Capítulo 64
As três mulheres encaravam cada uma o seu cardápio em um silêncio ensurdecedor.
-- Humrum. -- Marina pigarreou deixando seu olhar desviar do cardápio para a mulher, que, por acordo, estava sentada a seu lado. Observando-a de forma discreta, viu que ela havia baixado o cardápio e olhava o celular, em seguida o jogou com certa irritação sobre a mesa. -- Algum problema? -- A pergunta de Marina foi realmente de cunho interessado.
-- Não, não. -- A outra respondeu a olhando por um instante.
-- Que bom. -- Marina disse mostrando um sorriso.
-- É, desculpa. -- A garota emendou fazendo Marina a olhar. -- Na verdade eu acabei de levar um furo de uma amiga. -- Confessou demonstrando chateação com aquele fato.
-- Humm. Chato mesmo. -- Marina disse após fazer uma careta em entendimento.
-- Pois é... -- A promotora a ouviu podendo notar pela primeira vez um leve sorriso nos lábios dela.
Caroline ouvia a tudo de forma atenta, enquanto fingia está empenhada em escolher o que comer naquela noite, bastante atípica, mas que estava ficando interessante a seu ver, no caso ouvir, pois ainda não havia tido a vontade de encarar a mulher que, sem explicação a tirava do sério.
-- Marina. -- Marina se apresentou simpática estendendo sua mão.
-- Lauren. -- Ela dizia seu nome pela primeira vez, fato que chamou a atenção de Caroline que, pela primeira vez, depois de sentadas ali deixou seu olhos buscarem Lauren e pela primeira vez pode vê-la sorrindo, sem o certo deboche presente nele.
-- Essa é minha amiga, Caroline. -- Marina disse e rapidamente Lauren seguiu o olhar na direção da loira em questão. Mas, Caroline não havia feito nenhuma questão de cumprimentar a outra mulher, fato que irritou sua amiga a fazendo reagir com a mesma indelicadeza.
-- Aii! -- Foi o grito que a policial soltou ao sentir o salto fino de Marina acertar sua canela sem pena. -- Humm. Caramba, dos infernos! -- Proferiu realmente sentindo a dor aguda, encarou Marina em indagação e raiva. Marina apenas lhe acenou a cabeça, mostrando um sorriso singelo em pedido de cumprimento a outra mulher. Caroline sabia reconhecer aquele olhar de fúria e desgosto por trás do sorriso, sabia que, para Marina, seus atos já estavam passando dos limites, reconheceu, pra quê? Pensou, não era uma mulher idiota, medíocre, mas estava demonstrando ser mediante seus atos, ou a falta deles... Levou mais uma vez sua mão a canela tentando amenizar a dor, em seguida, sentou-se direito tentando retomar uma postura correta, em todos os sentidos.
-- Humrum. -- Pigarreou. -- É isso aí. -- Caroline disse se referindo a outra como um cumprimento.
-- Tudo que tem a dizer? -- Marina indagou ainda insatisfeita com a atitude dela.
-- O que quer que eu diga? -- A loira questionou a olhando.
-- Um pedido de desculpas seria um ótimo começo. -- Lauren quem assegurou de forma firme ganhando a atenção de Caroline.
-- Desculpas pelo quê? -- Caroline a olhava em interrogação. -- Pelo que sei não fiz nada. -- Afirmou deixando sua costa encontrar o apoio da cadeira de forma despojada, sorriu sem desviar o olhar da outra.
-- Exato! -- Lauren disse também a olhando. -- O pedido de desculpas seria por não ter feito nada. -- Advertiu. -- É educado falar com as pessoas quando elas falam com você. -- Afirmou.
Marina sorriu gostando da atitude da mulher a seu lado, Lauren parecia ser o tipo de pessoa que não aceitava nada calada e sempre tinha um argumento, e naquele momento era ponto para ela, pensou.
-- Acontece que você não falou comigo, falou? -- Caroline questionou sorrindo, deixando seus braços apoiarem sobre a mesa olhando diretamente para Lauren.
Aquilo era um fato, lembrou Marina, ela quem as apresentou, 1 a 1 observou olhando de uma a outra, elas eram de personalidades fortes sim, evidentemente um começo difícil, mas conhecendo a amiga, aquilo era um aperitivo muito interessante, e Caroline não tardaria em baixar a guarda, era somente o tempo de ambas descobrirem as qualidades, por debaixo do orgulho e gênio forte uma da outra.
