• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Coincidências
  • Capítulo 3

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,491
Palavras: 51,957,181
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell
  • 34
    34
    Por Luciane Ribeiro

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • A outra
    A outra
    Por caribu
  • A
    A Outra Metade do Amor
    Por Carol Rutz

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Coincidências por Rafa e

Ver comentários: 7

Ver lista de capítulos

Palavras: 4110
Acessos: 3449   |  Postado em: 25/06/2018

Capítulo 3

 

-- Haidê... – estava chorando. – Querida...

-- O que aconteceu? – fingiu preocupação. – Está chorando?

-- Meu pai... Querida, meu pai teve um enfarte e faleceu.

-- Antony? – sorriu e Ulisses revirou os olhos, depois a chamou de falsa. – Querido, como sua mãe está?

-- Está abalada, sozinha. Chegou de um jantar e o encontrou sobre a mesa, morto.

-- Coitada! Franciele não merecia isso. – fez uma expressão de pesar e bateu na cabeça do irmão quando ele sorriu.

-- Pretendo ir agora para casa... – deu um soluço. – Querida, por favor, venha comigo.

-- Claro. Só o tempo de arrumar algumas coisas e ir.

-- Eu passo para pega-la. Não a quero dirigindo sozinha.

-- Como quiser, meu amor. – desligou e olhou para o irmão. – Saco!

-- Não precisa ir. Sabe que podemos mata-lo em qualquer lugar.

-- Minha intuição está gritante.

-- O que ela diz?

-- Que algo poderá acontecer. – passou a mão pela cabeça do irmão quando se levantou. – Descubra o paradeiro dessa quantia e faça o que combinamos.

-- Transferir uma fortuna para caridade... – assobiou. – Eles ficarão loucos.

-- Quero que sintam o mesmo que várias famílias sentiram com seus negócios sujos.

******************************************************************************

-- Augusto, aqueles relatórios foram entregues a empresa de engenharia? – perguntou enquanto terminava de arrumar a pasta.

-- Sim. – colocou a mão na testa como se tentasse lembrar de algo – O escritório de advocacia enviou o acordo para sua separação.

-- Aquela filha da puta! – fechou o punho e bateu com força na mesa – Não sou de arrependimentos, mas desta vez, sou obrigada a admitir que meti os pés pelas mãos.

-- Conselhos não faltaram... – viu o olhar da loira em sua direção. – Tudo bem! – pensou em como falar para a amiga e cliente. - Lívia eu cansei de avisar que por mais que lembrasse a Jeanine, fisicamente, Fabiola não era ela.

-- Ninguém nunca será igual à Jeanine. – respondeu em tom de lamentação, lembrando-se da antiga namorada da adolescência.

-- Lívia, você tem que entender que ela morreu, ninguém poderá ser como ela... Pensa um pouco, você é linda, tem uma carreira invejável, muitas gostariam de estar em seu lugar, ou ao seu lado... Querida, abra seu coração, dê uma nova oportunidade...

-- Nova oportunidade? – perguntou interrompendo-o - Augusto, eu me dei nessa relação, enquanto no final, o que restou? Tudo o que existiu se resume ao que Fabíola quer levar.

-- Ela não tem direito a nada, você sabe disso. – passou a mão pelo cabelo. - Ao invés de se meter com pessoas oportunistas, procure um porto seguro. Veja o exemplo desta garota, ela nos filmou e agora quer colocar na mídia.

-- Talvez eu ceda um pouco... Na verdade, o que mais quero é me livrar logo dessa história e pegar este vídeo de volta.

-- Bem, você é quem manda. – deu de ombros – Já ouviu falar naquele ditado: manda quem pode, obedece quem tem juízo? – Lívia sorriu.

-- Então estamos falando a mesma língua. – ajeitou a bolsa em seu ombro.

-- Vai direto para casa?

-- Sim.

-- Pensei em pararmos para beber alguma coisa.

-- Prefiro ir direto, ainda não descansei desde que cheguei.

-- Fuso horário... – completou com um tom de enfado.

-- Exato! Agora já vou. Cuida de toda a papelada para mim, veja o que posso passar para ela me deixar em paz.

-- Nos deixar em paz, também estou nessa. – fechou a pasta. - Ainda vai viajar este mês?

