A vida é aleatória
Charlotte deixou Gia na entrevista de emprego. A ex-soldado ainda parecia arredia em deixar Charlotte ir. Ela beijou seus lábios com intensidade, acariciou lhe a face e prometeu mais uma vez tudo que anos atrás havia prometido. Desta vez a promotora resolveu acreditar, pois olhando aqueles olhos que lhe faziam a pessoa mais especial do mundo, estavam dizendo a pura e sincera verdade.
— Como quer que eu me concentre na entrevista, Char? Com você assim? — Gia perguntou a última vez, antes de prometer tudo mais uma vez.
— Eu estou bem, — uma mentira. — Ficarei bem. — fungou levemente e sorriu tristemente, ai sentir o opositor de Gia brincar com a maça do seu rosto. — Você está aqui.
— Sempre. — Gia confirmou, antes de lhe beijar uma última vez e sair do carro.
Charlotte dirigiu em direção à sua casa. Entretanto, achou melhor parar o carro algumas quadras longe de casa. Percebeu que estava tremendo, que estava chorando, sua visão ficava turva e embaçada, e por mais que ela quisesse limpar as lágrimas sempre caiam. Merda, merd*! Ela odiava isso. Em seu trabalho ela poderia fazer qualquer um perder as calças de medo, mas dentro desse carro, parecia uma covarde. Estava de fato com medo de enfrentar Léo, não pela sua fúria, mas pela sua decepção.
Sentia-se mal e suja. Pois de um lado novamente encontrava seu verdadeiro amor e do outro magoou um alguém que sempre tivera ao seu lado. Léo nunca havia a abandonado, não como Gia, mas Gia era o amor da sua vida.
Seu coração não batia como ele batia por Léo.
Seus sentimentos não se moldavam tão perfeitamente quanto se moldavam com Gia.
O sex* era diferente, ambas faziam Charlotte se sentir bem. Ela se entregava verdadeiramente para as duas, mas Gia a tomava com mais propriedade, marcando seu cerne.
Charlotte já tinha sua decisão formada, já sabia o que fazer. Mas porque doía tanto? Talvez fosse pelo fato de Léo de descoberto antes de conseguir se explicar.
Charlotte tinha sido uma verdadeira desgraçada e mal-agradecida. Pois, talvez na prática real, se ela não tivesse encontrado Gia naquele mercado, ela voltaria para casa. Esperaria Léo chegar no dia seguinte com uma surpresa e fariam amor no tapete da sala. Deus, ela tinha ido na porcaria do mercado para comprar um vinho que Léo tanto gostava.
Como a vida conseguia lhe dar uma volta assim tão rápido?
Charlotte encostou a cabeça no volante do carro e colocou-se a chorar um pouco mais. Ela tinha que ser forte, Gia havia lhe prometido que estava lá por ela. A promotora se agarrava nisso.
Ligou o carro novamente e armou a seta para sair do acostamento. Acelerou- o nervosa, ainda com as lágrimas embaçando seu olhar. Estava se sentindo mais confiante, mas isso não tirava o fato de ainda estar triste.
Fora um grande erro, Charlotte deveria ter esperado mais, se recomposto mais. Pois ela não se deu conta que o sinal estava vermelho em meio ao cruzamento e quando ela acelerou para passá-lo, um carro veio em direção a sua porta.
Ela sentiu o impacto, seu corpo se projetou para o lado e para frente. Sentiu o carro rodar e todo o seu corpo sacolejar dentro do automóvel.
Sua boca estava com gosto metálico, seu rosto ardia muito e seus olhos continuavam turvos, mas agora pesavam. Charlotte os fechou, não ouvindo os gritos em sua volta e alguém chamando a ambulância.
— Você realmente vai se casar comigo. — Gia dizia animadamente, enquanto beijava sua boca.
Charlotte estava muito feliz, acabava de terminar sua faculdade e casaria com a mulher que amava.
Ambas estavam deitadas em cima da velha mesa de madeira da casa da soldado, beijavam-se após uma maratona sexual deliciosa.