-- Você não me deu oportunidade, deu?
-- Talvez porque quando eu dei você veio com sete pedras na mão. -- A policial rebateu.
2×2 Marina se divertia com aquilo. Mas precisava intervir que já estava passando dos limites interessantes.
-- Wou! Calminha aí vocês duas. -- Se intrometeu. -- Será que dá pra gente ter uma conversa civilizada durante um simples jantar sem que vocês fiquem trocando farpas? -- Indagou sincera olhando de uma para a outra. Ambas desviaram os olhares em silêncio. -- Estão parecendo duas crianças birrentas tentando culpar uma a outra por coisas que nem vocês sabem ao certo. -- Notou e ganhou o olhar de ambas por alguns instantes. Em seguida Caroline e Lauren se encararam, ambas sabiam que a promotora estava certa. -- Será que podemos ao menos fazer os pedidos e comer em paz?
-- Tem razão. -- Lauren concordou, suspirou e buscou o olhar de Caroline. -- Me desculpa.
Caroline ficou a observando, pensando que, ambas também sabiam ser sensatas.
-- Tudo bem. -- Disse em aceitação do pedido de desculpas. -- E me desculpa também... Por todas as coisas que eu... enfim. -- A olhava em espera de alguma reação, no fundo queria entende-la, ela era enigmática.
-- Certo, página virada. -- Lauren disse e sorriu rápido.
-- Muito bem, agora são duas mulheres adultas e civilizadas, obrigada. -- Marina agradeceu e logo as três riram, cada uma com seus pensamentos.
-- Com licença, senhoritas, nossa sugestão em pedido de desculpas pelo ocorrido. -- O maître surgiu trazendo uma garrafa de vinho e três taças.
-- Sério? -- Questionou pegando a garrafa e notando que era um excelente vinho. -- Ah que lindo. -- Marina falou em agrado.
-- Servidas?
-- Ah pode deixar, eu sirvo. -- A promotora fez questão.
-- Tudo bem. -- Ele sorriu. -- Pedidos?
-- Certo vou querer uma salada de entrada. -- Marina olhava o cardápio. -- Esse prato do chefe combina com vinho? -- Questionou o olhando.
-- Perfeitamente, todos eles.
-- Maravilha, me traga esse e a sobremesa eu vejo depois. -- Finalizou.
-- Como quiser. -- Ele sorriu e olhou as demais mulheres.
-- Quero essa cenoura ao molho e também vou querer o especial do chefe.
-- Ah gostei, gosta de se aventurar no desconhecido. -- Marina disse rindo.
-- Talvez. -- Lauren sorriu e olhou Caroline.
-- Me traz essa sobremesa de morango. -- Caroline pediu e o homem anotou sem questionamentos.
-- Vai comer a sobremesa agora? -- Lauren questionou surpresa.
-- Por quê? Ah regras pra não fazer isso? -- Caroline a fitava em meio sorriso.
-- Não, é que... é.
-- Estranho. -- A policial se antecipou.
-- Diferente. -- Lauren corrigiu e sorriu.
-- É que quando vejo algo que gosto não quero esperar. -- Caroline advertiu e sorriu.
-- Interessante. -- Lauren proferiu arqueando a sobrancelha e sorriu.
-- E enquanto esperamos vamos experimentar essa belezinha aqui. -- Marina sorriu e habilmente retirou a rolha da garrafa já prontamente preparada para aquilo e serviu sua taça.
-- Aceita? -- Olhou Lauren.
-- Sim.
-- Sábia decisão. -- Marina disse sorrindo enquanto a servia. -- Você não. -- Disse olhando sua amiga que, riu sabendo do combinado.
-- Não pode? -- Lauren questionou curiosa olhando Caroline.
-- Hoje não. -- Foi a resposta curta da loira, até que de forma branda, observou.
-- É que hoje eu estou comemorando uma conquista e resolvi beber, e ela vai ser minha segurança e motorista. -- Marina explicou em seguida levou a taça a boca solvendo o delicioso sabor do líquido. -- Ótimo. -- Afirmou bebendo novamente. -- E você? -- Marina questionou.
