Capítulo 58
Laura~
A alegria não cabia em mim, sentei na cadeira ao lado do Ross, minhas mãos suavam de nervoso
- calma Laura - o falou
- estou tentando - dei um riso fraco. Meu coração zerou, quando a avistei na entrada da sala, não tinha respiração, batimentos ou pulsação em meu corpo. Só tinha ela em minha frente, e o meu corpo reagiu, com apenas uma lagrima que escorreu de meus olhos, ela sorriu e meus lábios também. Caminhava lentamente em minha direção, um oficial tirava suas algemas, parou na nossa frente. Não me contive, levantei-me e a abracei, abracei com toda saudade que eu tinha, com todo o amor que me restava. Ao sentir seu abraço, sua pele na minha, seu cheiro, que mesmo estando presa continuava o mesmo, meu coração voltou totalmente descompassado, senti o sangue voltar a correr por minhas veias e a pulsação voltar. Minha respiração era contida, tentava sentir seu cheiro, sentir seu toque, me controlei ao máximo.
- sem tocar - falou a voz rouca do oficial
- senhor - Ross levantou-se da cadeira passando por detrás de mim, e ficando de frente ao homem grosseiramente fisicamente - eu entendo que o senhor sinta saudades de alguém e só queira abraça-la, estou certo? - perguntou com cinismo
- sim, mas eu quero sem tocar - falou ele olhando pra gente.
- tudo tranquilo - estendeu a mão para o rapaz e vi um bolo de dinheiro em sua mão, que o oficial pegou
- tudo certo - mudou sua feição ao olhar pra gente - só não exagera - avisou antes de sair
- obrigada - falou Milena, sem tirar suas mãos das minhas.
- disponha - sorriu Ross - vamos... - apontou para as cadeiras.
- sim... - ajeitou-se na cadeira - o que conseguiu?
- Camila não quer fazer novamente o exame, o advogado alertou dizendo que seria um incomodo para a ela, que mexia muito com seu emocional, e você é culpada e que mexer nesse assunto a maltrata muito, então a juíza não tem muito que fazer, vamos esperar a boa vontade...
- que sabemos que não vem - interrompi o Ross
- sim... - falou consentindo comigo, ela simplesmente nos observava - a nossa, não digo única, mas melhor saída, é esse novo exame para a Camila, por causa dele que você veio parar aqui - batia o dedo na mesa - estamos reunindo novas provas, ela vai ter que pagar pela invenção dela.
Milena~
Enquanto Ross falava, eu não prestava atenção em uma palavra se quer dele, somente encarava aqueles olhos verdes que eu amava tanto, meus dedos alisavam suas mãos - irei dar um tempo a vocês - avisa Ross e logo se afasta.
- como você tá? - pergunta
- estou ótima, mas não importa, quero saber de você - falo com um riso
- o que? - coloca uma mexa do cabelo para trás e sorri, tímida
- como ta seu dia? Se, escreveu algo? O que comeu hoje de manha? Ou ontem, como passou a noite... se pensou em mim? - sussurrei a ultima e nós rimos. Aqueles olhos inconfundíveis olhos sorriram para mim
- meu dia ta ótimo, só não esta melhor porque você esta aqui, mas estar te vendo me alegra. E não, eu não escrevi nada. Hoje de manha comi uma salada de fruta e ontem eu nem lembro, muita coisa para pensar, a noite foi longa e fria, fazia, cama gelada, cobertor não esquentava e seu cheiro por todo o quarto - levei sua mão a minha boca beijei e ela sorriu - e sim, eu pensei em você, alias, eu penso em você 24h por dia, você dominou a minha vida, meu coração, minha mente. Sou sua - suspirou
- eu te amo - era a única coisa que eu conseguia dizer naquele momento
- eu te amo mais - sorriu e alisou meu rosto
- eu não mereço você - falo em um fiapo de voz
- não, não diz isso - segura meu rosto para encara-la - você me merece, somos uma da outra, eu lhe amo, isso não vai acabar com a gente - me deu um selinho - que saudade estava de seus lábios - sorrimos.
- eu também, e olha que faz uma semana.
- pra mim é uma eternidade - aperta minhas mãos
- nem me fale - rio fraco
- então me conta, dorme na cela com alguém?
- sim, Gina o nome dela...
- é bonita? - semicerra os olhos
- sabe amor, para meu gosto ela me parece uma ótima amiga, jeito machorrinha sabe, não faz meu estilo - rimos
- que bom!
- só me interesso por você - a encaro
- e as outras? - me sonda
- tento me manter o mais longe possível, só tem um grupo que eu gosto.
- qual? - estava amando aquela nossa nova conversa sobre minha nova vida
- o das velhinhas - rimos - elas não fazem nada a não ser conversar besteira, crochê, ou desenhar
- me parece um grupo legal, continue com elas - rimos - irei lhe tirar o mais rápido daqui - beija minha mão.
- eii, você ta bem mesmo? - pergunto
- quem deveria fazer essa pergunta sou eu. - força o riso
- mas eu só fico bem se você estiver bem, caso contrario não irei ficar nada bem.
- eu estou ótima - alisava minha mão. Encarei seu anel e o beijei - como eu te amo Milena - fala em um suspiro, eu a vejo tentar se manter forte e me corta o coração
- a visita acabou - avisou o oficial
Nós não falávamos nada, ficamos quietas uma olhando para a outra, as pessoas iam saindo e o Ross veio em nossa direção.
- casa comigo? - me faz o pedido
- an? - fico sem entender
- quero poder lhe visitar mais vezes, então casa comigo.
- meu amor...
- não dê a resposta agora, pense e me dê depois - levantou-se, me levantei e nos abraçamos - pense com carinho, estou com muita saudade de você, preciso de você - me abraçava forte
- irei pensar - gravava seu cheiro em minha mente - me promete que vai se cuidar?
