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Coincidências por Rafa e

Ver comentários: 5

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Palavras: 4258
Acessos: 3523   |  Postado em: 02/07/2018

Capítulo 5

Haidê havia deixado o carro para revisão, pretendia pegá-lo depois da audiência, como terminou antes do previsto e estava cedo, resolveu tomar um café antes de seguir. Ela atravessou a rua atenta ao semáforo, não percebeu Lívia observando-a. A loirinha acompanhou a morena atravessar e procurou o primeiro retorno, parou a moto próximo ao café onde a viu entrar, desceu, retirou o capacete e entrou procurando-a. Não demorou a vê-la sentada de costas para a entrada, ela sorriu, dirigiu-se a mesa, Haidê concluía seu pedido.

-- Posso sentar? – Haidê olhou para cima e viu os lindos olhos verdes.

-- Claro, por favor. – respondeu sorrindo. Lívia sentou e colocou o capacete na cadeira ao lado. – O que esta linda surfista faz por aqui? – Lívia sorriu ao ouvir “linda”.

-- Estava voltando para empresa... – ficou envergonhada, mas preferiu ser sincera. – Eu lhe vi atravessando a rua e resolvi tomar um café, em boa companhia.

-- Então eu sai no lucro. – sorriu e Lívia ficou encantada. O clima foi cortado quando o atendente trouxe o pedido da advogada. – Eu pedi um café e um crepe, quer alguma coisa?

-- Hum... Quero um cheesecake e um chá gelado. – pediu ao atendente e depois agradeceu.

-- Eu deveria ter pedido um cheesecake, também. – afirmou com um sorriso e olhando-a dentro das esmeraldas. Lívia correspondeu ao sorriso, viu duplo sentido no que foi dito.

-- Mas esse crepe parece ótimo.

-- Quer experimentar? – a loirinha balançou a cabeça e Haidê cortou um pedaço com o garfo, ofereceu-lhe na boca. Lívia aceitou, demorou mais tempo do que o esperado. Permaneceram com a troca de olhares, novamente interrompida pelo atendente. Ele deixou o pedido e saiu.

-- Acho que estou em dívida com você.

-- Como assim? – Lívia cortou um pedaço do doce e lhe ofereceu da mesma forma, na boca. Haidê aceitou, fechou os olhos saboreando o doce.

-- Maravilhosa!

-- Eu ou a cheesecake? – brincou provocando-a.

-- Estou provando ela agora. – apontou para o doce, respondeu sem pensar e só depois percebeu o que havia falado, mas era tarde demais.

-- Bem, isso podemos arrumar depois. – piscou com um jeito sem vergonha. – Por agora vou dividi-lo com você, assim comeremos dos dois. – a morena balançou a cabeça em afirmação, mas ainda estava envergonhada. – Não precisa ficar com essa expressão. – disse sorrindo com malícia. – Entendo que pareço um pequeno pedaço de doce. – Haidê deu uma gargalhada, aquela baixinha era muito espirituosa.

-- Então pega mais um pedaço para mim. – pediu e Lívia adorou alimentá-la, o clima ficou mais leve.

-- O que estava fazendo? Aqui é um pouco distante do seu escritório. – Haidê bebeu um pouco do café e respondeu.

-- Acabei de sair do fórum.

-- Eu queria assistir uma audiência com você. Deve ficar linda com aquela roupa preta. – franziu o cenho. – Esqueci o nome.

-- Beca. – levou um pedaço de crepe até a boca de Lívia. – Só uso quando tem o júri.

-- Era um júri hoje? – perguntou com real curiosidade.

-- Os preparativos para um. – bebeu um pouco de café. – Mais uma coincidência nos encontrarmos aqui? – Lívia sorriu.

-- Não por completo, eu sabotei. – Haidê sorriu. – Depois que lhe vi, sai em seu rastro. – avaliou a expressão da advogada. – Não gostou?

-- Adorei! – admitiu sem deixar de olhar nos olhos verdes. – “Vontade de experimentar seu gosto e lhe beijar”. – pensou avaliando-a. Lívia estava hipnotizada pelos lindos olhos azuis. Sentiu a calcinha úmida, remexeu-se na cadeira, roçando as pernas. O desejo aumentou e sem perder o contato, ela umedeceu os lábios.