-- Tenho umas fotografias, mas não sei se será fora. – saiu e Augusto ficou observando-a.

-- Quando você vai me notar? – pensou com pesar.

 

******************************************************************************

 

Lívia havia tomado uma dose de uísque, na tentativa de relaxar e dormir, a conversa com o amigo Augusto havia lhe transportado para sua adolescência, lembranças boas vieram em sua mente, um sorriso surgiu, não demorou e ela adormeceu.

O relógio marcava três horas da manhã quando o telefone tocou insistentemente, Lívia olhou em volta como se procurasse por algo e voltou para o telefone, esforçando-se para atendê-lo.

-- Alô.

-- Lívia?

-- Mamãe? – perguntou assustada.

-- Lívia, Tony faleceu. – ela se sentou na cama e ascendeu a lâmpada do pequeno abajur.

-- Como?

-- Enfarte.... Os negócios não estavam bem, vieram os credores... – segurava o choro – Ele lhe amava como pai e....

-- Ele não era meu pai... – todas as boas lembranças do início da noite sumiram, dando espaço para a pior fase de sua vida.

-- Minha filha, eu só tenho você, venha ficar comigo.

-- Engraçado a senhora só lembrar isso agora. – respondeu sem pensar, em um tom que mesclava mágoa com ironia, arrependeu-se e tentou ser mais educada – Amanhã estarei com a senhora.

-- Minha filha, eu sei que não fui compreensiva quando descobri sobre você e Jeanine, deixei Jaques influenciar seu padrasto de forma negativa.

-- Mamãe, eles eram pai e filho, normal que apoiasse Jaques.

-- Eu poderia ter feito o mesmo com você, mas fui uma intransigente e não aceitei que amasse uma menina.

-- Mãe, por favor, não vamos mais falar sobre isso.

-- Sim. – concordou resignada.

-- Até amanhã mãe. – desligou fugindo do assunto.

Lívia voltou a se deitar e fechou os olhos, logo a imagem de uma linda menina morena correndo pelas areias da praia surgiram em sua mente.

-- Vem Liv, a água está gostosa.

-- Está gelada.

-- Eu lhe esquento. – esticou os braços para recebê-la e sorriu. Lívia atendeu ao convite, e ao abraçá-la sentiu o corpo todo tremer com aquele contato. – Eu lhe amo Liv.

-- Eu também lhe amo Jeanine – respondeu sorrindo enquanto era envolvida por longos braços.

Lívia sentiu uma lágrima insistente rolar por seu rosto, não demorou a se entregar a um choro doloroso, que havia se tornado seu confidente.

-- Eu lhe amo Jeanine. – repetiu diversas vezes como se sua antiga namorada ainda pudesse ouvi-la. – Tio, eu preciso tanto do senhor. – confessou para o nada no escuro. – Queria que estivesse aqui me aconselhando e ajudando.

******************************************************************************

Franciele Castell Di Monti era uma mulher orgulhosa e altiva. Seu primeiro marido, Estevam Falcão Fachini, havia falecido cedo, no auge dos seus trinta e quatro anos. Era um grande homem, conhecido por fazer de uma pequena oficina para barcos, uma grande empresa que construía lanchas. A causa de sua morte ainda era discutível, uma sombra de mistérios envolveu as investigações que concluiu: a morte foi acidental, causada pela inalação de solventes e produtos químicos.

Após alguns meses da morte de Estevam, a jovem Franciele, herdeira de uma pequena soma em dinheiro e dona de uma das mais promissoras empresas de produtos náuticos, fechou sociedade com um investidor francês, também viúvo, pai de um jovem e problemático adolescente, Jaques. Não demorou muito, os dois viúvos se envolveram e resolveram casar semanas depois.

Lívia, única filha do casal Franciele e Estevam, após o casamento da sua mãe, foi enviada para Capital, para estudar e morar com o seu tio George, irmão mais novo do seu pai. Era surfista profissional, havia viajado por todo o mundo, levava a vida na diversão e ao ser consultado sobre a possibilidade de sua única sobrinha morar com ele, não hesitou, era um pedaço do irmão que estava ali, Lívia lembrava muito o pai, ambos eram baixos, tinham os olhos verdes e os cabelos loiros. Desde cedo ela aprendeu a pegar ondas, consertava barcos, assim como seu pai e tio haviam um dia aprendido com seu avô, além de construir pranchas, assim como George.