- amor...
- por favor, se cuida, não para a sua vida, continue compondo, fazendo seu show, continue sendo você. Estou aqui, estou bem e viva, logo, logo eu saio.
- eu te amo, te amo, te amo...
- eu também meu amor, então se cuida - seguro seu rosto e a encaro - por mim, se cuida, coma bem, durma bem, viva bem, eu te amo - beijei seus lábios, sinto suas lagrimas invadir nosso beijo, abandono sua boca e beijo em cima de cada olho - fica bem - sorrimos.
- eu irei tirar você daqui - afirma
- eu sei, eu sei - lhe dou um selinho - Ross, obrigado - agradeço.
- não há de que, logo, logo você sai daqui - aperto sua mão, um oficial vem e me algema, vejo Laura sair chorando, feito criança e isso parte meu coração. Talvez casar-me com ela seria bom, teríamos mais tempo e a faria feliz.
Volto para a cela e Gina estava deitada
- e ai, falou com seu advogado? - mantinha os olhos fechado
- sim...
- o que foi? - levantou-se e me encarou
- ele veio com a minha Laura - sorri
- ai meu Deus que situação viu
- nem me fale, pense numa saudade - rimos - mas não vamos falar de coisas ruins, conte-me como pretende administrar esse restaurante...
La estava eu e Gina novamente fazendo planos para quando saísse da prisão, Gina sairia em dois anos e três meses, eu talvez em nove meses, só Deus saberia.
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Depois de duas semanas sem se ver, Laura vai me visitar na cadeia, vejo sua feição nada boa, mantínhamos contado por telefone.
- amor, o que ta acontecendo? - pergunto
- nada meu amor - sorri fraca.
- e por que não estou vendo brilho em seus olhos? - fico preocupada
- assunto de trabalho! - alisa minha mão
- tem certeza? - pergunto duvidosa
- sim, muita certeza - riu fraca - me conta do seu dia...
Conversávamos, mas minha preocupação era maior, não sabia o que fazer, ela não estava bem e não queria me falar, estava mais magra que o normal e mais pálida também. Nunca que iria me dizer o que tava acontecendo. Será que estava doente?
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Semana seguinte da ultima visita de Laura a cadeia, ela volta. Mais abatida que na ultima vez
- ta acontecendo algo my sweet angel? - pergunto apreensiva
- não meu amor - sorri - e ai, pensou em nosso casamento?
- querida...
- não Milena. Não quero adiar, quero me casar com você, quero poder ser sua mulher e ter alguns momentos entre a gente, estou sentido falta disso, eu quero você...
- amor... por favor, eu te amo, mas você merece mais...
- eu mereço você, não me importo de casar em uma prisão... - falava convicta, segura meu rosto, o seu banhado de lagrimas.
- mas eu sim - falo firme - você merece casar em um palácio, em uma praia, em algum lugar lindo e não nesse buraco, onde só tem coisas ruins - estava chateada
- eu te amo, sinto sua falta... - suas lagrimas caiam sem parar.
- eu também sinto, meu amor. Porem casar não é a saída - aliso seu braço
- e qual é a saída? - me encara contrariada
- ainda não sei, mas vamos achar alguma... - seguro seu rosto e lhe dou um selinho
- e se não achar? - seus olhos verdes me penetravam a mente - fazemos assim, pensa direito, pensa com carinho, quero poder toca-la, sentir que ainda esta aqui. Quando eu voltar aqui você me da à resposta - me da um selinho. Digo que há amo, e ela se vai.
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Ligo para Ryan, no mesmo dia que Laura foi me visitar, ele me informa que só poderia ir no outro dia.
- falou com seu amigo? - pergunta Gina
- sim, ele vem amanha - sento-me em sua frente, estávamos no refeitório.
- com licença - fala uma menina novinha, aparentava uns 18 anos no máximo.
- pois não? - Gina a encara com raiva
- eu não queria incomodar vocês, mas sou nova aqui, cheguei ontem e não sei onde sentar e nem com quem andar, mas vi vocês e queria saber...
- você não quer saber de nada - levantou-se mostrando que ia bater na garota, eu segurei seu pulso e a encarei
- Gina... deixa - falei paciente.
- como é seu nome? - pergunto ainda segurando o pulso de Gina
- Yumi - fala apreensiva
- prazer Yumi, sou Milena - estendo a mão para falar com ela.
- prazer Milena - ele sorrir e pega em minha mão com dificuldade, pois segurava a bandeja.
- Yumi, essa é minha amiga Gina - a encaro e vejo que não gostou nada disso - Gina...
- olá... - reponde sem nem olha-la.
- pode se sentar conosco - aponto a cadeira ao meu lado
- obrigado - fala contente
- então Yumi, porque foi presa? - pergunto interessada e vejo Gina revirar os olhos
- trafico de drogas. - fala rindo e a encaro
- olha Gina, do seu ramo - a entico e ela bifa revirando os olhos - me conte mais, foi pega em flagrante?
Yumi contava as aventuras de sua vida, acertei em sua idade, tinha acabado de fazer 18 anos, foi presa, porque seu namorado a deixou pra trás. Ela era uma típica japonesa, olhos puxados, cabelos pretos e longos, pele beeem alva, e sequinha, tava mais para um patinho desengonçado. Falava pelos cotovelos, a muito tempo eu não sorria como eu estava sorrindo com a Yumi, garota legal, porem, acredito que perigosa.
- e ai, não gostou da Yumi? - pergunto animada para a Gina, enquanto andávamos indo direção a nossa cela.
- serio? Você só pode estar de brincadeira comigo ne? - me encara incrédula
- por quê? - finjo não saber
- menininha chata, feliz demais, ri de tudo, conversa que nem a minha avó, não tem limites, fala tudo que vem na cabeça... quer mais?
