Capítulo 36: LIÇÃO 31 – CIÚME É UM PÉSSIMO CONSELHEIRO
Ed só conseguiu calar nossa boca por alguns segundos. Eu ainda estava entalada com alguns desaforos para dizer para minha amiga, ou “ex-amiga”, se é que isso existe.
-- Sabe qual é seu problema, Clarisse? Você é tão egoísta, se julga tão superior, que não pode sequer tolerar que errou no seu julgamento. O que importa é você estar certa! Mesmo que eu me ferre, você aparece dizendo, eu te avisei...
-- Luiza, para! Como você pode ser tão ingrata? Eu estive ao seu lado, cuidando das suas feridas quando suas ex-namoradas te usaram. Eu sou egoísta? Você nem se incomoda em conhecer as pessoas que namoro, vivendo aí nos seus dramas.
-- Eu não me incomodo? Claro que não me incomodo, seria ótimo se você deixasse eu, nós, seus amigos, conhecer direito suas namoradas. Você some! Parece que tem vergonha ou medo sei lá!
-- Ei! Falem baixo, eu preciso lembrar que aqui é o meu trabalho? Eu sou o dono desse luxo todo agora, apesar de que eu ainda não contei a vocês, seria hoje uma surpresa para minhas amigas racha, mas, vocês conseguiram transformar meu elegante salão em um Casos de Família, e eu não acordei Cristina Rocha hoje!
Ed se sacudia todo, falando com os dentes cerrados para que sua voz não se alterasse.
-- Desculpa, Ed. – Falei de cabeça baixa.
-- Você não vai pedir desculpas a mim também? Você me ofendeu!
-- Sério, Clarisse? Eu te ofendi? E quanto a você? O que eu te fiz para que você ser tão dura comigo? Não podia guardar esses comentários maldosos para falar com gente mais íntima? Mas, no trabalho?
Nesse momento, Cris entrou na copa anunciando seus comentários que nos alfinetavam mais:
-- Eu sempre te avisei que ela era uma metida a besta, mas, fofoqueira, essa é nova.
-- Cris? Do que você está falando? Você está sabendo também? – Perguntei assustada.
-- Acabei de saber, aliás, acho que clientes e funcionários já tem uma vaga ideia de quem é a metida aí, e de que você está namorando uma Marcela.
-- Ah que merd*, vamos para o meu escritório. – Ed, saiu pisando firme em direção as escadas.
-- Ui! Você tem um escritório, bicha! - Cris deu um tapa na bunda de Ed. – Alguém anda treinando glúteos, gostoso! Sexy!
-- Cris, não bate tanto que isso excita!
Os dois gargalhavam, enquanto eu e Clarisse trocávamos farpas pelo olhar. Escritório não era bem a palavra, Ed adaptou um pequeno espaço com pufs para descanso, eventualmente dormia por ali nos dias de movimento intenso no salão, um armário com revistas e uma pequena mesa de centro com um notebook.
-- Cris ainda bem que você chegou, essas duas querem um ringue de gelatina ou de alguma meleca gosmenta para se estapearem e puxar os cabelos, só que no meu salão não! Dá pra dar um jeito nesse brejo?
-- Eu? Vou sentar aqui e assistir, faz tempo que espero esse arranca rabo, tem pipoca e cerveja?
-- Ah, tem que sair uma opinião sábia da boca dessa criatura. – Clarisse bufou.
-- Então você quer uma opinião sábia? – Cris se irritou.
-- Clarisse o assunto é entre nós duas, pare com esses insultos sem motivo com a Cris, foque aqui, no seu assunto comigo.
-- Não precisa me defender Lu, a metida aí quer uma opinião sábia, aí vai: Luiza, o que a metida aí tem é dor de cotovelo! Ela sempre foi caidinha por você, e não se conforma de você não ter dado nenhuma chance a ela.
-- Cala essa boca, Cris! – Clarisse se exaltou.
-- Vem aqui calar, vem. – Cris provocou.
-- Você é muito idiota, nossa, os anos passam e você só fica melhor em ser idiota!
-- Outra vez você está errada, eu não sou mais idiota, e por isso eu vou mandar a real pra Luiza. Sua amiguinha aí, tem uma paixão reprimida por você, aí ela fica te cercando, desejando que cada namoro seu, dê muito errado, quem sabe ela se aproveita de você carente e enxergue ela.
