Novos Caminhos por bobbi
Capítulo 5 - Se Conhecendo
Enquanto ela banhava sentei na poltrona que tinha no quanto do quarto próximo a porta da varanda, o vento frio fez eu me encolher um pouco, tirei o celular do bolso e resolvi olhar minhas mensagens:
Julie: Nega espero que a viagem tenha sido boa, eu e o Carlos estão em Capão da canoa, o que precisa só ligar. E não se preocupe o Lipe vai cuidar bem de você. Carlos falou para você não se preocupar que logo o divórcio vai estar resolvido. E não conte para sua mãe onde você está. Ela e o Leonardo já vieram perguntar para nós para onde você foi. Falamos que você não falou, mas o Leonardo é insistente vai acabar descobrindo. Fique bem, tchau neguinha.
Sorri sozinha me sentindo protegida por eles, nunca tinham tido amigos tão bons quanto eles, e só de imaginar o traste do Leonardo perturbando eles, isso me deixava ainda mais irritada. Continuei rolando as conversas:
Dona Rute: Leticia, boa viagem, desejo tudo de bom nessa nova etapa da sua vida.
Ruan: Carlos contou que você viajou, volta quando?
Outra meia dúzia de mensagens de perguntando onde eu estava, rolei até ver o nome do traste na tela.
Leonardo: POSSO SABER ONDE VOCÊ ESTÁ?
Respirei fundo e me segurei para não responder e acabei fazendo o que deveria ter feito a meses, bloqueei e exclui seu número, agora eu tinha uma nova vida pela frente e era nisso que eu tinha que pensar a partir de agora. A porta do banheiro abriu e Felippa saiu enrolada em uma toalha, novamente me peguei olhando ela dos pés à cabeça.
¾ O banheiro é todo seu. - Falou
¾ Ah...ah está, obrigada. - Fiquei vermelha ao ver que ela percebeu minha olhada nada discreta para ela, levantei peguei a toalha e entrei o mais rápido possível no banheiro.
Demorei um pouco no banho, a água quente estava fazendo meu corpo inteiro relaxar, como a muito tempo não conseguia, acabei chorando deixando o turbilhão de sentimentos sair todo de uma vez em forma de lágrimas. Quando sai do banheiro, percebi a porta do quarto encostada, peguei a roupa vesti, um pouco desconfortável por estar sem calcinha o que me fez lembrar mais uma vez das minhas malas.
¾ Aí que ódio - praguejei baixinho.
Quando sai do quarto, ouvi o som da tv, Felippa estava deitada no sofá a toalha agora estava enrolada na sua cabeça como um turbante. Quando ela percebeu que eu estava lá deu pause no filme e logo se levantou.
¾ Vamos comer? - Ela já perguntou. - Pedi sushi mais cedo, acho que dá para nós duas. Você gosta de sushi?
¾ Adoro! - Respondi seguindo ela até a cozinha, a mesa já estava posta.
¾ Suco, refri, cerveja ou vinho? - Perguntou abrindo a geladeira.
¾ Huumm acho que o vinho mesmo.
¾ Prontinho. - Serviu o vinho para nós duas e sentou à mesa.
¾ Obrigada.
Começamos a comer, e logo a conversa começou a fluir, contei como conheci a Julie e o Carlos, ela me contou um pouco sobre a família deles e sobre a oficina. Falou que a mãe tinha ido embora quando Digú tinha 5 anos e ela tinha apenas 8 anos. Contei um pouco sobre meu pai, e sobre a minha mãe.
A comida já tinha acabado resolvemos ir para a sala e continuar o papo enquanto bebíamos. Naquela altura da conversa já tínhamos tomado quase toda a garrafa de vinho e a vergonha de fazer algumas perguntas já não existia.
¾ Como é saber que seu irmão trans* com sua ex?
¾ É saber que ele está muito bem acompanhado, porque a Ju é ótima de cama. - Respondeu com um sorriso safado.
¾ Ela disse que você só ficava para trás do seu irmão em um detalhe que ele tinha e você não, agora entendi o que é! - Falei isso num tom tão grande de empolgação que quando me dei conta do que havia dito senti meu rosto queimar de vergonha.
¾ Um pequeno detalhe. - Comentou e começou a sorrir, só depois de muitas gargalhadas dela entendi que a referência era em relação ao pinto do irmão.
¾ Meu deus…não é isso…quer dizer é, mas eu nunca...aí que vergonha. - Senti meu rosto ficar ainda mais vermelho. - Julie me mata se souber que contei.
¾ Relaxa, até porque conhecendo ela já deve ter dito isso na cara dele. - E continuou sorrindo.
¾ Vamos trocar de assunto. Você sempre namorou mulheres? Nunca ficou com homens.
¾ Acho incrível como as perguntas de héteros são sempre as mesmas. - Falou já em um tom mais sério.
¾ Sério? mas você se incomodar de responder?
¾ Sim sério, mas não me incomodo em responder. - Percebi que ela tinha se incomodado com a pergunta mas decidi ignorar, porque estava curiosa. Ela me olhou um pouco e continuou. - Como te contei mais cedo, me assumi aos 16 anos e para minha sorte tive muito apoio e suporte do meu pai e meus irmãos então sou muito bem resolvida com minha sexu*l*idade. Já namorei um homem sim, mas não durou muito.
¾ Porque? Não gostou de trans*r com ele?
¾ Nem tudo se resume a sex*. - Ela me encarou um pouco, vi nela um olhar um pouco triste e decepcionado. - Thiago era até bom de cama fora dela que ele não era tão bom. Só nós dois ele era um amor, mas quando estávamos com os amigos dele ele se fazia de machão, um garanhão que como dizia ele: “A cura gay. ”
¾ Nossa que babaca. Desculpa não queria fazer você lembrar de coisas ruins.
¾ Sem problema. Vamos mudar de assunto?
Mudamos completamente o rumo da conversa, começamos a falar de filmes, depois passamos a signos, viagens e até sobre política. O vinho já tinha acabado e tanto eu quanto ela tentamos ignorar o sono e cansaço para continuar a conversa. Já tinha um tempo que segurava a vontade de ir ao banheiro para não ter que dar uma pausa na conversa, mas já não estava aguentando.
¾ Fellipa, segura um pouco aí que preciso ir ao banheiro.
¾ Ok, vai lá eu espero.
Fui ao banheiro e quando voltei ela estava dormindo, me peguei observando ela. A pele morena igual ao do Carlos, um leve bronzeado, lábios grandes, mas sem exageros. Uma mecha do cabelo negro caía sobre seu rosto e num impulso cheguei mais perto e tirei bem devagar tirei a mecha. Voltei a observá-la, ela tinha um corpo perfeito, um dos seus braços estava esticado pegando a outra metade do sofá e num impulso me deitei ao seu lado no sofá-cama.
Como se me esperasse, ela simplesmente virou e me encaixou nos seus braços. Fiquei sem reação e brigando comigo mesmo por ter deitado ali, mas ao mesmo tempo estava me sentindo tão bem, tão acolhida e tão protegida que simplesmente me entreguei ao momento e assim como ela já ressonava dormindo apenas me encaixei melhor nos braços dela e dormi, amanhã pensaria no que tinha feito hoje queria apenas descansar.
Fim do capítulo
Me desculpem a demora p posta o capitulo, tem sido uma correria essas ultimas semanas.
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dannivaladares
Em: 05/08/2017
Olá,
Quando vai continuar a estória?
Abc...
Resposta do autor:
Meu note queimou uma peça????????????, pego amanhã com o técnico e amanhã mesmo termino o cap 6 e já posto.
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