Capítulo 43 -- Não Ouse Me Tocar
A ILHA DO FALCÃO -- CAPÍTULO 43
Não Ouse Me Tocar
Com passos rápidos, Carol se afastou dele, mas só havia caminhado poucos metros quando ouviu sua voz grave perguntando:
-- Por que está fugindo de mim, princesa? Não está feliz em me ver?
Ela quase pulou de susto quando a mão forte prendeu seu braço, fazendo-a parar. Quando se virou já sabia que estaria diante da última pessoa no mundo que gostaria de encontrar.
-- O que você faz aqui? -- sentiu um tremor só de lembrar da última vez em que estiveram juntos -- Como me encontrou?
-- Mas o que está acontecendo? -- César zombava dela -- Viu algum monstro, ou algum fantasma?
-- Não temos mais nada para falar -- ela disse, tentando usar um tom tranquilo -- E agora vá embora, por favor.
-- O que é isso Andreia? Ou devo chamá-la de Carolina? -- ele sorriu e puxou-a para perto -- Você dizia que me amava loucamente. Quantas noites intensas de prazer tivemos, essas coisas não se apagam com tanta facilidade.
-- Prefiro não falar sobre o passado. O que passou não me interessa mais -- disse com firmeza.
-- Tem certeza? -- ele apertou o braço dela, deixando marcas vermelhas em sua pele branquinha.
-- Vá para o inferno! -- gritou Carol, enquanto tentava se afastar dele -- Me deixe em paz.
-- Não sem antes conseguir o que vim Buscar.
-- E o que é que você veio buscar? -- ela olhou, espantada.
-- Duas coisas -- ele deu um sorriso cínico -- Primeiro você; segundo a minha parte do dinheiro que vai arrancar da empresária.
-- Você deve estar maluco! Não ouse me tocar! Se colocar as mãos em mim, eu...
-- O que vai fazer? Pedir socorro a irmãzinha? Você pode gritar à vontade. Ninguém virá em seu socorro -- César ficou olhando para ela com raiva e desejo -- Minha cadelinha selvagem!
Antes que Carol pudesse se afastar, ele a tomou nos braços. Num gesto repentino, beijou-a de uma forma bruta e arrogante.
-- Socorro! -- Carol gritou desesperada.
-- Pode gritar a vontade sua piranha. Ninguém vai lhe escutar -- um sorriso maldoso cruzou o rosto do homem enquanto ele agarrava Carol com força. Ela abriu a boca tentando gritar novamente, mas não conseguiu. Ele apertava a sua garganta com uma mão, enquanto a outra deslizava pelo seu corpo.
De olhos arregalados e aterrorizada, foi jogada ao chão.
-- Não! -- gem*u enquanto se debatia e lutava na tentativa desesperada de se libertar.
Carol lutava inutilmente, César era forte, forte demais para ela.
-- Quando eu terminar você vai implorar por mais -- ele deu uma risada zombeteira e tomou-lhe a boca num beijo selvagem, enquanto ela se debatia, tentando fugir.
Carol entrou em pânico. Os olhos castanhos demonstravam pavor.
-- Gostosa! -- ele murmurou, deslizando sua língua molhada pelo pescoço dela. Queria aquele corpo a qualquer preço -- Estava com saudade de trans*r com você, minha putinha.
De repente, ouviram um cavalo relinchar e o forte ruído dos cascos do animal galopando velozmente, logo depois, um pisão forte na cabeça de César, interromperam os seus planos diabólicos.
O chute foi tão forte que o canalha soltou Carol e rolou para o lado, deixando uma grande mancha de sangue na areia.
-- Natasha! -- Carol chorava compulsivamente.
-- Eu vou te matar, seu desgraçado! -- Natasha atacou-o com chutes e pontapés violentos -- Vai pagar o que fez com ela.
-- Pare, pare -- ele rosnava -- A culpa foi dela.
Carol cobriu o rosto com as mãos, enquanto Natasha espancava o tarado covarde, que sangrava pelo nariz e boca.
-- Você vai aprender a nunca mais encostar essas mãos imundas em uma mulher indefesa -- Natasha continuou batendo no desconhecido até vê-lo quase inconsciente.
-- Chega, Natasha! -- Carol pôr-se de pé e aproximou-se da empresária, implorando para que ela parasse de bater no homem -- Acabou! Não vale a pena matá-lo.
