Coincidências por Rafa e
Capítulo 2
-- ... “Muitas felicidades, muitos anos de vida.” – estavam comemorando o aniversário de Haidê em uma casa noturna de São Paulo, a mesma que Lívia comemorava o campeonato de surf.
-- Olha aquela morena... – Milena falou empolgada. Lívia virou e acompanhou o olhar da amiga e ficou encantada com a beleza da mulher. Ficou surpresa com frio que sentiu na barriga, era uma atração inexplicável. – Acho que é o aniversário dela. – constatou após observar a movimentação ao redor.
-- Meninas, vamos para nossa farra. – Augusto se colocou entre as duas e atrapalhou a visão de Lívia que o empurrou.
-- Droga Gus!
-- O que?
-- Está nos atrapalhando. – foi a vez de Milena protestar.
-- O que estão olhando?
-- Agora é tarde, ela saiu. – o jovem olhou em direção ao grupo e procurou por algo que chamasse atenção.
-- Não entendi.
-- Melhor continuar assim. – Milena respondeu e viu Lívia se afastar. – Para onde vai?
-- Atrás dela. – Lívia procurou ao redor e não a viu, saiu em direção ao banheiro, mas sentiu o telefone vibrar e se afastou, atendeu com dificuldade. – Oi...
-- Lívia, eu preciso que volte para casa.
-- Fernando, aconteceu alguma coisa?
-- Querida, preciso que volte, apenas isso. – a loirinha ficou nervosa, voltou ao grupo onde estava e avisou aos amigos que precisava sair. Ela cruzou com Haidê que retornava do banheiro e não a viu.
-- Lívia, olha para trás, ela voltou. – Milena gritou quando passaram pela morena.
-- Não dá para pensar nisso. Estou indo.
-- Para onde?
-- Vou voltar para casa. – saiu sem tempo para protesto. O coração da loirinha se apertava cada vez mais. Pensou no tio e depois em Bá. Sentiu que alguma coisa havia acontecido com um dos dois. Chegou em casa o mais rápido que pode, encontrou-se com Fernando que a esperava ao lado de Bá. – Onde está o meu tio?
-- Calma querida.
-- Onde está George?
-- Lívia, aconteceu um acidente...
-- Meu tio morreu não foi? – perguntou nervosa e Fernando lhe puxou para um abraço.
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Haidê chegou ao local indicado, retirou o capacete e colocou sobre a moto, aspirou o ar frio da serra e ouviu o barulho do irmão pisando no mato.
-- Vamos? – perguntou sem olhar para ele.
-- Preparada?
-- Desde que sai do hospital. – respondeu olhando fixo para o nada.
-- Primeiro quero lhe oferecer algo. – entregou uma arma, Haidê aceitou e viu a Sig Sauer. Ela sorriu e olhou o irmão. – Sei que prefere a Glock, mas achei essa a sua cara. – completou com ironia e viu a morena destrava-la e mirar algo, depois a segurou e voltou a olhar Ulisses.
-- Eu também lhe amo. – piscou e ele fez uma careta. - Prefiro pega-lo com as minhas mãos, mas neste caso, um brinquedinho novo será divertido. – Ulisses sorriu.
-- Essa é minha irmã. – Haidê a colocou na cintura.
Os dois seguiram em direção ao pátio do posto de gasolina, onde vários caminhoneiros paravam para descansar. Viram o caminhão que procuravam.
-- Sabe quem é ele? – Ulisses puxou a foto do homem, entregou a irmã que olhou e viu o nome atrás.
-- João Moura de Lima. – voltou a olhar para Ulisses. – Eu vou para máquina e você descobre o nome.
-- Adoro quando você manda. – brincou.
-- Não enche e faz bem feito. – ela saiu em direção ao caminhão e olhou para trás, viu o irmão parado. – Anda. – ordenou e Ulisses fez um bico. – O que foi?
-- Vai fazer bummm... – fez gestos com as mãos. – E não vai testar o brinquedinho que lhe dei. – Haidê revirou os olhos.