-- Cala essa boca sua imbecil! – Clarisse já falava com a voz embargada.
-- Fui imbecil sim, quando te ofereci um ombro amigo, e você desabafava comigo, por quanto tempo? Deixa eu contabilizar, durante o namoro da Dulce com a Luiza, aí a Luiza ficou solteira, você super apoiou a Dulce, por não querer relacionamento à distância, grudou na Luiza, mas, não viu que a Beatriz estava investindo pesado na Luiza, e foi tão desastroso quando você descobriu que as duas estavam juntas que você tomou aquele porre e apareceu na minha casa, na minha cama, me usou, transou comigo me chamando de Luiza...
-- Chega! Chega Cris! – Clarisse se aproximou de Cris – Eu já te pedi perdão por isso, muitas vezes.
-- Pediu por que você fez isso, inúmeras vezes, frequentou minha cama, me manteve presa a você esperando suas migalhas, eu me apaixonei por você, sua vadia egoísta!
-- Eu devia ter convidado a Cristina Rocha... – Ed caiu sentando no puff e eu em seguida.
-- Cris, esse assunto não é para ser discutido assim, a gente conversa depois... – Clarisse falou de maneira mais gentil.
-- Eu não tenho mais nada a falar com você, já te superei Clarisse.
-- Ah superou, fazendo rodizio de mulher, sem conseguir entrar em um relacionamento!
-- E você? Namora, mas não abandona a vigilância negativa sobre os namoros da Luiza, para reunir os cacos e fazer um feitiço de amor? Olha Luiza, ignore tudo que ela falar sobre seu namoro com a Marcela, isso é o recalque dela falando. Pior, é a paixão reprimida dela.
-- Estou chocada, bee. – Ed murmurou.
-- Eu quero sumir daqui... – Foi tudo que consegui falar.
Um silêncio constrangedor encheu aquele pequeno cômodo. Nem mesmo as saídas bem humoradas de Ed conseguiram espaço:
-- Então acabou a trouxa de roupa suja? Mais alguma revelação? Pra não ficar fora, eu quero confessar que eu já tive um sonho erótico com você Cris, meu machinho...
O olhar fulminante de Cris para Ed, constrangeu até a mim. Clarisse, acuada, não teve outra opção que não fosse fugir. Pegou sua bolsa em um movimento brusco, e sem se despedir de mim e da Cris, apenas falou com o Ed, se desculpando:
-- Ed, parabéns pelo salão, desejo muito sucesso. Desculpa pela baixaria.
Outra vez o silêncio, mas, dessa vez, Ed não se conteve:
-- Agora somos nós. Cris como você escondeu isso de mim? Quantas vezes te perguntei sobre o porquê de tanto ranço com a Clarisse e você me enrolou, até desconfiei que era história de perereca mal resolvida, e você negou!
-- Ed! Acha que eu estava super confortável com a situação? Eu não me apego a ninguém, bicha, fujo de complicações, e aí, me apaixono logo pela criatura mais complicada da face da Terra!
-- Cris, eu fui muito burra, cega. Acho que a Clarisse tem razão, sou muito egoísta. Não enxerguei que você sofria por ela, não era implicância... – Dessa vez fui eu a falar.
-- Ah para, Luiza! Enganar você é uma das coisas mais fáceis desse mundo. Desculpa, mas é verdade.
Ed acenou em acordo, apesar da minha expressão contrariada.
-- E eu meio que comecei implicando mesmo com ela, por que não queria assumir que tinha mesmo era uma quedinha. A primeira vez que ela me procurou para desabafar, você estava saindo com a Dulce... Ela me procurou sob o pretexto te estar preocupada com você, por que a Dulce estava se aproveitando do seu embalo nas publicações... Eu achei que era implicância dela.
-- E era! A Dulce estava concluindo o mestrado, eu só ajudei na publicação da dissertação dela, nada mais.
-- Mas, pouco tempo antes, a Clarisse também estava concluindo o mestrado dela, não se lembra? Vocês estavam mais grudadas, você ajudando no final de tudo, ela teve problemas com o orientador dela, ela meio que achou que vocês estavam ficando mais que amigas.
-- Eu nunca olhei para a Clarisse com outros olhos que não fosse os de amiga. Desde que nos conhecemos naquele estresse de concurso da universidade.