Natasha enfim largou o corpo quase desfalecido no chão.
-- Ele a machucou, meu amor? -- Natasha abraçou Carol e enxugou as lágrimas que escorriam pelo rosto dela.
-- Agora estou bem, obrigada -- ela agarrou-se a Natasha com uma paixão confusa -- Obrigada! Obrigada por ter vindo -- ela falou num tom choroso, escondendo o rosto no pescoço de sua salvadora.
-- Quando percebi que você estava demorando demais, montei no Falcão e vim o mais rápido que pude.
Natasha não cavalgava assim de forma tão rápida há anos. Seu peito doía de desespero, sem saber o que podia acontecer com Carolina. Ela não conhecia o local, não conhecia o terreno e os perigos que estava correndo. Ficava com o coração em disparada só de pensar em como ficaria caso algo de ruim acontecesse a ela.
Colocou esses pensamentos de lado, pois felizmente tudo estava resolvido.
-- Quando vi aquele homem sobre você, senti vontade de matá-lo a pontapés.
-- Tive tanto medo. Fiquei horrorizada. Imaginando que poderia nunca mais ver vocês -- disse engolindo em seco -- Agradeço a Deus por ter-lhe enviado, Natasha.
Natasha abraçou-a com força, consolando-a. Passou o polegar por seu rosto, secando as lágrimas que rolavam.
-- Você está toda suja! -- comentou de forma carinhosa.
Andreia examinou a própria roupa. Seu vestido estava sujo e molhado, os pés descalços e o cabelo deveria estar um horror. Envergonhada levantou os olhos para Natasha.
-- Estou horrível, né?
Natasha a mantinha ainda abraçada, e pôs-se a acariciar os cabelos dela. Beijou-a na face, e deslizou os lábios até o ouvido dela.
-- Não se preocupe, você é linda até do avesso.
Com um gesto rápido, César se levantou e mesmo arrastando uma perna, saiu correndo. Natasha preparou-se para correr atrás dele, mas foi impedida por Carol.
-- Não vá. Fica comigo -- desesperada, pediu. Lágrimas inundaram os seus olhos.
-- Pensei que quisesse uma morte bem cruel para ele.
-- Lógico que não -- Carol ficou horrorizada -- Meu Deus Natasha!
Natasha pensou por algum tempo, depois pegou o celular, ligou para o Rambo e passou algumas instruções.
-- Pronto. O Rambo vai dar um jeito no camarada. Ele não vai muito longe a pé e machucado daquele jeito.
-- O que farão com ele? -- perguntou Carol.
-- Vou dizer para o Rambo jogá-lo ao mar -- pensativa, Natasha coçou o queixo -- Não posso esquecer de dizer para os rapazes fazerem a coisa bem-feita. Fico chocada quando leio nos jornais que foi encontrado mais um corpo boiando no rio. Será que ninguém sabe mais como usar um bloco de cimento?
Carol arregalou os olhos e abriu a boca.
-- Você não está falando sério, né Natasha? Não tem polícia nessa ilha?
-- Na Ilha Falcão, eu sou a lei -- Natasha bateu no peito, orgulhosa -- Mas não se incomode com isso. Amanhã eu decido o que faremos com ele.
Naquele momento, Carol sentiu o desejo irresistível de ser honesta. Aqueles dias de mentiras a estava destruindo. Decidiu contar definitivamente a verdade. Confessar-lhe que ela estava mentindo, mas que a amava.
Respirou fundo para afastar a vontade de chorar e começou:
-- Natasha, aquele homem é...
-- Não! -- Natasha colocou o dedo indicador sobre os lábios dela -- Já disse que resolvo tudo amanhã.
-- Mas, eu queria... -- insistiu, Carol.
-- Você passou por um momento muito traumático. Vamos deixar esse assunto para outra hora -- disse, caminhando até onde havia deixado o cavalo.
Carol balançou a cabeça e aproximou-se de Natasha.
-- Quer ir comigo no cavalo ou prefere que eu chame o Rambo?
-- Adoraria ir com você -- ela disse, feliz como uma criança -- Seu cavalo é lindo -- Andreia fez um carinho na cabeça do animal.
