Agnes

– Tem certeza que não quer conversar? Você tá tremendo.

– Ki, não acho uma boa ideia, eu só preciso chegar na casa da Clara e ver que ela está lá.

– Não vou te levar até lá do jeito que está.

– Tá. Para o carro, eu vou descer.

– Você tá louca? Olha a chuva que tá caindo, vai pegar um resfriado ou coisa pior.

– Eu preciso vê-la.

– Agnes, – segurou minhas mãos, a essa altura já tinha esmurrado o painel várias vezes e mesmo assim a minha raiva não tinha passado – calma. Não adianta arrebentar o painel, muito menos as mãos. E enquanto não se acalmar, não te deixarei ver a Clara. A mulher tá grávida e você quer chegar lá assim, tremendo de nervoso.

– Você não entende. Eu preciso falar com ela, preciso vê-la.

– Liga pra ela, pergunta onde está.

– Eu quero vê-la! – gritei – Será que não entendeu.

– Entendi sim. Mas não vou te levar até lá enquanto não se acalmar.

– Tá! – conclui irritada.

Passamos um tempo paradas naquele posto, a chuva ainda estava intensa. Na verdade, ela não estava com medo de enfrentar a chuva, estava com receio de que o meu nervosismo assustasse a Clara e a colocasse em risco de alguma maneira. Depois de quase meia hora caladas, ela disse calmamente:

– Você não deveria acreditar em nada do que aquela cobra diz. Ela não presta, e já fez um estrago muito grande na sua vida. Não deveria dar munição a ela assim.

– O que quer dizer com isso?

– Simples, a sua reação só confirmou a minha suspeita, e não adianta negar. Eu sei que você está tendo alguma coisa com a Clara. Enfim, vocês resolveram abrir os olhos para o que estavam sentindo.

– Tá tão na cara assim?

– Esqueceu que fui eu quem abriu seus olhos? – gargalhou – Você apaixonada fica muito emotiva, em anos de amizade, nunca te vi nervosa assim. E olha que já passamos por muitas coisas juntas.

– Nem eu lembro quanto tempo tem que não fico assim. Com a Clara é tudo tão intenso, e sei lá, tenho um medo tão grande de perde-la.

– Estão namorando, então!

– Nos conhecendo apenas.

– Que lerdeza! Nessa idade, e com medo de perder uma mulher que tá caidinha por você. Cadê aquela mulher decidida, que não se apaixonaria outra vez?

– Como dizem por aqui, vai a merd* Ki!

– Isso é um xingamento, não é?

Foi impossível não rir da careta que ela fez. Conversamos por mais alguns minutos e consegui mostrar que já estava bem para ver a Clara. Quando lá chegamos ela se despediu e partiu, já estava atrasada para o tal compromisso.

Respirei fundo e olhei para o portão, estava com medo de tocar a campainha e não encontra-la em casa. A droga do guarda-chuva era pequeno e já estava sentindo os pingos da chuva em meus ombros. Encontrei a coragem que faltava e aguardei. Percebi uma claridade no pequeno corredor que dava acesso a porta e logo ela foi aberta. A dona da casa sorriu ao me ver e disse alegre:

– Achei que não fosse vir mais, entra, tá muito frio aqui fora.

Ao passar no corredor, ela gentilmente me puxou e beijou meus lábios, tomou o guarda-chuva das minhas mãos e levou para o pátio, quando retornou me levou até o quarto, perguntando:

– Você tá bem? Parece estranha. Melhor trocar essas roupas, estão frias – disse me abraçando.

– Clara, – me olhou de forma doce – precisamos conversar.

– Tudo bem, mas troca de roupa antes. Seu baby doll tá no banheiro, se quiser algo mais quente te dou um moletom meu, acho que seus braços podem ficar meio descobertos, – sorriu – mas, garanto que aquecem.

– Talvez eu não durma aqui. Podemos conversar?