-- Lu, a Clarisse sempre foi uma das suas maiores admiradoras, eu até pensei que antes de você nos apresentar a ela, já tinha rolado algo entre vocês... – Ed comentou.
-- Quando você começou a namorar a Dulce ela parecia que tinha sido traída, estava muito revoltada, aí reviu aquela ex meio gótica, sei lá, parecia mais uma bruxa adolescente, enfim, elas reataram o namoro, não lembra? – Cris perguntou.
-- Vagamente, ela sumiu, mas ela fazia isso sempre quando estava namorando. – Respondi.
-- Luiza, ela terminava qualquer namoro quando você estava solteira. Não demorava muito a fazer isso. Os piores relacionamentos dela aconteceram quando você começava um. Inclusive comigo. Mas, quem se ferrou fui eu, por que me apaixonei, e ela só queria você.
-- Vocês passaram quanto tempo, digamos “juntas”? – Ed quis saber.
-- Uns seis meses. Depois mais algumas recaídas.
-- Isso tudo?! Como? – Assustei-me.
-- Você não deve se lembrar, mas, quando você estava namorando a Beatriz, eu passei um tempo de purificação, sem sair, lembra?
-- Uhum. – Respondi em coro com o Ed.
-- Tudo disfarce. Estava com a Clarisse, mas, não suportei, tudo girava em torno de você, do quanto a Beatriz não te merecia, até que pus um ponto final, a cada desentendimento que você tinha com a Beatriz, Clarisse se aproximava de você cheia de esperanças, depois voltava pra mim destroçada.
-- Estou chocada.
-- E eu estarrecida! – Ed, falou fino – Que nojo, você e Clarisse?
-- Passou! Depois disso ficou só essa mágoa mesmo. Pensei que ela já tinha te superado, Luiza, ela não tentou investir quando você terminou com a Beatriz, pensei que as coisas haviam mudado, mas, agora agindo assim com a Marcela, parece que me enganei.
A conversa reveladora daquela manhã mexeu comigo. Meio abalada narrei o que acontecera a Marcela, em seu apartamento. Minha namorada, não falou muito, com um semblante enigmático me ouviu atentamente.
-- Foi isso, o que começou com um bate boca entre amigas, virou essa sessão de descarrego, como diria o Ed.
Marcela continuava calada, evitando meus olhos.
-- Meu amor, fala alguma coisa...
-- Luiza eu não sei o que te falar.
-- Nossa, faz muito tempo que não me chama assim pelo nome. O que houve, está chateada? Eu juro que nunca tive nada com a Clarisse, isso tudo me surpreendeu.
-- Uhum.
-- Uhum não, Marcela! Eu estou sendo honesta, não desconfiava desses sentimentos dela.
-- Sabe o que mais está me incomodando?
-- O que?
-- Eu te pedi para não confrontá-la. Na primeira oportunidade, você fez exatamente o contrário, se expôs em um bate-boca, foi falar sobre ter ouvido que ela estava falando de você pelo hospital. Luiza, o que foi que te pedi?
-- Não tenho sangue de barata, não aguentei. Ela tinha que ouvir umas verdades.
-- Não bastasse ela me odiar por eu ser sua namorada, agora vou encará-la como? A moleca que faz fofoca para a professora?
-- Do que você está falando? Eu não falei nada sobre como eu soube da história.
-- Luiza! Ela não é idiota! Sabe que isso pode me afetar? Eu sou só uma interna naquele hospital, não quero a antipatia dos meus preceptores, ainda mais por conta de fofocas. Eles vão saber que eu te disse, por que me viram quando saíram da antessala de repouso, eu estava esperando um dos staffs para carimbar umas receitas.
-- Você não me disse isso, e além do mais, quem está faltando com a ética são elas, e não você.
-- Ética? Luiza, é sobre essa palavra que estão questionando nosso relacionamento!
Marcela estava tensa, e eu que temia por uma crise de ciúmes, precisava lidar com o estrago que fiz com o barraco armado no salão. Tentei mudar de assunto, mas, foi inútil.
-- Vamos sair para comer algo, dorme lá em casa hoje?
-- Não, melhor não. Eu preciso estudar, a prova de seleção para os plantões será na segunda, eu vou estudar no final de semana.
-- Pensei que íamos sair hoje, já que não saímos ontem.
-- Não “tô” no clima, fica pra outro dia.
-- Marcela, você vai ficar assim, com essa cara? Chateada comigo?