Não demorou e a menina já participava de competições, com o total apoio do tio, que além de investir em sua carreira de surfista, havia montado uma pequena oficina onde construía pranchas. Ali ela conheceu muita gente, até mesmo o seu grande amor, Jeanine.

******************************************************************************

-- Mamãe, eu não posso ficar até a missa de sétimo dia, estou sobrecarregada de serviço.

-- Sempre assim... Maldita hora que lhe entreguei a herança que seu pai havia lhe deixado.

-- A senhora não me entregou, lembre-se que ele deixou tudo para mim e a tutela para meu tio. A senhora concordou porque iria receber todo mês uma boa mesada.

-- Sabe que preciso desse valor para me manter, Tony sempre geriu muito bem os negócios, nossos rendimentos estão investidos.

-- Claro, ele quase quebrou com o que meu pai havia lhe deixado, e tenho sorte de ter retirado minha parte a tempo, antes que ele acabasse com tudo.

-- Lívia! Eu não admito que fale assim do seu padrasto... Ele era um homem bom.

-- Tão bom que a primeira coisa que fez ao entrar nesta casa foi me afastar da senhora.

-- Não seja injusta, ele sempre lhe amou como uma filha.

-- Filha? Faça-me o favor... Se não fosse a interferência dele e daquele inútil Jeanine poderia estar viva.

-- Aquela menina morreu porque chegou sua hora – respondeu nervosa.

-- Hora? A senhora não sabe do que está falando... – passou as mãos pelo cabelo loiro e quando fez menção em continuar, a porta do escritório foi aberta pelo empregado.

-- Senhora, o doutor Jaques acaba de chegar.

-- Jaques? Oh! – levantou-se de forma dramática, permaneceu assim até encontrar o jovem moreno. – Querido... Não pudemos esperá-lo... – abraçou-se a ele.

-- Mamãe... – estava visivelmente encenando, assim como a mulher mais velha. Lívia apareceu na porta e viu a cena, revirou os olhos e balançou a cabeça em negação, o rapaz a observou de longe, com uma expressão de deboche a cumprimentou.

-- Vejam só se não é minha adorável irmãzinha.

-- Como vai Jaques? – perguntou ignorando o tom debochado. Tentou ser educada.

-- Dentro das circunstâncias... – fingiu tristeza e abriu os braços para recebê-la em abraço, mas Lívia continuou quieta, assim permaneceram por alguns segundos, estavam se avaliando até uma linda morena interrompê-los. Lívia se lembrou dela, mas não sabia de onde.

-- Jaques... – Haidê parou de falar ao observar as duas mulheres – Desculpem, não sabia que estava acompanhado. - Lívia ficou parada, observando-a.

-- Não precisa se preocupar, querida. Esta é minha irmãzinha – usou o mesmo tom debochado de antes - Lívia. Querida irmãzinha, esta é Haidê, minha noiva. – mostrou a morena como se exibisse um troféu, educadamente, ela se afastou e se aproximou de Lívia, seus olhos se encontraram, algo de familiar levou as duas a se avaliarem, só então Haidê cortou o silêncio.

-- Muito prazer em conhecê-la Lívia. – as mão se encontraram, um choque foi sentido entre as duas.

-- O prazer... O prazer é meu. – respondeu se engasgando, sentiu um frio na barriga.

-- Apresentações feitas, vamos ao que nos interessa. – Jaques interrompeu. – Para quando a senhora marcou a leitura do testamento? – perguntou olhando para madrasta.

-- Ainda não pensei nisso.

-- Claro! O pai mal esquentou o caixão, ele está atrás do que lhe foi deixado.

-- Lívia! – sua mãe a repreendeu – Ele está sendo prático, alguém tem que gerir os negócios da família.

-- Que negócios? – perguntou aos dois e antes que um deles respondesse, ela mesma se adiantou – Como eu não tenho nada do que esperar vindo de vocês, amanhã mesmo vou embora.

-- Não fale assim, Tony lhe amava como uma filha.

-- A filha que ele nunca teve, irmãzinha.

