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Coincidências por Rafa e

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Palavras: 4861
Acessos: 5052   |  Postado em: 17/06/2018

Capítulo 1

Era uma manhã de outono, céu cinzento, nublado e fazia um pouco de frio, mas isso não era suficiente para manter a morena em sua cama. Ela se levantou, espreguiçou-se e foi ao banheiro, vestiu sua roupa, separada na noite anterior e checou a paisagem da sua varanda que dava para mar. Havia se mudado poucos meses atrás, deixou a vida movimentada de agente da Interpol, para exercer a profissão de advogada criminalista. Vendeu uma das fazendas herdada dos pais e dividiu o dinheiro com seu único irmão, Ulisses, montou seu escritório e comprou uma linda cobertura de frente para o mar. Por insistência da amiga Melissa Cristina, manteve a fazenda onde seu pai tinha uma pequena criação de gado. Ela e o irmão não entendiam muito de fazenda ou criação, mas a amiga também lhe ajudou na contratação de gente de sua confiança que não só entendia, como administrava muito bem o ramo da agropecuária, e tudo sobre olhares atentos da própria empresária. Ela sorriu ao lembrar das palavras da morena.

-- Esse negócio de administrar terras e criar gados de terceiros é tão bom que estou quase abrindo um escritório só para gerir negócios alheios. – sorriu. – O que o senhor acha vovô?

-- Todo negócio que dê lucro é muito bem-vindo, mas não acredito que Isadora vá gostar muito desta ideia. – respondeu, também sorrindo. A loirinha fez uma expressão pensativa e depois concluiu.

-- Mulher minha tem que dá conta dos serviços domésticos, trabalhar fora e chegar à noite ensinar as tarefas escolares dos filhos e servir meu jantar. Quando eu for dormir, quero que esteja de banho tomado, cheirosa e carinhosa me esperando na cama. – todos explodiram em risadas, com exceção de Melissa que a olhou com reprovação.

-- Você quer uma esposa ou escrava?

-- E você? Prefere uma esposa ou uma idiota que vai lhe esperar e você nunca chegará porque estará trabalhando? – as duas sempre discutiam por conta do trabalho.

Haidê sorriu, estava com saudades das duas amigas, eram poucas as pessoas em quem confiava, além do irmão, a avó e sua sócia, Mariana. Olhou o relógio e resolveu descer, estava passando do seu horário. Chegou no calçadão e aspirou o cheiro da água salgada, amava o mar, ele sempre lhe atraiu, dava-lhe a sensação de liberdade e paz, não foi difícil tomar a decisão da mudança. Apoiou-se em um banco e seguiu a rotina de alongamento, antes de iniciar a corrida. Aos poucos voltava a sua antiga forma física, desde seu acidente, sua rotina era essa, passava as manhãs em seus treinos: alongamento, corrida e defesa pessoal. Era faixa preta em karatê, praticava com um velho chinês que lhe exigia disciplina e concentração. As aulas aconteciam em um dos andares de uma escola de dança, tudo havia sido planejado para não chamar atenção de ninguém, ela queria, antes de tudo, discrição.

Ela alongou, ajustou o relógio e fez sua corrida diária.

 

****************************************************************************

 

 Lívia acordou, mas permaneceu deitada, lembrando-se do sonho com sua ex-namorada, Jeanine. Desde que a perdeu não tinha interesse em se relacionar sério com ninguém. Seu tio tentou leva-la para passar uns tempos fora, com a desculpa de aperfeiçoar o idioma, mas, ao retornar, o enteado da sua mãe fez questão de lembra-la da tragédia pela qual havia passado. Ele a culpava de influenciar negativamente a menina, o que a levou ao fundo do poço. Ela olhou para o lado e viu o seu cachorro esparramado em sua cama, jogou a cabeça para o lado e se espreguiçou, depois esticou o pé para mexer com o animal.