- quero! - aceno um positivo com a cabeça
- acha isso pouco? - pergunta incrédula
- sabe o que acho? - pergunto após entrar no quarto
- nem to a fim de saber... - deita na cama.
Encosto meu rosto bem perto do seu, e sussurro em seu ouvido - isso é tesão reprimido...
- mas o que? - pergunta abrindo os olhos e me encarando - você é louca? - estava com raiva
- você acha que eu não vi o jeito que a olhou? Você a desejou... e cá entre-nos - a encarei - sei que ela não é meu tipo, porem, é gatinha - pisco pra ela e a vejo bufar, retornando a se deitar na cama.
Passei o restante daquele dia, enticando a Gina, gostava de vê-la irritada. A noite não tardou chegar, já que lá dentro os dias pareciam não passar. Acordei, fizemos o que era de costume e lá pelo final do dia, me avisam que eu tenho visita.
- Ryaaaaan - falo alegre, não o via tinha tempo.
- minha piranha favorita - me abraça contente - me conta, ta fazendo o que para esse cabelo esta assim divino?
- sabão de coco, conhece?
- aiiii - falou afetado e eu rir - Deus me livre desse mal, meus cabelos são muito bem cuidados...
- para o William puxar que eu sei!
- não espalha... - rimos - mas e você como esta? - pergunta
- estou bem, porem lhe chamei aqui para outra coisa...
- iiiihhh mona, solta logo ai - cruzou as pernas e sentou de ladinho.
- quero saber como anda a minha Laura?
- ela não veio lhe ver?
- vem, sempre estou vendo, porem quando pergunto como ela esta, ele mente, eu a vejo definhando e não posso fazer nada...
- não sei Milena...
- não sabe o que? Eu nem perguntei nada, ohhh viado
- olha, depois que você foi presa, a Laura não come direito, a Laura não dorme direito, nem trabalhar ela esta indo, só fica querendo correr atrás de lhe tirar da prisão...
- como é? - pergunto incrédula
- olha Mi, tentamos anima-la, mas ela não quer, os fãs dela passam força e tal, mas não resolve...
- ela não ta nem fazendo o que ama? - pergunto mais pra mim do que pra ele
- não! - afirma - olha, vive em pé de guerra com sua mãe... que cá entre nós Milena, sua mãe esta insuportável, ta humilhando demais a Laura.
- você ta brincando?
- queria eu amiga, mas ela esta sofrendo, não sabemos o que fazer, ela dorme com suas coisas, chora para dormir e acorda para chorar.
- ela ta tão mal assim? - meu coração estava miudinho
- eu lhe contando nem é de acreditar... ontem a Fa teve que empurra a sopa na boca dela, e a Isa ficou de olho pra ver se ela vomitava, porque ta precário o negocio.
- vou ter que tomar uma atitude. - falo convicta - diz ao Ross para ele proibir a entrada da Laura aqui, fala que ela só pode voltar aqui depois que melhorar que conseguir comer e voltar ao que era...
- vai ser difícil mona, e olha... esses dias, quase não se aguenta em pé, só faz chorar e se hidratar nada. - me dizia
- pois bem, fale com o Ross isso que estou lhe falando, que é para ele proibir ela de vir enquanto não estiver melhor... manda ele inventar que se ela não estiver forte eu não estarei forte para enfrentar as coisas
- sabe mona, acho que isso ira resolver.
- espero que sim Ryan, espero que sim...
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- tem certeza que você quer isso Milena? - pergunta
- sim Ross, pode fazer, eu preciso que ela fique forte, não quero vê-la se acabar, eu a amo demais - estávamos conversando pelo telefone.
- ela vai pirar... - me avisou.
- melhor ela com raiva de mim, do que mal de saúde - suspiro.
- farei o meu melhor - me avisa
- obrigado - dou um riso fraco
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- amor... desculpa não ter ido te ver essa semana - me fala com a voz manhosa.
- relaxa amor, eu entendo, não se preocupe, quero que você fique bem - dou um riso
- estou com tanta saudade, quero me casar com você, ter você...
- eu imagino amor, mas vamos dar tempo ao tempo
- acabou o tempo - avisa o carcereiro
- amor, meu tempo esgotou, saiba que eu te amo muito, fique bem, eu entendo.
- eu te amo tanto Milena.
- eu te amo mais, muito mais e você não sabe o quanto Laura - escuto seu suspiro.
- fica com Deus.
- e que ele sempre lhe proteja...
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Já fazia dois meses que a Laura não ia ao presidio me ver, Ryan, Isabela, Rick, Diana, Fa e ate mesmo o Ross me davam noticias dela, ninguém a deixava ir me ver, ate ela se recuperar, teve inicio de desidratação e anemia por conta das fortes emoções dos últimos dias. Eu entendia, estava morrendo de saudades, mas não poderia ceder, queria ela 100% pra mim e não 10%.
- então Milena, como se chamara nosso restaurante? - pergunta Gina
- que tal as prisioneiras? - pergunta Yumi
- mas o que? - pergunta incrédula a Gina e me acabo de rir - você tem merd* na cabeça?
- calma meninas - dou risada
- essa foi à ideia mais brilhante ate agora - afronta Yumi
- você é louca - Gina a encara
- meninas, calma... - me acabo de rir - adorei Yumi, bem criativo, mas acho que não iremos ter clientes lá - espalmo as mãos.
- ahhh, que pena - fica triste.
- girico... - reclama Gina
- você falou o que? - pergunta Yumi querendo a enfrentar
- meninas, calma... no que você pensou Gina?
