-- Amor?

Dávi?

Dávila?

 

Acordei meio que de supetão e não encontrei meu amor na cama.

Chamei por diversas vezes, mas sem sucesso. Será que ela já teria ido trabalhar e não se despediu de mim?

Já estava com o semblante triste quando a porta se abre.

Era ela que já estava toda sorridente logo cedo.

 

-- Meu amor já acordou?

Tá tão cedo minha vida

 

-- ah Dávi, senti tua falta na cama.

E quando acordei você não estava

 

-- pensou que eu já estaria na Padaria, não era?

Amor, não iria sair sem me despedir de vocês.

 

-- vem cá amor

 

-- Pronto pequena

 

-- te amo

 

-- também te amo minha vida.

Não quer voltar a dormir amor?

 

-- só se você não sair do meu lado.

 

-- (risos)

Tá bom prometo que não saiu.

Vêm.

 

Com carinho a Bárbara buscou meu corpo como aconchego.

Ela se ajeitou em mim e eu a mimei muito fazendo carinho até ela pegar no sono novamente.

Ainda era cedo, por volta das 5h e 30 da manha.

Não tinha pressa pra nada, a não ser para fazer meu amor feliz.

Ela pegou no sono rapidinho e eu fiquei como prometido ao lado dela.

Não estava com sono, pelo o contrario.

Já tinha feito meu desjejum e já estava pronta pra mais um dia.

Um dia que ainda teria muito a exigir de mim.

 

--que horas são Dávi?

(perguntou-me cheia de dengo)

 

-- amor é cedo ainda, você mal cochilou. Eu não vou sair daqui, prometo coração.

 

-- eu sei amor

Mais é que...

 

-- tá sentindo alguma coisa?

 

-- sim, estou!

 

-- o que Bárbara, é dor?

Você tá com dor?

 

-- não amor

Não é dor

 

-- eu quero pão de queijo com goiabada

Mais aquela goiaba caseira que fica uma delicia...

Ai amor, por favor.

 

-- como é Bárbara?

 

-- sua filha vai nascer com cara de pão de queijo e goiabada

 

-- não me diga que essa parte é aquela que você tem desejos?

 

-- Daviiiii

Eu preciso comer isso

 

-- tá bom, não sei onde vou arrumar isso.

Mais vou arrumar

 

-- rápido amor

 

Pão de queijo com goiabada caseira.

E agora? Aonde vou arrumar essa goiaba caseira

Será que a dinda sabe fazer?

Pão de queijo é fácil, tem na padaria bem fresquinho.

Desci as escadas correndo e pensando ao mesmo tempo

Essa hora da manha meu amor desejando cada coisa.

 

 

-- vai aonde assim tão apressada menina?

 

-- Dinda me ajuda.

 

-- que foi minha filha?

 

-- você sabe fazer goiabada?

 

-- quem quer comer isso há essa hora?

Sua mulher

Desejos minha filha

Começou então

 

-- ainda bem que tenho a melhor dinda do mundo

 

 -- sei fazer sim, e já eu te entrego.

 

-- obrigada minha rainha.

Te amo dinda.

Vou correr até a Padaria pra pegar os pães de queijo

 

-- corre menina

Peguei as chaves do carro e segui a Padaria.

Meu amor com desejos há essa hora...

Falando nisso, essa hora é péssima aqui.

Um transito insuportável e a Padaria fica lotada ainda.

Mais tenho que dá um jeito mesmo assim

 

Bárbara

Estou com tanta vontade de comer pão de queijo com goiabada gente.

Tomara que a Dávi chegue rápido

Enquanto ela não chega vou tomar um banho

E me cuidar...

 

                ***********************************************************

 

-- Pai, cadê os pães de queijo?

 

-- Bom dia filha, ainda tão saindo.

 

-- ok vou esperar.

A Bárbara tá com desejo

 

-- eita minha filha.

Sua mãe também tinha essas coisas.

Sofri viu...

 

-- imagino Pai

Risos...

 

-- mais tarde vêm aqui de novo, temos uma reunião.

 

-- tá bom Pai, passo sim.

Antes do almoço eu volto aqui.

 

-- corre lá atrás desses pães de queijo ai, antes que a menina passe a vontade.

 

-- tá bom Pai, te amo.

Beijo

 

Finalmente peguei o que precisava e na mesma pisada já estava voltando pra casa.

Não fui direto pro quarto, pois passei logo na cozinha pra vê se a goiabada já estava pronta.

 

-- Menina estou quase terminando

 

-- tá minha dinda linda...

 

-- amor conseguiu?

(falou a Bárbara já entrando na cozinha)

 

-- risos

Amor, consegui sim.

O que eu não faço por você?

Senta aqui que dinda tá terminando

 

-- tá amor

 

Finalmente a Dinda terminou e só olhávamos com aquela cara de surpresa pra Bárbara que comeu uma quantidade relativamente proporcional pra duas pessoas.

Eu morria de ri por dentro, nunca imaginaria que hoje eu estaria matando um desejo da minha namorada, e ainda mais ajudando minha filha a não nascer com cara de pão de queijo e goiabada...

Durante o café da manhã do meu amor fiz questão de estar com ela, e depois ainda ficamos com a Dinda na cozinha por um bom tempo.

Já era por volta das 10H da manha quando ela resolve ir pro quarto...

 

-- tá indisposta amor?

Quer subir?

 

--vamos?

 

-- vamos princesa.

Dinda, obrigada...

 

-- obrigada também dinda, muito obrigada.

Eu estava desejando isso

 

-- menina, o que quiser é só me pedir...

 

-- você é uma fofa sabia?

 

-- dinda ganhou a Bárbara também...