-- Falcão é um animal fabuloso -- concordou -- Está comigo a muitos anos, ele é o meu amigão -- Natasha pulou no lombo do cavalo, debruçou-se e lhe estendeu a mão -- Vem pule atrás de mim -- disse ela com a mão ainda estendida.
Andreia segurou a mão oferecida e com um movimento rápido, Natasha puxou-a para cima do cavalo, atrás dela.
-- Pronta para ir para casa? -- pegou as rédeas e se preparou para galopar.
-- Prontíssima! -- abraçou a cintura de Natasha com força e encostou o rosto contra as costas dela. Ela exalava o perfume de Natasha, um aroma que amava. Era leve e suave, era mais refrescante que a brisa que vinha do mar.
-- Você deve ter passado momentos de terror -- comentou Natasha.
-- Nunca orei tanto em minha vida -- Andreia fechou os olhos -- Acho que a minha fé lhe trouxe até aqui -- deu um sorriso rápido e acrescentou -- A fé remove montanhas, mesmo. Hoje tive certeza.
-- Até pode ser, mas eu prefiro dinamite.
-- Hã? -- Andreia não entendeu.
-- Nada, não -- Natasha respondeu com um sorriso divertido, ajeitou o corpo e olhou para frente -- Segura firme, vamos acelerar a cavalgada -- disse ela, com uma voz marota, antes de apertar as rédeas e saírem em disparada.
Mariana dirigia em alta velocidade em direção ao centro da ilha.
-- Seu imbecil! O que deu em você? Pensa que está no Rio de Janeiro? -- ela apertou o volante com mais firmeza para se certificar de que não deslizariam -- Você está na Ilha da Natasha. Aqui quem manda é ela, quem faz a lei é ela. Parou para pensar o que aconteceria com você caso eu não aparecesse para te resgatar?
César apenas balançou a cabeça e deixou escapar um suspiro.
-- Você estaria morto, seu idiota! -- ela deu um soco no volante -- Os seguranças dela, devem estar fazendo uma varredura por toda a ilha tentando te encontrar.
-- Aquela mulher parece o próprio demônio. Chegou distribuindo porr*da, nem tive tempo de reagir.
-- Panaca. Apanhando de mulher.
-- Dessa vez ela me pegou de surpresa, mas na próxima...
-- Se houver uma próxima vez -- Mariana comentou, séria.
-- Por que diz isso?
-- Você vai precisar se esconder muito bem. Natasha não vai sossegar enquanto não te encontrar.
-- Na sua opinião, eu devo sair da ilha?
-- De jeito nenhum. Nesse momento, as saídas da ilha já devem estar todas vigiadas.
-- O que faremos, então?
-- Não deveria, mas vou te ajudar. Vou passar no hotel, pegar as minhas coisas e me mudar para um chalé. Você vem comigo. Ninguém vai desconfiar de mim.
-- Lar doce lar! -- exclamou Carol, descalçando os sapatos e estirando-se no sofá.
-- Hum, hum... -- Natasha sentou-se no sofá ao seu lado -- Nunca mais faça isso. Não é seguro sair sozinha a noite para caminhar.
-- Desculpa, não sei onde estava com a cabeça quando fiz isso -- concordou, estava profundamente envergonhada -- Diga-me que não estraguei nossa noite -- Carol enroscou seus braços no pescoço dela e enterrou seu rosto em seu pescoço.
Natasha retribuiu o abraço apertando-a bem forte contra si.
-- Você não teve culpa de nada. Como poderia imaginar? É a primeira vez que acontece esse tipo de crime na ilha. Não vou deixar impune -- disse parecendo inconformada -- Vou caçar esse rato até no esgoto. Pode ficar tranquila.
Carol recostou a cabeça no peito de Natasha. Pensativa, a empresária afundou os lábios nos sedosos cabelos ruivos, sentindo sua suave fragrância.
Depois de alguns segundos de silêncio, Natasha, num gesto impulsivo, pegou a mão de Carol. Levou-a até os lábios e beijou-a demoradamente.
Era maravilhoso aquela proximidade. Carol permaneceu em silêncio, imóvel, torcendo para que nada estragasse aquele momento.
Natasha murmurou algumas palavras carinhosas, mas Carol não entendeu direito e nem respondeu. Estava tão relaxada que queria apenas sentir o contato da mão suave afagando os seus cabelos.