-- Bom, eu não tenho motorista. -- Lauren confessou rindo e bebeu boa parte do vinho.
-- Vai dirigir? -- Marina indagou.
-- Sim.
-- Oh. -- Marina proferiu rindo, entendia perfeitamente.
-- Então já que não vai seguir as regras. -- Caroline disse ao observa-la beber. -- Sugiro ir com calma. -- Advertiu com sinceridade.
-- Não sou muito de seguir as regras. -- Lauren confessou a olhando, no fundo estava mais para provocando.
-- Deveria. -- Caroline proferiu a encarando.
-- Talvez. -- Disse olhando a taça em sua mão. -- Mas hoje não. -- Sorriu de canto, em seguida pegou a taça e levou a boca bebendo o restante do vinho.
Caroline que, até então a olhava sem nada dizer, riu franca.
-- Pode ser presa.
-- Só se me pegarem. -- Lembrou-a.
-- Isso é. -- Caroline teve que concordar. -- Mas não ser pega não anula o fato de que você está pondo sua vida e a vida de outros em perigo. -- Falou.
-- É isso aí também é verdade. -- Lauren concordou, lógico que sabia daquilo.
-- Ok, deixemos essa discussão sobre certo e errado de lado, por enquanto. -- Marina proferiu pegando a garrafa e servindo-se novamente. -- Se você ficar sem condições para pilotar, eu divido minha motorista com você. -- Afirmou olhando Lauren que riu olhando Caroline. -- Um brinde à nós. -- Marina disse erguendo a taça e bebendo o vinho, dessa vez bebia sozinha.
-- Ei não vai ficar bêbada você trabalha amanhã cedo, repique. -- Caroline advertiu vendo a empolgação da promotora.
-- Ahrhr. -- Marina esbravejou sabendo que ela estava certa. -- Então Lauren o que te trouxe aqui? Alguma coisa em especial? -- Questionou em expectativa.
Lauren sorriu, olhava a taça em sua mão enquanto a fazia de brinquedo e distração. -- Não, nada em especial. -- Levantou o olhar para as demais à mesa e continuou. -- A verdade é que uma amiga insistiu para vir aqui e pra variar resolveu me deixar esperando e deu bolo. -- Confessou.
-- Essa amiga... -- Marina disse olhando para Caroline que balançou a cabeça em negação, mas sem sucesso. -- É só amiga mesmo? -- Sorriu de canto.
-- Sim, apenas uma amiga. -- Lauren afirmou rindo, havia entendido perfeitamente o sentindo daquela pergunta. -- Digamos que uma idiota de amiga, mas somente amiga. -- Acrescentou fazendo Marina rir a vontade e Caroline internamente, pensando em como a outra desconhecida fora capaz de deixar Lauren ali sozinha. Ela não faria aquilo. O quê? Porque pensava naquilo? Se questionou dispensando tais pensamentos.
-- E vocês? -- Foi a vez de Lauren interrogar. -- O que comemoram? -- Resolveu olhar para Caroline.
-- O namoro virtual dela vai se transformar em pessoal, carnal. -- A loira disse em um tom brincalhão enquanto ria olhando Marina.
-- Sério? -- Lauren buscou Marina.
-- Não é exatamente um namoro... ainda. -- Esclareceu, em seguida resumiu rapidamente a sua história com Marcela para a mais nova conhecida ali presente.
-- Uau! -- Lauren proferiu achando incrível.
-- É. -- Marina estava verdadeiramente feliz. -- E graças a essa conquista, excelente claro, que nós estamos aqui, olha que interessante. -- Sorriu olhando da amiga para Lauren e bebendo novamente um gole do líquido.
-- Muito interessante, afinal eu não me lembro de já ter brigado veementemente por um lugar à mesa. -- Lauren observou e as três riram, pela primeira vez Caroline não conseguiu conter tal fato e a outra notou gostando daquilo.
O jantar transcorreu em sua maioria de forma passível. Vez e outras Caroline e Lauren iniciavam um certo atrito, mas recebendo a mediação de Marina, elas controlavam seus ânimos. E aos pouco iam conseguindo descobrir e redescobrir uma a outra. Fato este, que, ambas não podiam negar, despertava certa curiosidade em ambas. Mesmo que, ainda não confessassem a si mesmo, sabiam que a resistência ou a aparente incompatibilidade delas era o que despertava seus interesses e curiosidades.