-- Quando pagar a passagem do próximo infeliz para o inferno, eu prometo usar, por hoje só explosivos. – ele sorriu e saiu cantarolando.
Haidê seguiu até o caminhão e olhou ao redor, viu que não havia ninguém, retirou algo do bolso da jaqueta e se abaixou, rastejou para baixo do veículo. Colocou um pequeno dispositivo e misturou a uma espécie de massa. Quando saiu de baixo do caminhão e se levantou, alguém chamou sua atenção.
-- Ei, o que faz aí? – Haidê se limpou e sorriu.
-- Perdi meu brinco e estava procurando. – saiu e o homem a puxou.
-- Qual é? Agora que está aqui pode ficar mais para lhe ajudar a procurar. – segurou o braço da morena.
-- Estou com pressa e já achei. – o homem a puxou para um abraço forçado, ela o empurrou.
-- Vem aqui sua vadia. – voltou a puxa-la, mas Haidê levantou o mesmo braço que ele segurava e puxou, o golpeou com o cotovelo, depois lhe deu um chute no rosto. O homem caiu e sacou uma arma, antes que mirasse em sua direção, ela chutou jogando-a para longe.
-- Mano a mano machão. – chamou com um sorriso diabólico e uma sobrancelha erguida. O homem foi em sua direção, levou outro golpe no rosto, depois no tórax e por último, um golpe no abdômen que lhe fez bater a cabeça no caminhão e desmaiar. – Ah valentão, eu precisava de um culpado e ganhei na sorte grande. – empurrou o homem para baixo do veículo e saiu. – Depois de hoje, nunca mais você pega uma mulher a força. – limpou as mãos. - Agora é esperar Ulisses.
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Ulisses entrou no restaurante e procurou pelo homem, não demorou a encontra-lo.
-- João Moura? – o homem terminava de comer, olhou para Ulisses e respondeu com a boca cheia.
-- Quem quer saber? – “Que nojo! Cara se Haidê estivesse aqui, você já teria levado uma bala no meio da testa”. – pensou antes de responder.
-- Sou Marcelo Alves, quem me disse para lhe procurar foi Erson Berek.
-- Doutor Berek? – limpou a boca com o braço.
-- Sim. Ele me disse que você fez alguns serviços e lhe recomendou.
-- Doutor Berek sempre foi generoso com quem lhe serviu. Quanto o doutor quer doar? – Ulisses colocou a mão no bolso, pegou um papel e entregou ao homem que ficou surpreso.
-- Com este valor posso ser muito leal ao doutor. – Ulisses apontou a cadeira e o homem balançou a cabeça.
-- Espero que não se enrole, ele me disse que você quase colocou tudo a perder.
-- Que é isso doutor? Eu fiz outro trabalho para cobrir o erro. – Ulisses o olhou serio e bateu na mesa.
-- Não pode haver erros ou podem me pegar. – alertou e pediu uma cerveja ao garçom. – Bebe? – o homem sorriu.
-- Bom para ajudar no sono. – sorriu. - Pode deixar doutor, só me dá o nome. – Ulisses pegou o papel, ainda sobre a mesa e anotou um endereço.
-- Quero que me procure neste endereço. – ergueu uma sobrancelha. - Eu lhe darei metade da doação, a outra metade depois que o serviço estiver pronto. – o homem concordou e Ulisses aproveitou. – Você trabalha sozinho, não é? Isso é muito importante, não podemos deixar furos.
-- Só no falso acidente, tive que pedir ajuda a um amigo para vigiar a família.
-- Bem esperto. – fingiu um sorriso. – Era alguém próximo? – perguntou se servindo da cerveja, mostrou desinteresse.
-- Um dos trabalhadores da fazenda... – respondeu sorrindo. – Queria ir para faculdade, no final saiu de lá, gastou o dinheiro e parece que agora voltou de novo.
-- Idiota! Burrice tem limite. – fingiu não se importar. – Prefiro que trabalhe só desta vez.