-- O que você esperava? Não é só a desaprovação de uma amiga que eu tenho que enfrentar agora não é?
-- A gente está enfrentando. Não vou deixar a situação assim com a Clarisse, ela está magoada, mas, não é uma pessoa má, e é muito ética...
-- Você e essa ética! Luiza, acorda, Clarisse está pouco ligando pra ética, ela te quer! Está sabotando nosso namoro, e parece que está conseguindo sucesso. Estamos aqui discutindo, coisa que não fazíamos faz tempo!
-- Quer saber? Tem razão, não tem clima mesmo. Vou te deixar em paz, bom estudo.
Deixei o apartamento de Marcela, batendo a porta com força. Na cabeça um turbilhão de ideias, as palavras, as discussões daquele dia, e como maltratava minha alma saber que chateei Marcela e era orgulhosa demais para simplesmente pedir perdão e reconhecer meu erro.
Talvez por pura covardia, fiquei ruminando aquela situação controlando a vontade de enviar ao menos uma mensagem que fosse a Marcela. Em meses, seria a primeira vez a não desejar boa noite a ela. Para não dar o braço a torcer, recorri a meu alter-ego, ou seja, meu perfil fake, e busquei Marcela, através de Lorena.
-- Marcela, está por aí?
-- Oi Lorena, tudo bem?
-- Sim e você? Faz tempo que não nos falamos.
-- É verdade. Está tudo meio confuso hoje.
-- O que houve? Quer conversar?
-- Situação chata com a Luiza, acho que estamos brigadas, o que é horrível, não estou acostumada a ficar tanto tempo ser contato, parece que fazem dias, e só passaram algumas horas.
-- Eu sei como é isso. Mas, por que não acaba com esse clima de briga e resolve logo essa situação?
-- Não sei, ela vacilou, não sei se é certo eu simplesmente ignorar algumas coisas, isso vai virar uma bola de neve.
-- Vale a pena ter razão quando a felicidade é o que importa no final das contas? Você está sofrendo por estar brigada com ela, e certamente ela também está. Tudo se resolve com conversa, não com distanciamento.
-- Não sei... Luiza é uma mulher tão madura, experiente, e de repente se comporta como uma guria da minha turma sabe? Ela parece não me ouvir, passa por cima de coisas que eu peço...
-- Conversa com ela, resolvam tudo, mas, em paz, não em briga.
E lá estava eu, mais uma vez, usando meu perfil fake para ter acesso aos pensamentos e intenções de Marcela. Não imaginava quão perigoso aquele jogo se tornara. Contudo, naquela noite, os conselhos de Lorena foram eficazes, pouco tempo depois que encerramos o bate papo, Marcela me ligou:
--Oi.
-- Oi, pensei que estivesse estudando.
-- Estou, na verdade estava, quer dizer, tentando...
-- Você deu um fora na sua namorada hoje para estudar, e não está estudando?
-- Não dei fora na minha namorada, eu a amo demais para dar um fora... Eu só...
-- Perdeu a paciência com ela, por que ela se comportou como uma adolescente mal criada, e por isso a deixou de castigo?
-- Acho que foi quase isso.
Podia senti-la desarmada, o tom suave da voz me tranquilizava, certamente a raiva havia diminuído.
-- Meu amor, eu fui estúpida, fui idiota, não devia ter discutido com a Clarisse, nem muito menos saído daquele jeito do seu apartamento. Desculpa.
-- Não devia ter te deixando sair, nem usar desculpa de que precisava estudar para te afastar... A gente não pode resolver as coisas assim.
-- Tem razão meu amor, temos que resolver juntas.
-- Está muito tarde pra te pedir para voltar atrás e dormir comigo essa noite?
-- Nunca é tarde pra ir te ver, meu amor. Chego aí daqui a pouco.
Fazer “amor de pazes” às vezes compensava uma pequena discussão. Cada reencontro de corpo com Marcela me fazia mais forte, estava cada vez mais segura de que minha felicidade era plena do seu lado, a despeito de todos os obstáculos que se levantavam, mal sabia eu, que ainda enfrentaríamos algo maior.