-- Exatamente! Nunca teve. – sorriu com desdém e saiu.

-- Não sei mais o que faça com ela. – confidenciou ao filho e a Haidê que permanecia observando.

-- Ela é diferente mamãe, desde que Jeanine me escolheu, ela age desta forma.

-- Não toque mais neste assunto Jaques, sua irmã não se sente bem em falar do passado. – Franciele pediu desculpa a morena e saiu em direção as escadas.

-- Como queira, mamãe. – respondeu baixinho, após a mulher mais velha sair. – Família querida... – abriu os braços, envolvendo a morena e sorriu beijando-a. Haidê se deixou beijar, mas sem muita empolgação, em sua cabeça martelava a informação de que Lívia havia se interessado pela antiga namorada do seu noivo. Não gostou da informação.

 *****************************************************************************

Naquela noite todos se reuniram na sala de jantar, exceto Lívia. Haidê ao entrar de mãos dadas com Jaques, procurou ao redor a presença da loira com expressivos olhos verdes, suas dúvidas logo foram sanadas com a pergunta do noivo.

-- Mamãe, onde está a minha irmã?

-- Sabe como Lívia é voluntariosa... – apontou para os lugares postos à mesa. Jaques pensou em questionar a mãe, pois ela estava preparada para sentar na ponta da mesa, lugar antes ocupado por seu pai, mas Haidê o interrompeu dos seus pensamentos, esperando que ele puxasse a cadeira para que a velha senhora sentasse.

-- Oh! Desculpe-me mamãe. – apressou-se em se corrigir pela gafe, não era o momento de passar Franciele para trás.

-- Sim meu filho. – assentiu com a cabeça e prosseguiu – Sabe Haidê, minha filha é uma pessoa de personalidade forte, cheia de vontades, não se curva a nada... – sorriu com sarcasmo – herança do pai. Ele era um homem com pouco estudo e quase nenhuma educação, fez uma pequena soma com muito trabalho.

-- Um surfistinha rude, sem ambições. – Jaques completou olhando a noiva que estava sentada a sua frente, ao lado direito da velha senhora.

-- Sem ambições, mas pelo que pude observar, sabia fazer dinheiro. – Haidê falou com ironia.

-- Claro minha querida, mas o que vale dinheiro se a pessoa não sabe como utilizá-lo? Mamãe morava em um casebre, destes de família feliz – fez aspas com os dedos – passam o... – fez um ar pensativo – como se chama mamãe? Veraneio? – a velha fez sinal positivo com a cabeça e sorriu com desdém.

-- Jaques, que eu saiba você é filho de uma baiana que vendia acarajé com sua avó, até conhecer seu pai, certamente elas sabiam o significado do termo veraneio. – Lívia afirmou interrompendo a conversa. Haidê ao ouvir a voz da loira, olhou imediatamente em sua direção e sentiu o coração acelerar.

-- Ah, você está aí? – perguntou após beber um pouco do vinho.

-- Não seja indelicada querida, temos visita. – foi à vez de Franciele chamar sua atenção. – Sente-se, pedirei que coloque um lugar para você a mesa.

-- Não precisa. Quero respirar um pouco de ar puro, parece que não circula oxigênio dentro desta casa. – olhou em direção a morena, seus olhos se encontraram. Lívia sentiu seu coração acelerar, engoliu seco e se despediu. – Até mais, família.

-- Rude como o pai surfistinha. – Jaques parecia inabalável.

“Que vontade de manda-los a merd*!” – Haidê pensou, queria ir atrás de Lívia.  

 *****************************************************************************

Lívia saiu sem direção, deixando-se guiar pela emoção. Retornar aquela cidade lhe trazia lembranças de sua infância, do seu pai, do seu antigo amor, Jeanine. Foi à praia onde seu pai costumava surfar, a lua iluminava a areia e as águas que estavam calmas, diferente das emoções que tomavam seu corpo, seu coração...

-- Pai... Meu pai, como eu sinto sua falta... – limpou as lágrimas que rolavam por seu rosto. Olhou em direção ao penhasco que anos atrás foi seu maior carrasco, ali sua amada Jeanine havia caído e morrido tão nova, apenas com quinze anos. Suas lágrimas brotavam em grande quantidade, não conseguia segurar aquela dor que parecia tão atual, como se tudo houvesse acontecido recentemente. O cansaço logo tomou conta do seu corpo, vencendo suas forças e fazendo-lhe adormecer.