-- O senhor que manda. – Ulisses tomou outro gole. – Encontro o senhor no dia que marquei no papel, melhor guardar antes de perder.
-- Pode deixar doutor. – sorriu com a boca aberta, cheia de comida. Ulisses balançou a cabeça e se levantou, antes de sair chamou o garçom.
-- A conta do amigo hoje é minha. – o homem ficou feliz. – Deixei mais uma cervejinha para ajudar no sono. – ele saiu e se encontrou com a irmã que o esperava no mesmo local que havia deixado a moto. – E aí?
-- Quando ele estiver dormindo: boommm! – respondeu.
-- Deixei mais uma cerveja paga, logo vai querer dormir. – olhou preocupado para Haidê.
-- O que foi?
-- O Pitomba o ajudou.
-- Pitomba? Aquele magricela filho de dona Zefa? – Ulisses balançou a cabeça.
-- Filho... – passou a mão pelo cabelo. – Pior que a mãe dele é gente boa. Ulisses, ele era afilhado dos nossos pais. Nós vimos aquele traste nascer e crescer.
-- Pois é. – estava pensativo. – Acho que esse será só meu.
-- Por que?
-- Era amigo da família, você vai pensar em poupa-lo.
-- Não. – estava com os olhos vidrados. – Ele será a inauguração do meu novo brinquedo.
Esperaram quase quarenta minutos até ouvirem a explosão.
-- Deixou as moedas? – Ulisses perguntou.
-- Não, só um idiota por baixo do caminhão.
-- O barqueiro vai deixa-lo vagar até que Hades passe com sua carruagem. – deu de ombros. – Foda-se!
-- Ulisses... – o moreno a olhou. – Você está horrível com essa peruca loira e essa lente de contato verde, parece um daqueles vampiros.
-- Sabe que está me devendo. – afirmou para irmã que deu de ombros. Ele pensou um pouco e concluiu. – Essa foi por nosso pai.
-- Por nosso pai. – repetiu enquanto olhava fixo o fogo no caminhão.
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Quatro anos depois.
Estava frio, uma noite estrelada de outono. Haidê olhava as luzes da cidade que surgia como uma linda paisagem, mas isso não importava, aguardava ansiosa pela mensagem do irmão confirmando o nome e endereço do seu próximo alvo. Desceu da moto e sentiu o vento balançar a capa de couro que ia até a altura do joelho. Vestia uma calça de couro, camisa de malha preta e botas cano longo, sem salto. Lembrou-se da família, viu o sorriso do filho e depois ouviu o som da sua voz lhe chamando de mamãe. A cena do acidente surgiu, reacendendo sua sede de vingança. – Esse vai por você, meu irmão. – retirou a luva e pegou um punhado de areia do chão. – Telêmaco, você que sonhava em cuidar da terra e dos animais da nossa fazenda, que sua alma descanse. – jogou a areia que foi levada com o vento. Sentiu seu celular vibrar e leu a mensagem que esperava.
“O nome verdadeiro é Herson Zaconni, a localização é a mesma que lhe passei antes.” – ela leu e voltou a colocá-lo no bolso. Passou a mão na arma que estava no coldre por baixo do casaco, retirou e conferiu as balas. Subiu em sua moto e foi até a casa do homem indicado na mensagem. Era uma casa cheia de seguranças e câmeras, mas a ex-agente da Interpol não teve trabalho algum em passar sem ser percebida. Entrou no sistema, congelou a imagem das câmeras, passou entre elas como uma sombra, sem que ninguém a visse. Subiu pelo pergolado de madeira que abrigava uma imensa trepadeira, chegou a sacada de um dos quartos e viu um bebê adormecido, por um momento hesitou em seu plano de vingança, mas logo veio a imagem do seu próprio filho a cabeça e ela saiu do quarto procurando pelo seu alvo. Não demorou a encontra-lo sentado em uma imensa sala assistindo a final do jogo de futebol.
-- Como entrou aqui? – perguntou surpreso após colocar a cerveja sobre a bancada.