Gia havia armado tudo, um lindo jantar romântico e o pedido de casamento. A resposta, entretanto lhe pegara de surpresa, pois, o sim não tinha vindo logo em seguida e sim a boca de Charlotte contra a sua.
Elas se amaram na mesa. Gia com a cabeça entre as pernas de Charlotte, arrancando-lhe prazeres cada vez maiores e a mesma encarava o anel de noivado no dedo anelar da soldado. Finalmente elas poderiam começar a vida delas.
Não demorou para que Charlotte chegasse ao clímax, toda a mistura de emoção fez com que o seu sex* se entregasse ainda mais rápido.
— Claro que vou e vai ter que me aguentar, cada chatice.
Gia riu e se agarrou em Charlotte.
— Claro que vou, eu sei o quanto você ama me irritar.
— Seremos muito felizes, eu prometo lhe fazer feliz. — Gia voltou a beijar os lábios de Charlotte e seus dedos desenhavam formas geométricas nas costas da promotora.
Charlotte relaxou com a cabeça entre os seios de Gia e escutou a forte batida do seu coração.
Ela fechou os olhos e começou assim ressonar.
— Ela está acordando...
Alguém ao longe avisou e Charlotte voltava a consciência aos poucos. Seu cenho franziu, seu corpo inteiro doía, suas pernas estavam pesadas e sua boca estava muito seca.
Como queria um copo de água.
O cheiro de desinfetante invadia seu nariz e pequenos sons eletrônicos preenchiam seus ouvidos.
— Meu amor?
Charlotte ouviu a voz fina. Gia?
Não, não era Gia.
Charlotte abriu os olhos devagar, sentindo todo o seu corpo em um verdadeiro limbo.
Léo…
A promotora olhou para sua mulher e viu olhar de preocupação que formava no rosto belo de Léo.
— Deus… Eu pensei… — Léo fungou e se abaixou para beijar a testa de Charlotte.
Charlotte estava confusa, mas por mais uma vez ficou com vontade de chorar, simplesmente pela preocupação genuína de sua mulher.
— Foi um acidente e tanto. — uma voz masculina e amistosa as interrompeu.
Léo se colocou de lado e Charlotte ajeitou-se na cama com lençóis brancos. Aos poucos ela reconhecia tudo em sua volta.
Ela estava em um hospital, mas por quê?
O acidente!
O coração de Charlotte afundou no peito, ela havia sofrido um acidente e agora estava em uma cama, cheia de dor.
— Alguns ferimentos na face. Pontos foram adicionados em seu supercilio é uma área bem frágil, sua perna esquerda quebrou, mas não foi preciso adicionar pinos. — O médico informava, enquanto se aproximava da cama. Ele ficou à frente de Charlotte e olhava para prancheta em suas mãos atrás dos grandes óculos que pareciam teimar em escorregar pelo seu nariz pequeno. — Escoriações nas costelas, mas nada na cabeça, por sorte, o carro que bateu em você acertou a porta traseira.
— Você vai ficar bem. — Léo pareceu feliz e carinhosamente apertou o ombro de Charlotte. — Quando me ligaram, dizendo que você estava indo para o hospital. Léo se aproximou beijando novamente a testa de Charlotte.
A promotora engoliu em seco, ela quase havia morrido, ao menos em sua visão. Nunca tinha sofrido qualquer acidente em sua vida. Seu corpo doía bastante, sua perna de fato, estava a incomodando. E agora estava presa em uma cama de hospital. Léo ao seu lado, cuidando-a, ignorando o fato que Charlotte havia sido uma verdadeira filha da puta.
— Você dormiu por quase 10 horas, isso pode acontecer por causa dos ferimentos e do impacto que sofrera. — O médico continuou.
10 HORAS!
Gia!
Gia deveria estar desesperada a sua procura. Ninguém sabia de sua existência, por isso que ela não estava ali. Léo era sua esposa. A soldado nesse estágio de sua vida não representava ninguém, talvez apenas sua amante.