-- Licença. -- Lauren disse levantando-se. -- Já volto.
-- Não vai fugir sem pagar a conta. -- Caroline avisou à fazendo olhá-la por um instante.
-- Só não roubar a minha carteira. -- Lauren retribuiu em uma piscada lhe dando as costas. A loira sorriu enquanto a observava.
-- Você está na dela e ela na sua. -- Marina proferiu olhando a amiga que, rapidamente a encarou. -- Embora vocês ainda não tenham notado isso.
-- Que idiotice. -- Caroline proferiu negando com a cabeça.
-- Na verdade, já notaram sim, mas nenhuma quer dá o braço a torcer. -- Marina completou, realmente notara aquilo.
-- Você está bêbada. -- A policial disse rindo.
-- Não. Eu estou levemente alegre, mas não cega. -- Marina afirmou e piscou em um sorriso. -- Te conheço Cá, você é sempre sincera em seus sentimentos, mesmo sendo uma aventura, você gosta do diferente, isso te instiga, desperta a sua atenção sempre. E Lauren é exatamente assim, ela não é comum, não pensa como você, e muito menos se deixa levar pela opinião dos outros, pela sua por exemplo, não se intimida, personalidade forte, ela e você, de primeiro momento é sim difícil saber dosar, aí que está o interessante, ambas vão ter que aprender a lidar com isso.
Caroline escutou a tudo com paciência enquanto refletia sobre as palavras de sua amiga, e ao final não soube o que falar.
-- Isso aí, reflita. -- Marina acrescentou dando dois tapinhas na mão da policial.
-- Ah porr* quier Mari, não consigo refletir com minha canela doendo. -- Caroline confessou para uma gargalhada de Marina. -- Vai ficar roxo, peste. -- Completou sincera, mas ria.
-- Que fique, assim você nunca mais vai agir como idiota, não na minha frente. -- Marina rebateu também com sinceridade e leve alegria.
-- Tá. -- Caroline sorriu dando um sinal em pedido da conta. No entanto, devido ao incidente anterior, o jantar delas ficou por conta da casa, como fora prometido.
-- Pensa rápido, Cá. -- Marina proferiu observando Lauren se dirigir até sua moto. -- Pede o número dela. -- Advertiu. Elas estavam na frente do restaurante.
-- Mari, me deixa, eu não vou pedir o número dela. -- Caroline disse sem certeza. No fundo tinha uma vontade em fazer aquilo, a garota havia demonstrado ser o oposto do que estipulara a ela durante seus primeiro contatos, mas deixaria por conta do destino, talvez elas se encontrassem novamente, algum momento inusitado, que, parecia ter se tornado uma característica delas, riu lembrando.
-- Aff, quanto orgulho enrustido. -- Marina proferiu em impaciência.
Caroline riu, pensando que, talvez, fosse apenas orgulho mesmo.
-- Ei, Lauren? -- Marina a chamou, para surpresa da loira que, ficou a observar a promotora andar até a fotografa, profissão revelada por Lauren durante o jantar. -- Me passa o teu número? -- Ela sorriu em pedido. -- Caso precise de uma fotografa ou apenas sair pra um jantar como esse de hoje. -- Justificou. -- Nunca se sabe. -- Completou rindo.
-- Verdade. -- Lauren sorriu, havia de verdade simpatizado com Marina. -- Estou sem cartão, pode anotar?
-- Claro. -- Marina afirmou pegando seu celular e anotando. -- Vou te enviar o meu também, precisando de uma promotora ou passear com uma nova amiga, só me ligar. -- Piscou em cumprimento.
-- Pode deixar. -- Lauren sorriu ligando a moto. -- Tchau Marina, foi um prazer. -- Proferiu e saiu sendo observada por uma sorridente Marina e uma loira que, ainda não acreditava na cara de pau da amiga.
-- Que foi? -- Marina riu ao ver a cara com que Caroline a olhava.
-- Vamos embora, tenho que pôr gelo na canela. -- Foi o que Caroline falou, e Marina gargalhou a acompanhando.