-- Eu também. – afirmou com uma voz rouca. Haidê cruzou e descruzou as pernas várias vezes. Nunca havia sentido tanto desejo. Ela esticou a mão para acariciar o rosto de Lívia, mas foi interrompida pelo celular da surfista. – Alô! – Augusto nunca a tinha visto com tanto mau humor.

-- Estamos de mau humor?

-- Fala logo e não enche.

-- Combinamos de sair, lembra? – ela olhou o relógio e se odiou por ter marcado alguma coisa.

-- Não posso ir, estou ocupada. – Haidê fez um sinal, mas a loirinha pediu para esperar. – Augusto, agora não posso falar, estou muito ocupada. – piscou para morena. – Amanhã conversamos. – desligou antes que ele falasse algo. – Pronto.

-- Lívia, eu não quero atrapalhar nada, pode ir.

-- Estou bem. – deu de ombros. – Era o mala do Augusto, nada de importante. – a morena não gostava do advogado, não sabia o motivo, mas não gostava. – Você tinha algum compromisso? – Haidê olhou o relógio e balançou a cabeça.

-- Pegar meu carro, mas essa hora não dá mais.

-- As concessionárias ainda estão abertas nesse horário.

-- Mas a oficina não. – piscou. – Tenho que arrumar um táxi para voltar para casa.

-- Já que não tem mais compromisso, poderíamos sair.

-- Sair?

-- Espera uns dez minutos? – a advogada olhou com curiosidade. – São apenas dez minutinhos. – pediu com um olhar pidão.

-- Espero. – respondeu sorrindo. Lívia lhe deu um beijo no rosto saiu quase correndo. Haidê aproveitou para avisar a avó que iria se atrasar um pouco.

-- Atrasar? Minha filha, aproveite e relaxe. Ela é o amor que você esperava.

-- Vó...

-- Você está com ela, não precisa nem me dizer, eu sei.

-- Vó, eu vou me atrasar, era só isso.

-- Espero para saber dos babados?

-- Vovó! – Helena riu imaginando a expressão da neta.

-- Olhe pelo lado bom, li em uma revista que o orgasmo é garantido.

-- Vovó, por favor... – olhou ao redor, temia que alguém ouvisse as observações da avó, estava envergonhada.

-- Careta! – brincou e Haidê desligou. Estava realmente envergonhada, olhou em volta e pediu outro café.

“Até que não seria uma má ideia...” – pensou e sentiu a umidade entre as pernas, chegava a doer de tanta excitação. – “Essa loirinha está me deixando louca.” – bebeu o café de uma vez. Lívia voltou ofegante.

-- Onde você foi? – a loirinha mostrou um capacete. – Comprou um capacete?

-- Aqui perto tem uma loja de motos, fui correndo. – Haidê estava surpresa. – Agora posso lhe deixar em casa sem problemas. – a morena ficou triste quando ouviu “lhe deixar em casa”. – Mas antes quero que conheça um lugar. – a advogada voltou a sorrir.

-- Onde?

-- Surpresa. – entregou o capacete ainda sorrindo. – Vamos? – fez sinal com a cabeça para que ela a seguisse. Lívia sentou na moto, acompanhada de Haidê, ela colocou a pasta e a bolsa entre as duas, a loirinha pegou e deixou na frente. – Melhor deixar aqui. – alegou com falsa inocência. – Assim pode se segurar melhor. – Haidê viu que ela queria aumentar a aproximação entre as duas, não se negou a fazer o que Lívia sugeriu. Quando a envolveu com os braços e ficaram próximas, sentiram o coração acelerar. As mãos de Haidê envolviam a cintura da loira e seguravam a pasta. Lívia acariciou as mãos que a envolviam e completou antes de colocar o capacete. – Pode segurar forte, nunca se sabe quando precisarei frear. – sorriu e Haidê correspondeu.

******************************************************************************

Lívia levou Haidê para uma praia fora da cidade.

-- Melhor tirar o sapato. – Haidê acatou com o conselho, tirou o sapato alto. Lívia ajudou a subir, não queria que ela se machucasse. A advogada pensou sobre a situação, mas permaneceu quieta.

Subiram uma pedra de onde podia ver o pôr do sol. Quando a morena chegou e olhou em volta, sorriu, fechou os olhos e respirou fundo.