Estava quase amanhecendo quando Lívia acordou, levantou-se e caminhou até a água, retirou o casaco de couro, a camisa, botas e a calça, ficou apenas de calcinha e sutiã. Entrou na água fria, mergulhou em desespero, como se procurasse por alguém. Emergiu e olhou ao redor, estava sozinha, não tinha mais o pai e muito menos o tio que amava como um segundo pai. Deixou toda sua dor sair, não sabia explicar, mas viu algo nos olhos de Haidê, sentiu-se acolhida pelo jeito como ela a olhou, havia algo de muito familiar nela. Pensar na morena pareceu diminuir sua dor, ela saiu da água e se vestiu.

Lívia retornou para casa, parecia que todos ainda dormiam. Entrou pela porta dos fundos, sem prestar muita atenção se estava ou não sozinha. Abriu a geladeira, pegou uma jarra com água, só então ouviu uma voz rouca e melodiosa.

-- A noite deve ter sido muito boa. – Haidê não sabia explicar, mas vê-la chegar de cabelos molhados e com aparência de cansaço, a fez sentir ciúmes.

-- Oi! – assustou-se e deixou cair água sobre sua roupa. - Não vi que estava aí. – Haidê ofereceu um pano e quando as mãos se tocaram, sentiram um pequeno choque que a fez recuar. Lívia se assustou, mas preferiu não falar, apenas a olhou nos olhos após colocar o copo sobre a mesa e passar o pano em sua camisa. – Insônia?

-- Um pouco de sede, também. – tentou ser mais simpática – E você?

-- Eu o que? – voltou a beber a água.

-- Muita diversão? – “Por que isso está me preocupando tanto?” – Haidê estava realmente incomodada com a ideia de Lívia dormindo com outra mulher.

-- Até que não. – deu de ombros. – “Ela está realmente com ciúmes de mim ou é impressão?” – Um pouco de insônia também.

-- Imagino qual o tipo de insônia... – pensou alto e com desdém, o que irritou a loirinha.

-- Eu não devo explicações a ninguém. – estreitou os olhos – Mas, eu posso matar sua curiosidade e mostrar o tipo de diversão que fui com o maior prazer. – balançou as sobrancelhas desafiando-a e este gesto deixou Haidê furiosa.

-- Eu não costumo ter o mau gosto de bisbilhotar a vida alheia, quis apenas ser simpática.

-- Simpática? Noiva do meu querido irmão, querendo ser simpática? – foi completamente irônica – Muito legal da sua parte, mas Jaques e eu não costumamos ser educados um com o outro. – colocou mais água em seu copo – Na verdade, ele não é meu irmão e nós nos odiamos. Sinceramente? Tenho pena de você que passará o resto da vida ao lado de um crápula interesseiro. – aproximou-se da cadeira aonde Haidê sentou-se e abriu os braços, apoiando-se em um braço na mesa e o outro na cadeira, deixou os dois rostos bem próximos, quase tocando os narizes – Se um dia quiser conhecer o verdadeiro prazer, aí sim, pode me procurar. – Haidê sentiu a respiração acelerar, assim como seu coração.  Suas mãos tremiam, e por um momento ela fechou os olhos, imaginando que seria beijada, mas ao abri-los, Lívia havia saído da cozinha.

-- Cafajeste! Insolente! – usou diversos termos para definir a loirinha que saiu sorrindo. Lívia achou divertida a situação, só não imaginava que reviveria essa cena várias vezes, punindo-se por não tê-la beijado.

Haidê voltou para seu quarto, preferiu dormir em quarto separado do noivo, queria descansar, estava muito cansada em passar noites acordada, planejando sua vingança. Agora, aparentemente, restavam apenas mais dois envolvidos e ela havia resolvido reavaliar se realmente queria continuar com aquele noivado de mentira. Com a morte de Tony, era apoiar Jaques e cavar sua própria ruina até surgir a oportunidade de mata-lo, após fazê-lo sofrer. No entanto, ao conhecer Lívia todas as suas convicções foram ao chão. Ela era linda, atrevida e parecia ser muito segura, qualidades fáceis de admirar. Abriu a janela para entrar o ar da madrugada e pensou no que Lívia havia falado mais cedo: o ar parecia não entrar naquela casa, tudo era pesado e estagnado.