- pensei em Mina... Gimi... Lena... ou ate mesmo Gina - dizia
- mas da onde você tirou essas ideias de bostas? - perguntou Yumi com as mãos para o céu e as sobrancelhas arqueadas e com a feição de desacreditar
- oras... juntei meu nome com o da Milena, já que iremos ser sócias...
- você tem um oco nesse crânio... só pode! - Yumi a enticava
- ahhh porque o seu foi melhor... - se alterou Gina
- foi ótimo e acabou... - encara a Gina
- foi péssimo, nem clientes íamos ter...
- ahhh porquê com esse seu nome, únicos clientes que ira entrar são as minhas tias/avós.
- pelo menos iremos ter cliente...
- MENINAS. CHEGA - falei - já tenho o nome... - as olho sorrindo - Mais Sabores!
- o que? - perguntam as duas
- sabe... vai ser a minha cultura, com a cultura da Gina e a da Yumi, e futuramente poderíamos colocar mais algumas, e porque não mais sabores? "espaço mais sabores" - falo sorrindo
- ta ai, gostei. - fala Gina
- também gostei - afirma Yumi.
Ficamos conversando, ali no meio do pátio, tínhamos muita coisas a fazer. As Diablos chegam no meio
- ora, ora... vejo que estão com planos - fala Hana, a "chefe" do Diablos
- sim... temos muito - fala sorrindo a Yumi
- psiu, sabe ficar de boca fechada não? - reclama baixinho a Gina
Eu nada falava só encarava a Hana, ela queria algo, e eu bem sabia o que era...
- sabe, vocês estão ai muito feliz, porem eu não estou nada feliz aqui... - continuou
- ahh não, o que aconteceu - pergunta Yumi
- da pra você ficar calada? - Gina a cutuca
- sabe gracinha, eu to só, dispensei minha ultima companhia e não tenho com quem afogar minha magoas, se é que me entende...
- não, eu não entendo! - ela tinha uma inocência impar
- meu deus - revira os olhos Gina
- vou ser mais clara... - alisa o rosto da Yumi, eu apenas a fito calmamente - você agora é minha. - da um riso
- an? - ela não entendeu
- sabe Hana... - ela me encara - a Yumi esta feliz aqui com a gente, não é Yumi? - pergunto sem desviar meus olhos dos seus
- sim, muito, eu amo vocês duas - fala ela sem nem perceber nada.
- ta vendo, ela não quer mais gente, as que ela tem, ta de bom tamanho - dou um riso
- mas você e eu sabemos que ela não tem querer...
- não, o que eu sei é que ela tem e o que ela quer é... é o que mesmo Yumi? - tinha meus dedos entrelaçados entre si, em cima da mesa do pátio. Encarava a Hana, não me intimidava, por fora somente, pois por dentro estava apavorada.
- eu quero um sushi... - respondeu
- não Yumi - fala Gina brava - você quer ficar com a gente ou com elas? - a encara incrédula
- ahhhh, é isso é? - coça a cabeça - eu quero ficar com vocês! - da um riso
- então já esta decidido - arqueio uma sobrancelha e ela encosta perto de meu rosto com raiva
- esta acontecendo algo aqui? - pergunta uma das carcereiras
- não senhora - fala Hana
- Milena? - se direciona a mim
- não senhora - não desviava meus olhos dos de Hana.
- circulando - grita
- isso não vai ficar assim - sussurra antes de sair com sua gangue.
Solto minha respiração que estava presa, minhas mãos suadas de nervoso e com certeza estava breada de bosta, nunca tive tanta coragem.
- menina, você foi demais - falou Gina feliz
- o que ela fez? - perguntou Yumi e nós rimos
- lerdeza bateu e ficou - ri fraco
- an? - coçou a cabeça mais uma fez.
O dia virou noite, antes de voltar pra cela eu ia tomar banho. Entrei no banheiro e tinha umas cinco mulheres. Entrei no chuveiro, lavava meu corpo. Vejo as mulheres saindo correndo, ao ouvir a voz meu corpo arrepia.
- querida, cheguei - era a marca da Hana
Enrolei-me na toalha e ia saindo
- ei ei... onde pensa que vai? - alisa meu rosto
- o que você quer Hana? - tenciono o maxilar
- sabe, estou carente, preciso dispensar essa carência - sorriu ao olhar pra trás e quanto voltou sua atenção a mim, me socou no meio da cara, fui pega de surpresa e caí no chão, ao levantar dei um murro em sua cara ela sorriu, suas parceiras me seguraram para que ela me batesse. Ela me dava murros no rosto, estomago. Depois de tanto me bater, eu não conseguia me manter em pé, caí ao chão, ela ainda metia ponta pés em minha barriga. Tudo que eu pensava era em meu futuro, em como eu não iria tê-lo, em que a Laura merecia alguém melhor e eu não era isso. Eu não poderia dar a ela tudo que sonhava, não emocionalmente. Precisávamos terminar, sim, era isso o certo a se fazer. Não dava mais, eu a amava demais, e por amar muito eu deixo você ir.
- o que esta acontecendo aqui? - escuto uma voz la longe, e a outra falar "ela escorregou" ri fraca, como era a vida.
Tudo ficou escuro, ao clarear, vejo luzes baterem em meu rosto, abro os olhos bem devagar e vejo a enfermaria da prisão, tento levantar mas uma enfermeira não deixa.
Fico dois dias a mais sedada, sem poder levantar. Ao recobrar minha consciência pergunto quanto tempo fiquei lá e pra minha surpresa, já fazia uma semana. Ao sair, voltei pra cela, Gina não estava. Minutos depois sou levada a sala do diretor da prisão.
