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Berta Descoberta por mcassolwriter

Ver comentários: 1

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Palavras: 1097
Acessos: 1098   |  Postado em: 15/07/2018

Capítulo 2

Detalhes que mudam tudo. Berta fazia força para tentar lembrar quando foi a última vez que sua mãe havia deixado-lhe em paz por tantos dias seguidos. Semanas sem batidas coléricas na porta do seu quarto, retumbando em sua cabeça como um tambor: "levanta!"

Mais de mês do mais puro silêncio à mesa do café da manhã, sem enxurradas matinais de micro agressões calculadas meticulosamente para atingir Berta onde mais lhe doía. Sem palavras mornas e amargas como o café que engolia a contragosto.

Uma trégua inesperada, e tudo graças a presença distante de Nina.

A bailarina era o detalhe que entrincheirava Berta, salvaguardando-a da afronta causada pelas palavras nocivas de sua mãe, sempre disfarçadas de conselhos, como frutas tóxicas cobertas de chocolate. "Digo isso para o seu bem." Era uma das coberturas doces preferidas da mãe de Berta, e por baixo a "cereja-do-inferno", a beladona disfarçada, "Ninguém gosta de garotas gordas, isso é sinal de desleixo."

Berta tinha em Nina o refúgio necessário para poder respirar. O foco havia mudado. Sua mãe usava suas artimanhas para descobrir mais sobre Nina. Berta sentia prazer em conversar com sua mãe sem sentir que precisava se desculpar constantemente sobre sua existência. Agora ela podia desfrutar o interesse de sua mãe em sua vida, mesmo que, na verdade, o fascínio era na bailarina estudando em uma das mais conceituadas academias de balé de Curitiba, e a curiosidade tinha como única finalidade descobrir como Berta conseguiu enganar a garota. Porque para mãe de Berta, somente ludibriando alguém para Berta conseguir que se interessarem por ela.

Berta não se importava. A sua frágil paz era só o que tinha em mente, e faria de tudo um pouco para mantê-la. Até mesmo Narbe parecia mais calma. Seu rubor se abrandava e já não acordava Berta no meio da noite com seu prurido insaciável.

"Você encontra todos os dias com essa garota, a bailarina?" Sua mãe perguntava.

"Quase todos."

"E onde se encontram?"

"Por aí. Ela gosta da Praça Dezenove de dezembro."

"E sobre o que conversam?"

"Sobre tudo. A Nina está com problemas na Academia, e eu tento ajudar."

"Como assim? Que problemas?" A mãe de Berta perguntava com brilho sádico no olhar, sua língua salivando com a possibilidade de se deliciar em descobrir que Nina, a bailarina, era realmente problemática, e isso explicaria como podia se interessar por Berta.

"Ela pensa que não vai conseguir um papel que tanto quer na próxima apresentação. Tem se esforçado tanto, mas a pressão tem sido muito grande." Berta disse, para o evidente desapontamento de sua mãe. Os obstáculos que Nina enfrentava, não eram fáceis de serem usados contra Berta.

"Que horas você vai sair?" Sua mãe perguntou, caminhando em direção a entrada do apartamento e pegando a bolsa e as chaves do carro de cima da mesinha de madeira que ficava ao lado da porta.

"Lá pelas 5." Berta disse em um tom um pouco mais alto que normalmente usa.

"Deixei um lanche para você levar. Para você e para Nina. Está na geladeira."

Berta não disse nada. Mal conseguia fechar a boca, estarrecida com o que acabara de ouvir. O som da porta da frente batendo e o silêncio que a engoliu.

Nunca, nos mal vividos 17 anos de Berta, sua mãe havia feito nada parecido, um gesto de carinho inesperado e surpreendente. Berta continuava olhando em direção a porta da frente esperando que sua mãe retornasse e corrigisse o seu erro ou mais de acordo com seu perfil, gargalhasse na cara de Berta "Você achou mesmo que eu tinha feito isso por você? Um lanche? Como se você merecesse qualquer coisa, não presta para nada." A voz da mãe que morava na cabeça de Berta conseguia ser ainda mais cruel que a mãe de verdade.