-- Ei Radar, vamos lá seu preguiçoso, hora de acordar. – o cão se espreguiçou e depois se coçou. – Vamos lá garoto, o sol está lindo. -  Radar foi até a varanda e olhou o céu, depois latiu. Lívia fez o mesmo e sorriu, abaixou-se para alisar o pelo macio do seu akita. – Tem razão, o céu está cinzento, mas as ondas maravilhosas. – beijou o cachorro e foi trocar a roupa. Depois de pronta, passou pela cozinha e comeu um pedaço de bolo, queijo, pegou um pote de vidro tirou alguns biscoitos para cães e deu para o akita. – Na volta comeremos algo melhor. – alisou a cabeça do animal e seguiu até a frente da casa, pegou sua prancha e desceu a escadaria de madeira feita sobre uma grande pedra que levava direto a areia da praia. Enfiou a ponta da prancha na areia e começou a se alongar. Esticou os braços, depois as pernas, sentou-se e continuou alongando a perna. Depois de alguns minutos, ergueu-se e pegou sua pequena garrafa, bebericou um pouco de água e olhou em volta, viu quando uma figura alta, corpo perfeito e um lindo cabelo preto amarrado em um rabo de cavalo passou correndo. Olhou para a mulher de óculos escuro e cutucou o seu fiel amigo. – Vamos Radar, corre atrás dela, assim tenho motivos para salva-la e conhece-la. – o cão abriu a boca, esticou a língua bocejando e depois voltou a se encolher, ela revirou os olhos em reprovação. – Melhor amigo do ser humano! – deu de ombros e pegou a prancha, foi em direção ao mar. – Preguiçoso, isso sim. – saiu resmungando em direção a água.

******************************************************************************

 

Haidê passou correndo e viu uma figura loira se alongando na areia da praia. Achou interessante a interação entre ela e o animal: enquanto a loirinha falava, o cão parecia não se importar muito. Sentiu-se atraída, achou estranho, viu o tempo no relógio e resolveu prosseguir, voltou para casa.

-- Bom dia vó! – beijou a velha senhora e sentou ao seu lado.

-- Bom dia! – a olhou desconfiada. - Não acha melhor tomar um banho?

-- Ainda vou para o treino. – olhos azuis a observava com curiosidade. - O que? – perguntou surpresa ao perceber Helena lhe avaliando.

-- Não posso observar minha neta preferida?

-- Desculpe decepciona-la, mas a senhora só tem uma. – respondeu enquanto passava geleia na torrada.

-- Em breve terei duas. – disse com um sorriso e voltou a tomar seu café. Foi a vez de Haidê a olhar de forma avaliadora e erguer uma das sobrancelhas.

-- Descobriu algum filho desgarrado do casamento dos meus pais? Ulisses quando souber vai querer despachar para algum lugar do mundo de Hades. – mordeu a torrada e se serviu de café. Helena colocou a xícara sobre o pires e olhou a neta.

-- Não seja injusta, a vida do seu pai era para vocês, e sua mãe então... – passou a mão pela toalha da mesa como se estivesse limpando e pensou antes de concluir. - Sua alma gêmea, a cada dia está mais próxima. – Haidê revirou os olhos, pegou um pedaço de queijo e colocou sobre outra torrada e saiu da mesa.

-- Enquanto a senhora sonha, eu vou ao treino, recuperar meu tempo perdido e me preparar para mandar mais meia dúzia para o Tártaro. – beijou a avó e saiu comendo a torrada.

-- Oh minha neta, quando você vai esquecer essa coisa de vingança e viver sua vida? – pensou alto após vê-la sair.

O velho chinês a aguardava enquanto meditava. Haidê entrou, vestiu seu kimono e aproximou, fez o cumprimento antes de entrar no tatame e olhou, para o homem que se ergueu em um pulo e lhe jogou uma fita. Ela esperou as instruções.

-- Vai enfrentar seus inimigos... – apontou vários sacos amarrados em cavaletes e outros pendurados em cordas. – Usará estes punhais. – Haidê avaliou o local e sorriu. – Só tem um detalhe: ficará com os olhos fechados... – quando ela abriu a boca ele concluiu. – Ouça o som e se baseei por ele. – quando ela colocou a faixa nos olhos bloqueando sua visão, o velho concluiu com um ar vitorioso. – Esqueci de falar que o som por trás da música. – ligou o aparelho de DVD e deixou a música fluir pelas caixas de som. Haidê ouviu uma das suas músicas preferidas e sorriu com a observação do velho mestre.

“How can you see into my eyes/ Like open doors/ Leading you down into my core/ Where I've become so numb?/ Without a soul/ MY spirit's sleeping somewhere cold/ Until you find it there and lead it back home”...