-- Lugar lindo! -  Lívia sorriu vitoriosa.

-- Sempre venho aqui para pensar na vida. Acho este o meu lugar especial.

-- Fico feliz em compartilhar isso com você. – a surfista a olhou nos olhos.

-- Eu nunca trouxe ninguém aqui, você é a primeira pessoa. – Haidê esticou a mão e acariciou o rosto da loirinha que fechou os olhos, para sentir melhor o contato.

-- O sol está incomodando? – Haidê provocou. Lívia abriu os olhos sorrindo.

-- Não sua boba... – olhou dentro dos olhos azuis. - Estou curtindo o contato, está tão bom. – a advogada não esperava por essa resposta, sorriu e continuou. Lívia pegou a mão que acariciava seu rosto e beijou.

-- Fico lisonjeada de ser a primeira.

-- E será a única. – foi a vez de Haidê pegar a mão de Lívia e beijá-la.

-- Não estou atrapalhando? Acho que você tinha um compromisso.

-- Nada sério, não se preocupe.

-- Venha aqui. – puxou para um abraço e olharam a noite cair, quietas, em silêncio, usufruindo a companhia uma da outra.

******************************************************************************

-- Bá, Lívia já chegou?

-- Não. – respondeu contendo a vontade de mandar a menina ficar longe de Lívia.

-- Ela marcou de sair comigo... – disse pensativa. – Quando ela voltar diga que liguei. – antes de Bá falar alguma coisa, ela desligou.

-- Esse povo só quer se aproveitar da minha menina. – reclamou e saiu em direção a cozinha. – Mas onde ela foi? Se disse que sairia, já era para ter voltado. – ficou preocupada.

******************************************************************************

-- Acho que precisamos ir.

-- Sério? Eu ficaria, tranquilamente, aqui. – Haidê apertou o abraço e beijou o topo da cabeça loira antes de responde-la.

-- Eu também ficaria, amo o mar, mas precisamos ir, está ficando tarde e frio.

-- Amanhã eu lhe levo para o trabalho.

-- Não precisa. – respondeu de forma carinhosa.

-- Faço questão, perdeu a hora por minha culpa.

-- Não perdi a hora, pelo contrário, tive um tempo agradável. – Lívia ficou feliz com o que ouviu.

-- Posso lhe pedir uma coisa antes de voltarmos? – trocaram um olhar cúmplice.            

-- Claro.

-- Aceita tomar café comigo amanhã? – Haidê contornou o rosto da loirinha com o indicador.

-- Aceito sim. – beijou-lhe na testa e se levantou, oferecendo-lhe a mão que foi aceita. Lívia diminuiu a velocidade, queria ficar mais tempo próxima a morena.

******************************************************************************

A advogada entrou no elevador e se olhou no espelho.

-- Vovó vive falando que meus olhos não me deixam mentir. – falou para si mesma. - O que esses olhos azuis denunciam? – interrogou-se. - Não vejo nada de diferente.... – respondeu para a própria imagem refletida no espelho.  – É dona Helena, a senhora vai conseguir me enlouquecer. – voltou a se olhar, lembrou-se de Lívia e dos lindos olhos verdes. Seus olhos adquiriram uma tonalidade diferente e ela percebeu. – Eu, hein! Começo a acreditar nessa história de bruxas. – saiu apressada quando a porta abriu e não percebeu que desceu no andar errado. – Droga! – a porta do elevador fechou, ela teve de subir pela escada. Recebeu uma mensagem no celular e sorriu.

“Doutora, liga para mim, tenho boas notícias.”

***************************************************************************** 

Haidê chegou e viu que sua avó havia saído. Sorriu vitoriosa e correu para o banho, quando saiu, abriu a porta da varanda, queria sentir o ar fresco do mar, sentou-se na cama e pegou o celular.

-- Doutora Melissa Cristina...

-- Doutora Haidê Aqueu. – respondeu no mesmo tom de brincadeira.

-- O que a senhora manda? E o que tem feito?

-- Resumindo toda a história da minha vida: negócios, loirinha, mamadeiras, três pestinhas...  – disse sorrindo – Quero combinar de vê-la. Estarei aí no próximo final de semana.

-- Hum... O casal vai sair da toca?