-- Pela porta. – respondeu com uma voz rouca. O homem tentou se levantar, mas foi impedido ao ver a arma apontada em sua direção. – Nem pense em gritar. – ameaçou no mesmo tom.
-- Quem é você e o que quer?
-- Sou a mulher que vai lhe mandar para o inferno. – o homem a olhou com uma expressão de terror.
-- O que lhe fiz? – abriu as mãos em defesa. - Calma, podemos conversar.
-- O tempo de conversar já passou. – apontou a arma. – Diga ao diabo que Haidê Aqueu, uma das sobreviventes da família Aqueu, mandou lembranças. – atirou entre os olhos do homem. Ela o olhou com desprezo e lhe chutou. – O tártaro que faça bom proveito. – ouviu gritos e se aproximou da janela, antes de sair uma foto chamou sua atenção, ela voltou e quebrou o porta retrato, colocou a foto no bolso do casaco, depois saltou pela janela sem se preocupar com dois seguranças que se aproximava. O primeiro ela apenas golpeou e ele caiu desacordado, o segundo ela puxou uma faca e jogou, atingindo-o na mão que fez menção em puxar a arma, depois se aproximou e deu uma cabeçada, deixando-o desmaiado. Pegou a faca, limpou na roupa do homem, voltou a enfia-la em sua bota, pulou o muro sem preocupação e saiu com sua moto. Havia se tornado uma mulher fria e vingativa. Quase todos envolvidos na morte da sua família estavam mortos, mas faltavam os principais mandantes e aquela foto roubada denunciava muito do que precisava descobrir.
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-- Não Haidê!
-- Ulisses, essa é a melhor maneira de me aproximar dos dois.
-- Roberto sabe quem você é. – passou a mão pelo cabelo, estava preocupado com a segurança da irmã. – Ele pode lhe entregar de bandeja.
-- Não se estiver em uma missão... Ulisses, você pode manda-lo para fora, uma zona de conflito.
-- Ulisses, Haidê está certa. – Mariana interrompeu a conversa entre os irmãos, o que deixou o rapaz muito irritado.
-- Até ontem você não sabia de nada, agora quer apitar o campeonato?
-- Eu não sabia porque vocês não confiaram.
-- Mari, eu tinha medo de lhe envolver nessa vingança.
-- Somos sócias e amigas, acho que merecia a verdade. – respondeu sentida.
-- Desculpe.
-- Tudo bem. – olhou para o moreno. – Agora entendo aqueles cochichados de Ulisses ao telefone, ao menos não fui traída como imaginei.
-- Não tinha tempo nem para uma, imagina duas. – Haidê o cutucou, repreendendo-o.
-- Vamos pensar em como me aproximar dessa família.
-- Os “Di Monti” são perigosos. – a morena olhou dentro dos olhos do irmão que sentiu um pequeno arrepio.
-- Os Aqueu são mais. – afirmou com segurança.
-- Eu não sei onde estou com a cabeça em concordar com essa maluquice.
-- É meu irmão e tem a mesma opinião que a minha, sabe que não mudarei.
-- Eles são da sociedade, adoram essas coisas de festas e badalações, colunas sociais.
-- Temos Isadora, ela sabe como me colocar em evidência nestas matérias idiotas.
-- Roberto vai ligar os pontos.
-- Pode joga-lo para fora por uns tempos.
-- Eles podem associar seu sobrenome. – Mariana alertou.
-- Pode usar o de sua mãe, MacLysaght, irlandês não é comum.
-- Ulisses, acha mesmo que um nome desses não chamaria atenção?
-- Só torná-lo inglês. – Mariana afirmou como se aquela sugestão fosse a ideal.
-- Irei usar meu sobrenome, quero que saibam quem sou.
-- Suicídio. – Ulisses afirmou irritado e se levantou.
-- Haidê, repensa nisso.
-- Gente, eu sou Haidê Aqueu e todos me conhecem assim, não tem sentido mudar e lá na frente deixar furo para eles descobrirem.