 

Ela se concentrou e ouviu quando o velho soltou alguns sacos pendurados. Haidê golpeou com os pés alguns sacos, outro ela cortou com os punhais, enquanto a música rolava, o velho chinês puxava algumas cordas, em seguida caiam sacos cheios de areia, ela desviava e depois golpeava, sempre ao ritmo da música.

 

“(Wake me up.)/ Wake me up inside/ (I can't wake up./ Wake me up inside/ (Save me.)/ Call my name and save me from the dark/ (Wake me up.)/ Bid my blood to run/ (I can't Wake up.)/ Before I come undone/ (Save me.) Save me from the nothing I've become/ Bring me to life/ (I've been living a lie There's nothing inside.)/ Bring me to life/ Frozen inside without your touch/ without your love, Darling/ Only you are the life among the dead”...

 

O velho veio em sua direção e tentou golpeá-la, mas teve todos os movimentos bloqueados. Ao término da música, ele tentou acerta-la na perna, ela deu um salto e ele soltou mais dois sacos que foram chutados para longe enquanto caiam.

 

“All of this time/ I can't believe I couldn't see/ Kept in the dark/ but you were there in front of me... Bring me to life/ (I've been living a lie There's nothing inside.)/ Bring me to life”

 

A música terminou e ela retirou a fita que cobria sua visão. Olhou ao redor e viu o resultado do treino.

-- Poderia ser melhor. – o velho chinês a alertou. Ela deu de ombros e o homem a atingiu.

-- Mantenha guarda. – Haidê se levantou e apontou para ele.

-- Vamos lá, prossiga. – chamou o velho chinês que sorriu e voltaram a lutar. Ao final, ela voltou a beijar o tatame, o velho estendeu a mão e a puxou. – Não sei como consegue, mas ainda vou detê-lo. – ele sorriu e saiu com os braços cruzados. A morena juntou suas coisas e foi em direção ao vestiário. Não demorou a sair arrumada, cabelos soltos, terno risca de giz e saltos. Passou pelo chinês que sorriu e soltou um gracejo.

-- Elegante deste jeito, ganha todas as audiências, já as lutas... – brincou.

-- Quer tentar? – piscou e se preparou para o golpe que não veio, ele lançou uma maçã que foi pega pela mão da morena que demonstrou um reflexo de quem estava sempre alerta. Ela mordeu e sorriu.

-- Precisa de alguns ajustes e estará pronta para seu objetivo. – Haidê o olhou séria.

-- O senhor sabe qual é este objetivo.

-- Por isso lhe exijo mais do que antes, não quero perder minha mais bela aprendiz.

-- Pensei que era a mais dedicada.

-- Não! – respondeu sério e com as mãos cruzadas para trás. – Só será a mais dedicada quando sobreviver a tudo. – saiu irritado e Haidê sorriu, era um bom homem, apesar de muito duro e exigente.

******************************************************************************

Lívia deixou o mar e correu para sua casa, seguida de seu fiel amigo. George lhe esperava sentado na varanda, terminava de ler o jornal.

-- Oi tio. – disse sorrindo e se aproximou para beija-lo.

-- Bom dia minha pequena sereia. – Lívia revirou os olhos e pegou uma uva sobre a mesa.

-- Tio, olha como me chamou, e se alguém ouve?

-- Saberá que você é minha pequena sereia. – respondeu sorrindo. – Vá tomar um banho e tomaremos o café juntos.

-- O senhor ainda não comeu?

-- Só tomei uma xicara de café, estava lhe esperando.

-- Vou rapidinho então, precisamos falar sobre o torneio.

-- Precisamos falar, também, sobre suas notas. – repreendeu e segurou a vontade de rir quando a loirinha fez uma careta.

-- Sério?

-- Sim. – ela demonstrou desanimo e foi em direção a porta. Ele amava Lívia como uma filha e não podia deixar de exigir responsabilidades com os estudos. Quase meia hora depois ela retornou arrumada e mais quieta. George a avaliou e viu quando Bá apareceu logo atrás.

-- Trouxe um café passado agora, sei que a menina adora tomar café com leite.

-- Obrigada Bá. – sentou-se e antes de se servir, a velha senhora pegou uma taça, colocou frutas cortadas, depois iogurte e entregou a Lívia.