 

 Nesse clima de descontração subimos entre beijos e carinhos.

Bárbara ainda estava se recuperando então não poderia voltar ao cursinho, ainda precisamos conversar sobre isso também.

Até agora nem sinal da Fernanda ou da Luciana.

Ainda temos contas a acertar...

 

-- tá pensativa amor?

 

-- um pouco pequena...

 

-- o que foi?

 

-- daqui a pouco terei que ir à Padaria, uma reunião com os fornecedores.

Espero que seja rápido.

 

-- ah serio amor?

 

-- serio minha vida.

Mas é rápido princesa.

 

-- vou morrer de saudades

 

-- também vou morrer de saudades.

 

-- Passo 5 minutos longe de você e já estou morrendo de saudade Dávila, o que é isso?

 

-- (riso)
Amor, isso é amor minha princesa.

 

-- muito amor

 

Com certeza era amor.

Meu coração disparava com cada sorriso da Dávila.

E eu não enxergava minha vida sem ela.

Não viveria sem ela na minha vida.

 

 

-- Dávi, a gente precisa conversar não é?

 

-- sim, precisamos amor.

 

-- DR de casal?

 

-- DR de casal...

Mas, somente quando você se sentir mais disposta.

Você passou por muita coisa e não vamos mais arriscar nada disso.

 

-- Mais se quiser conversar amor, tudo bem...

 

-- tá amor, tá bom...

Vai descansar?

Quer que eu ligue o ar amor?

O que você quer fazer?

 

-- não sei amor

Você vai ter que sair

 

-- vou, mas volto logo...

Quer um filme minha vida?

 

-- posso ir pra sua biblioteca?

 

-- amor é nossa.

Escolha o livro que quiser lá.

 

-- obrigada

Irei ler um pouco aqui na cama enquanto você não volta.

 

-- Tá amor deixa ir lá...

 

-- volta logo, tá?

 

-- volto amor

 

 

Deixei a Bárbara em casa e segui pra minha reunião. È ter família, namorada e filha não são pra qualquer uma não.

Não irei deixar meu trabalho, porém não irei também viver só pra isso.

A Bárbara simboliza o equilíbrio na minha vida e minha filha também.

É incrível ela ainda não nasceu e eu já sonho acordada.

 

É Dávila, você está me saindo uma bela de uma apaixonada...

Pensei comigo mesma...

 

Bárbara

 

Estava lendo meu livro quando a mãe da Dávi entra

 

-- Menina me diga como se sente?

E minha neta?

 

-- Tudo bem minha sogra

Aconteceu alguma coisa? A senhora parece agitada

 

-- Dávila já falou com você?

O pai dela resolveu ir pra uma festa junina que é popular aqui

Ele e a Dávila são um pé de valsa.

 

-- serio?

Pois sua filha não me disse nada ainda

 

-- então espere pra vê se ela lhe comunica.

Sabe dançar?

E se souber filha, não vai.

Não quero mais sustos com minha neta

 

Gente como é isso?

Minha sogra está com ciúmes do meu sogro só pode.

E eu? Será que tenho que ter da Dávi também?

Até agora ela não me falou sobre essa tal festa...

Vou esperar pra vê

 

***********************************

 

 

-- fique tranquilo Pai, se for preciso à gente viaja.

Bárbara já está bem então posso ir resolver

 

-- tá bom filha.

Dávila sabe o que temos pra hoje?

 

-- não acredito que seja mais uma reunião

 

-- Filha tem uma festa junina.

Então dia de dançar, de se divertir...

 

-- mamãe não gosta muito dessa época porque o senhor dança com todas

 

-- ela não dança

E me deixa assim...

 

-- pai

 

-- eu sei, mais eu vou.

Você sabe que mesmo com ciúmes ela vai.

 

-- e eu não vou.

 

-- como não?

Filha

Sempre estivemos lá.

Sabe que tenho orgulho sempre quando vamos

É nossa parceria

 

-- Pai, e minha namorada?

 

-- Bárbara pode ir junto

 

-- não sei se ela quer ir.

 

-- sozinha ela não te deixa.

 

Não sei o que vai dá nessa festa.

Também nem sei se a Bárbara vai querer ir.

E agora?

 

 

************************************************

 

-- chegaram?

 

--- OI mãe, já sim.

 

-- Dávila, sua mulher tá te esperando.

 

Olhei pro meu Pai e balancei minha cabeça.

Sabia que isso não ida da certo...

E mamãe já estava uma fera...

 

-- Oi amor

 

-- Dávila, que historia é essa de festa?

 

-- amor, calma.

Eu acabei de saber

É um chitão tradicional que sempre tem aqui.

Meu pai e eu adoramos porque gostamos de dançar

Mamãe sempre fica morrendo de ciúmes porque não sabe dançar...

Eu acabei de saber também amor

Não se preocupe, não irei.

 

-- e porque você não vai?

 

-- não vou sair sem você

 

-- amor, eu irei com você.

Vamos

 

-- serio?

Se não quiser ir ou se sentir indisposta amor tudo bem.

 

-- Dávila

Ajuda-me a ficar toda de caipira

Que sozinha você não vai.

Se for pra dançar a gente aprende a fazer isso é hoje...

Mais deixar você sair sozinha é que não vou.

Em você eu confio, só não confio nessas meninas por ai que te comem com os olhos.

Não falo nada pra não irritar, mas por onde a gente passa teu jeito chama atenção.

 

-- amor?

De onde você tirou isso

 

-- você deixou algumas enfermeiras encantadas lá no hospital.

E eu não irei dá brecha pra nenhuma piriguete não.

Vamos me ajuda que sua filha não vai largar a mãe também

 

Continua

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo