Sexto Capítulo
Estava esperando Silvana na manhã seguinte como usual, para dar carona e ter meu momento, mas então tenho uma desagradável surpresa. No instante que ela sai, o carro do Pedro encosta no portão dela. Ele me cumprimenta de dentro do carro , Silvana me olha séria e me deseja bom dia, entra no carro dele, e dois partem me deixando com cara de paspalha e sem entender droga nenhuma do que aconteceu.
Senti meu peito comprimido e meu coração ficou tão encolhido que caberia numa caixinha de fosforo. Montei na minha moto e tentei me concentrar no caminho, mas meus pensamentos estavam dispersos, agora praticamente não teria nenhum momento com Silvana. E fiquei com raiva de mim, porque Regina estava me cobrando para dormir no meio da semana com ela, mas me negava porque a carona de Silvana era sagrada para mim.
E ela não hesitou em me deixar largada nem um segundo, sei que não mostro meus sentimentos, mas só se fosse um robô para ela não ter notado o quanto aquilo me chateou. Passei pela recepção e nem a olhei e me refugiei na minha sala tentando entender aquela atitude. A única conclusão que cheguei e que ela devia estar mesmo puta porque não contei de Regina.
Nem me preocupei e claro de dar a carona de volta e sai até mais cedo. Meu dia tinha sido péssimo, Regina me ligou para ver se queria sair , mais não estava afim de ver ninguém. Quando cheguei em casa, Lavínia estava jogando taco na rua com os meninos, me viu e largou o jogo e me abraçou forte, me perguntando se poderia jogar Play. Ela pelo menos ainda me queria.
A deixei na sala, tomei banho e preparei um lanche para gente, depois ficamos jogando call of duty. Foi quando ela falou:
- o que você fez para mamãe?
Matei um soldado inimigo na faquinha e me virei surpresa para ela:
- não fiz nada.
- ontem ela estava bem brava com você, disse que não confiava nela, que ela mal sabia se você gostava da gente.
Pausei o jogo e Lavínia abaixou a cabeça triste e mordeu o lábio inferior como se fosse chorar. Meu coração ficou apertado e pela primeira vez fiquei com raiva de Silvana, poderia até estar brava comigo, mas não devia ficar falando aquelas coisas para a menina, ainda mais que não era verdade. Segurei o queixo de Lavínia e olhei bem dentro do seus olhos:
- gosto muito de vocês Lala, só não falo muito isso.
-que bom Flor, porque eu amo você. E não sei o que faria se você não gostasse de mim.
A sinceridade dela foi tocante, a abracei longamente e disse baixinho no seu ouvido:
- amo você também Lala.
Nós ficamos um tempo abraçadas e depois voltamos a jogar. Mas meus pensamentos estava em Silvana e no quanto ela iria ouvir assim que chegasse.
Não demorou muito tempo, logo ela estava gritando por Lavínia, não queria nem entrar em casa. Pedi que a menina esperasse um pouco, que iria falar com Silvana. Quando sai de casa, avistei-a no murinho que separa nossas casas. Ela me olhou séria de novo e disse no mesmo tom:
- pede para Lala vir jantar.
Ao invés de atender o pedido , fui até o local que ela estava, pulei o muro e disse com raiva, o que a deixou surpresa, nunca havia ouvido esse tom de mim:
- faz favor de me acompanhar.
Descaradamente entrei na casa dela e a esperei de braços cruzados na sala. Ela entrou ainda aturdida e me encarou, soltei o verbo:
- porque você ta falando para menina que não gosto de vocês, Silvana?!
Não desviou o olhar e me fitou com raiva também, a achei linda:
- talvez porque seja verdade.
- e quando fiz você pensar isso? agora a Lala ta lá em casa triste.
Ela se afastou e perdeu a postura de brabeza e sem me fitar falou mais serena:
- tudo bem, posso ter ficado com raiva de você ontem, mas não devia ter falado aquelas coisas para Lala.
Desarmei também, queria entender porque ela estava tão brava, (e eu sei o que você está pensando, como você não viu que ela estava morrendo de ciúmes Flower?! Bom se você já amou alguém que sabia que era impossível, sabe que a gente cria barreiras e barreiras para não deixar nenhuma gota de esperança entrar, porque e só dela que o nosso coração insano precisa, então não, eu não vi) , a segurei pelos ombros, mas continuou de cabeça baixa:
- desculpa não ter falado da Regina.
Seus olhos castanhos pousaram nos meus e vi desolação:
- te conto tudo Flower, queria que confiasse em mim. Sei que é seu jeito, mas queria ser diferente para você.
Então a abracei e ela me retribui. Queria que fosse fraterno, mas meu corpo reagiu do mesmo jeito de sempre. Cheio de tesão. Cheio de amor. Os cabelos encaracolados volumosos fizeram cocegas no meu nariz, ainda assim não me intimidei em cheira-los. Perfumada. Sexy. Linda. Isso que meu coração gritava, mas falei outra verdade:
- você é , vocês são muito importantes para mim.
Não sei se ela fez conscientemente, mas levantou a cabeça e me beijou no pescoço, esse carinho foi direto para meu baixo ventre e pulsou no meu sex*. Ela disse quase sussurrando:
- fica para jantar?
Apenas balancei a cabeça, minha voz estava mais grossa ainda de desejo.
Fim do capítulo
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