– Não estou gostando dessa tensão na sua voz. Vamos conversar então, só tira o casaco antes, por favor.

Fiz o que ela pediu e sentei na poltrona que tinha ali, ela acertou, estava realmente tensa, e mesmo tentando não demonstrar, ela percebeu.

 

Clara

Depois de quatro longas horas dentro daquela sala, enfim, resolvemos todos os problemas. Seu Giovani estava satisfeitíssimo com a repercussão internacional que a vinícola estava tendo. Estamos pouco a pouco conquistando o nosso espaço lá fora.

– Clara, podemos conversar?

Olhei para o relógio, a essa hora a Agnes já deveria tá a caminho da minha casa, mas era o meu chefe que queria conversar.

– Seu Giovani, tem que ser agora?

– Você parece apressada, – sorriu – melhor deixar para segunda. Tenha uma ótima noite e bom descanso nesse final de semana prolongado. Até mais.

Que chuva é essa! Esqueci a janela da sala aberta e por muito pouco não encontro a casa inundada. Perdi quase meia hora limpando tudo, agora é banho e cama. Tenho minhas dúvidas se a Agnes ainda virá aqui hoje, além de estar muito frio, a chuva deu uma piorada e ainda tá trovejando, tenho um certo medo disso. Melhor ficar quietinha e esperar passar.

Já estava cochilando quando a campainha tocou. Era ela, tinha quer ser! Levantei animada e me “arrastei” até a porta. Não gostei muito do seu semblante, sem falar que tive um grande trabalho para convence-la a se livrar daquela roupa molhada. Essa conversa deve ser mesmo muito importante para ela estar tensa desse jeito.

– Essa conversa deve ser bem importante, nunca te vi tão séria assim! Você quer um chá, chocolate quente? Tá muito frio aqui, nossa.

– Onde você estava?

A olhei tentando entender o teor daquela pergunta, onde eu poderia estar naquela chuva?! Nossa, só agora me dei conta que esqueci de avisar a ela quando sai da empresa.

– Meu bem, desculpa não ter avisado quando vim para cá, em meio a pressa de não te deixar esperando acabei esquecendo.

– Você não respondeu a minha pergunta.

– Agnes, você tá estranha – sorri. – Onde mais eu estaria se não fosse em casa?

– Você quem vai dizer! Olha, eu vou ser sincera contigo, não quero e nem vou atrapalhar a sua vida. Se quiser voltar com o pai da sua filha não tem problema, só quero que seja sincera comigo.

Que papo mais maluco é esse dela. Voltar com o Alex, ela tá mesmo falando sério? Não é possível.

– Se você tá brincando, fique sabendo que não gostei da brincadeira.

– Você sabe que não é brincadeira – deu para sentir a tensão em sua voz.

– Não estou entendendo onde quer chegar!

Ela levantou inquieta, passou a mão no cabelo e tentou dizer calmamente:

– Só me responde, onde esteve quando saiu da empresa?

– Em casa. A reunião terminou já passava das nove, vim direto pra cá e torcendo para que você não tivesse chegado ainda, por conta da chuva.

– Clara, você não encontrou o Alex hoje?

– Não!

– Tem certeza?

– Senta aqui – chamei com a mão – não vejo o Alex desde o dia em que ele estava no restaurante. Mas, o que isso tem a ver com eu não ter te avisado quando sai da empresa? Na verdade, do que estamos falando mesmo? Não estou entendendo mais nada.

– Eu vou matar a Carolina! – disse brava.

– Quem é essa? E o que ela fez?

– Ninguém. Nada, não tem importância – sentou ao meu lado apoiando a cabeça em meu ombro.

– Você não tá bem, conversa comigo. Olha pra mim. – Segurei seu queixo e a encarei perguntando: – Quem é Carolina?

– A primeira dama da cidade!

– Ahh, lembro do dia em que te sujei. – sorri com a lembrança – O que ela fez?