Deus, ela precisava avisar para Gia, mas como? Não podia pedir para que Léo fizesse isso. E se Gia tivesse ido embora? Ou talvez pensasse que tivesse sido jogada de lado e que Charlotte novamente era de Léo. E sua mulher estava ali lhe tratando tão bem, por que?
Eram muitas perguntas e nenhuma resposta e isso fez com que seu coração acelerasse e consequentemente o monitor de batimentos cardíacos começara a acelerar.
— Está tudo bem? — O médico perguntou, levantando os olhos de sua prancheta. — Está sentindo alguma dor?
Charlotte assentiu e tentou balbuciar as primeiras palavras.
— Sim...
— Irei deixar vocês sozinha agora, aconselho a ficar aqui mais um dia, para termos certeza que tudo está bem e qualquer desconforto não hesite em nos chamar. Tem um pequeno dispositivo a cima de sua cama, apenas o aperte e alguém vira. — O médico informou apontando para o botão vermelho logo a cima da cabeça da paciente.
Ele sorriu educadamente e sair da sala.
Léo voltou a olhá-la e lhe acariciou a face.
— Eu pensei o pior, quando me ligaram… Você sempre foi distraída, mas se enfiar em um acidente.
— Léo, — Charlotte tentou formular alguma frase, mas se sentia sonolenta e cansada. Seu corpo doía muito.
Ela queria pedir desculpas por tudo e agradecer por estar ali, mas ainda precisava dizer o que sentia.
— Descanse… — Léo pediu baixinho.
— Eu…— Charlotte tentou chorar mais, porém, parecia que suas lágrimas haviam secado.
— Eu sei que sente muito. — A voz de Léo estava um pouco mais séria. — Descanse, eu quero você bem, por favor. Quando você acordar de novo, a gente conversa.
Charlotte perguntava-se porque Léo tinha que ser tão gentil. Mas fazia parte de sua natureza, fora por causa disso que havia se casado com ela.
A sensatez de Léo e sua gentileza.
Sua preocupação constante por Gia aumentava, precisava falar com ela. Dizer que estava tudo bem, que lhe amava muito, mas seu corpo afundava novamente. Seus olhos pesavam e sua cabeça insistia em um latejar doloroso. Maldita hora que acelerou o carro, mas ela também precisava estar lá por Léo. Dizer que sentia muito, que seu carinho por ela sempre existiu, mas que as coisas saiam de mão. Que a vida era aleatória e que coisas assim poderiam acontecer. Só que agora, ela não tinha força para nada, nem mesmo em no que sua volta se transformara.
Charlotte tinha sua mulher ali cuidando dela e sua ex em algum lugar, certamente em sua procura.
Ela tinha que dormir mais um pouco, quando acordasse daria um jeito, pois mesmo deitada em uma cama de hospital, sua vida estava uma verdadeira bagunça.
Fim do capítulo
Oi gente maravilhosa, turu bom?
Então, o que vocês acharam?
Cês ainda são team Gia ou Team Léo, quero saber de tudo. Espero que tenham gostado! Ah, quem não participa do meu grupo, convido a vir <3 só pedir que coloco vocês!!
Ah, também tenho alguns romances na Amazon:
Sob a Mesma Constelação
A Garota dos Lírios
Romances com erotismo e drama com lindas mulheres, com um "preçinho" super acessível. Quem puder ajudar a escritora aqui, ela agradece profundamente.
Comentar este capítulo:
Pryscylla
Em: 01/07/2018
Oi! Eu sou Team Gia, por enquanto nhe kkkkkk
Vamos ver se ela ainda vai merecer minha torcida no decorrer da história.
Bjus ;)
Resposta do autor:
HAHAHA <3 Gia é tudo de bom, né? Mesmo ela vacilando um pouquinho no passado.
Vamos vamos, vai que sua opnião mude :3 Tomara que não, ou que sim, ai ai...
Beijoca!
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