* * * *
Marcela andava de um lado para outro, sua ansiedade estava equilibrada com a felicidade e juntas estavam a deixando impaciente. Olhava para a saída de desembarque sem avistar quem desejava. Será que se adiantara demais? Se questionou. Não, notou olhando o relógio delicado em seu pulso, e então sorriu admirando o Buquê de flores na mão, foi ideia de sua irmã. Passou determinado tempo na floricultura até finalmente decidir pela junção de lírios brancos e rosas vermelhas, o resultado ficara realmente belo, observou. E quando ergueu a cabeça, seu coração reagiu drasticamente, avistou finalmente quem esperava. O barulho do músculo era tão alto que tinha quase certeza que ele poderia ser ouvido por outras pessoas. Ao contrário do que havia treinado por horas antes de estar ali, Marcela não conseguia agir de nenhuma forma sistemática. Não conseguia sair do lugar, suas pernas não a obedeciam, seus lábios sorriram em alegria e encanto, notou, mas nada disso era operado por controle dela. Marina ainda não havia lhe visto, observava ela parada enquanto tranquilamente percorria o olhar pelo local, olhar que, infelizmente, ainda não estava na sua direção. Conscientemente sabia que o buquê em suas mãos, frente ao corpo era um arranjo delicado. Mas inconscientemente em nervosismo, suas mãos apertavam com certa força a base dele. E para seu aliviou e ao mesmo tempo desespero os olhos da bela mulher lhe atingiram como flechas na alma, a promotora lhe sorriu plenamente e lhe acenou a mão. Queria retribuir, porém foi incapaz, seus ouvidos latej*v*m alto devido ao descontrole da máquina em seu peito e esse ato aumentava à medida que, via Marina desfilar lindamente em sua direção.
E sua chegada trouxe sensações eternas, o cítrico adocicado que emanava dela seria o perfume de sua memória. A segunda marca plausível de que Marina estava ali, na sua frente, poucos centímetros as separavam. Era a primeira vez que a via daquela forma, tão perto, de forma real. Sem pressa, Marcela olhava os detalhes do cabelo em corte moderno, em alinhados revoltosos, sorriu, os olhos dela refletiam a sua imagem sorridente, as pupilas dilatadas era uma sensação única que jamais sentira na vida, o rosto era forte e ao mesmo tempo suave, notou feliz, queria sentir, e sem que tivesse controle de suas vontades e corpo, sua mão seguiu alcançando o queixo de Marina, dedilhou até o rosto deixando sua palma tocar a pele macia e quente dela. Marina fechou os olhos em deleite, suspirou maravilhada, a mão da outra era delicada e tremula lhe acariciando o rosto, queria sentir aquela sensação eternamente, sabia que jamais esqueceria.
-- Oi. -- Elas disseram juntas, sorriram.
Os olhares eram tímidos e felizes por estarem finalmente juntas.
-- São lindas. -- Marina disse notando as flores, o sorriso sempre nos lábios.
-- O quê? -- Marcela estava mergulhada na sensação daquele momento.
-- As flores. -- Marcela sorriu a olhando nos olhos, achava-os mais lindos, assim, de perto.
-- Ah. -- A loira lembrou se atrapalhando um pouco, como fora esquecer do óbvio? -- São para você. -- Sorriu sentindo o coração palpitar excitado.
-- Eu aceito esse desafio. -- Marina disse ao receber o buquê, sorriu enquanto que, com calma absolveu o cheiro das flores deixando seus olhos admirar a bela visão da mulher que lhe sorria. -- Perfeita! -- Falava de Marcela.
Então elas não falaram mais nada, apenas seguiram juntas, com olhares tímidos, cheios de anseios em viver cada instante na presença uma da outra, tentando observar cada detalhe.
-- Uau. -- Marina disse olhando a enorme suíte enquanto deixava a mala de lado.
-- Então, gostou? -- Marcela a olhou em acanhada expectativa, ela mesmo havia reservado com todo carinho.
-- Ele de fato é excelente. -- Marina falou e caminhou até Marcela a fitando de forma insistente, sorriu. -- Mas a sua presença é que faz tudo ficar esplêndido. -- Afirmou deixando sua mão alcançar o rosto de Marcela, se permitindo aquela maciez doce e quente. Sentiu seu coração aquecer e acelerar em reação ao toque, ao olhar, a proximidade, todo seu corpo reagia aos mais simples gestos da outra mulher.