- então senhorita Milena, vai nos falar quem fez isso? - perguntou, eu encarei o Ross
- se...senhor - minha voz era arrastada - eu... - respiro, pondo a mão em meu estomago do lado esquerdo, tudo doía - eu... - meus lábios estavam cortados e inchados, meu rosto estava deformado, acredito eu - eu escorreguei - engoli a saliva
- a senhorita tem certeza? - arqueia uma sobrancelha
- si....sim senh...or - tenciono o maxilar
A sala se faz em silencio total, eu não podia falar nada, pois as consequências seriam pior depois, ali ninguém é amigo de ninguém.
- olha, você é nova aqui, é a sua primeira prisão. Vou lhe dar três dias, o seu advogado - apontou para Ross - vai lhe informar das consequências - me avisou
- senhor - antes de sair falei - continuo a dizer, eu esco... rreguei - suspiro
- Três dias senhorita Milena. - abaixou a cabeça para escrever algo.
Saio da sala com o Ross, peço para ir ao banheiro antes. Ao me deparar com o espelho o choro quis vim, tenciono o maxilar prendendo o choro. Meu olho esquerdo estava inchado, roxo. O direito nem abria, a boca tinha um corte do lado esquerdo, o nariz com algum curativos. O rosto estava cheio de curativos. Uma lagrima desceu. A Laura não merecia e não podia me ver naquele estado. Ao levantar minha camisa, vejo hematomas por debaixo do peito, por toda extensão da barriga, nas costas. Suspiro forte e vou ao encontro do Ross
- senta - avisou ríspido
- Ross - sento com certo incomodo
- não tem essa de Ross... - estava bravo - você tem noção de quantos meses você pode pegar a mais, só por essa briga?
- que bri...ga? - falava com certa dificuldade
- Milena, você não quer me dizer que isso foi uma queda ne? Não para seu advogado! - caminhava e ao falar comigo me encarou de perto - quem fez isso Milena?
- não foi ninguém Ross - fui firme, mas minha voz embargava.
- você acha, que você mentindo assim, vai sair cedo daqui? Você vai pegar mais uns 6 a 8 meses a mais por mau comportamento - era grosso - você não vai curtir a sua noiva
- Ross... - respiro fundo - eu caí, diga isso ao... dire...tor - fazia um enorme esforço para falar - se... me der... li...licença - levanto-me, dou tchau e saio.
Deixo o Ross bastante nervoso, sabia que se a entregasse, não só eu sofreria, mas como as meninas também. Entro na cela e a Gina já estava de volta. Enche-me de perguntas, mas me limito a falar, ela me sede sua cama, e dorme na minha na parte de cima. Fico mais reservada. Logo depois ela me conta que a semana que eu passei na enfermaria, a Hana tava com a Yumi. Uma raiva me tomou.
Assim que fomos liberadas para o pátio, fui em direção a Hana.
- ora, ora quem esta de volta... - fala sínica.
- Milena - Yumi pula em minha direção, gemi de dor, mas a abracei. Sinto seu corpo ser arrancado do meu
- mulher minha não se agarra com outra em minha frente, ta querendo escorregar no banheiro também... - ameaça a Yumi. Uma raiva toma conta de mim.
- será que podemos conversar? - pergunto controlando a voz
- podemos...- senta-se na mesa - comece - ri cinicamente
- em particular - viro as costas e vou andando para um canto, a vejo dispensar suas guarda-costas
- o que quer? - da um risinho
- você vai deixar a Yumi em paz!
- porque eu faria isso? Estou me divertindo tanto com ela - rir
- Hana, ela é uma menina besta, acho ate que meio doidinha...
- ahh isso posso afirmar, faz cada loucura - arregala os olhos
- o que você quer para deixa-la em paz? - pergunto
- dez na minha conta
- dou cinco - rebato
- nove - continua
- sete - confirmo
- oito - tentava ela
- sete e duzentos - negociava, para chegar a um valor com ela
- sete e oitocentos
- sete e quinhentos e não se fala mais nisso - falo firme encarando seus olhos
- ok - levanta as mãos em rendição - irei passar os números ainda hoje.
- em três dias cai na sua conta - afirmo
- por mês em garota - alisa meu rosto
- não se preocupe - bato em sua mão
Vira as costas para sair e depois vira em minha direção - ohh cuida disso ai em sua cara, ta feia demais. A queda foi horrível em - sai dando risadas.
Caminho passando por elas e a vejo falar "Yumi, já que a Milena ta de volta, você pode voltar a ficar com elas" Yumi, da vários pulinhos de alegria, abraça a Hana e vem atrás de mim.
- estou de volta - da uns gritinhos felizes e abraça a mim e a Gina ao mesmo tempo.
- Quanto? - pergunta a Gina, quando sentamos.
- sete e quinhentos - apoio a mão em minha lateral, com dor
- desgraçada - reclama
- mas valeu a pena, olha o sorriso dela - rimos. A Yumi era única.
- nem me fale - sorri
- de nada! - dou um riso
- pelo que? - pergunta incrédula
- por nada - dei um riso
- é cada ideia torta a sua em... - fica reclamando.
O dia foi cansativo demais, a surra que tomei não me permitia fazer muita coisa, tinha pedido permissão para trabalhar na marcenaria, mas só veio à liberação quando eu estava hospitalizada. Dormir acordei e não quis levantar, mas como na prisão somos obrigadas a tudo, levantei-me e fui ao banheiro, fiz me higiene, depois comi e fiquei ajudando as meninas na biblioteca, era algo que eu podia fazer. Logo depois me avisam que eu tenho visitas. Vou ao encontro dessa pessoa. Ao ver quem era, mais uma vez meu coração parou.
Laura~
Depois que Milena foi presa, eu não tinha ânimo para nada, a Fa vivia brigando comigo para que eu comesse. Eu tentava, mas não conseguia. Tinha tudo dela dentro de casa, mas só faltava ela. Eu já não trabalhava mais, só vivia a tentar provar que ela era inocente, mas estava a cada vez mais difícil, e quando o fim do dia chegava, eu estava mais cansada do que os outros dias.
