Filhos ?
Sentia sua língua se enroscar na minha sua pele quente acompanhada de arrepios, ouvi um gemid* baixo ao separarmos nossos lábios. Ficamos nos olhando por alguns segundos, sorri enquanto meu dedo deslizava por suas mechas parecia que tínhamos voltado a ser o que éramos, mas só parecia mesmo quando ela iria começa a falar seu celular tocou em cima da mesinha.
Minha vontade era de tacar aquele aparelho na parede, mas meu pensamento foi logo dissipado por seu corpo se afastando do meu.
Encostei a cabeça no travesseiro suspirando enquanto a acompanhava se afastar, o que poderia fazer dizer não não atenda agora? Pra depois ela vim apontando aquele dedo me acusando das coisas que quero esquecer.
Ela ajeitou seu robe preto e foi atender a ligação, pensei em várias coisas com a sua volta era tanta coisa em minha cabeça, Jorge faculdade Rafaela família é agora essa tal mulher. Pela primeira vez tenho o poder de comandar não somente a minha vida como por tudo nos eixos.
Gabriela sempre teve o poder de chamar minha atenção isso desde o início, mas sua atitude foi inesperada interromper meu banho vim com aquela voz sensual e baixa no meu ouvido, e ainda me acusar de não ser boa de cama. Estávamos numa situação favorável embora não quisesse sentir seus carinhos e ouvir palavras de amor, não agora. O celular tocou pondo um fim em tudo isso ao atender era da empresa havia alguns problemas na área da administração e retorno de produto. Segunda estaria de volta pra resolver os problemas, ao retornar pro quarto a cama se encontrava vazia, suspirei passando a mão no cabelo, indo em direção ao guarda roupa escolhendo uma roupa menos formal.
Descia as escadas e fui ver os preparativos pro almoço encontrando com Aline na cozinha, cheguei por trás assuntando-a.
-Perdeu alguma coisa ?
Ela se virou assustada e me encarando seria.
-Não, só vendo o cardápio.
-Há claro minha esposa já se encarregou de proporcionar um almoço adequado pra vocês.
Disse me dirigindo a geladeira pegando uma jarra de suco enquanto a mesma ainda me encarava.
-Eu sei, lá em casa ela aprendeu muitas coisas.
Despejei o suco com cuidado no copo enquanto a ouvia atentamente.
-Como qual ?
A fitei, enquanto bebia o suco.
-Como se preocupar com o próximo se divertir com uma criança é não se importar muito com o estilo de roupa ou o dinheiro.
Tive que rir da sua última frase, conheci Rafaela no auge do seu sarcasmo e poder, ainda me recordo da vez que ela me ofereceu um dinheiro do qual não me pertencia.
-Do que está rindo ?
-Do seu feitiço, acredito que ela não vai durar muito tempo olhe bem aonde está, fiz um pequeno gesto com a mão enquanto ela olhava pra cozinha luxuosa e bem equipada. Acha mesmo que minha esposa iria se acostumar com seja lá a vida que você possuía em Boston.
Terminei aquela conversa junto com o suco me virando e lavando o copo, escutei passos se aproximando pensei que fosse Zilda.
-Pra uma ex garota de programa você sabe muito bem o que é poder é luxo.
Estava prestes a revidar quando Rafaela entrou na cozinha e observou a cena.
-Aline está tudo bem ?
-Sim, sua esposa estava me falando sobre o cardápio.
Sorriu a ordinária, logo as duas saíram da cozinha e foram pra sala de estar.
Calma Gabriela calma.
Meia hora depois estávamos almoçando o cardápio era dela a atenção era a dela, mas a esposa é minha tinha que colocar essa mulher em seu lugar.
-Vai ficar quanto tempo ?
Rafaela me olhou com uma expressão nada amigável, porém não disse nada voltando a comer e dar atenção pra menina.
-Depende do meu desempenho na empresa, logo estarei me mudando pra um apartamento.
-Espero que isso demore, pois quero que a Samanta fique por perto.
Ver a Rafaela tão apegada a essa menina me fez suspirar, e talvez pensar na ideia de termos um filho.
-Amor ? Amor ?
Suspirou antes de me fitar.
-O que foi Gabriela não está vendo que estou ocupada.
Ela estava ajudando dar comida na boca da menina enquanto a mãe me fitava.
-Estava pensando já que a Sofia já é uma mulher feita, que tal termos um filho o que acha ?
A fitei e o silencio reinou na mesa de jantar, pensei que fosse me retrucar de forma grosseira como faz, mas voltou sua atenção pra Samanta que a chamava.
-Melhor levar a Samanta pra assistir desenho.
Aquilo era ótimo um tempo pra nós, ao se retirar com a criança Rafaela voltou a comer agora em paz.
-Porque não me respondeu ?
Olhou-me com uma seriedade inabalável.
-Não acha que assuntos pessoais deveriam estar em discursão na mesa, ainda mais com visita.
Sorri.
-Qual o problema meu amor, afinal pra quem trouxe uma família, o que é um filho ao pedido de sua esposa.
-Basta Gabriela!!
Se alterou jogando o guardanapo em cima da mesa e se retirando, não iria deixar tudo ser do seu jeito mais uma vez. Me levantei a seguindo ela anda apressadamente pelos corredores enquanto falava várias coisas até que entramos no escritório do primeiro andar.
-Escuta aqui Rafaela não irei tolera isso nem mais uma vez, eu quero essa mulher fora da nossa casa o mais tardar daqui a uma semana, não iria ser fria ao ponto de expulsa-la amanhã com filha e tudo.
Ela permanecia de costas enquanto ouvia calada todas as minhas queixas.
-Acha mesmo que ficarei aqui sentada vendo você ser uma mãe de família exemplar enquanto nós não podemos ter o nosso filho!