Marina a admirava entorpecida, seus olhos encaravam os de Marcela em uma felicidade e certa ansiedade. Estavam tão próximas e ao mesmo tempo distante, queria mais, seus lábios gritavam em desejo de tocar os outros ali, ao seu alcance, como sonhara por tantos dias, seu corpo todo latej*v* naquele pedido, mais contato... Em estímulo da vontade a mão esquerda dela pousou na altura da cintura de Marcela e, assim, fez seus corpos se aproximarem em um atrito sutil. Marcela suspirou entrecortada, seus lábios estavam próximos, sabia, sentia, via, e um beijo era tudo o que mais queria, soube ao encarar os lábios de Marina.
-- Marina... -- Marcela proferiu voltando a encarar os olhos em um pedido.
-- Não falar nada, por favor. -- Marina pediu rápido com medo de ser repelida. -- Eu...
E a frase foi calada com os lábios ansiosos e sedentos de Marcela nos seus. Finalmente seu sonho se tornara real. O sabor era mais delicioso do que imaginara, a textura macia e carinhosa daqueles lábios eram sugados pelos seus em uma lentidão delirante.
Marina sentiu quando as mãos da outra lhe tocaram a nuca em uma puxada para mergulhar no Paraíso, a boca de Marcela. Seu coração bateu ainda mais forte, permitindo a mais deliciosa invasão da língua molhada lhe preencher o íntimo cheio de prazer e desejo. Ambas bailavam mergulhadas em uma entrega que despertava as mais diversas emoções. Alimentando a sede que tinham em provar daquele sabor e libido dos corpos, nem notaram que percorreram o pequeno espaço em direção à cama.
Marcela só se deu conta quando sentiu-a atrás de si tendo seu corpo caindo na mesma.
-- Não. -- Disse interrompendo o beijo. -- Espera. -- Encarou Marina e levou a mão a boca, posteriormente deslizando para a nuca, sentindo um calor repentino, levantou-se rapidamente se afastando de uma Marina que, até então, estava sentindo a mesma confusão.
-- É...
-- Eu...
Elas começaram a falar juntas.
-- Desculpa...
Pediram juntas igualmente. Marina sorriu e Marcela a seguiu, e assim ficaram se olhando a certa distância, precisavam recuperar o fôlego e o raciocínio.
-- Vamos com calma, está bem? -- Marcela lembrou quebrando o silêncio entre elas.
Marina sorriu e acenou a cabeça em um sim, depois, caminhou até ela guiando sua mão ao seu rosto.
-- Vai ser como você quiser. -- Marina afirmou se aproximando mais até a envolver em um abraço com a mão livre agora na cintura de Marcela. Os olhares seriam retilíneo, se não fosse pela leve diferença de altura delas. Marina era suavemente maior.
-- Eu ia te pedir um beijo. -- Marcela lembrou sorrindo.
Marina abriu um sorriso sedutor, a recebendo em um abraço terno cheio de sentimentos e efeitos. Ambas ainda respiravam forte e podiam sentir os batuques dos corações um de encontro ao outro. O abraço delas era suave, enquanto aproveitavam o calor, o toque o carinho o cheiro a emoção o prazer, desejo, sentimentos de finalmente estarem presentes no abraço, nos braços de quem mais almejavam.
-- Eu te daria de qualquer jeito. -- Marina confessou fazendo com que a loira procurasse seus olhos. Riram e sorriram cúmplices. -- Tudo o que eu queria era isso, ter você comigo. -- Confessou em franqueza e a abraçou de novo com uma saudade, gesto que deixou Marcela surpresa de início, no entanto, sorriu simplesmente amando todas as sensações, desfrutando e retribuindo aquele ato. -- Ah como é bom te ver assim de perto, te tocar, sentir o teu calor, teu corpo no meu, o teu cheiro. -- A promotora confessava sem reservas e sem mentiras. E em cada palavra que escutava, Marcela sabia que era verdadeira e aquilo aquecia o seu coração o fazendo bater mais forte por um motivo, por um alguém, sorriu apertando aquele abraço, um laço físico e emocional, precisava se sentir segura, protegida, feliz novamente.
-- Aii. -- Marcela soltou um gritinho ao ser levantada e logo girada por Marina. -- Para, vamos cair. -- Disse rindo, mas estava realmente com receio daquilo.
-- Só se for... -- Marina ainda as rodou mais um pouco e as jogou na cama. -- Aqui! -- Riu enquanto olhava a loira sobre ela.