“Lívia! Sorriso lindo, olhar doce e vivo... Atrevida, mas dona de si...”. – pensou enquanto esperava o sono vir. Lembrou-se do rosto da loirinha próximo ao seu. – “E se ela me beijasse?” – ficou úmida com o pensamento de tê-la beijado. Sua mão procurou o centro úmido, sua respiração acelerou, tocou-se imaginando a boca de lábios rosados, gem*u pronunciando o nome da loirinha e não demorou a goz*r. Sentiu o corpo relaxar, adormeceu com um sorriso nos lábios.

No quarto ao lado, Lívia, também demorou a dormir pensando naquela linda morena. Sorriu ao recordar a brincadeira que havia feito e se odiou por não ter seguido adiante.

“Ela é linda... Lívia, Lívia, ela é a noiva daquele escroque...” – pensou com um sorriso cafajeste em seu rosto – “Ela, assim de pertinho, se parece com Jeanine... Não! Não vou arrumar confusão, muito menos cometer o mesmo erro novamente...” – tentou pensar em outras coisas, mas a expressão da linda morena de olhos fechados, esperando o beijo que não veio, deixava-lhe excitada. Ela se tocou pensando em Haidê, gozou chamando-a.

 ***************************************************************************** 

-- Haidê, eu pensei que iria dormir pelo resto do ano.

-- Não exagera Jaques, não é tão tarde assim.

-- Apenas onze horas da manhã.

-- Suas ironias não me afetam, sabe disso.

-- Vai comer alguma coisa? – permanecia irônico. – Só falta mesmo você.

-- Pretendo. – sentou-se e pegou o café, olhou em volta, mudou o assunto. - Sua mãe... – queria saber de Lívia – e sua irmã, já se levantaram?

-- Faz horas... – respondeu com voz de enfado, deixando o jornal de lado – Aquela esquisita, inútil lésbica se levantou cedo e foi embora, graças! – aquilo não era muito bem o que queria ouvir, estava decepcionada, não sabia por que, mas preferiu disfarçar, antes que o noivo percebesse.

 **************************************************************************** 

Depois da missa de sétimo dia, descobriram que Tony havia limpado suas contas antes de falecer, não havia deixado muita coisa para a esposa e filho, além de dívidas, algumas propriedades sem muito valor e a casa onde moravam, tinha o estaleiro que Estevam havia passado para Franciele, mas ele estava abandonado.

Jaques se questionava se sua madrasta ainda tinha algum direito sobre as propriedades de Lívia, ela fez da pequena fábrica de uma grande marca nacional, além do estaleiro da família ser um dos mais requisitados na construção de lanchas e veleiros, havia a empresa de pranchas que tinham a marca de uma campeã mundial. Pensou em fazer a consulta para sua noiva, mas temia sua reação, ela andava estressada e por tudo discutiam.

Lívia, como de costume, atolava-se no trabalho. Para ela não existia hora para entrar ou sair da sua fábrica. Muitas vezes, quando se sentia triste, ela mesma descia e colocava a mão na massa, fabricando pranchas de forma artesanal, assim como seu pai e seu tio ensinaram.

-- Lívia, amanhã cedo você tem aquela audiência da separação.

-- Nunca fui casada com Fabiola. Isso é mais uma armação para ganhar dinheiro fácil.

-- E você, como sempre, irá ceder. – afirmou coçando a nuca.

-- Um apartamento, para quem não tinha nada, está de bom tamanho. – respondeu sem se importar.

-- Ela quer mais do que um apartamento, você sabe disso.

-- Ela não tem direito a nada, será isso, ou nada.

-- Essa audiência será apenas para uma conciliação, caso ela não aceite, será encaminhado para impressa aquele vídeo ou levar tudo a juízo.

-- Ela tem alguma chance de conseguir o que quer?

-- Nenhuma, e olha que o escritório de advocacia que contratou é um dos melhores.

-- Como essa criatura conseguiu dinheiro para pagá-los?