-- Estamos exaustas, quando chego na fazenda, tenho sempre que resolver coisas. Isadora está me cobrando atenção absoluta para ela e para as crianças.

-- Úrsula sabe que estará aqui?

-- Não. Pensei em fazermos uma surpresa. Sabe se estará por aí?

-- Mari deve saber o paradeiro dela, vivem discutindo lá no fórum.

-- Acredito que discutam desde a maternidade. – riram com as lembranças das duas amigas discutindo durante as aulas na faculdade.

-- Isadora? Está tudo bem com ela?

-- Um pouco cansada. Enzo está resfriado, passou para Victor, fora isso, a correria de sempre. Ainda bem que estamos no haras.

-- Quem diria, uma pessoa tão urbana e agitada como Isadora, preferindo o mato.

-- A maternidade muda qualquer pensamento. Depois do terceiro filho e toda aquela confusão do sequestro, ela mesma preferiu ficar na emissora comandando o programa semanal e escrevendo.

-- Eu sei, comprei o seu último livro há poucos dias, ainda estou lendo.

-- Para você ver como a minha baixinha é uma loirinha versátil. – sorriram juntas e Haidê não deixou de lembrar de outra baixinha loirinha, uma campeã de surfe. - Mas vamos deixar a conversa para depois, ou ficaremos sem assunto.

-- Sem assunto ao lado de Isadora, Mari e Úrsula?

-- Impossível! Podemos jantar, o que acha?

-- Não! – pensou em como falar. - Quero conversar com você antes. A que horas pretende chegar?

-- Pensamos pela manhã. Vamos almoçar? – Haidê sorriu.

-- Ótimo!

-- Está tudo bem? – perguntou em um tom mais grave e Haidê entendeu a que se referia.

-- Na verdade... – não sabia como falar, mas precisava tranquilizar a amiga.

-- Haidê, precisa que vá hoje? – Haidê sorriu sem graça com a preocupação de Melissa, seu receio em falar a verdade sumiu.

-- Vou falar logo, quero que fique tranquila. – respirou fundo e soltou. – Conheci alguém e queria apenas conversar.

-- Viva! – Melissa gritou entusiasmada. – Quem é ele?

-- Cris, ele... – ficou sem jeito. - Na verdade não existe ele... – sentiu as mãos suarem. – É ela. – respondeu sem graça.

-- Oi?

-- É uma longa história, prefiro conversar pessoalmente.

-- Dona Helena estava certa. – disse pensativa.

-- Não comece. – alertou e Melissa deu uma gargalhada.

-- Conheço?

-- Acredito que sim. – ouviu a risada de Melissa e concluiu. – Lívia Fachini.

-- A surfista?

-- Ela mesma.

-- Não posso comentar, tenho uma queda por loiras baixinhas. – respondeu com dificuldade, estava rindo da amiga. – Ela é muito linda, tem um corpo... – confidenciou provocando-a.

-- Ótimo! Isadora não está por perto? – perguntou com ironia e Melissa deu outra gargalhada.

-- Ela sabe que é a única loirinha da minha vida. Conversamos depois, acredito que não irei descobrir muito por hoje.

-- Ainda bem que entendeu o recado. – despediram-se depois de marcarem o almoço.

Haidê deitou e adormeceu, não viu quando Helena entrou no quarto, fechou a porta da varanda para ela não sentir frio e depois a cobriu. Aproximou-se e beijou a testa da neta.

-- Cabeça dura igual ao pai. – saiu deixando-a sozinha.

 *****************************************************************************

-- Lívia, você não vai jantar?

-- Claro que vou. – respondeu sorrindo, desceu a escada quase pulando e cantando. – “Let it go, let it go... can't hold it back anymore... let it go, let it go”... – pegou Bá e saiu dançando.

-- O que está acontecendo? Andou bebendo?

-- Bá, ela aceitou!

-- Quem aceitou e o que?

-- Aquela morena maravilhosa que se instalou nos meus sonhos.

-- Lívia! Não vai inventar de trazer ninguém para cá agora que se livrou daquele encosto. – disse de uma só vez irritada.

-- Bá, estou falando da mulher mais linda do planeta... A rainha absoluta dos meus sonhos menos decentes. – Bá bateu na loirinha que sorriu. – Ela é maravilhosa!