-- Ah sua maluca! -- Marcela repreendia sem esconder que estava gostando de sentir aquela leveza e alegria do momento.
Elas riram e de repente o riso deu lugar ao silêncio, os olhares conversavam entre si e a vontade de ambos foi atendida sem demora, o beijo, e nele elas experimentaram com calmaria o sabor dos lábios tocados com ternura e sinceridade.
-- Não. -- Marina se negou a encerrar o beijo, voltando a capturar a boca de Marcela que, riu, voltando a se entregar ao mesmo sem resistência.
Elas não souberam medir o tempo que ficaram ali, entre confissões, beijos e carinhos, era um momento delas, sem malícia ousada de ambas as partes.
-- Ok. Vamos levantar. -- Marcela disse fazendo menção de sair.
-- Ah! Por quê? -- Marina questionou a impedindo.
-- Porque não podemos ficar aqui o dia todo. -- Marcela argumentou a olhando.
-- Claro que podemos. -- Marina afirmou a fazendo rir. -- Por mim podemos ficar assim o dia todo. -- Alegou e lhe deu um selinho, sorriu. -- O final de semana todo. -- Acrescentou e novamente a beijou. -- A semana toda... -- Repetiu o mesmo ato. Marcela apenas ria adorando os carinhos que ela lhe dava.
-- Mas, isso não vai acontecer, porque tenho um plano pra hoje. -- Marcela lembrou conseguindo sair da cama sem que a outra a impedisse.
-- Humm. -- Marina proferiu a olhando em expectativa. -- Esse plano aí, inclui muitos beijos nessa sua boca deliciosa? -- Perguntou sem nenhuma vergonha.
Marcela abriu a boca em surpresa e riu sem saber como agir de imediato, Marina era imprevisível às vezes.
-- Que sem vergonha você hein? -- A loira elaborou depois, mais à vontade.
-- Sou. -- A promotora afirmou sentando-se na cama. -- Mas só com uma loira muito linda, de boca deliciosa. -- Levantou indo até marcela que sorria e a beijou. -- Mas confesso que estou curiosa sobre esse plano. Mesmo que não tenha muitos beijos. -- Sorriu.
-- Nada exuberante, portanto, não coloque expectativa demais. -- Marcela disse e piscou rindo. -- Que aliás por sua culpa eu não tive nem ideia sobre o que planejar. -- Lembrou.
-- Minha? -- Marina estava surpresa.
-- Sim, não respondeu nenhuma das minhas perguntas investigativas. -- Avisou.
-- Ah isso. -- Marina riu lembrando. -- Propositalmente. -- Avisou. -- Porque eu quero conhecer, seja o que for, a seu modo. Surpreenda-me. -- Marina disse a deixando novamente em outro silêncio surpreso.
-- Espero que seja para melhor. -- Marcela disse e riu sendo acompanhada por Marina que a entendia bem.
-- Será. -- A promotora afirmou, internamente sabia que ir até a esquina ao lado dela seria incrível.
Fim do capítulo
Hello Meninas! Ai vocês dizem... Que hello o quê!? Hello nada não! Nem vem com esse papinho pra cá. kkkkk
Lindas, tive muitos atropelos durante esses meses. E peço desculpas por ter demorado tanto a atualizar. Nesse meio tempo, por alguns motivos, eu cheguei a pensar em excluir a história é só voltar com ela completa. MAS, não fiz isso, por outros vários motivos também. Recebi msgs de carinho, motivação, agradecimento, dentre outros. E quero agradecer a todas vocês por estarem sempre aqui comigo, por mais que eu demore e demore... Muito, muito obrigada mesmo! Li, leio e lerei todos os comentários de vocês aqui na história e são eles que me motivam a seguir em frente. Obrigada! A história irá ficar no site ATÉ O FIM! No Mais, não entrarei em detalhes. Respondendo a alguns questionamentos, Sim, eu estou bem, amores. E agradeço a preocupação de vocês. Como Sempre, escrevi com muita dedicação e carinho. Espero que tenham gostado. E de verdade não quero demorar para voltar a atualizar. Até o próximo capítulo! Grande beijo.
P.S: 2.3 de namoro meu amor! ????? Parabéns para nós! Eu amo muito você! ??’??
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