Berta saiu de seu quarto em direção a cozinha. Tinha que ver com urgência se isso era mesmo verdade. "Um lanche..." Berta pensou, e mentalmente agradeceu á Nina por estar em sua vida.

Berta abriu a geladeira e pegou um saco de plástico contendo dois sanduíches. Berta desembrulhou-os cuidadosamente, como alguém abrindo um pergaminho antigo. Respirou um fundo e fechou os olhos. Doía em seu peito, uma vontade de chorar. Narbe coçava. Berta sacudiu a cabeça, tentando expulsar a voz de sua mãe ressonando "Eu disse, você é patética em pensar que isso era para você. Está claro que é para alguém que realmente é importante o bastante, a Nina. Não você, seu traste."

Berta tinha os olhos marejados. Enrolou os sanduíches novamente e os colocou delicadamente de volta na geladeira. Estava claro que os sanduíches de atum eram para Nina, ela merecia esse carinho. Berta odeia atum, não pode nem com o cheiro.

Esses e tantos outros fatos ignorados contribuindo para que Berta se questionasse dia após dia, "O que me torna real? Se ninguém se importa comigo, eu realmente existo?" e sempre uma sensação estranha acompanhava esses pensamentos. Seu corpo parecia dormente, como se envolto por inúmeras camadas de plástico-bolha. Somente a dor longínqua em Narbe latejando toda vez que Berta a apertava, ancorando Berta a esse mundo.

"Preciso ver Nina."

Berta pensou e decidiu sair cedo, mal podia esperar para ver sua bailarina, sempre tão acolhedora, terna e plácida como chuva na primavera.

Subiu no ônibus que passava perto da sua casa, A03-Centro Cívico em direção ao terminal Cachoeira e encostou a cabeça no vidro. Não demoraria nem trinta minutos estaria com sua Nina, a única que a entendia.

Mal chegou na estação tubo da Praça 19 de dezembro e já avistou sua bailarina, ela usava sua maquiagem de praxe, rosto alvo e olhos negros. O fato de ser cedo na tarde lhes dava mais espaço, mais privacidade. Podiam sentar ali sozinhas, antes do burburinho da rush-hour e dividir momentos preciosos em que Berta sentia-se importante, real.

Berta aproximou-se de Nina, acariciou seu rosto em silêncio e sentou-se ao seu lado.

"Estou tão feliz por você estar aqui me esperando, Nina." Berta disse baixinho, puxando seu iPhone do Bolso.

"O que vamos assistir hoje?" Berta falou, dedilhando os links no youtube.

"Minha mãe fez sanduíches, acredita? Ela nunca fez isso antes." Berta cochichou ao ver alguém se aproximando e esperou calada até ele se afastar. Mesmo que para Berta, a Nina ao seu lado fosse tão real quanto suas cicatrizes, para os outros ao seu redor poderia parecer estranho a moça sentada na estação tubo sozinha, conversando com a foto de Natalie Portman no póster do filme O Cisne Negro.

"O que nos torna reais, Nina?" Berta perguntou a sua bailarina.

 

Detalhes que mudam tudo.

Fim do capítulo


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Comentários para 2 - Capítulo 2:
olivia
olivia

Em: 23/07/2018

Sabe, coita da Berta esta deprida que, esta tendo alucinação,e flagelação. Que mãe é essa? Autora minha linda, queria dar um colo para a Berta , vontade de chorar, imaginando a criatura toda encolhida ouvindo calavras perjorativas de pessoa que, deveria acolher!! Sua estória esta mexendo comigo, bom sinal ,significa, que vou amar cada capitulo! Bjs


Resposta do autor:

Espero que goste mesmo Olivia! :)

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