-- Prefere um misto quente ou a crepioca? – Lívia a olhou depois de enfiar uma imensa colherada na boca. George viu o brilho dos olhos verdes com a pergunta que lhe foi feita.

-- Crepioca com banana em rodelas e geleia. – respondeu depois de pegar mais uma colherada generosa. – Bá, que tal uma crepioca doce com a banana e outra de queijo?

-- Havia pensado exatamente nisso. – Bá respondeu com paciência e saiu. Lívia olhou para o tio e deu de ombros.

-- Estava treinando, preciso repor as energias.

-- Não falei nada. – respondeu erguendo as mãos.

-- Tio, estou no top do ranking nacional, se vencer esta etapa terei de ir a Portugal... – disse sorrindo e depois piscou.

-- Lívia, concentre-se no agora. – George a interrompeu. – Pense no que está próximo, vença os soldados que estão aqui e depois parta para os mais distantes. Não conte com a vitória antes de conquista-la.

-- Eu sei, mas ela é muito real. – tentou se justificar.

-- Primeiro o que está aqui, depois o inatingível até que ele não ofereça mais riscos. – ele se levantou.

-- O senhor vai sair?

-- Tenho hora com a advoga.

-- Advogada? Aconteceu alguma coisa?

-- Apenas negócios. – tranquilizou. – Por que não vem comigo? Assim demonstra um pouco de interessa com coisas além das ondas e mulheres. – a loirinha fez uma careta.

-- Existe coisas além disso? – brincou.

-- Lívia, não tenho lhe visto estudar. Não admito que tranque novamente a matrícula na universidade... – falou sério. – E se pensa que vai para Portugal depois desta competição, a resposta é não.

-- Tio...

-- Quer viajar? Demonstre maturidade e responsabilidade. Primeiro nas notas, depois nos negócios que seu pai deixou.

-- O senhor sempre tomou conta deles.

-- A empresa é sua, você tem que entender dela ou um dia será passada para trás.

-- Tio, ainda tenho muito tempo para isso. – George colocou as mãos apoiadas sobre a mesa e encarou a sobrinha.

-- Lívia, ouça bem: na vida a única certeza que temos é a morte. – ela pensou em protestar, mas seus olhos se encheram d´água. – O que foi?

-- Sonhei com Jeanine. – George passou a mão pelo rosto e se aproximou da loirinha.

-- Lívia, ela sempre vai viver dentro das suas lembranças.

-- Eu sei tio. – respondeu com a cabeça baixa.

-- Levante essa cabeça, não quero vê-la triste. Agora vamos cuidar da vida ou começo a gritar aos quatro semanas seu nome preferido. – ela sorriu.

-- Não! – gritou. – Descubro um podre do senhor e falo para seus amigos. – George sorriu e fez cócegas na sobrinha.

-- Espertinha.

******************************************************************************

-- Haidê, posso entrar? – a morena olhou para a amiga que aguardava na porta e fez sinal para que entrasse. – Muito ocupada?

-- Estava lendo este processo. – Mariana encolheu o ombro e fez careta.

-- Este processo me provoca arrepios. Ele não só matou a esposa como a cortou em vários pedaços e distribuiu em sacos de lixo pela cidade.

-- Vou pedir a pena máxima.

-- O advogado de defesa alega insanidade temporária após descobrir que estava sendo traído.

-- Não existiu traição, foi uma ideia da cabeça de um agressor que motivou essa crise de ciúmes. – olhou para a amiga e ficou pensativa. – De uma forma ou de outra a justiça será feita.

-- Como? – Mariana perguntou sem entender e só então Haidê percebeu que havia falado demais.

-- Quando a justiça dos homens falha, a divina aparece.

-- Ah! – Haidê suspirou aliviada, ela havia acreditado. – Posso lhe pedir um favor?

-- Claro.

-- Preciso conversar com Ulisses.

-- Ainda não se resolveram?

-- Seu irmão é uma porta em matéria de romantismo. – a morena sorriu com a comparação. – Meu cliente vem aqui trazer alguns documentos, ele administra a pequena empresa do irmão que faleceu. A sobrinha fez dezessete anos e me pediu para emancipa-la.

-- Ela vai administrar a empresa?

-- Tem uma questão familiar, acredito que a mãe da menina vive de olho no dinheiro que o pai lhe deixou e agora tem aparecido mais e por aí vai.