Ross me proibiu de vê-la, disse que eu estava muito abatida e que se a Milena percebesse, poderia se indispor com alguém, e brigaria, e ficaria mais tempo lá. Não só o Ross, mas como todos os outros amigos nossos, estavam me ajudando, porem era difícil.
Sua mãe estava me matando aos poucos, ou aos muitos. Não deixava barato. A ultima dela foi tirar todas as fotos minha e da Milena juntas da casa. Brigamos e brigamos feio. Ainda disse a ela, que só não a colocava pra fora por que a Milena a amava muito, e eu não iria fazer isso com a mãe dela. Ela brigou mais.
Já fazia dois meses que eu não via minha mulher, queria muito abraça-la, sentir seu toque. Chamei o Ross e mandei preparar tudo para o casamento, ela iria casar comigo por bem ou por mal. Já estava tudo armado. Ate voltei a comer, a minha vida normal, estava bem melhor e por isso a Isa me ajudou em tudo. Porem, uma noticia nos pega de surpresa, Milena estava na enfermaria do presidio. Não podíamos visita-la, era só o Ross. Mantinham-nos informados de tudo. Mais uma vez a sua mãe me culpava por tudo. Eu estava ficando franca de novo, mas Fa não deixou e me ajudou.
Finalmente ela acordou, porem o Ross estava muito nervoso, me passou tudo que a Milena falou e me pediu para convence-la do contrario, combinei com a Isa que assim que ela melhorasse nós iriamos casar, então eu poderia ter mais tempo com ela, não só para nos amar, mas para conversar.
Arrumei-me, coloquei o perfume que ela mais amava, fui do jeito que ela sempre amou, básica, mas atraente. Estava a esperando ansiosamente, batia meus dedos na mesa. Não sabia o que iria encontrar e quando meus olhos bateram nela, meu coração gela. Destruíram o rosto mais lindo da face da terra.
Ela nada disse se esforçou a um sorriso pequeno. Sentou-se a minha frente, com o corpo largado na cadeira e a mão direita sustentando o seu lado esquerdo.
- amor... - falo com compaixão - o que fizeram com você? - minhas lagrimas teimavam em cair - minha vida... - meu coração estava dilacerado
- oi - sua voz era de indiferença
Fui a sua direção, alisei seu rosto, minhas lagrimas escorriam por meu rosto. Beijei cada olho seus, a ponta de seu nariz, a sua boca literalmente machucada e a cada ferida em seu rosto. Sinto um gosto salgado em minha boca e a vejo chorar calada.
- xiiii, eu to aqui - afago sua cabeça entre meus seios - eu to aqui meu amor... - minhas lagrimas molhavam seus cabelos mal cuidados - me desculpa não ter vindo antes - falava com pesar - fala alguma coisa - peço me sentando ao seu lado. Aquele brilho em seu olhar, não tinha mais. Se apagou, se perdeu. Minha menina estava ruim, não estava nada bem. - Milena, o que esta acontecendo? - aperto sua mão e ela arranca de mim
Milena~
Ao sentir aquele cheiro, pensei uma, duas, três, dez, quinze mil vezes antes de fazer o que eu faria. Respirei fundo, guardei cada toque seu cada cheiro seu, o que eu faria ali e agora doeria mais em mim do que nela. Meu mundo estava acabando ali e agora.
- Milena, meu amor, você tem que falar quem fez isso com você... - alisava meu rosto.
- eu caí - falei em sussurro
- amor, você sabe e a gente sabe que não foi queda.
- se eu to dizendo que foi, é porque foi - fui áspera.
- Milena? - pergunta incrédula - porque fizeram isso com você?
- não é da conta de ninguém, aqui dentro é outro mundo completamente diferente do de vocês, eu cai e ponto. - a encarei, tentava ser indiferente
- ta parecendo uma criança birrenta - brigou
- e o que você faz aqui? - pergunto
- como é? - pergunta incrédula, talvez essa não seria a recepção esperada por ela
- não vem aqui há dois meses, agora aparece e exige algo? - dou um riso, mas meu coração dizia ser um erro
- eu não estou lhe conhecendo Milena. - suspira e tenta um contato com os olhos
- você quer saber o que disso? - perguntei apontando os hematomas - eu briguei sim, mas briguei por uma mulher - falava calma sem desviar o olhar do seu, afinal era tudo verdade
- o que você quer dizer com isso? - seus olhos encheram de lagrimas.
Inclinei meu corpo pra frente, olhei em seus olhos e pedi em silencio a Deus que minha voz não falhasse e eu não desse pra trás. Eu a amava, amava mais ela do que o ar que eu respiro, controlei minhas lagrimas e falei
- que eu briguei por uma mulher! - repeti
- isso eu entendi, só não entendi o porquê? - sua respiração ficou descompassada
- por quê? - a encaro tencionando o maxilar
- sim Milena, fala - estava nervosa
- Já ouvi falar que os opostos se atraem, sim somos o oposto, eu a calma, você o furacão, eu o equilíbrio, você o desequilíbrio, eu o plano, você o improviso, eu a organização, você a bagunça. Mas era incrível que mesmo com a bagunça, mesmo com o improviso, mesmo com o desequilíbrio, e mesmo sendo furacão, você ainda era paz dentro de mim. Mas agora é a hora de nos deixarmos... - respiro fundo abrindo os olhos e a encarando.
- Milena, o que... - não a deixo terminar.