-- Carol, meu Deus! -- berrou Sofia, tão logo ela adentrou a suíte.
Estavam tão relaxadas que se assustaram ao ouvir a voz aguda de Sofia perguntando se havia algo errado.
Rapidamente, ambas se afastaram e seus olhares se encontraram. Carol, contra a vontade, desvencilhou-se dos braços de Natasha. Sentiu vontade de jogar Sofia pela janela.
-- Está quase amanhecendo. Preciso ir -- disse Natasha, se levantando.
-- Eu também. Tenho de arrumar as malas.
-- Vocês não responderam a minha pergunta. O que aconteceu? Você está toda suja e com arranhões pelos braços.
-- Eu estou bem, Sofia. Não é nada -- ela voltou à realidade.
-- Tem certeza? -- A amiga estava preocupada -- Espero que esteja tudo bem mesmo. Você parece em estado de choque!
Natasha se forçou a sorrir.
-- Ela foi atacada por um homem na praia.
-- Meu Deus! -- Sofia abraçou-a -- Ele te fez algum mal?
-- Felizmente Natasha chegou a tempo.
-- Sério? -- Sofia olhou para ela e deu uma risadinha -- Minha heroína -- disse em tom de deboche -- Não pensava que em um lugar maravilhoso como esse, corrêssemos esse tipo de risco. É desanimador.
-- O único lugar perfeito para morar é o Facebook. Lá todo mundo é bonzinho, respeita os animais, ama as crianças, não existe corrupção, e dizem bom dia e boa noite todo dia. Aqui nem todos são turistas que vem para a ilha para se divertir, alguns são bandidos infiltrados ou que chegam em barcos as escondidas e atracam em partes da praia que meus homens não conseguem interceptar.
-- Entendo. Infelizmente o mal está em todo lugar -- concordou Sofia, porém... -- Mesmo assim, a ilha é sua, então, a culpa é sua.
Natasha bocejou e espreguiçou os braços acima da cabeça.
-- Sinceramente, estou com muito cansada para discutir com você, testa de capô de fusca -- disse, inclinando-se sobre Carol e lhe dando um beijo no rosto -- O barco sai as três horas. Não se atrasem.
Assim que Natasha fechou a porta, Carol deu um tapa no ombro da amiga.
-- Sua estraga prazer!
-- Como eu poderia adivinhar? Devia ter colocado um aviso na porta: Não entre! Estou tentando seduzir a minha irmã.
-- Engraçadinha -- ela sorriu sem graça enquanto tentava recuperar o fôlego e controlar as emoções que a assaltavam.
-- Mas me conta menina. O que aconteceu?
-- O César era real e não uma alucinação. Descobri isso da pior maneira possível -- ela inclinou-se para trás no sofá e abraçou os joelhos -- Aquele monstro tentou me estuprar -- Carol sentiu um embrulho no estômago só de lembrar.
-- Meu Deus! Que criatura nojenta -- Sofia estava assombrada -- Não imaginava que esse cara fosse tão perigoso. Como você foi se envolver com uma pessoa tão inescrupulosa, Carol?
-- E você acha que eu sabia? Eles não trazem escrito na testa: Sou cafajeste. Parece que eles sentem o cheiro de mulher carente e vão aparecer no momento em que você estiver mais frágil, acredite nisso. O Sidney odiava o César, ele vivia me alertando, mas, ainda assim, eu o defendia com unhas e dentes.
-- Você contou a verdade para a Natasha?
-- Não consegui -- ela confessou, com um suspiro desanimado.
-- Oh, querida -- Sofia tocou no braço da amiga, com carinho -- Você nunca consegue.
Carol estava tão frustrada e exausta! Havia uma estranha dor rondando seu coração. Naquela noite, outra mentira passou sem ser revelada.
O carro deslizou com facilidade pelas ruas até estacionar em frente ao chalé escolhido por Mariana.
César olhou para ela e sentiu que algo estava errado.
-- Como você está pálida! O que aconteceu?
-- Rápido, pula para o banco de trás e se esconde -- falou apressada e nervosa demais.
-- O que...
-- Não faz pergunta -- ela berrou, agarrando o volante.
Um veículo, preto e grande, estacionou logo atrás e dele saíram dois seguranças. Um homem bateu de leve no vidro da janela ao lado de Mariana.
