Novos Caminhos por bobbi
Capítulo 4 - Pé Esquerdo
A minha nova vida começou com pé esquerdo, logo na sala de desembarque descobri que minhas malas foram extraviadas, sou encaminhada para uma sala onde eles me colocam para conversar com o funcionário mais incompetente e desinformado quem uma agência aérea já contratou. E para piorar já tinha uma hora que havia pousado e nenhum sinal do irmão do Carlos, só o que faltava era ele ter me esquecido.
Já estava aos berros de novo com o tal do George, quando ouço a voz de uma mulher.
¾ George, licença. Acho que é a pessoa que a srta. Becker estava esperando. - Falou e apontou para uma mulher ao lado dela. - Agora licença que vou voltar.
¾ Obrigada. - Falou a mulher para a funcionária da empresa.
Não vou mentir nunca senti atração por mulheres, experimentei uma vez não faculdade e não curti a experiência, mas aquela mulher mexeu comigo. Alta, uma pele com um bronze natural bem parecido com a do Carlos, olhos castanhos bem claros, o cabelo comprido estava molhado. Ela vestia uma bermuda bem curtinha deixando a mostra as pernas bem definidas, usava uma camisa cinza e pelo “farol aceso” não estava de sutiã, segurava um moletom vermelho. Olhei ela de baixo para cima e me subiu um arrepio, senti o rosto ficar quente.
¾ E quem é você? - Perguntei tentando disfarçar
¾ Felippa Guerra. - Esticou a mão, assim que apertei a mão senti um calor passar por todo meu corpo.
¾ Me desculpe, é que a Julie disse que o cunhado dela que viria me buscar. - Fiquei um pouco confusa, achei que seria o irmão do Carlos a vir me buscar.
¾ Quem a Julie disse que te buscaria? - Ela perguntou vendo minha cara de confusa.
¾ O cunhado dela. - Respondi
¾ Depois explico, enfim o que aconteceu? - Perguntou
¾ É QUE MANDARAM AS MINHAS MALAS PARA RIO BRANCO. - Voltei de novo minha atenção para o tal do George. - E ESSE HOMEM NÃO SABE ME DIZER COMO RESOLVER.
¾ Olá boa noite, Fellipa. - Estendeu a mão para cumprimentar o palerma do George
¾ Boa noite, George. Estou há alguns minutos tentando explicar para Srta. Becker que já estamos tentando resolver o problema.
¾ Larissa...- Ela virou para mim.
¾ É LETICIA. - Corrige o mais rápido que consegui, odiava quando erravam o meu nome.
¾ Ok...ok Letícia já entendi, não precisa gritar. - O tom de voz dela pareceu um pouco impaciente - Você parece bem cansada da viagem, deixa que vou tentar resolver isso. - Me preparei para falar e ela continuou - Por favor.
Ela falou e olhou no fundo dos meus olhos, o tom de voz não era do tipo que gostaria de ser contrariada, eu estava cansada mesmo e se ela queria resolver que resolvesse não estava mais suportando olhar para a cara de palerma daquele cara.
Peguei minha bolsa e sai batendo a porta, assim que saí senti o celular vibrar no bolso da calça…era minha mãe. Caminhei até o lado de fora do aeroporto, estava caindo uma chuva daquelas, respirei fundo e retornei à ligação.
¾ Oi mãe.
¾ Oi meu bebê, como foi a viagem...porque está me ligando de número desconhecido.
¾ Ah devo ter alterado sem querer. - Menti, um pouco antes de viajar Julie e Carlos me aconselharam a não contar para minha mãe porque era provável que ela contasse para o Leonardo o meu paradeiro.
¾ E como foi a viagem filha? - Perguntou ela e ao fundo ouvi a voz do Leo “Pergunta para onde ela foi Dona Lúcia” - E para onde é mesmo que você foi minha filha.
¾ Mãe a viagem foi ÓTIMA, e fala para esse filho da puta do Leonardo que minha vida não diz respeito mais a ele. - O sangue voltou a ferver, estava com ódio. - E quando minha raiva passar eu ligo novamente mamãe. PASSAR BEM.
A raiva foi tão grande que estava quase chorando, guardei o celular no bolso e olhei em volta, um pouco atrás estava Felippa falando ao telefone com um sorriso que fez meu coração acelerar, caminhei em direção a ela a tempo de ouvir “Também te amo, te espero semana que vem. Se cuida. Tchau. ”
¾ Podemos ir?! - Falei bem grossa com ela.