Conforme o acordado entre nós, Marcela saíra do GRUFARMA, e foi aprovada na seleção de plantão que prestou, a bolsa era de menor valor financeiro, mas, ela me afirmava estar tudo sob controle. Por acaso descobri que os bicos para arrumar dinheiro a mais, era algo questionável. Marcela estava formatando trabalhos e apesar de negar, alguns graduandos a procuravam para ajuda-los no TCC, e ela cobrava por tal consultoria. Nem preciso dizer que isso foi motivo de muitas discussões entre nós, apesar, de ela afirmar que só estava aprendendo mais fazendo artigos de revisão sob encomenda e que seu nome sairia como co-autora.
-- Marcela, você está vendendo TCC e artigos, é isso mesmo?
-- Malu, para com isso, eu aprendi muita coisa no grupo, você mesma disse que tenho uma boa escrita, eu estou prestando uma consultoria, uma parceria com outros alunos.
Marcela falava com um sorriso moleque, procurando meu pescoço para beijar.
-- Isso é tão errado, meu Deus, se isso for descoberto, você pode ser punida sabia? Isso é crime!
-- Ai meu amor, menos... Eu tenho que pagar minhas contas... Eu te prometo que vou ter cuidado, e vou parar logo. Logo tem outro edital de um grupo de pesquisa clínica, quem sabe eu consiga uma bolsa lá.
-- Quem vai te orientar?
-- Uma preceptora, a doutora Cinthia, eu estou me apaixonando por cardiologia, e a Milena está me ajudando no projeto.
-- Milena? Quem é essa?
-- Amor, já te falei dela, é uma residente de cardiologia. Meus plantões coincidem com os dela, ela está me dando a maior força, a doutora Cinthia só fala nela, do quanto ela é brilhante, dedicada...
O capeta do ciúme começou a me atazanar. O nome dessa residente passou a ser frequente nas histórias que Marcela narrava sobre os plantões e o internato dela. Aquilo me incomodava de uma maneira por vezes insana, me contive muitas vezes. Uma bisbilhotada aqui e acolá em redes sociais, eu já via comentários em post, likes insistentes da tal Milena. Mas a postagem de uma foto no plantão, com a dita cuja, foi o estopim para uma DR daquelas.
-- Os plantões estão sendo de muita aprendizagem não é? Como é que é? #blogueirasmed?
-- Para de implicância, amor, foi uma parada para um lanche, não pode lanchar no plantão?
-- “Com a melhor residente” e esses corações? Está de brincadeira comigo, né Marcela?
-- Malu, você está com ciúmes? Sério?
-- Não ridiculariza não! Precisa esse flerte todo? Ela está se derretendo toda pra você nos comentários: “melhor interna”. Top! Daqui a pouco os comentários sobre mim não serão sobre pegar aluna mais nova e sim sobre ser a última a saber dos chifres.
-- Oi? Como é que é? Você está me ofendendo, Luiza! Eu não tenho nada com a Milena, aliás, ela é noiva, sabia?
-- Estou cagando se ela é noiva, casada, viúva! Ela está te dando o maior mole, e eu tenho que aguentar isso calada?
-- Tá viajando, e sendo uma babaca! Quer dizer que você se preocupa com o que falam de você? É isso? Olha quem até pouco tempo atrás disse que não se importava com o que os outros falavam, agora tem medo de um boato sobre chifres!
-- Você está entendendo tudo errado, Marcela!
-- Deve ser, por que eu me recuso a acreditar no que eu estou entendendo. Mas, me explica, você é pós-doutora. Quero ouvir toda sua sapiência para explicar esse chilique de ciúmes.
-- Odeio quando você apela pro sarcasmo e ironia!
-- E eu odeio ser desrespeitada, e é isso que está acontecendo com essa sua desconfiança! O que mais eu preciso fazer pra que você confie em mim? Só por que sou mais nova, não quer dizer que eu seja uma irresponsável em relacionamentos. Eu não traio, Luiza.
-- Não? E como foi que nossa história começou? Foi com você traindo sua namorada comigo, não é?
-- Eu não acredito no que estou ouvindo isso! Estava demorando a você me jogar isso na cara...
Meu arrependimento foi instantâneo, ao ver os olhos marejados de Marcela.
-- Amor, desculpa, não quis dizer isso...
-- Quis, quis sim Luiza. Eu acho melhor ir para minha casa, antes que a gente fale mais coisas que magoem.
-- Não, espera. A gente resolve as coisas juntas, não separadas...
Tentei puxá-la para perto de mim, mas Marcela continuou oferecendo resistência. Cruzou os braços.