- eu sei que uma coisa precisa dá outra, assim como eu "preciso" de você, mas não, às vezes é melhor deixar ir, do que ficar e não te causar efeito algum. - meus olhos desviam dos seus por alguns segundos - Precisa de alguém que voe, alguém que saiba voar e não que finja saber, é, desculpa eu não sabia mesmo, eu era feito a pista e você o avião e a cada decolagem eu ficava.
- meu amor... por favor, não continua - me implorava com aquele olhos de promessa fáceis
- Desculpa não poder te acompanhar, eu até tentei, eu até quis, eu fiz, mas nem sempre é o necessário para uma pessoa, e pra uma pessoa como você era então óbvio que eu não seria o suficiente. E já é hora de se conforma e seguir, de se preparar e recomeçar,
- Milena... - sua voz embargada de choro. Ignorei o que falava e continuei a falar de olhos fechados.
- olha não vai ser fácil partir quando mais se queria ficar, não vai ser fácil juntar os pedaços, mas desde sempre eu sabia onde estava pisando só esperava dar o próximo passo, mas não será possível. Talvez isso não seja um ponto final, talvez não seja nada comparado com o fim, mas se for, se isso realmente for o final da história eu quero deixar claro que eu faria tudo novamente... - minha voz embargou, eu escutava os suspiros de choro que vinham dela, apertei forte meus olhos que ainda doíam, impedindo das lagrimas caírem e continuei - TUDO NOVAMENTE mais um milhão de vezes se possível, por que essa foi minha parte preferida do meu filme - abri meus olhos e encarei aquele mar verde que eram banhados por lagrimas - que se chama vida. - vi meu mundo desabar.
- você ta terminando comigo? - pergunta em meio ao choro
- Pela primeira vez com os olhos cheios de lagrimas, tomei a decisão de te deixar ir.
- eu não quero ir! - foi firme
- mas vai - não podia voltar atrás
- você não manda em minhas escolhas - falou alto
- mas mando nas minhas e eu não quero mais - a encaro olhando em seus olhos
- não irei deixar você terminar nosso relacionamento
- acabou Laura, aceita, acabou. Quer que eu soletre? - estávamos perto demais
- não acabou você é minha, só minha - segura meu pescoço e cola nossas testas.
Ela estava a não acreditar em minhas palavras, não iria me deixar livre, eu não queria ser livre, queria ser feito um passarinho e passar o resto da vida trancada em sua gaiola. Eu precisava ser mais forte e dura, só assim pra acabarmos de vez.
- eu não sou mais só sua - falo baixo em sussurro. Ela solta minha nuca, me encara e com a voz embargada pergunta
- como assim? - vejo sua pele empalidecer
Engulo a saliva - faz um mês e meio que eu me envolvi com uma garota aqui dentro
- MENTIRA - grita e se levanta, eu suspiro forte - você esta mentindo - sussurra com raiva em minha frente colando nossas testas e apontando o dedo pra mim - você quer que aceite o termino, pela sua covardia de não continuar comigo
- não é mentira Laura - tento passar confiança
- então como é o nome dela? - pergunta ríspida
- pra que você quer saber?
- ahhh a sua amante não tem nome? Ou ela não existe?
- ela existe, só não vejo o motiv...
- O NOME Milena! - grita me interrompendo
- Yumi - falo rangendo os dentes
- ela é o que? Japonesa? Traiu-me com uma japonesa?
- Laura, por favor...
- Laura uma porr*, você esta mentindo! - estava nervosa.
- entenda como quiser - levanto-me com dificuldades - eu acabei com esse relacionamento, eu lhe traí, estou com a Yumi agora, e irei continuar com ela. - virou pra sair e ela segura meu braço
- amor... - chorava desesperada - por favor, isso é mentira, eu sei...
- não Laura, é a verdade, acabou
Caminhava pra saída e ouvia - EU LHE ODEIO - gritava - SUA ORDINARIA, SAFADA, TRAIDORA.... VOCÊ ME ILUDIU COM SEU AMOR FALSO - a cada passo que eu dava, uma lagrima caia. Mas eu não podia fazer nada, o que já foi feito tinha que continuar.
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Passaram-se 5 meses depois do meu término com a Laura. Continuei com minha versão dos fatos e minha pena aumentou para 2 anos e um mês. Minha vida tinha acabado, eu não me importava com mais nada. Era um dia qualquer, como outro qualquer e eu, já estava acostumada. Recebo a visita do senhor Fernando, veio com aquele papinho de que não sabia, que estava na índia fazendo alguma possa com a alma dele e não sabia das merd*s que a filha estava aprontando. Onde estava, não tinha acesso a informação, não acreditei muito por causa da demora e tão pouco me importava o que ele falava. Não procurei caso e ao sair de la, me afirmou que faria a Camila tirar a queixa e que ela iria se tratar, pois o Ross o contatou e o deixou a par de toda situação. Voltei pra minha cela, não sei mais se quero uma vida fora dali. Me acostumei.
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Pedi ao Ross que levasse a Diana para que eu pudesse conversar com ela. Depois de uns dois dias ela chega.
- já vou deixando claro que vim à contra gosto - fala ríspida e com bastante indiferença, estava sentada de braços cruzados em minha frente.
- eu já imaginava - falo sentando em sua frente
- então adianta que eu não tenho tempo a perder - era grossa
- como ela esta? - pergunto de cabeça baixa
- ahhhh que engraçado, agora quer saber como ela ta? - levanta-se nervosa batendo na mesa - pensasse nela antes de traí-la - fala ríspida - se era isso, já vou - ia saindo.
- DIANA SENTE-SE - gritei sem nem ao menos olha-la. Senti-a voltar e se sentar - desculpe falar assim com você, eu não queria - a encaro pela primeira vez.
- Milena... - fala meu nome espantada, provavelmente com minha aparência nada normal, meus olhos fundo com olheiras roxas. Meus lábios partidos, talvez pela desidratação ou o calor que estava o dia.