-- Vai saber... – beijou a amiga – Vá para casa e descanse, amanhã as dez lhe espero no escritório de advocacia. – entregou o endereço.

-- Só em lembrar que vou revê-la.... – fez uma careta.

-- Quando você chegava aqui depois de uma noite de rachas, não fazia essa expressão.

-- Não seja vulgar seu veadão! – brincou.

-- Eu sou veadão? E você sua comedora safada? Eu quero uma oportunidade de lhe pegar.

-- Vai sonhando. – levou na brincadeira. Augusto a olhou com tristeza, mas disfarçou abraçando-a, depois se despediram.

 ***************************************************************************** 

Lívia, assim como Augusto havia previsto, chegou ao escritório em cima da hora marcada.

-- Pensei que se atrasaria.

-- Nunca! Quero me livrar logo desta situação.  – aguardaram na sala de espera, quando a secretaria dos advogados de Fabiola os chamou, Lívia não tinha como esconder a expressão de surpresa ao reencontrar Haidê, que pareceu confusa com a situação, ela baixou a cabeça e folheou rapidamente os papéis sobre a grande mesa de reunião.

-- Lívia Fachini? – perguntou confusa.

-- Castell Fachini. – completou disfarçando um sorriso avaliando a expressão da morena.

Fim do capítulo

Notas finais:

Boa noite meninas,

 

Espero que a história esteja agradando, são várias leituras para poucos comentários. Aguardo notícias. Beijos e boa semana.


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 3 - Capítulo 3:
Baiana
Baiana

Em: 28/06/2018

Hum... agora que elas já se encontraram bora ver se vão deixar a faísca virar labaredas,quem não vai gostar nada é o querido irmãozinho


Resposta do autor:

Olha, essas faíscas já incendiaram muita coisa, ultrapassou labareda...kkkkkkkkk

Responder

[Faça o login para poder comentar]

patty-321
patty-321

Em: 27/06/2018

Se encontraram e rolou faíscas. Essa loirinha e bem impertinente. Adoro. Ta bom demais. Obrigada rafa. Vc como sempre, arrasa. Bjs


Resposta do autor:

Deixa rolar o primeiro beijo que você vai conhecer melhor a loirinha. kkkkkkkk

Beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mille
Mille

Em: 26/06/2018

Oi Rafa

O encontro delas foi o mesmo e abalou as duas com o jeito da Lívia deixou a Haide de pernas bambas.

Poxa e eu torcendo para o Jacques ter morrido mais logo a Lívia vai pegar a Haide e dar uma rasteira nele.

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Oi Mille, como estou reescrevendo para ter mais coerencia, algumas partes aproveitei da primeira versão. Quando a loirinha pegar a morena vai deixa-la bem domesticada. Bjs

Responder

[Faça o login para poder comentar]

olivia
olivia

Em: 26/06/2018

Bom dia Rafaela. Eita,a coisa vai começar a pegar fogo estou gostando das mudanças,esperando ação,adoro quando Haidê bota pra quebrar,não se preocupe, suas histórias são òtimas,incomparáveis,estílos diferentes,amo o que escreve, embora estou com dificuldade de sentar em um computador!!!!! Grande abraço!!!


Resposta do autor:

Então vai adorar mais, porque nesta versão Haidê vai quebrar tudo, inclusive o Jaques, mas isso na hora certa. Obrigada! Não ajuda um tablet ou notbook e você ficar deitada? Melhoras e bjs

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Tekaxaviers
Tekaxaviers

Em: 26/06/2018

Agradabilíssima à história e o desenrolar tb.


Resposta do autor:

Obrigada querida! Bjs

Responder

[Faça o login para poder comentar]

josi08
josi08

Em: 25/06/2018

No Review

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Lili
Lili

Em: 25/06/2018

Caramba ja tinha lido alguns capítulos a um tempo atrás qie bom está voltando.


Resposta do autor:

Lili estou reescrevendo, então muita coisa é inédita. Bjs

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Eva Bahia
Eva Bahia

Em: 25/06/2018

Agradando simm.. como sempre querida autora.  Elas sao incriveis. Será uma grande historia de amor... bjs e volte sempre!!


Resposta do autor:

Obrigada! Será sim, assim espero. Bjs

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web