-- Não adianta Mariana, vai ser assim. Quando ela começa com uma coisa.
-- Ulisses, pare de reclamar e me ajude a pensar como conhece-los.
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Um ano depois.
-- Haidê, eu ficarei próximo a casa.
-- Ulisses, eu posso fazer sozinha. – ele segurou a mão da irmã.
-- Eu sei, mas quero ficar ao seu lado. – Haidê forçou um sorriso e se abraçou ao irmão. Ela não só havia conquistado Jaques Di Monti, como aceitado seu pedido de casamento. Ela deixou transparecer que tinha dinheiro e uma carreira de sucesso, fato que chamou atenção da família e, principalmente, do patriarca: Antony Di Monti.
Haidê entrou na mansão da família Di Monti em silêncio. Era uma propriedade imensa, mas sem seguranças. A morena ficou meses estudando a rotina dos moradores da casa. Eram poucos funcionários, apenas um velho jardineiro e sua esposa, a cozinheira e responsável pela limpeza. Sabia que Jaques estava em São Paulo e Franciele em uma dessas festas chatas, Antony estava só. Entrou na casa e procurou pelos empregados, não viu ninguém, ouviu um barulho vindo do escritório e se aproximou, ouviu a tosse do homem que procurava e sorriu. Ela se aproximou e bateu na porta.
-- Sim. – Haidê abriu um pouco a porta e falou com Antony.
-- Boa noite!
-- Haidê? – perguntou surpreso. – Jaques está em São Paulo. – ela deu de ombros e fez uma expressão triste.
-- Esqueci! Eu vim conversar com um cliente e resolvi fazer uma surpresa, mas quando cheguei e senti o silêncio, lembrei. – o velho riu.
-- Sem ele e sem minha Fran esta casa é um silêncio sepulcral.
-- Acho que vou indo. – olhou ao redor procurando a presença de alguém.
-- Não. – sorriu. – Fique mais um pouco, faça companhia a um velho solitário. – ela ergueu uma das sobrancelhas e resolveu usar de sedução.
-- Um velho que ainda está na parada. – olhava com interesse. – Se Jaques chegar a esta idade assim, saio no lucro total. – Antony voltou a sorrir.
-- Não minta mais assim, posso pensar que está me cortejando.
-- Não estou mentindo. – sorriu e olhou para pequena mesa de bebidas. – Posso servir um drinque? – Antony estudou melhor a morena, ela era muito linda. Sorriu com o pensamento dos dois em uma cama, não era a primeira vez que ficava com uma das namoradas do filho, essa era especialmente linda e atraente, além de sinalizar que o desejo era mútuo.
-- Claro. – ajeitou-se na cadeira. Haidê tirou um pequeno saco de dentro do sutiã e jogou o conteúdo dentro do copo sem que o velho homem percebesse. Ele permanecia entretido com o corpo da mulher e falando alguma coisa qualquer que Haidê ouvia e deletava. Odiava aquele homem, este seria um dos mandantes direto do assassinato, porque estava interessado nas terras do grego que não quis vende-las. Ela balançou o copo após colocar o gelo e misturou o pó ao líquido.
-- Está quente. – disse para cortar o assunto, não sabia sobre o que o homem falava.
-- Pode abrir mais a sua camisa, fique à vontade. – propôs com uma voz maliciosa, enquanto ela ofereceu a bebida. – E o seu copo? – estranhou apenas um copo.
-- Pensei em bebermos juntos... – sorriu desabotoando os primeiros botões da camisa. – Assim posso ler seus pensamentos. – ele deu uma gargalhada. – Conhece esse mito? – perguntou em um tom sensual.
-- Não precisa beber para adivinhar o que estou pensando. – piscou e deu um grande gole ao vê-la com a camisa aberta, estava com uma combinação branca de seda que deixava a mostra os dois seios empinados. – Haidê, meu filho tem muita sorte. – sentiu a boca seca e bebeu o resto do liquido.