- o que eu vou lhe contar aqui, não quero que você a conte - peço.
- ok - fala, seu tom de voz tinha mudado e sua feição era de preocupação
- eu nunca a traí - dou uma risada e a vejo franzi o cenho
- não entendo...- estava atônita
- eu amo aquela mulher, como eu amo respirar, se não mais. Eu nunca a mereci, ela era muito e eu sou pouco. Eu não estava suportando ficar aqui e ela la fora, não dava. Ela precisa viver, precisa crescer, precisa ganhar esse mundo e não ficar presa a mim.
- Milena...
- Diana, eu a amo, a amo tanto que é imensurável o meu amor. Por ela eu enfrentaria tudo, meus piores pesadelos. Queria poder guarda-la em um potinho e sempre que eu me sentisse só, ou só quisesse olha-la eu a tiraria de lá - minha voz de choro, minhas lagrimas me entregavam - eu não teria coragem, nem atitude para a trair. Eu a vi definhar aos poucos, cada visita ela parecia sumir, sumia o olhar, o sorriso, as covinhas... eu não suportava mais, não podia deixa-la sofrendo sozinha ai fora. Eu ate aceito eu sofrer, eu me machucar, mas não aceito ela. - olhei para o nada - Diana, eu lhe chamei aqui, pra lhe pedir de todo o coração - a encaro novamente - que cuide dela, que a proteja de todo mal, pois eu peço isso todos os dias em minhas orações, mas preciso que você me ajude também. Ela precisa viver, me esquecer. Se tiver que me odiar, me xingar pra ela viver - minha fala era agonizante - que me odeie, que me xingue... mas faça ela viver, faça ela sorrir novamente. - meu choro não parava, sentia um peso em minha alma, isso não tava acontecendo. Perder minha liberdade isso ate eu nem liguei, mas perder um grande amor? Isso eu não me conformei.
- eu prometo pra você, que ela vai ter todo meu apoio, vou cuida-la, se precisar ninar, irei ninar. - me abraça forte - ela te ama
- eu sei - falo chorando - eu amo tanto, que dói, dói saber que a machuquei - meu rosto se banhava em lagrimas.
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Passam-se um mês e novamente uma visita. No dia anterior eu briguei com uma detenta no banheiro e mais uma vez eu caí, elas queriam bater na Yumi, mas eu não deixei.
Ao entrar na sala me deparo com a Camila.
- o que você quer? - pergunto áspera
- meu Deus - leva à mão a boca - que fizeram com você? - tenta alisar meu rosto mas eu desvio
- nada que seja da sua conta - parecia que minhas emoções foram desligadas
- Milena, me perdoa - implorava chorando
- ta perdoada, era pra isso que veio? Já pode ir - ia me levantando
- não, espera - segura minha mão - me perdoa, eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto, porem chegou - colocou as mãos no rosto e chorava - olha pra você, não tem mais o brilho no olhar, o sorriso no rosto - chorava mais e eu não movia um musculo - não tem sentimentos e ta ai com essa cara toda ferida, cheia de hematomas. Eu vou retirar tudo, não quero vê-la sofrendo desse jeito - chorou, chorou, chorou e eu não me importei
- era só isso Camila? - pergunto impaciente
- Milena... - tentou segurar em minha mão
- Camila, não força. - forço um riso - passar bem. - viro de costas e saio da sala.
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Quatro dias se passa desde a ultima visita, que se diga de passagem, foi da Camila. Ross chega todo animado dizendo que eu estava solta. Ali só ele comemorava, sabia que Laura não iria querer conta comigo, nem olharia em minha cara, então a liberdade pra mim, não servia mais.
Teve toda uma burocracia antes de sair da prisão, nem se quer me despedir das meninas. Ao pegar meus pertencesses vejo a aliança e penso duas vezes se coloco no dedo ou não, e coloco no bolso no fim.
Finalmente livre daquele inferno comandado, e com meu nome limpo.
- Camila vai passar um bom tempo em uma clinica psiquiátrica - falava
- bom pra ela - falo sem animo
- Milena, que desanimo é esse? - me pergunta, enquanto dirigia
- essa é a nova eu - falo - e aproveitando que estou aqui com você - ele me encara - tenho duas novas clientes pra você defender, mas ao contrario de mim, quero que ganhe - pisco pra ele e seguimos o carro, provavelmente para minha casa.
Fim do capítulo
Oii meninas, olha eu de volta.
Mais um cap.
Espero que tenham gostado, e por favor, nao fiquem com raiva de mim.
Sei que elas são o nosso casal #Lalena
Logo Logo postarei mais um cap. Finalmente estamos nos aproximando do fim. mas tem muita coisa ainda, calma kkkkkkk.
e logo mais postarei a nova historia, a da cadeirante. to tão empolgada com ela.
bjão e ate a proxima.
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Elizaross
Em: 05/07/2018
capitulo PESADO. :(((
Milena, pra mim não precisar agir assim ...que crueldade...
Autora, vc foi mto carrasca ...Triste!!
Laura espero que vc entenda os motivos dps..
Resposta do autor:
Muito amor envolvido nessas duas... vamos para os proximos cap.
bjs
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Socorro
Em: 04/07/2018
Pqp autora... que sacanagem.. pra quer tudo isso?? Pedir à vontade de continuar lendo.. Que saco .. raiva total...
Resposta do autor:
Não!
Não fica brava comigo, assim me magoa. sei que fui muito ruim nesse cap, mas prometo que as coisas vão melhorar. quem nunca teve um grande termino?
relaxa, nao fica com raiva, olha o coração! kkkkk
#esperoquenãomeabandone
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usuariojafoi Em: 26/06/2023 Autora da história
Não fique triste, pra tudo ha um jeito, menos a morte!