Capítulo 7
POV Sophie:
O meu estoque de sangue acabou há alguns dias, estou controlando a fome até o próximo abastecimento. Se eu pedir sei que ela é capaz de trazer o primeiro humano que encontrar no caminho, (risos). Mas, não quero que ela se arrisque, estamos nos mantendo fora do radar da corte por um bom tempo e não quero perder essa vida. Sinto seu olhar nas minhas costas enquanto lavo louça. SIM! Eu, Sophie Constantin Dragomir, estou em frente à uma pia de cozinha ordinária lavando meia dúzia de pratos duralex lascados. Imagina se meu pai me visse agora! Me divirto com o pensamento e sinto um cansaço gigantesco, talvez se eu fechar os olhos por só por meio segundo...
Não sei quanto tempo passou, quando abro os olhos novamente estou amparada por Ashley, me encarando com pesar ela rasga a gola da camiseta e expõe o pescoço para mim. Ela sabe o quanto a fome está me consumindo e também sabe que não podemos ultrapassar esse limite. Os humanos são o alimento principal para vampiros e lobos, estamos no topo da cadeia alimentar, se alimentar de outro ser sobrenatural é considerado algo sujo, um tabu. Existe muito preconceito principalmente quanto ao relacionamento entre vampiros e lobisomens, co-existência servil sim, relacionamentos não. E os lobos que se deixavam usar como fonte de alimentos eram considerados escravos de sangue. Recuso veemente a sua oferta, sem tirar os olhos da sua jugular. Será que ela está fazendo isso deliberadamente? Aumentando os batimentos cardíacos para essa veia deliciosa pulsar assim...me chamando.
Ela insiste, argumentando algo sobre não me deixar morrer de fome, eu hipnotizada pela veia pulsante e convidativa. Não resisto e abocanho com vontade, huuuuuuuuuuummmmmm que pele macia, e o cheiro, herbal, terra fresca, casca de árvore, pele de animais e o sangue. Que deleite, nunca provei algo assim.
Wowwww! Ela está excitada, muuuuuito excitada! Quando nos alimentamos direto da fonte, sentimos as emoções que a pessoa está sentindo, medo, dor, excitação, prazer. Geralmente excitação e prazer, até porque temos todas as características para atrair os humanos, é fácil encantar com o nosso charme natural. O pacote completo, como uma bela planta carnívora. Mas nada me preparou para isso. Toda essa energia sexual subindo pela minha boca em ondas. E o corpo dela respondendo, se movendo como uma gata no cio. Será que isso que as Sucubus sentem quando estão se alimentando do Chi dos humanos? Já estou me sentindo forte como um cavalo, mas, não consigo parar de sorver esse néctar de luxuria. Acho que se continuasse bebendo até o fim com certeza teria orgasmos múltiplos, e Ashley estava totalmente entregue, não se oporia. Com um esforço sobrenatural consegui desgrudar meus lábios do pescoço da loba, e com maior esforço ainda me afastei dela, pois o meu corpo latej*v* inteiro pedindo que eu a possuísse.
“Já chega, senão vou deixa-la doente!”. Coloquei-a sentada em uma cadeira da cozinha e sai dali o mais rápido possível. Não queria que ela ficasse com vergonha, o melhor a fazer é fingir que nada de mais aconteceu. Entrei no meu quarto e tranquei a porta atrás de mim, olhei pela janela e a lua estava alta no céu, isso significava que a loba iria sair para passear. Sem segurar meus impulsos sai do quarto e entrei no quarto de Ashley sem bater. Ela estava trocando de roupa, somente de calça jeans surrada e soutien, já havia a visto sem roupa incontáveis vezes, hoje foi diferente de todas. A sua pele branca em contraste com a renda preta do soutien, os músculos aparentes do abdômen e os braços fortes bem torneados, era um convite, me chamava para passar a língua em todo pedaço de pele visível. Perdida em devaneios me dei conta que ela me fitava interrogativamente. “Quero ver como é, depois da experiência de hoje quero que você compartilhe isso comigo.” Expliquei.
“Não! Definitivamente não, eu não posso garantir a tua segurança enquanto estiver em forma de loba, meus instintos serão puramente animais e posso olhar para você e te enxergar como comida.” Disse Ashley, óbvio que eu já esperava sua negativa...
“Não acho que você vai me machucar, e além disso, como você vai garantir a minha segurança se eu ficar em casa sozinha enquanto você passa a noite fora? Eu posso ficar a noite toda em cima de uma árvore e te observar a distância, o que acha?” Com esse argumento final ganhei a discussão.
“Ok! Mas, somente hoje, e você não pode contar à ninguém sobre isso e a parte da alimentação.”
“Fechado lobinha! Vamos logo que quero ver o espetáculo e voltar antes do nascer do sol.”
Fizemos o trajeto de carro por 1h30, em um silêncio absolutamente incomodo. Não tenho dúvida nenhuma de que Ashely estava constrangida pela forma como seu corpo reagiu. E fico pensando se a reação foi consciente ou inconsciente. Quer dizer, ela já tinha desejos por mim antes, ou somente após a alimentação algo foi desencadeado?
Sem dúvida foi a melhor experiência da minha vida, nenhuma outra vez que bebi sangue se comparou à isso. Nem mesmo durante o sex*, aquele pequeno gole enquanto prende a respiração para que o orgasmo venha explodindo. Nada! Tudo faz sentido, toda proibição, tabu, preconceito e o assunto sendo tratado como ‘coisa suja’, me admira não haver casas de prostituição de lobas, talvez até haja no submundo vampírico, tanto quanto as brigas clandestinas entre lobos.
O carro parou, Ashley desceu rápido e foi caminhando em direção a clareira logo em frente. Jogou a mochila embaixo de umas samambaias e ficou em pé parada. Seu corpo todo tremia e vi que ela se esforçava para segurar o início da transformação.
“É agora, não consigo mais me segurar, afaste-se por favor.” – falou de forma ríspida. Assenti sem falar nada, fiz uma pequena mesura, olhei para a copa das árvores e escolhi um galho para sentar. Saltei de encontro à ela e me pus sentada com as pernas cruzadas. Escutei um suspiro sofrido vindo da loba, não resisti em provoca-la: “Vamos logo com isso!”
Fim do capítulo
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