-- Quem é essa mulher?

-- Advogada, morena, olhos azuis, bem alta e linda... – completou com um sorriso que encantou a velha senhora.

-- E ela aceitou o que?

-- Ela vem tomar café comigo. – Bá fez menção em falar algo, mas Lívia a interrompeu. – Eu vou acordar bem cedo para comprar bolo, pães, frutas... – olhou para velha senhora. – Farei um suco de laranja e um café...

-- Lívia! – quase gritou interrompendo-a. – Eu faço o bolo e tudo mais. Vá busca-la e traga para cá. Não lhe quero fazendo bagunça na minha cozinha.

-- Bá, por favor, não quero mais ninguém na área. Você deixa tudo pronto e quando chegar vou direto para varanda, ela ama o mar, assim como eu. – sorriu. – Pede para o povo não circular pela frente da casa e não deixa ninguém entrar.

-- Quem pode entrar?

-- Sei lá. – pensou. – Milena e Augusto passaram o dia me incomodando, eles podem aparecer e não quero que entrem para atrapalhar.

-- Temos nomes então. – constatou. – Mas, atrapalhar o que? – segurava a vontade de rir.

-- Atrapalhar o que chamo de uma grande oportunidade de ser feliz. – piscou e Bá sorriu, depois serviu o jantar da loirinha que comia e falava sobre a morena. Quando acabou, o telefone tocou e Lívia sabia que era um dos amigos. - Bá, diz que ainda não cheguei. – beijou a velha senhora e subiu correndo. – Preciso dormir para sonhar com ela.

 *****************************************************************************

-- Bom dia! – Haidê apareceu vestida com jeans e tênis. Helena a olhou surpresa.

-- Não vai trabalhar? – Haidê se serviu de café e permaneceu em pé.

 -- Decretei um dia de folga. – bebeu o líquido.

-- Não vai sentar? Tomar café em pé agora é moda? – a morena sorriu.

-- Não vó. – deixou a xícara sobre a mesa e beijou a cabeça da avó. – Vou tomar café com uma amiga.

-- Amiga ou a minha futura neta? – Haidê revirou os olhos.

-- A senhora viaja demais. – piscou e saiu.

-- Depois quero saber de todos os detalhes, ontem fugiu, mas de hoje não passa.

-- Vovó! – contestou. – Não tem detalhes, apenas uma amiga. – saiu antes que ela continuasse.

Ela desceu e viu quando Lívia apareceu em frente ao prédio. As duas se olharam e sorriram.

-- É a primeira vez que lhe vejo assim, tão informal. – Haidê abriu os braços e deu uma volta, ela assobiou.

-- Hoje tirei o dia de folga. – Lívia gostou do que ouviu.

-- Então não precisarei me preocupar com a hora. – afirmou com uma expressão divertida.

-- Para onde pretende me levar? – Lívia entregou o capacete.

-- Para outro lugar que eu amo ficar. – Haidê colocou o capacete e sentou atrás da loirinha, diminuindo o espaço entre as duas. Lívia adorou o contato, sentia muito mais que desejo com aquela aproximação, sentia paz e uma felicidade inexplicável.

Ela a levou para sua casa. Chegaram e seguiram direto para o imenso terraço que ficava de frente para o mar. Lívia abriu os braços e mostrou o local, uma mesa posta com frutas, bolo, pães, suco e café.

-- Eu não sabia o que gostava, então pedi a Bá que fizesse várias coisas.

-- Bá?

-- Ela cuidou e ainda cuida de mim. – sorriu. – Mas não vai conhece-la hoje.

-- Por que?

-- Eu despachei todos os moradores da casa, só estamos nós três.

-- Três?

-- Eu, você e... – assobiou e um akita apareceu correndo em direção as duas. – Meu filhote, Radar. – Haidê se abaixou para alisar o cachorro. - Esta é minha casa doutora. – Haidê olhou ao redor e ficou surpresa.

-- O que foi?

-- Sempre me senti atraída por esta casa. Cheguei a comentar com minha avó na época que nos mudamos que se estivesse a venda, eu a compraria. – Lívia sorriu com a revelação.

-- Outra coincidência.

-- Ou não. – respondeu brincando com o animal que lhe deu uma lambida na boca.