-- Que malandro, bebeu tudo e me deixou sem nada. – sorriu com prazer.
-- Senti a boca seca só de vê-la assim.
-- Imagino que ela ficará mais seca em alguns instantes. – piscou.
-- Vai divertir mais o sogrinho? – permaneceu em tom de malícia.
-- Não. – voltou a fechar a camisa. – Ela ficará mais seca quando sentir a dor insuportável que lhe levará direto para o inferno, seu maldito. – o homem arregalou os olhos e começou a abrir a própria camisa, sentiu um fogo pelo corpo e o peito acelerar, antes de uma dor aguda lhe tomar.
-- O que fez comigo?
-- Adiantei sua ida ao inferno. – deu uma gargalhada. – Com a quantidade de gente ruim que mandei, o diabo deve passar um dobrado para não perder o poder.
-- Você é uma sádica. Por que fez isso? – perguntou com um fio de voz. Estava suado e com a mão no coração, sentia-se sufocado.
-- Porque sou Haidê Aqueu, filha do homem que você mandou matar com um caminhão. Minha família morreu naquele acidente e eu jurei matar cada um.
-- Sua va... – não terminou a palavra, caiu duro sobre a mesa.
-- Pobre Antony, um enfarte. – balançou a cabeça e pegou um par de luvas, limpou a garrafa que havia pego e depois o copo. Abriu a mão de Antony e forçou os dedos sobre o copo, depois deixou um pouco mais afastado. Procurou o cofre e com auxílio de uma pequena máquina que colou próximo ao teclado abriu. Folheou todos os documentos até achar o que interessava. Enfiou dentro da bolsa, depois fechou e colocou o quadro de volta. Olhou ao redor e deu uma conferida se estava tudo no local. Preferiu sair pela varanda da sala, ninguém a viu entrar ou sair. Caminhou pelo jardim escuro até chegar ao portão, procurou o carro do irmão que a esperava.
-- Pode demorar mais, temos até o amanhecer. – usou de ironia.
-- Precisei convencê-lo de uma forma mais sútil. – Ulisses revirou os olhos.
-- O cara ainda é safado? Fala sério! Ele queria pegar a noiva do filho. – fez uma careta.
-- Terminou? – passou a mão pelo cabelo e suspirou aliviada. - Ele foi para o Tártaro. – Ulisses sorriu com a confirmação da notícia.
-- Disse que era por nossa família?
-- Por todos os Aqueu.
-- Acabou? – perguntou a irmã.
-- Falta o Roberto e Jaques.
-- A motivação nós já temos. – pensou um pouco. – Que pena, não terei como me divertir. – constatou fingindo tristeza e sorriu antes de completar. - Sem motivos para matar. – Haidê revirou os olhos.
-- Vamos para casa, peguei algumas coisas no cofre, assim você investiga e se diverte.
-- Investigar sem morte não tem graça. – fez uma careta e ligou o carro.
-- Ulisses!
-- Tá, eu sei.
Fim do capítulo
Obrigada pelos comentários, fico feliz que gostaram das mudanças. Boa semana!
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olivia
Em: 20/06/2018
Bom dia Rafaela,como você está,cuidando da saúde,a família? Estou amando a cara nova estória, Lívia ainda esta engatinhado e Haíde , aquele mulherão ,ai meu deus. Você continua maravilhosa tecendo tricô com os perssonagens!! Parabéns pelo recomeço,!! Parece uma continuação ou segunda fase? Só sei que esta ótima!!!??‘???‘???‘???‘?????
Resposta do autor:
Oi Olivia, tudo tranquilo e com você? Essa versão é eletrizante, na minha opinião está melhor que a primeira. Obrigada! Beijos
patty-321
Em: 19/06/2018
Caramba! a haide assim vingadora ta mais linda e maravilhosa. Louca pra ver o encontro das duas. Vai pegar fogo. Bjs
Resposta do autor:
Deixa ela se vestir para matar que você vai ver pegar fogo.... kkkkkk ... Matar a loirinha neste caso. Bjs
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