-- Luiza, você não tem ideia do quanto eu te amo. Se soubesse não me acusaria assim.
-- Não estou te acusando de nada, mas, essa médica está te paquerando sim. Não é só meu ciúme falando.
-- Não precisa de ciúmes, Malu. Não tem nada da minha parte nem da parte dela. Eu amo você!
Abracei-a, me rendi e pedi desculpas pelo ataque. Mas fiquei cismada com a tal Milena, comecei a buscar Marcela no hospital quando podia, aquele capeta do ciúme me instigava. Quem procura acha! Bastou uma cena, vista de longe para o capeta fazer a festa na minha imaginação fértil. Em uma pracinha de frente ao hospital vi a tal Milena, segurando uma das mãos de Marcela e afagar seu braço.
Ver aquilo foi suficiente para me fazer descer do carro e caminhar rápido em direção as duas. Sangue fervendo, eu nem imaginava o que ia fazer, mas aos poucos, fui controlando a fúria, diminui a velocidade dos meus passos, e ao me aproximar das duas, apenas parei, no exato momento que se abraçavam.
Assisti a cena, calada, esperei as duas se desvencilharem, Milena, abriu os olhos azuis e me viu ali, estagnada como uma estátua daquela praça.
-- Marcela... Eu acho que...
Milena falou pigarreando, apontando com os olhos a minha presença ali. Marcela estava de costas para mim, ao girar o corpo e me ver, ficou pálida.
-- Malu, oi!
Não esperei ela falar nada, só saí dali na mesma pressa que desci do carro, corri. Não enxergava direito, só ouvia o eco da voz de Marcela me chamando, estava aturdida o suficiente para não ver a depressão de uma rampa, tropecei e caí batendo a cabeça no meio fio, e depois tudo ficou escuro.
Fim do capítulo
Por que estava em dívida com vocês pessoal!
E agora? Será mesmo que Marcela caiu na tentação?
O que mais pode acontecer a essas duas? Quais as chances de dar tudo errado?
Comentem, e até os próximos capítulos!
Beijos brejeiras!
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mtereza
Em: 18/05/2018
Não acredito que Marcela esteja traindo a Luiza deve ser só a insigurança dela . Gostaria que a Clarissa e a Cris se entendessem elas formam um casal interessante e essa tal lei de Mamfin não deixa a Manu em paz vai ser ela com certeza que fará ela se ferrar tb com esse perfil fake rsrsr
Noiva
Em: 18/05/2018
Foto é cilada, bino! kkkkkk
Acho que a Marcela não traiu, desde o início do conto elas são apaixonadas, não é possível uma traição agora, depois de tudo que já aconteceu.
Tem esse fake da Lorena que vai vir à tona mais cedo ou mais tarde, e vai ficar ruim o negócio.
Minha torcida é por elas!
Te amo, vida.
Parabéns!
Resposta do autor:
Gratidão! Por ter você em minha vida! Amo você
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Tatta
Em: 17/05/2018
Mel, não sei o que dizer... apenas sentir. Eu esperei 2 anos você voltar à ativa e voltar pra esse conto maravilhoso. Mas gente... esse casal não tem paz. É tiro atrás de tiro.... eu não quero nem ver quando a “bomba Lorena” explodir. To até com medo.
e francamente, espero que essa história de Milena não seja nada mais que o bichinho do ciúmes que normalmente não tem fundamento nenhum.
Agutando cenas do próximo capítulo!
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AureaAA
Em: 17/05/2018
Olá autora!
Não me contive em não comentar esse capítulo.
Eu sinceramente quero acreditar que a Marcela não está interessada nessa Milena,até pq não tem cabimento...desde que começou a história a pobre da Luiza não tem paz.
Pelo amor de Deus acaba com esses dramas e deixa elas serem felizes por favor!
Resposta do autor:
Calmaaaaa, elas já estão sendo felizes, não acha?
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NovaAqui
Em: 16/05/2018
Eita que ciumeira danada sô!
Eu sabia que Clarisse tinha uma queda pela Luiza
Agora é ver se Luiza não se arrebentou toda.
Precisava sair correndo? Precisava se precipitar?
Acho que Marcela não traiu.
Chega delas se desentenderam. Toda hora uma historinha. Um mimimi sem fim
Não pode dar errado. Elas já passaram por muitas coisas para ficarem juntas.
Abraços fraternos procês aí
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