-- Abra a janela -- falou o segurança.
Mariana obedeceu e abriu um sorriso quando viu a face conhecida de Rambo.
-- Bom dia Rambo. O que está acontecendo?
-- Bom dia senhorita Mariana. Sinto muito pela abordagem -- Rambo se desculpou -- Essa precaução é necessária para garantir a segurança dos hóspedes.
-- Eu entendo.
-- O que faz por esses lados?
-- Troquei o hotel pelo chalé. Aqui terei mais privacidade -- Mariana sorriu esforçando-se para ser simpática -- Estou aproveitando a tranquilidade da hora para trazer as minhas bagagens que estavam no hotel.
-- A senhorita precisa de ajuda?
-- Não! -- ela respondeu rapidamente, até demais -- Obrigada, Rambo. Pode deixar que eu mesma guardo as bagagens.
-- Se prefere -- Rambo olhou ao redor, para se certificar de que tudo estava em ordem -- Tenha um bom dia, senhorita Mariana.
Logo depois, os dois seguranças entraram no carro e saíram cantando os pneus.
Mariana e César permaneceram em silêncio por alguns instantes, mas aos poucos a tensão foi sumindo até caírem na gargalhada.
Natasha deu um soco na mesa.
-- Seus incompetentes! Como vocês conseguiram deixar aquele moribundo fugir? O vagabundo mal conseguia andar.
-- Não sei como isso aconteceu chefe. O cara parece ter simplesmente evaporado.
-- Não faz essa carinha de ursinho Pimpão, Rambo. Não combina com você -- debochou Carolina -- Quando eu vi aquela meliante sair da festa caminhando pela praia como uma desorientada, logo pressenti que ia dar merd*.
-- Droga! Agora temos um estuprador livre e solto andando pela ilha. Isso é péssimo para a nossa reputação.
-- Não briga com ele chefa -- Leozinho deslizou a mão pelo braço musculoso, cobertos de pelos negros -- Dá até vontade de fazer um cafuné.
-- Dá vontade de fazer um cafuné, com um martelo -- disse Natasha, mal-humorada.
-- Aiii, grossa! -- Leozinho deu um tapa no ombro do segurança -- Vai lá querido. Continua procurando e dessa vez vê se não me decepciona. Seu fofo!
-- Só tem tamanho! -- Natasha resmungou -- Se eu não tivesse que levar a Carol até o barco, iria pessoalmente caçar esse animal.
-- Não se preocupe, Nati. O Rambo vai encontrar esse cara.
-- Espero que sim, Carolina. Minha ilha nunca registrou um caso sequer de violência contra as mulheres. Não vou permitir de forma alguma que esse absurdo se repita -- disse Natasha, bocejando -- Desculpa, estou morta de sono. Vou despachar aquela turma para a ilha Carolina, depois quero dormir o resto do dia.
-- Pensei que fosse mudar de ideia. Você e a Carol me pareceram tão próximas nos últimos dias -- ele suspirou profundamente -- Tadinha da Carol. Ela é tão doce -- Leozinho comentou, já esperando por uma reação tempestuosa da chefe.
Porém, por alguns instantes, Natasha ficou olhando para Leozinho, parecendo pensativa. Não esbravejou, nem fez cara feia. Apenas permaneceu em silêncio por mais algum tempo e, depois, comentou desanimada:
-- Confesso que pensei em perdoá-la. Esquecer essa ideia maluca de vingança...
Leozinho sentiu que Natasha estava fraquejando e que era o momento certo de salvar Carol. Mas... A verdadeira Carolina não estava nem um pouco disposta a facilitar a vida da ruivinha carioca.
-- Está louca? Nesse momento eles devem estar rindo de você -- Carolina andava pela sala como um tigre enjaulado -- Eu sei que me pediu para não se meter, mas não posso ficar de braços cruzados enquanto fazem a minha irmã de boba.
Natasha apertou os olhos com os dedos, enquanto uma confusão de pensamentos assaltava a sua mente. Carolina tinha razão. Não podia deixá-los impune, mas, por outro lado, seu coração doía só de pensar em fazer Carol sofrer.
-- Não se preocupe, Carolina. Ninguém mais vai me fazer de boba.
Meio entorpecida, Natasha se levantou. Ela nem tentou esconder a irritação. Sem mais uma palavra de explicação ou de despedida, abriu a porta e saiu.