-- Pode deixar, eu converso com ele, confiro os documentos e depois lhe passo.

-- Fico devendo essa.

-- Vou cobrar. – respondeu sorrindo.

******************************************************************************

-- Lívia, a festa vai ser fodástica.

-- Fodástico será meu tio me proibindo de ir para a etapa em Portugal, porque não tirei notas razoáveis. – revirou os olhos em uma expressão de enfado.

-- Cara, seu tio não é seu pai, ele não pode mandar em você. – Augusto completou com um ar vitorioso.

-- Concordo com o Gus, você sabe o que pode e não pode para vida.

-- Milena, eu até sei o que quero, mas o dinheiro quem solta é o meu tio. – explicou desanimada.

-- Ele não tira da sua empresa?

-- Mas a empresa só rende alguma coisa porque ele trabalha muito, enquanto Lívia estuda e tem esse esporte. – Bá atrapalhou a conversa e olhou para loirinha. – Tem uma tal doutora Haidê ao telefone querendo falar com seu tio, você sabe dele?

-- Não. – gostou da sonoridade daquele nome. – Ela é médica? – demonstrou preocupação.

-- Não sei.

-- Eu vou atende-la. – foi até o telefone. – Alô... – Haidê estava riscando um papel com alguns nomes que seu irmão havia lhe passado, mas ao ouvir aquela voz suave, sentiu um frio na barriga, deixou o lápis cair, estava sem palavras. – Doutora Haidê? – a morena sorriu ao ouvir seu nome.

-- Oi... – tossiu limpando a garganta. – Desculpe... Eu preciso falar com George Fachin.

-- Ele é meu tio, mas não está. – Lívia sentiu o ar lhe faltar e respondeu com certa dificuldade. – Precisa de algo?

-- Eu preciso... – “Ouvir mais um pouco da sua voz”- pensou sorrindo e concluiu. – Preciso venha assinar os documentos e traga a sobrinha, Lívia. – a loirinha adorou o som daquela voz pronunciando seu nome.

-- Sou eu. – respondeu com ansiedade e sentiu o coração disparar.

-- Oi Lívia... – “Eu vou agora mesmo se quiser.” – Lívia pensou enquanto Haidê lhe explicava a situação. - Você pode dizer ao seu tio que os documentos estão prontos para assinar.

-- Eu não posso ir aí agora?

-- Como? – Haidê também sentiu o coração acelerar e suas mãos ficaram suadas.

-- Assinar... – sorriu com seu nervosismo, afinal, ela nem conhecia essa mulher.

-- Ah... – “Meu Deus, que conversa mais louca é essa?” – Estou saindo para uma audiência, mas deixo com a minha secretária...

-- Não! – gritou apressada e tentou se corrigir. – Pode haver alguma dúvida, melhor que você esteja aí.

-- Claro.

-- Amanhã?

-- Estarei aqui.

-- Conto com isso. – respondeu sem pensar.

-- Como?

-- Até amanhã. – desconversou.

Haidê desligou e se encostou em sua cadeira.

“O que foi isso?” – pensou de olhos fechados e controlando a ansiedade. Não sabia explicar o que estava sentindo.

Lívia desligou sorrindo e sem entender a repentina felicidade. Voltou para varanda e os amigos a olharam com curiosidade.

-- O que aconteceu? – Augusto perguntou interrompendo seus pensamentos, o que lhe deixou irritada.

-- Nada. – os dois amigos se olharam.

-- Então vamos para festa? – Lívia a olhou e respondeu com a mesma expressão ansiosa.

-- Desculpa Mila, mas preciso estudar. – saiu deixando-os sozinhos e sem entender, foi Bá quem os colocou para fora.

******************************************************************************

-- Que cara é essa? – Ulisses perguntou enquanto comia um sanduiche.

-- Não sei do que está falando.

-- Essa cara de boba da corte. – sorriu com o jeito da irmã.

-- Acredita em... – parou pensativa.

-- Acredita em? – abriu os braços na dúvida.

-- Nada. – balançou a cabeça em negação. – O que queria falar comigo?

-- Avançamos um pouco. – estava sério.

-- Vamos para o escritório. – chamou com a cabeça. Helena viu os dois passaram e imaginou a gravidade do assunto, ficou preocupada. Fez suas preces em silêncio, queria muito que a neta desistisse daquela vingança, temia as consequências de tanta violência.

