Novos Caminhos por bobbi
Capítulo 6 - Novo Dia
O som da interfone parecia estar tocando dentro da minha cabeça, continuei com os olhos fechados pondo os pensamentos em ordem e tentando lembrar da noite passada, a sequência da noite passada aos poucos ia se formando, a ligação do Caos, a deusa ruiva no aeroporto, a forma como ela me devorou com os olhos quando saí do banheiro, o jantar, o vinho e toda a conversa.
Tentei mudar de posição no sofá e senti um braço na minha cintura e o calor da respiração no meu pescoço, meu corpo inteiro reagiu. Me forcei a abrir os olhos e a claridade fez minha cabeça doer ainda mais, e o toque insistente do interfone já estava me irritando.
Tomei todo cuidado para sair do aconchego dos braços da ruivinha sem acordá-la, quando levantei ela apenas se encolheu puxando o travesseiro mais próximo para agarrá-lo. Fiquei olhando ela dormindo, o contraste da pele branca com os cabelos ruivos, a boca rosa, o cílios grandes uma verdadeira deusa, o som do interfone tocou novamente me tirando da contemplação.
- Oi. Bom dia. - atendi um tanto mal humorada.
- Bom dia Dona Fellipa, me desculpe incomodar é que a Dona Ana está esperando a Sra já tem um tempo.
- Afff, já passei o nome da Dona Ana várias vezes para o síndico para deixar a entrada dela liberada.
- Me desculpe mesmo Dona Felippa, nós não recebemos e como a ordem é só liberar entrada perante autorização.
- Ok ok Pedro, mais tarde falo com o Sr. Antônio para saber o que aconteceu, mas deixe ela entrar.
- Sim Sra.
- Tenha um Bom dia, Pedro.
- Bom dia para a Sra também.
Desliguei e fui para a cozinha, a ressaca ia me torturar o dia todo. Procurei nas gavetas um engov e uma aspirina, estava tomando quando ouço as batidas na porta.
- Nossa senhora minha filha que cara é essa? - perguntou entrando e me abraçando como de costume.
- Ressaca Ana, a boa e velha ressaca de vinho.
- Nossa Senhora logo de vinho, mas não se preocupe um banho e um café vai ajudar. - Já sorrindo e indo em direção à cozinha. - Trouxe pãozinho fresquinho, pão de queijo, um queijo fresquinho então vá tomar um banho enquanto ponho a mesa e preparo o café.
- Aiiii como te amooo. - disse abraçando ela de novo. - Ana prepara um pouco mais de café que temos hóspede.
- Eu sei, vi assim que entrei só não reconheci, é a Dominique ou você ta namorando? - falou abrindo um sorriso bricalhão.
- Ela é uma amiga do Caos e da Julie e agora vai morar aqui um tempo, e não se preocupe que a Domi deve ta aqui semana que vem para a gente matar a saudade dela.
- Humm sei.
- O que a sra sabe Dona Ana. - Disse em tom de brincadeira, mas já entendendo o rumo da conversa.
- Nada não minha menina, vá banhar que vou preparar o café e deixe que eu acordo sua amiga.
Pensei em responder, mas já estava muito atrasada para tentar tirar essas ideias equivocadas da cabeça da dona Ana.
Conheço Dona Ana praticamente a vida toda, ela começou trabalhar na casa da nossa família como babá do Digú e quando minha mãe foi embora ela assumiu outras responsabilidades na casa e depois de tantos anos todos nós já respeitavamos e amávamos ela como se fosse da família.
Quando completei 18 anos comprei uma apartamento e contratei ela para me ajudar já que com a faculdade e a oficina eu não tinha tempo, e sempre amei ter ela por perto.
Tomei um banho e me vesti o mais rápido que pude, o celular já não parava de vibrar com as ligações do meu pai, decidi ignorá-las. Assim que abri a porta do quarto senti o aroma delicioso do café.