– Melhor não falarmos sobre isso – tentou levantar.

Segurei seu braço dizendo: – Fala. Se isso tem a ver com a sua inquietude e com essa conversa totalmente estranha, eu mereço saber.

– Tá, você está certa! Ela esteve lá em casa e me mostrou uma foto sua beijando o Alex, alegou que tinha acabado de receber. E eu nem pensei que pudesse ser uma armação dela.

– Acho que perdi alguma coisa. Como ela poderia ter uma foto dessa no celular e, qual o interesse em ir a sua casa mostrar tal coisa?

Passou a mão no rosto visivelmente irritada, me olhou por alguns minutos e por fim disse:

– Ela quer ficar comigo, e agora jogou muito baixo.

– Como assim? – perguntei curiosa.

– É uma história longa, e já passou da hora de te contar.

– Você está me assustando.

– Eu fui embora daqui por causa de uma mulher. Enquanto estava na faculdade pouco estive aqui, meus avós iam me visitar. Passava os finais de semana enfurnada nos livros, e muitas vezes sem nem sair da república. Depois que conclui a graduação, me inscrevi para uma bolsa de mestrado na Espanha, a vinícola já estava dando um bom lucro e meus avós não me deixaram voltar pra cá para ajuda-los, então viajei. Passei dois anos lá e surgiu a oportunidade para o doutorado, comecei a trabalhar e depois conheci o irmão da Ki, meu amigo e chefe, quando terminei o doutorado ele me indicou uma especialização na Itália e lá fui eu. Consegui resolver a minha situação para ficar no país, e passei a trabalhar na vinícola dele. Resolvi que não queria mais voltar para o Brasil e assim estabeleci a minha vida lá fora, e não sentia falta de nada daqui, já que meus avós sempre iam me visitar. Me acostumei a ser sozinha e a não pensar muito no que deixei aqui, embora houvessem alguns dias que a vontade de largar tudo lá e voltar, falasse mais alto. Quando acontecia eu lembrava que ela tinha escolhido ele, ao invés de mim, e deixava as coisas como estavam. Nunca consegui manter um relacionamento por muito tempo, depois que terminei com ela, faltava alguma coisa, acredito que o problema estava em mim. Por isso passei a não querer namorar, sempre tive os meus lances, apenas isso, nada de apego e sentimentos. Desde que voltei para a cidade a mulher que destruiu o meu coração tenta se aproximar de mim, e eu venho evitando. Não sei como ela descobriu onde moro, ainda mais que estamos juntas.

– Deixa ver se eu entendi bem, você passou quase duas décadas fora do país, apenas para se manter longe de uma mulher. E essa mulher, se eu entendi corretamente, é a Carolina Marques, a esposa do prefeito. É isso mesmo?

– Sim – disse cabisbaixa.

– Você ainda a ama, é o que quis dizer com tudo isso?

– Não, eu... não... sei lá, não é mais amor o que sinto por ela. Percebi isso hoje quando ela esteve lá em casa, eu tive raiva, queria expulsa-la de lá, ainda mais depois de me mostrar a tal foto e dizer que tinha coisas a me contar sobre você.

– Não faço ideia do que ela teria pra contar de mim, acho que já conversamos sobre tudo. Agora tem uma coisa que não encaixa.

– O que?

– Como ela conseguiu a foto! Até onde eu saiba o Alex não a conhece. A não ser, que eles tenham se conhecido nesse intervalo de tempo que terminamos. Não quero saber quem ele conhece ou deixa de conhecer, não me olha assim. O que quero saber, é o que faremos agora?

– Não entendi.

– Você quer fazer o que? Vai dar a chance que ela tanto quer, ou assumiremos a nossa relação?

– Eu quero ficar com você! – Se ajoelhou na minha frente e beijou minhas mãos, dizendo: – Eu não quero nada com ela, por favor, deixa eu te mostrar que podemos ser felizes juntas.