¾ Nossa. - Respondeu ela assustada
¾ Podemos ir? - Repeti a pergunta
¾ Sim, me espera aqui, vou buscar o carro. - Falou e saiu correndo para o estacionamento.
Pouco depois ela estacionou ao meu lado, entrei no carro ela ligou o som e fomos embora. A único som que impedia o silêncio de ser mais constrangedor era a música tocando.
A chuva ficava cada vez mais forte, inclinei um pouco o banco e fiquei olhando pela janela e pensando em como seria de agora em diante. A soma do cansaço, a música calma, o clima frio acabei cochilando.
¾ Leticia...acorda. - Ouvi longe meu nome, senti o toque da sua mão no meu rosto tirando uma mecha do meu cabelo do meu rosto, abri os olhos e a vi ali em pé ao meu lado.
¾ Chegamos? - Respondi me levantando, ela estendeu a mão para me ajudar a sair do carro.
¾ Sim. - Respondeu e sorriu.
Estávamos em uma garagem, ela saiu caminhando e eu atrás, segui ela até o elevador ela apertou o botão 9 e subimos em silêncio, ficamos paradas em frente ao apto 901 enquanto ela procurava as chaves.
¾ Droga, deixei no carro as chaves.
¾ Seu irmão não está em casa? - Perguntei ainda um pouco confusa por ela ter ido me buscar e não o Lipe.
¾ Meu irmão? - Ela me olhou confusa por um instante e soltou uma risada. - Por curiosidade, de que irmão você está falando?
¾ Julie disse que o Lipe iria me buscar. - Quando terminei de falar ela deu outra risada, não entendi o que estava acontecendo. - Qual a graça?
¾ Aii...me desculpe... não estou rindo de você estou rindo da situação. - Ela estendeu a mão para mim como se estivesse me cumprimentando. - Lipe Guerra...prazer.
¾ Masss....quer dizer que...acho que não entendi direito...você e a Julie já..., mas ela não é gay...- Minha cara de confusa deve ter sido muito engraçada porque ela teve uma crise de riso.
¾ Vamos fazer assim, vou buscar as chaves que esqueci no carro e voltando te explico. - Respondeu e saiu sorrindo em direção ao elevador.
Enquanto fiquei ali parada esperando, tentei puxar na memória as vezes que a Julie falou sobre o “Cunhado” e quase sempre o Carlos falava sobre a Pippa, e eu sempre imaginei que deveriam ser irmãos dele. Continuei ali lembrando das histórias que a Julie contava sobre o tempo que namorou o Lipe, irmão do Carlos, quando ouvi o som do elevador, ela saiu já com as chaves na mão mostrando para mim.
¾ Pronto agora sim podemos entrar. - Falou abrindo a porta. - Meu pequeno aconchego. Essa é a sala. - Apontou para o cômodo que estávamos. - Ali é a cozinha e a lavanderia. - Apontou para a direita. - No fim do corredor tem um banheiro social, à porta a esquerda é o meu quarto e a direita será o seu.
¾ Posso usar o banheiro? Estou um pouco apertada.
¾ Claro, mas usa o meu banheiro ele está mais limpo, por aqui. - E saiu na frente ligando as luzes. - Pode ficar à vontade. - Disse isso e apontou para uma porta ao lado do guarda roupa.
Quando sai do banheiro, tinha uma toalha uma blusa e um short em cima da cama, logo depois ela entrou no quarto novamente.
¾ Se você não se incomodar eu gostaria de tomar outro banho, vou acabar gripando se ficar mais tempo como essa roupa molhada. Depois você pode ficar à vontade para tomar seu banho, essa roupa está limpinha não se preocupe deve servir, tem escova de dente nova na primeira gaveta do armário da pia. - Ela foi entrando no quarto, abriu a porta da varanda o que fez o quarto ficar um pouco mais frio. - Fica à vontade não vou demorar.
¾ Posso usar o outro banheiro, não precisa se incomodar.
¾ É que o outro banheiro está sem chuveiro, o meu queimou e coloquei o de lá nesse banheiro, e como raramente tenho visita nunca comprei outro.
¾ Banho frio hoje realmente não é uma boa ideia.
¾ Não mesmo. Fique à vontade não vou demorar - falou e entrou para o banheiro.
Fim do capítulo
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