Doce Athena por Mari Rosa
3
Eu quase desisti de absolutamente tudo por ela.
Quase.
Viver em incertezas não é um feitio de um Deus.
Mas ela fora arrancada de mim, jogada nas profundezas dos Tartarus, por algo que não merecia.
Seu crime fora;
Me amar por absoluto.
Como nunca antes fora amada. Como nunca antes me senti amada. Principalmente como nunca antes fora adorada.
Suas curvas moldadas a minha, sua boca malcriada e inquieta sob os meus lábios e corpo. Minha guerreira era absolutamente tudo para mim.
Então, por que viver no quase?
Por que viver no quase, desistir de tudo e não de uma vez desistir de tudo?
Minha fraqueza estava lhe causando sofrimento, meu descuido por amar demais uma mortal, estava lhe causando dor e lagrimas.
E eu aqui covarde sentada em meu trono ouvindo Hermes se gabando das suas desventuras na terra.
Pouco me importava com o que ele fez ou deixou de fazer. Eu pouco me importava com qualquer um daquele Olimpo. Para mim, Crono podia vir e acabar com a existência de todos.
Por causa deles minha guerreira, minha amada e doce guerreira estava no Tartarus.
Seria tão absolutamente mais fácil culpar Poseidon, por ter me difamado contra o meu próprio pai. Poderia estar enfurecida com Hades, por ter permitido minha guerreira ser jogada limbo, no submundo escuro, asqueroso e insalubre.
Ela merecia os Elisios, ela merecia estar junto a mim. Sorrindo e enrugando o nariz a cada vez que contrariava ela.
Mas Deuses, eu tinha raiva principalmente de Zeus, meu próprio pai. Que permitiu tudo isso acontecer. Pouco se importou com as minhas colocações, dando a absoluta convicção que Deuses e humanos não poderiam ter relacionamentos afetivos.
Humanos eram súditos, humanos estavam lá em baixo para nos satisfazer.
O tirano Zeus.
Aquele hipócrita que por vezes desceu do Olimpo para se apaixonar por uma humana fraca e indefesa.
Se Hera soubesse...
Talvez os únicos que se importavam ali com minha situação era Afrodite – no qual era absolutamente obvio, afinal fora ela que aprovou meu amor com a minha guerreira. Ela permitiu que isso acontecesse, que nosso desejo e emoções crescessem cada vez mais-, Apolo e Artemis. Eles tentaram tomar meu lado na hora da decisão irredutível do meu pai. Mas tudo fora negado e eu ainda fui obrigada a ver um sorrisinho malicioso de Poseidon. A piada asquerosa de Hades, dizendo que iria se aproveitar dela com gosto.
- Humanas como aquela são tão raras. Eu imagino como deve ser o néctar dela. Será que sua guerreira me aguenta, Athena?
Eu avancei para o Deus do submundo em uma fúria, assustada até mesmo por Zeus.
Meu punho fechado descia contra seu rosto desprezível, cada vez mais forte. Eu sabia que ele não morreria, entenda, Deuses não morrem facilmente. Mas eu poderia machuca-lo e muito.
- Athena! – Eu ouvi o gemido de terror de Afrodite.
Quando dei por mim Hermes e Apolo me seguravam pelos braços usando muita força.
- Athena!! – Zeus veio enfurecido em minha direção.
Sua altura era capaz de tapar o sol, seus olhos brancos enfurecidos tremiam como trovões raivosos. Ele ergueu a mão e desceu contra o meu rosto.
O golpe foi tão forte que minhas pernas perderam a força e eu pendi para o peito de Apolo. Ele me segurou contra o seu corpo assustado e me apertou, parecendo querer me defender.
Eu queria revidar, Deuses, como eu queria, mas eu não podia, não agora.
Eu respirei fundo e me coloquei de pé.
- Volte para o seu templo e saia de lá quando eu permitir. – Zeus ordenou com sua voz grossa e fria.
Apolo me ajudou e juntos caminhamos para fora do Olimpo.
Ficamos parados na imensa varanda entre as nuvens.
A cidade lá em baixo começava a se iluminar com as fogueiras e tochas o sol começava se pôr.
- Eu tenho que ir, Athena. O crepúsculo acontecera daqui pouco. – Apolo resmungou baixo, ajeitando minha veste. – Você tem que se acalmar, ouviu? Não conseguira nada assim.
Minha cabeça ainda latej*v*, meu rosto queimava em dor e as dobras dos meus joelhos doíam.
- Eu tenho que tê-la de volta. – Cuspi com a cólera crescendo mais uma vez dentro de mim.
- Estamos falando em invadir Tartarus, Athena. Estamos aqui falando de Hades. Deuses, você tem ideia... – O Deus do sol passou a mão pelo cabelo brilhante vermelho e me fitou um pouco incerto.
- Eu tenho ideia sim e eu vou reavê-la. Apolo, ela pertence a mim. Ela me deu tudo o que nunca em minha imortalidade de súditos consegui.
- Amor... – A voz de Afrodite surgiu.
Eu e Apolo viramos imediatamente para os portões do Olimpo e a bela Deusa se aproximava.
- Você tem sorte. – Ela continuou.
- Não acho que seja tanta sorte, francamente Afrodite, olhe como ela está, olhe em que situação Athena se metera. – Apolo apontou para mim como se eu fosse uma criança inocente.
- Seja lá o que você for fazer, pegue-a. Sua guerreira não merece estar onde ela está. – Afrodite ignorou o comentário de Apolo e se virou para mim. – Você a ama, mas lide com as consequências.
-Irei. – Resumi.
- Isso pode custar tudo o que você tem.
- Que custe.
- Isso pode custar sua imortalidade. – Apolo continuou tentando ser mais pessimista.
- Prefiro viver uma vida inteira com ela, do que uma imortalidade vazia.
Foi assim que desapareci da vista de ambos os Deuses.
Agora, em meu templo vejo que o quase, não é o suficiente.
Eu abandonaria tudo pela doce guerreira.
- Leona, aguente, estou chegando.
Fim do capítulo
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- Sob a mesma Constelação
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