-Se não está satisfeita pode ir embora, agora em relação a filhos com você tire isso da cabeça.
Me doeu muito ouvir tudo aquilo da pessoa que mais amo nesse mundo, mas não iria terminar aquela conversa assim.
-Tudo bem seja como você quiser.
Minha frase pareceu abrir novas barreiras, se sentou na cadeira de costas pra mim.
Pondo as mãos no rosto, aquilo seria redenção me aproximei com cuidado não queria outra briga.
Ajoelhei- em sua frente tirando suas mãos do rosto e o que vi foram lagrimas rolando com grande intensidade.
-Vá embora, fez menção em virar a cadeira, mas não deixei segurando firme em volta.
-Não não não, me conta o que houve se foi algo que falei.
-Tem todo direito de me cobrar um filho, mas não desta maneira não assim como estamos.
Finalmente, aquela estava sendo uma conversa sensata e sadia, depois de tantas brigas ainda consigo ver sua essência reinar.
-Estou muito magoada Gabriela, é não sei como contornar essa situação.
-Eu sei meu amor.
Toquei em seu rosto secando algumas lagrimas que rolavam.
-Você era tudo pra mim, me sentia viva plena e com mais amor dentro de mim, mas sua revelação acabou comigo, destruiu tudo que acreditava sobre sua pessoa.
-Tudo que fiz foi por um motivo.
Antes que ela interpretasse algo errado a impedi de falar tocando em seu lábio com o indicador.
-Escute, nós não tínhamos nada antes daquela noite, mas me sentia confusa entre você é a Sofia isso bem desde o início. Mas conforme o tempo foi passando você foi se mostrando cada vez mais presente e carinhosa, foram pequenas coisas que me fizeram amar você querer você.
-Então por que dormiu com a minha filha ?
-Por que precisava de uma prova pra saber se meus sentimentos por você eram reais, é também aquela noite a Sofia estava drogada.
-Drogada! ?
-Sim, tinha que leva-la pra longe pro escândalo não ser maior, mas ela estava quase embarcando num caminho sem volta. Seus sentimentos estavam mais perdidos que os meus, mas durante esse meu vacilo a fiz prometer que nunca mais usaria essas drogas, e bem prometemos esquecer aquela noite.
Ela se levantou agora mais calma e andou pelo escritório.
-Você fala tudo isso assim como se me trair fosse uma prova ?
-Tudo é uma prova Rafaela, não é apenas desejo ou sex*, provamos isso nos casando e nós amando na toscana lembra ?
-Como poderia esquecer.
-Então ? Por favor não feche os olhos pra gente pra sua filha pra tudo o que houve entre nós, vamos constituir nossa família.
Seu semblante voltou a ficar sério e triste agora, me deixando mais confusa ainda.
-Eu não posso gerar mais filhos, Gabriela.
E desabou e começou a chorar tentou se afastar me impedindo de cuidar dela, mais não a deixei ir a abraço forte.
-Por que nunca me contou isso ?
-Porque há certas coisas que tem que ser deixadas no passado.
Disse em meio a soluços não havia muita coisa pra se falar, deixei o escritório a acompanhando até o nosso quarto.
Ao entrarmos o tranquei impedindo que alguém nos atrapalhasse, Rafaela disse que não queria descansar embora fosse necessário.
Aproximei-me e tirei seu salto, não sei como ela aguentava ficar tanto tempo com eles.
-Por que tem que ser tão teimosa ?
-Porque tem que ser tão paciente
Me respondeu enquanto nossos olhos se encontravam, me aproximei me sentando na cama tocando seu rosto.
-Sei que não posso mudar tudo o que aconteceu, mas daqui em diante podemos continuar a reescrever nossa história, claro se você quiser.
-Não precisa se desculpar todo tempo, assumo meu erro de não lhe escutar.
Ajoelhei-me em sua frente da maneira que estava, caída abalada emocionalmente não aguentava mais o peso de carregar uma bagagem inteira de me fazer de forte o tempo todo.
Estava diante da mulher que no início me chamou tanta a atenção, que soube me calar e me peitar várias vezes, que me ensinou que a família é o mais importante e que nem tudo precisa ser comprado com o dinheiro. Me ensinou a amar novamente e que meu ato de ciúme me cegou por inteira.
-Me perdoa Gabriela por ter te agredido e não ter deixado você se explicar, me perdoa por ser uma idiota e deixar tudo isso ter corrompido meu coração e ter te deixando sozinha naquele hotel, é sumido por umas semanas.
Disse entre lagrimas ela apenas se ajoelhou diante de mim e me abraçou forte.
-Eu te perdou.
Sua resposta me fez chorar mais ainda, ficamos assim por alguns minutos depois nos levantamos.
-Vem vamos nos deitar.
Decidi não retrucar e me deitei ao seu lado, minha cabeça em meu peito. Sempre pensei que a forte era eu esse tempo todo. Senti seus dedos em minha cabeça me fazendo um cafune.
-Amor ?
-Hum ?
-Posso te chamar assim agora ?
-Pode me chamar do que quiser.
Sorri.
-Essa Aline...
-Ela não é minha amante, a interrompi. - É apenas uma amiga que fiz em Boston não precisa ameaça-la.
-Como sabe disso ?
Olhei pra ela, com uma sobrancelha arqueada.
-Eu percebi na cozinha.
-Parece que não sou tão boa assim.
Me apertou em seus braços.
-Você é ótima em tudo, respondi enquanto pegava no sono.
Fim do capítulo
Foi um capitulo bem tenso, gostei nada de flores ou anel apenas duas mulheres cansadas e abaladas emocionalmente se alto permitindo a deixar suas angustias virem ao chão.
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