– Você a ama, ficou evidente quando disse que foi embora por causa dela, e evita uma conversa direta sempre que ela aparece.

– Isso foi antes de te conhecer, eu estou apaixonada e você sabe. Isso nunca aconteceu enquanto eu a amava, não deixa ela atrapalhar a nossa relação.

– Eu não vou abrir mão do que temos, meu bem. Só quero que você tenha certeza do que está fazendo. Afinal, o sentimento que tem ou tinha por ela, não sei ao certo, foi nutrido por muito tempo. E acho que seria bom acabar com isso, por um ponto final. Mesmo porque, pelo o que você disse, ela vem tentando conversar contigo a um tempo já. E não sabemos como, mas, ela descobriu que estamos juntas e usou uma tática um tanto quanto pérfida ao testar a confiança que temos uma na outra.

– Não estou entendendo, quer que eu converse com ela, é isso?

– Basicamente. Eu não gostei do que aconteceu, nunca tive nada contra ela e, espero não ter. Mas se continuarmos juntas, espero sinceramente que ela não tente “atravessar” a nossa relação.

– Eu vou resolver isso, pode ter certeza, ela não vai fazer mais nada desse tipo.

– Espero mesmo que não, eu detestei ver você tensa assim. Ainda mais por uma situação totalmente manipulada.

– Desculpa! Eu deveria ter sido mais sutil na abordagem, só que me deu um medo tão grande de te perder – disse envergonhada.

– Tá tudo bem. Não pretendo deixar você solta por ai. – sorri a puxando para a cama – Será que agora você pode trocar de roupa pra gente deitar? Eu estou morrendo de frio.

Me deu um beijo suave e correu para o banheiro, voltou alguns minutos depois de roupa trocada e deitamos. Ainda conversamos sobre outras coisas, inclusive da certeza da Kiara sobre estarmos juntas.

Essa é a quarta noite que ela dorme aqui, não sei ao certo o porquê, mas ela evita bastante, por mais que eu insista, será que tem a ver com o fato de não termos definido ainda o nosso status de relacionamento? Com a conversa estranha acabei adiando esse assunto com ela, amanhã quando acordarmos conversamos sobre isso.

 

Agnes

Que conversa tensa, a Clara foi muito feliz em tudo o que disse, eu que quase enfiei os pés pelas mãos. Já deveria ter dado um basta nessas abordagens da Carolina. Enquanto eu estava sozinha não tinha problema de fingir que não via e deixar passar, mas agora tem a Clara, e não vou deixar que ela afaste a única mulher que me fez repensar a ideia de construir uma família.

– Alô! – sai do quarto encostando a porta para não acordar a Clara.

– Dona Agnes, desculpa ligar tão cedo. Estamos com problema no sistema de irrigação e nos dormitórios. Como o seu avô não tá na cidade, não sabíamos mais para quem ligar.

– Tudo bem. O que houve?

– Com a chuva que caiu aqui ontem deu um problemão, e tá tudo encharcado. Estamos com medo de prejudicar a safra. Os dormitórios estão inundados, e o galpão tá com infiltração.

Olhei pela janela da sala e o dia ainda estava clareando: – Aqui ainda tá chovendo, não vou conseguir chegar ai em menos de duas horas. Vou ligar para a equipe de encanamento pra ir adiantando o deslocamento, enquanto isso evitem transitar pela região alagadiça. E façam o que for possível para manter o galpão seco. Chegarei ai em breve.

Problemas! E o dia nem bem amanheceu ainda. Onde será que o vovô se enfiou? O celular deu caixa postal. Estranho ele sair da cidade sem avisar. Resolvo isso depois. Agora preciso avisar a Clara que não sei a hora que volto, minha conversa com a maluca da Carolina vai precisar esperar.

No quarto a Clara ainda dormia, estava muito cedo para acorda-la. Resolvi deixar um bilhete no travesseiro, assim ela não ficaria preocupada com o meu “sumiço”.