******************************************************************************

George chegou da empresa e ficou surpreso em encontrar a sobrinha estudando.

-- Será que está nevando? – olhou para fora. Lívia revirou os olhos e sentou.

-- Quando não estudo o senhor fala e quando faço o que quer, brinca.

-- Querida, quero que estude para crescer. Tenha em mente que vai envelhecer e nem sempre o surf lhe dará recursos. – Lívia estava atenta as palavras do tio. – Essa coisa de festa, praia, namoro é tudo muito bom, mas passa. Logo as responsabilidades da vida adulta recairão sobre você e terá de amadurecer a força... – pegou a mão da loirinha e beijou. – Melhor que seja aos poucos e com alguém lhe orientando. – piscou e saiu. Lívia ficou pensativa, estava olhando fixo para porta da varanda e só então se lembrou do telefonema.

-- Titio... – gritou e depois se levantou, viu o homem no meio do corredor indo em direção ao quarto. – Tio Geo. – ele olhou para trás e esperou que ela falasse. – A sua advogada ligou, pediu que o senhor fosse ao escritório amanhã. – ele a olhou e sorriu.

-- Terá de ir comigo.

-- Quero conhecer a dona daquela voz.

-- Quem? – estava curioso.

-- E tem outra?

-- São duas. Sempre converso com Mariana, mas da última vez, quem me atendeu foi Haidê.

-- Essa! – pulou com os olhos brilhando, George sorriu.

-- Ela é uma morena linda, olhos azuis e bem alta.

-- Nós vamos amanhã? Qual horário? – ele meneou a cabeça ainda sorrindo.

-- Calma pequena sereia... – Lívia cruzou os braços.

-- Tio, não me chame assim na frente dela. – ele deu uma gargalhada.

-- Às dez horas está bom para senhorita?

-- Ótimo! – piscou e pulou nos braços do homem. – Eu amo muito você.

-- Eu também minha... – Lívia olhou com uma sobrancelha erguida. – Loirinha linda?

-- Melhor.

-- Agora uma boa notícia.

-- Qual? – perguntou com os olhos brilhando.

-- Uma marca famosa me procurou e demonstraram interesse em tê-la como a imagem da campanha de verão que pretendem lançar este ano.

-- Sério? – ele afirmou com a cabeça. – E o que respondeu?

-- Sim. – sorriu. – Fiz errado? – ela pulou nos braços do tio e encheu de beijos.

-- O senhor é demais!

******************************************************************************

-- Precisaremos ir até lá.

-- Tudo bem. – ainda avaliava o papel que o irmão lhe entregou. – Vou pedir a Mari para segurar as pontas.

-- Cristina vai emprestar o helicóptero, voltaremos amanhã mesmo. – a morena concordou e olhou para o irmão.

-- Ele será pelo nosso pai. – estendeu a mão e Ulisses segurou colocando a outra por cima.

-- Por nossa família.

******************************************************************************

Meses depois...

Era o aniversário de casamento de Melissa e Isadora, estavam todos reunidos na casa da empresária que optou por uma festa íntima, só com os amigos mais próximos e familiares.

-- Quando vocês deixarão de se enrolar assim e se casarão? – Melissa riu e Mariana retrucou a loirinha.

-- Calma meninas, isso é apenas “Isadora sendo Isadora”. – fez aspas com os dedos e provocou mais as duas veterinárias.

-- Minha opinião que uma das duas deveria tomar a iniciativa, o primeiro passo e seguir adiante. – Isadora voltou a falar, defendendo seu ponto de vista.

-- Isso vindo de alguém que passou anos para se declarar para Cristina. – Enrico provocou. – Haidê observava a conversa entre as amigas e pela primeira vez, sentiu falta de ter alguém.

-- Foi diferente. – Isadora ponderou.

-- Em que? – Camila quis saber. – O que foi tão diferente?

-- A Mel era hétero.

-- Nem me lembro mais de ter ficado com outra pessoa. – puxou a loirinha para um beijo. Isadora sorriu e se envolveu nos braços de Melissa. – Quanto a vocês duas, esse namoro está longo demais.

-- Eu li em algum lugar que lésbicas começam a namorar e já passam a morar juntas. – Mariana cutucou mais uma vez e Ulisses deu uma gargalhada.

