Capítulo 16
Flashback de alguns dias atrás
Pietra
Mas o que Clara não sabia e que minha decisão estava tomada no momento em que ela voltou para minha vida, então joguei algumas coisas dentro de uma mala, tranquei minha casa e fui em busca do meu destino.
No meio do caminho me lembrei que não tinha o endereço dela, mais uma vez fui tentar minha sorte com a Ana. Ela estava dando aula quando entrei na escola, senti um forte dejavu ,era o mesmo que havíamos estudado anos atrás, fora ali que minha vida voltou a ter sentido, quando entrei na sala de aula e a vi, com sua máscara punk e seus olhos receosos.
Ana teve receio de me dar o endereço, mas olhei dentro de seus olhos e ela viu a verdade, amava a Clara e faria de tudo para tê-la de volta.Sai munida do endereço e esperança que tudo daria certo, mas antes de qualquer coisa, teria que falar com algumas pessoas antes.
Quando cheguei na empresa fui direto para sala do Otavio, aqui tenho que confessar que estava triste, porque iria magoá-lo. Ele me recebeu surpreso, mas como sempre feliz. Nos sentamos no sofá que havia na sala, ele me encarou por um longo tempo enquanto me munia de coragem para encontrar as palavras corretas:
- o que aconteceu Pietra?
Ele segurou minhas mãos, as retirei do seu contato e comecei a tirar o anel de noivado, pelo canto do olho vi a sua expressão de surpresa, ele tenta me parar, mas me levanto estendendo o anel em sua direção:
- não posso me casar com você.
Ele não pegou o anel e estupefato pergunta com os olhos brilhosos de lágrimas não derramadas:
- porque isso agora?
- nunca deveria ter aceitado Otavio, eu não...
Ele se levantou abruptamente sem me deixar completar, arranca o anel da minha mão e joga para o outro lado da sala, enfurecido de dor, grita:
- saia agora!
- por favor, deixa-me explicar...
- não precisa...- ele abaixou a cabeça, com cansaço completa - sabia que você não me amava, mas tentei amar por nós dois, ilusão a minha.
- foi sim, mas também sou culpada por não ter dito a verdade.
Pego minha bolsa, mas antes que saísse da sala, ele pergunta de costas:
- e ela não é? a Clara, o amor da sua adolescência?
Havia contado para ele que havia amado alguém que me marcara, mas nunca havia dito que era uma menina, pergunto curiosa:
- como você sabe?
Ele me encara e as lágrimas banham seu rosto, ele dá um sorriso triste e quebra um pouco meu coração:
- você nunca me olhou do jeito que olha para ela.
Também começo a chorar:
- me desculpa Otavio, eu não...
- tudo bem, eu te amo Pietra e só quero que você seja feliz.
Ele se vira novamente e sei que agora quer que vá embora.
Seco minha lágrimas e me preparo para minha segunda batalha, vou para sala do meu pai. Ele está tão velho agora, seus cabelos estão brancos, rugas por todo seu rosto e a primeira vez que percebo que ele não é tão imponente. Ele não se levanta da sua cadeira, apenas me encara sério e pergunta:
- o que você está fazendo aqui?
- vim apresentar minha carta de demissão.
Coloco a carta em cima da sua mesa e me afasto , me encara por um longo tempo e não fujo do seu olhar. Não pulo mais quero dizer a ele, mas não digo.
- que idiotice é essa Pietra?
- a partir de hoje não trabalho mais para você, não moro mais na sua casa e se ainda me considerar como filha, posso vir visita-lo. Mas e só isso pai.
Ele se levanta saindo de trás da sua mesa e se aproximando de mim, com a carta na mão, a rasga na minha frente e diz ainda calmo:
- vou ter dar apenas uma chance para se retirar da minha sala e voltar ao trabalho.