-- Ei cara, isso não pode. – gritou com cachorro e Haidê sorriu.

-- Não precisa brigar, eu gosto de animais. – a loira sorriu.

-- Mas ele fez algo que tem fila de espera. – a morena baixou a cabeça e Lívia percebeu que havia gostado. - Prefere sentar aqui ou naquela? – apontou para uma cadeira que ficava de frente para o mar e a outra de costas.

-- Prefiro olhar o mar. – Lívia fez menção em sentar no outro lado, mas Haidê contestou.

-- Vem sentar aqui. – apontou o espaço vazio ao seu lado. Lívia transferiu o copo, xícaras e talhares para o lado da morena.

Conversaram enquanto comiam. Lívia se mostrou carinhosa, enquanto Haidê a observava com uma encantadora admiração.

-- Por que você veio morar aqui? – Haidê a olhou enquanto mastigava, pensou em falar a verdade, não queria mentir para a loirinha de lindos olhos verdes. Por outro lado, não poderia ser sincera e acabar com seus planos de vingança, estava muito perto de descobrir o mandante e o motivo do assassinato da sua família.

-- Estava limitada com o meu antigo trabalho. Depois da morte dos meus pais eu senti a necessidade de respirar outros ares e como amo o mar, não pensei duas vezes em procurar uma cidade no litoral.

-- Seus pais morreram faz pouco tempo? – Haidê a olhou de lado e viu como ela a observava com grande interesse.

-- Cinco anos.

-- O meu pai morreu há doze anos. – ficou com os olhos cheios d´água. - Sinto tanta falta dele, parece que foi ontem. – a morena a puxou para um abraço, era solidária na mesma dor.

-- Eu sinto o mesmo.

-- Meu tio cuidou de mim, criou como uma filha, até que um idiota veio e bateu na moto que ele estava. – Haidê se afastou, a olhou surpresa.

-- Foi acidente?

-- Sim, pensei que soubesse.

-- Sabe quem foi?

-- Não, ele fugiu e a placa que anotaram era fria. No mínimo algum ladrãozinho que roubou o carro de alguém e estava em fuga. – a advogada voltou a abraça-la e ficou pensativa. – Quer mais suco? – não obteve resposta, estranhou e se afastou para olha-la melhor. Haidê permanecia perdida em seus pensamentos. – Está tudo bem?

-- Ahã!?

-- Tudo bem?

-- Tranquilo. – sorriu. – E aquela garota?

-- Fabíola? Joguei na água corrente.

-- Lívia, não brinca. Ela falou sobre vídeos seus... – fez gestos com as mãos.

-- Haidê...

-- Olha, não sou do tipo de lição de moral e blábláblá... Estou falando apenas por precaução, vi muita gente entrar nessa história de drogas por pequenos baratos e no final tomar outro rumo.

-- Haidê, não é bem assim. – a morena a olhou de forma avaliadora.

-- O que realmente tinha naquele vídeo?

-- Por que quer falar sobre isso agora?

-- Por que não quer? – as duas se olharam por algum tempo, em silêncio. Lívia pegou a mão da morena e segurou forte.

-- Por favor, confia em mim. – pediu com os olhos úmidos. Haidê envolveu a mão menor com as suas. – Eu quero me tornar uma pessoa melhor, com você ao meu lado... – Haidê colocou os dedos sobre os lábios da loirinha e se abraçaram.

-- Ela morava aqui? – não soube o motivo da repentina curiosidade.

-- Fabíola? – afastou-se surpresa. – Não! Bá nunca gostou dela ou das outras.

-- Outras? – Lívia sorriu sem graça.

-- Eu nunca me liguei a alguém. – confessou de cabeça baixa e Haidê ergueu seu queixo, forçando o contato do olhar. – Acho que ouviu a minha discussão com Jaques sobre Jeanine. – Haidê admitiu balançando a cabeça e sentiu um nó na garganta. – Ela foi meu único amor. – a advogada não queria ouvir sobre aquilo, sentiu um balde de água gelada cair sobre seu corpo.

-- Entendo. – afastou-se e Lívia percebeu o desconforto da morena, colocou a mão sobre seu braço e voltou a olha-la nos olhos.

-- Ela morreu. – não era seu assunto preferido, optou por esclarecer tudo. – Eu tinha quinze anos na época... – baixou a cabeça. – Ela era mais velha, logo me apaixonei... – deu de ombros. – Jaques também se interessou.