Bom dia, linda!

Desculpa não ter ficado para o café, aconteceu um probleminha urgente no campo, e preciso ir resolver. Te recompenso mais tarde. Se alimentem e fiquem aquecidas, até mais. Bjs.

A. Bartolli

Deu um grande trabalho arrumar tudo, mas conseguimos, e sem grandes perdas. Passei a manhã tentando falar com o seu Giovani, e nada! Sumiu do mapa. Passei na casa dele e só souberam me informar que ele tinha viajado cedinho, e avisado apenas que passaria o final de semana fora. Bem estranho isso, afinal, ele não viajaria sem me avisar, ao menos eu achava isso.

Falei com a Clara e expliquei que antes de voltar para lá, ia na casa do Cadu. Para a minha “sorte” quando sai do carro meu amigo se despedia da pessoa que por muito pouco não acabou com a minha última noite.

– Olha só quem veio visitar os amigos – disse sarcástica.

– Oi, Cadu. Como vai?

Abracei meu amigo, que dizia divertido:

– Estou bem. Já você, a julgar por essa cara de cansaço, não está muito bem. Entre, estava me despedindo da Cal.

– Pena eu não poder ficar com vocês, mas, o meu marido me aguarda em casa.

Era só o que me faltava, ela bancando a esposa fiel na minha frente. Cadu me olhou sorrindo e deu um jeito de enfia-la no carro. Quando voltou perguntou:

– O que te traz a minha casa?

– Sua irmã!

– O que a Cal tem a ver com a sua vinda?

– Não sei como, mas ela descobriu que eu estou me envolvendo com uma pessoa. E conseguiu uma foto um tanto quanto intimidadora da mesma, e chegou na minha casa ontem a noite com a foto.

– Sua casa? Como ela descobriu onde você mora?

– Me diga você!

– Não, não ache que eu contei. Nem fui te visitar desde que se mudou, não daria o endereço a ela.

– Tem certeza?

– Ag, nunca existiu segredos entre nós. E sabe muito bem o que penso dessa aproximação entre vocês. Carolina é minha irmã, por isso sei muito bem que nunca foi a mulher certa para você.

– Eu não sei como ela conseguiu o endereço, muito menos a foto. Só quero que se afaste de mim, e principalmente da Clara.

– Hum! Então, é a linda Clara, a mulher com quem você está envolvida. Belíssima escolha. E diga-se de passagem, vocês formam um lindo casal. Agora me diga, o que tinha na tal foto?

Narrei para o meu amigo o que tinha na foto e toda a conversa que tive com a irmã dele na noite anterior, ele disse que já tinha conversando com ela várias vezes para que se afastasse de mim, e que tinha achado que isso estivesse acontecendo.

– Como pode ver, não é o que acontece.

– Eu vou resolver isso, não se preocupe.

– Como fará?

– Digamos que eu andei ouvindo algumas coisas sobre a minha adorável irmã, que me deixaram de olhos abertos. Se ela não fizer o que eu quero, pode se complicar.

– Desde quando você ameaça as pessoas?

– Com a Carolina, é necessário ser assim – sorriu. – Mas deixa ela pra lá, e me conta como estão as coisas entre você e sua amada.

– Sempre curioso.

– Não é todo dia que você está apaixonada por alguém que vale a pena lutar.

Passei a tarde na casa dele colocando a conversa em dias. Descobri que eu não sou a única apaixonada. Ele também está apaixonado e já está em ritmo de “mudança”, tá namorando a alguns meses, coisa que eu sabia meio por cima, ele falou sobre isso no dia em que apresentou a irmã a Kiara, convidou a moça a alguns dias para morar com ele e, ela aceitou. Fiquei muito feliz por ele. Sai de lá com um convite para jantarmos na casa dele no sábado. Assim ele “conhece” a minha namorada e eu a dele, preciso fazer esse pedido logo, rs.

 

Fim do capítulo