha era de possuí-la com selvageria, com toda a volúpia de era capaz. Passei a língua pelos bicos dos dois: um, depois o outro. Suguei-os extasiada, embriagada de tanto prazer. Ela gem*u mais uma vez quando minha boca se fechou sobre eles e, instintivamente, começou a rebol*r sobre meu colo. Com uma mão, firmei-a pela cintura e a outra deslizei para suas nádegas e, meu coração disparou feito louco, numa esmagadora excitação quando percebi que ela estava sem calcinha. Sem nem me dar conta, minha mão foi em busca do seu sex* e me deliciei quando o encontrei quente, molhado e pulsando. Parecia clamar loucamente por mim. Durante longos minutos enquanto minha boca se perdia em seus seios, meus dedos brincaram em sua vagin*. Queria memorizá-la nas pontas dos meus dedos. Queria conhecer toda a sua textura, todos os seus meandros, segredos e profundezas. Queria sentir o seu calor, sabor e perfume para levar comigo para sempre, mesmo para além da morte. Aquela mulher estava definitivamente em mim. Ela fazia parte da minha alma, ela circulava nas minhas veias, nas conexões do meu cérebro, nas interligações dos meus neurônios.
-- Entra em mim... meu amor!
Ela sussurrou com uma voz dengosa que fez o meu corpo todo latejar e tremer. Ela era sensual demais, feminina demais, fêmea demais. Eu enlouqueci completamente, se é que seria capaz de ficar mais louca de amor, de excitação, do que eu já estava.
Deixei meus dedos penetrarem sua vagin* num vai e vem delicioso. A maciez e calor das suas entranhas me aqueciam. As contrações mordiam os meus dedos que se movimentavam como se tivessem vida própria. Ela começou a se movimentar de forma mais intensa e seus gemidos dengosos inundavam meus ouvidos e percorriam por todo o meu corpo em direção ao meu sex* que latej*v* dolorosamente.
-- Sylvia... ! O... que você... está fazendo... comigo!
Meu Deus, ouvi-la gem*r daquele jeito, me chamar de amor e delirar aquelas palavras gostosas em meu ouvido, me fazia sentir transportada para um mundo até então desconhecido.
-- Júlia... Você me enlouquece! Eu... não posso... mais viver... sem você! Eu... te amo, meu amor!
-- Eu... também! Eu... também te amo, minha vida!
Aquela confissão tirou completamente minha razão. Deitei-a e me despi rapidamente. Em seguida a cobri com meu corpo de forma que nossos sex*s se encaixassem e dei início a uma dança cheia de tesão, desejo, loucura. Ela me olhava e seus olhos brilhavam de ternura, desejo e amor. Eu pude ler naquele mar azul que ela realmente me amava.
-- Quero você... na minha vida sempre... Júlia!
-- Oh! Sylvia...! Eu nunca imaginei... que fosse... tão gostoso...!
O gemido dela era delicioso. O simples fato de ouvi-lo era quase que suficiente para me levar ao orgasmo.
Nossos sex*s se beijavam num beijo molhado, quente e escorregadio. O cheiro do nosso amor atingia minhas narinas me deixando mais embriagada do que eu já estava. A melodia da fricção embalava a nossa dança de forma alucinada.
-- Ai amor... Eu estou... sentindo... sentindo... Sylvia! Que... Que delícia!
Ela disse com os olhos fechados e os lábios entreabertos. De repente eu senti sua boca se fechando sobre meus seios. Aquilo foi o suficiente para me levar ao ápice do prazer. Ouvi músicas divinas; senti-me transportada para além da terra; enxerguei luzes lindas e multicoloridas pelo quarto e uma energia, uma corrente de sensações deliciosas sacudiu o meu corpo fazendo-me dançar mais rapidamente sobre ela. Senti suas unhas cravarem-se nas minhas costas e seus lábios sugarem fortemente um dos meus seios. Ela se remexia sob o meu corpo de forma igualmente alucinada e, depois de mais alguns minutos, atingimos juntas o orgasmo mais delicioso que já senti em toda a minha vida. Meu corpo desabou sobre o dela e chorei. Chorei de alegria, de amor e por, enfim, senti-la inteiramente minha, pelo menos naquele momento. Não quis pensar no depois.
Ainda naquela noite nos amamos mais algumas vezes e na madrugada saí do seu quarto. Eu não sabia como ia ser dali para frente. Não concluímos nossa conversa e nem fizemos nenhuma promessa.
Fim do capítulo
Boa noite, meninas.
Não foi possível, apesar de ter dito que postaria dois capítulos por semana, postar antes deste domingo. Mas, vão aí dois capítulos, 9 e 10. Espero que continuem apreciando e muito obrigada pelos comentários. Vou respondendo-os na medida do possível.
Um beijo
Nicole
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Donaria
Em: 20/09/2018
Olá Autora...estou aqui a me deliciar com esse capitulo, finalmente essas duas resolveram se entregar a essa paixão alucinante e desenfreada....o bom e que a autora conseguiu desde o primeiro capitulo nos passar o descontrole de ambas, o fascinio e paixão de Sylvia, e o medo e amor de Julia, a quimica entre as duas é palpavel, e você tem escrito as cenas com maestria, to adorando a historia. beijos
Mariaravel
Em: 25/07/2018
Sylvia e Julia finalmente entregaram-se à paixão. Paixão vivida entre a razão e a emoção e entre o tesão e a sensibilidade...Esta dicotomia foi muito bem descrita por ti, as emoções delas passaram para este lado...Já é a segunda vez que leio esta história e continuo a deliciar-me com ela...Aguardando os próximos desenvolvimentos...Bjs
Resposta do autor:
Oi Maria,
Pois é, não foi possível, para elas, resistirem por mais tempo e Sylvia se verá, muitas vezes, entre a cruz e a espada. Júlia numa luta entre o desejo e os seus valores.rsrs.
Feliz que continue apreciando.
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AureaAA
Em: 24/07/2018
Autora querida!
Que delícia de capítulos,agora desencadeou de vez a paixão dessas duas...é um prazer reler esse romance
Resposta do autor:
Boa noite Aurea,
A paixão vai aumentar e chegar num ponto insustentável.rsrs
Bj e obrigada por apreciar.
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LuBraga
Em: 23/07/2018
Nicole, a sutileza com que você descreve o envolvimento dessas duas mulheres é de uma intensidade tão grande que chega a ser palpável! Tão profundo que doí (no bom sentido da palavra é claro,rs) e do nada me veio uma música da Nana Caymmi chamada Fruta Mulher....
Parabéns autora, no aguardo do próximo capítulo!rs
Bjs e ótima semana.
Resposta do autor:
Fazia muito tempo que não ouvia essa música. Ouvi agora. Linda demais e caiu muito bem no momento que elas estão vivendo. Vou disponibilizar o link no próximo capítulo, citando você, tudo bem?
Quando escrevi essa história, as palavras iam surgindo tão naturalmente que talvez seja por isso que pareçam tão palpáveis.rsrs
Agradeço suas palvras, Lu. É muito importante as leitoras comentarem, pois serve de estímulo para que continuemos a postar.
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patty-321
Em: 22/07/2018
Lindo e muito quente Sylvia lutou mas acabou se entregando. Bjs
Resposta do autor:
Ela bem que tentou, né? Mas a beleza e suavidade de Júlia jogaram sua resistência e racionalidade por terrra.
Bj querida e muito obrigada por apreciar este conto.
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