-- O que é tão engraçado? – Haidê interrompeu despertando do silêncio. – Acho que vocês dois estão nesta fase do enrolando um ao outro que a Isa mencionou.

-- Sou muito jovem para casamento. – Mariana justificou.

-- E eu preciso fazer meu primeiro milhão. – Ulisses brincou.

-- Eita! Temos uma plantação de milhos na fazenda, Mel pode mandar juntar um no outro até formar um milhão. – todos estavam rindo, até Melissa olhar para a amiga e ficar séria. – Meninas, alguém fará aniversário em um mês. Alguma coisa em mente Ulisses?

-- Eu sei que ela fará aniversário, mas me proibiu de festas.

-- Sério? – Isadora perguntou olhando-a.

-- Não estou na viber... – fechou os olhos com a lembrança. – Parece que foi ontem. – Melissa esticou o braço e segurou a mão da amiga.

-- Tem que recomeçar, não existe ocasião melhor do que seu aniversário.

-- Haidê, sabe que estamos ao seu lado, somos amigas. Se estou casada e feliz com a Mel, foi por causa da sua ajuda. – Isadora apertou a outra mão da morena. – Vai ter festa, sim. – afirmou com um imenso sorriso.

-- E nós vamos aproveitar. – Mariana completou.

-- Por favor, alguém pode tirar a bebida da mão de Emília? Ela não para de falar e eu não aguento mais ouvir a sua voz. – Ulisses brincou.

-- Ela sempre fala muito assim. – Isadora disse entrando na brincadeira. Emília estava vermelha e envergonhada.

-- Seus bobos! Querem deixar minha gatinha quieta? – Camila protestou e provocou outra explosão de risadas.

-- Miauuu! – Ulisses gritou e foi seguido de Melissa, Mariana, Isadora e Enrico, enquanto Haidê e as duas veterinárias permaneciam rindo. Camila envolveu a namorada em um abraço e a beijou.

-- É inveja amor. – foi a única coisa que Emília falou e todos voltaram a pegar no pé do casal.

**************************************************************************

-- George, veja sua sobrinha, ela conseguiu! – mostrou a capa da revista com a loirinha pegando uma onda gigantesca.

-- Eu não tinha dúvidas quanto a isso. – respondeu feliz.

-- Campeã da etapa de Portugal, quem diria?

-- Eu. Essa menina lutou muito para isso, abdicou de tantas coisas.

-- Parabéns meu amigo. – Fernando o abraçou. – Depois de tantas turbulências com a família, finalmente uma alegria.

-- Fernando, ela não sabe de nada. – passou a mão pelo cabelo loiro. – Não quero que descubra tudo sobre a mãe, isso a faria sofrer.

-- Meu amigo, ela já sofre com aquela mãe.

-- Eu sei, mas prefiro que não conheça mais da história, ou ficaria pior. – pensou um pouco. – Fernando, caso me aconteça algo, quero que a force assumir os negócios e não deixe desistir.

-- Ei cara, nem pensar. – empurrou George e completou. – A turbulência passou, agora só comemorações com a nossa campeã.

-- Eu só confio em você para pedir isso.

-- Sabe que eu e Lis temos a Lívia como uma filha, sobrinha, alguém da família. Nós a amamos muito.

-- Eu sei, por isso que confio em deixa-la com você.

-- George, quando Estevam morreu, dias antes, ele começou com essa história esquisita. – olhou para George e o avaliou. – O que está acontecendo? – o homem coçou a barba rala e pensou por segundos.

-- Ela queria a guarda de Lívia, como sabe que não terá mais como recorrer a isso, quer que ela fique sozinha para colocar as mãos nos negócios.

-- Cara de pau! – socou a própria mão.

-- Antony veio falar comigo e propor um acordo.

-- Esse cara não tem limites. – disse irritado. – Eu quero provar, antes de morrer, que ela tem culpa com a morte do meu melhor amigo. – George sorriu.

-- Estevam, com toda certeza, agradeceria por tudo o que você fez por mim e Lívia.

-- Eu vou encontrar um jeito, mais cedo ou mais tarde, e irei provar que a morte dele não foi acidente.

-- Uma hora ele vai pisar na bola e nós o pegaremos.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Boa noite meninas!