Perco a cordura e grito enfurecida:
- será que você não me ouve! não sou um robô, não sou a extensão da sua vida, sou uma pessoa que pode e vai tomar decisões próprias, não vou trabalhar mais para você, não vou mais me casar com o Otavio e principalmente não vou mais ser infeliz.
Agora e ele que se afasta, parece realmente abalado pelo meu desabafo, e pergunta um pouco aturdido:
- porque essa decisão agora?
Não precisava mais me justificar, mas queria deixar bem claro quem eu era:
- essa decisão deveria ter sido tomada há dez anos atrás, mas fui covarde , você não é Deus pai, eu amo a Clara e vou ficar com ela.
O tapa que ele me deu, doeu mais na minha alma do que no meu rosto, amava meu pai, fiz tudo para ele me amar de volta. Mas hoje percebi que ele não seria capaz de me amar do jeito que eu merecia. Ele avança para me bater novamente, mas segurei seu braço e acabo de vez com seu poder sobre mim:
- nunca mais vai me tocar, sou lésbica e amo uma mulher incrível.
Ele se solta do meu agarre mas não levanta mais a mão, se afasta gritando:
- nunca aceitarei isso, não investi em você para agora me fazer essa desfeita, vou acabar com ela, pode escrever isso!
Me encaminho até a porta e começo a abrir:
- não vai pai, seu reino e apenas naquela cidade pequena de pessoas pequena, o mundo é muito maior. Não me procure mais, a partir de hoje você não tem mais filha.
E antes que ele possa dizer qualquer coisa saio, minhas lágrimas caem apenas quando começo minha viagem para capital, alívio é meu principal sentimento.
Cheguei a noite na casa da minha mãe e contei tudo. E ela me apoiou, disse que deveria ter falado antes. Mas entendia a minha necessidade de agradar meu pai, se culpou por não ter sido uma mãe melhor. Por um tempo também a culpei, mas percebi que todos cometemos erros. Queria ir imediatamente procurar Clara , mas minha mãe me fez descansar.
Na manhã seguinte fui atrás dela, mas dei de cara com Sonia. Ela me recebeu rispidamente, acho que Clara contou o que acontecera, fiquei abismada o quanto elas se pareciam. Então tive que convencer a minha futura sogra do meu amor por sua filha, apenas para ela me dizer que Clara havia se mudado. Não tive vergonha de implorar o novo endereço, acho que Sonia também viu a verdade do meu amor, porque me deu.
Cheguei no prédio dela, fui até o porteiro e quando dizia quem era, uma mulher perguntou:
- seu nome é Pietra?
A encarei com suspeita, ela era bonita, corpo violão com profundos olhos marrons, assenti sem dizer nada. Ela me deu um sorriso sincero e retribui, disse para o porteiro:
- pode deixar a moça subir seu Paulo.
- Mas dona Estela preciso avisar.
Minha expressão mudou na hora, ela percebeu mas ainda se dirigindo ao porteiro:
- não precisa, Clara a está esperando.
Se aproximou de mim e disse apenas para mim ouvir:
- está esperando a vida inteira.
Me olhou mais uma vez sorrindo, me incentivou a entrar no elevador, quando as portas se fecharam, piscou para mim. Fiquei intrigada com ela, que namorada entregaria assim a outra de bandeja, meu coração pulou alegre, talvez não fosse. Mas tudo isso foi varrido da minha mente quando toquei a campainha.
Final do Flashback.
Clara
Puxo Pietra e a beijo, podíamos conversar depois que saciássemos nossos desejo. Ela joga a bolsa no chão e eu chuto a porta e a encosto com certa força, mas continuamos nos beijando como se fosse o fim do mundo. Ela então engancha suas pernas a minha volta, cambaleamos para meu quarto ofegantes. Em três passada estamos deitadas na minha cama, Pietra me vira e fica sentada sobre meu quadril, seus olhos reluzentes de desejo e amor, ela tira a blusa e o sutiã e me perco na sua pele dourada e nos seus seios feitos sob medida para minhas mãos. Ergo meu tronco e os abocanho , sentindo o sabor dela. Pietra enfia as mãos nos meus cabelos e arqueia o corpo me dando mais espaço, seus longos gemidos invadem o espaço.