Leozinho virou-se para Carolina e fitou-a friamente.
-- Não percebe que ela gosta da Carol?
Carolina respondeu com uma careta.
-- Por que não para de instigar e deixa as duas se entenderem? A Andreia foi convencida pela Marcela e pela Sibele a fazer parte dessa mentira.
-- Não acredito. Ela é gananciosa, interesseira. E não venha com essa história de que ela é a boazinha e os outros são os maus. Diga-me com quem andas e eu te direi quem és... Gente que não presta, gosta de gente que não presta. A lei da atração é assim.
Leozinho concluiu que Carol conquistou uma grande inimiga. Inimiga que influenciava demais nas decisões de Natasha.
-- Pode ter certeza, Leozinho. Farei de tudo para mandar essa pistoleira para a cadeia.
Como a viagem da Ilha do Falcão até a Ilha Carolina não levaria mais do que trinta minutos, Carol não viu motivos para se preocupar com os perigos da viagem. Juntou suas coisas e entregou para que o funcionário levasse até onde o barco estava ancorado.
Sofia abraçou a amiga e depositou um beijo demorado em sua bochecha.
-- Cuide-se Andreia. Pelo amor de Deus, não faça nenhuma besteira.
-- Não se preocupe -- Carol olhou de um lado a outro com a esperança de que Natasha ainda aparecesse para se despedir.
-- Natasha é uma bobona -- disse Sofia, percebendo a tristeza da amiga -- Mas, no fundo ela gosta de você.
-- Então por que ela não está aqui?
Uma lágrima rolou dos olhos de Carol. Nunca imaginou que doesse tanto amar e não ser amada.
Fim do capítulo
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patty-321
Em: 12/07/2018
Tá difícil tem Andrea. Se não fosse a verdadeira Carolina vc até teria uma chance.
Resposta do autor:
Olá Patty.
Nesse momento percebemos que Natasha está mais maleável. Ela está cheia de duvidas e sua ansia por vingança parece não ter mais sentido. A verdadeira Carolina a está pressionando e talvez esse seja o maior motivo dela seguir em frente com a vingança.
Beijos. Até.
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ReSant
Em: 08/07/2018
Pensei que essa irmã da Nat fosse legal, mas pelo jeito me enganei completamente com ela. Estou tão ansiosa pra ler mais
Resposta do autor:
Olá ReSant. Tudo bem?
Estou muito feliz por continuar aqui comigo. Sempre leio os comentários e dou muita importancia a eles. Sinta-se a vontade em opinar, critinar e dar ideias. Diga o que gostaria que a Natasha, Andreia, Carolina ou qualquer outro personagem fizesse. Quem sabe você não consegue convence-los a agir de forma diferente?
Beijão. Paz e Luz.
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Mille
Em: 07/07/2018
Oi Vandinha
Ainda bem que a Nat chegou a tempo de salvar a Andreia.
Olha vai chegar a hora que a Carolina não poder manipular a irmã porque o amor vai falar mais alto e a Natasha terá que enfrenta-la ou fazer a verdadeira Carolina gostar da Andreia.
Agora é enfrentar o desconhecido na nova ilha, e que eles saibam como ajudar uns aos outros para permanecer salvos.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Olá Mille.
Percebemos mudanças nas atitudes de Natasha. Aquela ansia de vingança parece não ter mais o mesmo sentido. O problema são as cobranças de Carolina. Ela está decidida a pressionar a irmã até que todos estejam na cadeia.
Beijos. Paz e Luz.
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NovaAqui
Em: 07/07/2018
Que crápula esse César. Imagina quando ele descobrir que Andreia está grávida? Jesus!
Partiu Ilha Carolina? Pensei que Andreia fosse se safar! Pelo menos o pai vai melhorando
Acho que a verdadeira Carolina vai denunciá-los e quando eles voltarem da ilha serão presos.
Abraços fraternos procês aí
Resposta do autor:
Olá NovaAqui!
Cesar está próximo de descobrir a gravidez de Andreia. Imagina o que vai acontecer.
No momento Carolina me parece o grande problema de Andreia. Ela tem grande influencia sobre as atitudes de Natasha e não vai descansar enquanto não ver todos na cadeia.
Beijos. Paz e Luz.
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