-- Como ela morreu?

-- Caiu de cima de um penhasco. – disse com pesar. – Não me interessei por mais ninguém. – Haidê segurava à vontade chorar e sumir dali. – Até agora. – completou olhando-a nos olhos.

“Como ela consegue me jogar no inferno e puxar para o paraíso em segundos? Esses lindos olhos verdes... Preciso me segurar...” – Haidê pensou segurando o nervosismo. Lívia se aproximou e ajeitou uma mecha de cabelo preto que caiu sobre os olhos azuis.

-- Até lhe conhecer. – permaneceram assim, mantendo o contato e em silêncio. O coração acelerado, a respiração ofegante, o mar como testemunha, era o momento certo para acontecer o primeiro beijo, mas o celular de Lívia tocou quebrando o clima. – Desculpe! – pegou o aparelho sem olhar quem chamava e desligou. Haidê engoliu seco.

-- Acho que agora quero um pouco mais de suco. – Lívia sorriu, viu que havia perdido a oportunidade, tinha que pensar em como voltar ao clima anterior.

 

******************************************************************************

-- Bá, ela desapareceu?

-- Não. – respondeu com o fio de paciência que restava. – Ela fez uma viagem de urgência.

-- Não faria isso sem me avisar, sou o advogado dela. O que realmente está acontecendo?

-- Depois que ela voltar você pergunta, agora tenho que ir, está me atrapalhando.

-- Eu sei que a senhora quer defender a Lívia e... – Bá desligou o telefone, não queria perder mais tempo com aquele “ser inútil”.

Fim do capítulo

Notas finais:

Depois de mais um super e maravilhoso jogo rumo ao hexa, deixo aqui, para vocês, mais um capítulo. Espero que gostem e comentem. Ando, novamente, sem muito tempo, por isso estou postando tão tarde, mas cumprindo a promessa. Beijos e boa semana!

Simbora comentar galera! 


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Comentários para 5 - Capítulo 5:
Baiana
Baiana

Em: 05/07/2018

A avó da morena é uma figura à parte kkkkkkk

Hum, será que a Haidê vai abrir o jogo e contar seus planos de vingança? Ela terá uma ótima aliada nessa empreitada.

Oba! Vamos ter participação especial do potinho de mel no próximo capítulo?

 


Resposta do autor:

Olá, dona Helena é uma figura sim, ela será essencial no início desta relação. E bora mais um capítulo. Beijos.

Responder

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Mille
Mille

Em: 03/07/2018

Oi Rafa

Os zamigos doido para encontrar a Livia que quer curtir o momento com a Haide. 

Será que temos armação na morte do George também???

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Oi Mille, serei obrigada a imitar Dona Milu quanto as suas perguntas: mistérios!!!! Beijos e até amanhã, sexto capítulo.

Bjs

Responder

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Alexia
Alexia

Em: 03/07/2018

Boa tarde! Rafa amando essa história e especialmente esse capítulo a Haide e Livia curtindo o clima tão lindas as duas juntas espero que a Haide de logo o primeiro passo para conquistar a nossa loirinha autora estou sentindo falta do Junior também nessa história ! Bjs! Até o próximo!!!


Resposta do autor:

Oi Alexia, obrigada! Olha, eu não sei quem conquista quem primeiro, você vai entender o que estou falando um pouco mais na frente. Júnior vai voltar, mas depois, este momento é só delas. Beijos e até amanhã, sexto capítulo.

Responder

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Elizaross
Elizaross

Em: 03/07/2018

Começei agora e to amando.

Não li a versão anterior.. Autora vou ficarem desvantagem com isso??

Linda as duas juntas...


Resposta do autor:

Oi Elizaross, não vai porque esta parte é praticamente inédita. Obrigada e boa semana.

Responder

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preguicella
preguicella

Em: 02/07/2018

Ai, essa escritora tá tão carente querendo comentários! hahaha

Tô gostando bastante dessa nova versão, que pelo visto vai ter uma participação maior de Isadora e Melissa. Fora que Ulisses parece estar mais simpático também!
Vamos ver o que vem por aí!

Bjãooo

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josi08
josi08

Em: 02/07/2018

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