Pietra começa a arrancar minha camisa e como estou sem nada embaixo rapidamente nossas peles em ebulição se tocam , tirando gemidos roucos de mim. Ela me faz deitar e me beija novamente, seu quadril rebol*ndo. Como está de saia minhas mãos sobem por dentro e logo posso sentir sua umidade por cima da calcinha. Ela para de me beijar e olhando dentro da minha alma:
- eu te amo.
As palavras estão presas na minha garganta, e tudo o que posso fazer e apenas mostrar o meu amor por ela. A viro deixando por baixo e beijo toda a extensão do seu corpo. Tiro afobada a saia e lambo por cima de sua calcinha, provocando-a, saboreando-a. Ela gem* alto, sem vergonha, sua mão vem até minha cabeça pedindo mais. Prendo seu pulso ao lado da sua coxa, ela me olha confusa , sorrio sacana e continuou minha exploração. Mordo o lado do seu quadril e afasto um pouco a tira da sua calcinha, beijo e minha língua sai para passear sobre a extensão bem acima do osso pubiano. Ela se solta do meu agarre, e suas mãos seguram a cabeceira da cama, projeta o corpo para frente, me implorando mais ,dessa vez cedo.
Tiro sua calcinha, abro suas pernas expondo-a para mim e caio de boca no seu delicioso sex*. Dessa vez não posso impedir, suas mãos agarram minha cabeça, seus joelhos dobram e ela grita meu nome e diz o quanto me ama. E eu poderia morrer naquele instante, que morreria feliz.
Seu orgasmo veio forte, não me contenho, arranco o resto da minha roupas e me aproprio do seu corpo, naquela tarde de amor, demos não apenas nossos corpos e coração, mas nossas almas se entrelaçam e não haveria mais volta.
Acordei exausta mais feliz, ao abrir os olhos a primeira coisa que vejo e Pietra. Sua cabeça está repousada em seu braço dobrado por cima do travesseiro, bem junto a minha cabeça, sua outra mão passeia pelas minhas costas nua. Ela sorri e ainda me deixa sem fôlego e vem me beijar, mas eu escondo meu rosto no travesseiro, ela gargalha ,sua voz suave reverbera pela minha nuca quando fala:
- vejo que ainda tem nojinho.
A encaro, e meus olhos enchem-se de lágrimas e minha voz sai mais rouca que o normal:
-nojinho não amor, autopreservação. Quero que continue desejando me beijar.
Imediatamente Pietra fica emocionada, me vira e nos beijamos profundamente, ainda sobre meus lábios:
- desejo te beijar por toda minha vida Clara, eu te amo e não vou sair mais do seu lado.
Finalmente começo a fazer as perguntas que deveria ter feito antes, nossa cabeça estão juntas dividindo o mesmo travesseiro:
- o que aconteceu?
- o que deveria ter acontecido anos atrás, te escolhi.
Não consigo segurar minhas lágrimas, elas resvalam pelo meu rosto, Pietra as beija e continua:
- terminei meu noivado fajuto, pedi demissão do meu emprego que nunca quis e contei a verdade para o meu pai.
- que verdade?
- que te amo, que você é a mulher da minha vida, que não vou viver mais sem você.
Então vejo vulnerabilidade nela, quase tímida pergunta:
- você ainda me quer? Porque desde que entrei , você não disse que me am...
Não a deixei terminar, a beijo enlouquecida, nos embolamos novamente e nossos corpos acendem, mas antes de continuar , segurei firme seu rosto e disse com toda a verdade do meu coração:
- eu te amo Pietra, quer casar comigo?
Ela deu um sorriso tão grande que não esperei a sua resposta, a beijei novamente, teríamos todo o tempo para ela.
Fim do capítulo
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