- Ana o cheiro está delicioso. - Disse entrando na cozinha.
- Não é só o cheiro o gosto está divino também. - Falou a Letícia segurando uma caneca de café. - Bom dia!
- Bom dia. - Respondi e fiquei encarando ela, como ela poderia estar ainda mais bonita? Estava com o cabelo estava preso em um coque deixando vários fios soltos no rosto, o sorriso dela parecia iluminar toda a cozinha.
- Sente minha filha. - Falou Dona Ana chamando minha atenção para ela. - Sente e tome seu café. Seu pai já ligou umas 10x para o meu celular deve ta procurando você.
- Aff não sei o que seria daquele lugar se eu sumisse.
- Calma minha filha, coma um pouco. - disse me servindo um café.
- Ana preciso que você dê uma geral no outro quarto, a Letícia vai morar aqui um tempo. Libera espaço no guarda roupa também, vou pedir para alguém trazer algumas caixas caso você precise.
- Ótimo, vou ligar para o Luana vim me ajudar. - Luana era sobrinha da Ana e sempre que precisa ela chamava para a menina receber uma diária. - Você não se incomoda neh?
- Claro que não e eu até prefiro que você chame assim não vai lhe sobrecarrega, inclusive já falei que é para você sempre chamar ela para fazer esse serviço pesado.
- Não me sobrecarrega não Minha filha, mas vou ligar para ela porque enquanto arrumo faço a comida ela arruma a casa. E já que você vai pedir para trazer as caixas vou fazer uma listinha de algumas coisas que tá em falta para você mandar também.
- Tá bom, compro o que você precisa e peço para entregarem aqui.
- Você poderia me levar junto? Tenho que comprar algumas coisas para mim tambem. – Leticia falou
- Claro sem problemas, você prefere ir agora comigo ou posso passar aqui depois e te buscar.
- Prefiro ir com você se não se incomoda.
- Por mim tudo bem!- respondi e sorri, ia amar ter aquele sorriso iluminando meu dia.
- Então vou me arrumar. – Ela sorriu se levantou e já ia saindo quando voltou. – Você poderia me emprestar outra roupa?
- Claro, fica a vontade pode escolher a que achar melhor.
- Obrigada. – Ela sorriu, deu uma piscada e saiu.
Logo que a Letícia saiu da cozinha Ana insinuou algumas coisas com relação aos meus olhares para ela e os dela para mim, nisso o celular voltou a tocar atendi o mais rapido que consegui só para sair daquela conversa.
- Oi Pai...sim chego jaja aí...Como? E ele tá bem?... O senhor está indo para Hospital? Passa aqui em casa e busca a Ana para ir com o Senhor. Vou para a oficina, chego em 20 minutinhos lá ...Também te amo.- Desliguei o telefone já sobre o olhar curioso da Ana.
- O que houve minha filha?
- O Tom sofreu um acidente...
- Aí minha nossa senhora! - Falou já levando as duas mãos ao rosto e com uma cara de choro - Como ele tá? Como foi isso?
- Calma Ana, ele tá bem, tava indo para oficina e um cara cruzou o sinal vermelho e bateu nele, mas ele tava de cinto e o airbag acionou, ao que parece quebrou o braço...Papai tá indo para lá.
- Aiii meu menino. - Ana já estava chorando.
- Calma Ana, papai vai passar aqui pra te buscar. Se informa certinho do que aconteceu, do que o Tom precisa e me liga, mantém a calma porque o pai já está nervoso e assim ele não resolve nada. - abracei ela. - Ele é forte vai ficar bem - apertei ainda mais o abraço tentando confortar ela e tentando achar conforto. - Pega suas coisas e já desce que do jeito que o pai tá agoniado já teve tá chegando para te buscar.
- Ele vai tá bem sim, ligo assim que tiver mais notícia.- Já falou pegando a bolsa e saindo.
Fim do capítulo
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