Retornando a Coincidências, mudei algumas coisinhas e conto com vocês para deixarem comentários. As postagens serão (por enquanto) duas vezes por semana.

Beijos e boa semana.


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Comentários para 1 - Capítulo 1:
pompey47
pompey47

Em: 07/09/2022

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patty-321
patty-321

Em: 23/07/2021

Oi Rafa, tá tudo bem com vc? Espero qye sim pra vc voltar a postar. Bjs

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Monique
Monique

Em: 17/08/2020

Queria saber como faço  pra comprá seu livro  erros erecomeços....meu imail  é monimoreira2349@gmail.com

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Andreia
Andreia

Em: 03/05/2020

Boa noite Rafa como sempre VC é impecável nas suas histórias quando vai conseguir terminar está história fantástica. VC está de parabéns pelas personagem . 

 

OBS: QUANDO VAI TERMINAR OU COLOCAR O SEU LIVRO ERROS E RECOMEÇO DA SEGUNDA PARTE À VENDA PORQUE NÃO VENDE ELE EM PDF. HISTÓRIA MUITO LINDA EMOCIONANTE E ENVOLVENTE. PARABÉNS.

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Gaa
Gaa

Em: 23/08/2019

Autora, vc pretende continuar?


Resposta do autor:

Olá, boa noite! Pretendo sim, ainda nas próximas semanas. Bjs

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LeticiaFed
LeticiaFed

Em: 03/03/2019

Puxa, não gostou ou nao entendeu minha brincadeira de “autora carente”, então lamento e peço desculpas. Justamente por compreender que o retorno por meio de comentários às autoras é (muito) importante que faço questão de, sempre que possível, deixar um comentário histórias que acompanho. Ainda mais por se tratar de uma atividade voluntária em que vocês dispendem um bocado de tempo e dedicação quando poderiam estra fazendo qualquer outra coisa. Fico triste em saber que irá se afastar pois é uma de minhas autoras favoritas. Mas sendo para seu bem só posso apoiar e desejar felicidades. E que um dia retorne. Um abraço.


Resposta do autor:

Oi Letícia, não esquenta, foi apenas uma metáfora para colocar meu ponto de vista de uma forma em geral (incluindo esta pessoa aqui) e explicar como nós ficamos ansiosas para ver o efeito do que escrevemos sobre vocês. Por isso, não se preocupe porque não fiquei chateada. Beijos

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Alexia
Alexia

Em: 24/06/2018

Oi, Rafa!  Boa tarde! 

Amando a nova versão da história torcendo para Haide fazer o Jacques pagar por todo mal que fez a ela. E ansiosa pelo encontro das duas Livia e Haide muito bom matar saudades da Mel e Isa. Bjs esta muito boa a nova história!!! Até o próximo capítulo! 


Resposta do autor:

Ela o fará pagar por tudo e muito mais, nem se preocupe quanto a isso. As duas se encontram no capítulo 3 para o 4 e rola o clima neste que postei hoje.  Bjs

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KarineGont
KarineGont

Em: 18/06/2018

Gostei das mudanças, tá bacana assim.

Tava com saudades da Mel e da Isa

Parabéns 

Bjs 


Resposta do autor:

Obrigada! Haverão outras, aguarde. Bjs

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patty-321
patty-321

Em: 17/06/2018

Já amei as mudanas no primeiro capítulo e matar saudades de mel e isa nao tem preço. Massa. Bjs


Resposta do autor:

Haidê estará mais matadora, enquanto Lívia... O mundo é rosa e todos os problemas do Universo se resumem a Jaques. Beijos

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Mille
Mille

Em: 17/06/2018

Olá Rafa 

Amei o início e já vi muitas mudanças mais gostei que desta já que Haide está sozinha.

Acho que não será agora o encontro delas Lívia não irá conhecer a dona da voz do telefonema.

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

O encontro está próximo, aguarde... Bjs

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Baiana
Baiana

Em: 17/06/2018

Caramba,adorei as mudanças. Uma Haidê mais justiceira e uma Livia sem um passado porra louca,e de bônus ainda vamos ter o potinho de mel e sua turma.


Resposta do autor:

Lívia sem passado porra louca? Mas ela é uma pessoa, até certo ponto, nem ai para nada, mudará com o encontro da duas. Bjs

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