O CASO DAS ROSAS por pamg
Capítulo 31 - Vínculos: começo e fim
Às 6h da manhã, do dia seguinte, Alycia acordou com o seu celular tocando, o número era estranho, mas resolveu atender mesmo assim:
— Alô!
— Detetive Dias?
— Sim, sou eu. Quem é?
— Aqui é o agente Samuel, responsável pela segurança da sua sobrinha, Marina Xavier.
O coração de Alycia acelerou e ela mal conseguiu responder, mas tentou:
— A… Ac… Aconteceu algo?
— A senhora está listada como a responsável mais próxima da menor, detetive. Por isso estamos avisando que a senhora deve comparecer ao hospital Risoleta Tolentino Neves.
— O que aconteceu com minha sobrinha?
— A menor está bem, nós recebemos ordens para falar apenas com a delegada Rios sobre caso. Ela foi avisada e disse que ela mesmo contaria para a senhora.
— Não estou entendendo, qual caso? Minha sobrinha está ferida?
— Não, senhora. Desculpe. Vou ser mais claro. Sua sobrinha está bem. Ela está conosco. Entretanto, não posso falar mais nada para a senhora ainda.
Nesse momento, a campainha do apartamento tocou e Helena, que havia passado a noite na casa da detetive, abriu a porta. Era Emily, ela conseguiu sem ser anunciada. A detetive estava tão assustada e desorientada que continuou ao telefone sem perceber a chegada da delegada:
— Samuel, por favor, me conte!
— Amor, eu te conto e te levo. Pode desligar o telefone.
Alycia soltou o telefone, sem nem mesmo desligar, apoiou-se no braço do sofá pois sentia uma certa bambeza no corpo. A delegada adiantou-se para ampará-la. Emily sentou Alycia no sofá. Essa, voltando a si perguntou:
— Emy, pelo amor de Deus me conta, o que aconteceu com Marina?
— Nada, amor. Marina está bem.
— Como assim? Eles disseram que estavam com ela, essa história está mal contada.
— Eles estão com ela. Senta aqui. — Emily arrumou um fio de cabelo de Alycia que insistia em cair no rosto da morena e aproveitou para acariciar seu rosto, preparando-a para o que diria em seguida. — A marina está bem, mas ela está com os agentes que estavam fazendo a segurança dela, porque sua irmã foi hospitalizado e seu cunhado está sob custódia.
A morena entendeu de imediato o que estava acontecendo. Como não entendi, se Marina está bem, quem está com problemas é Alexandra. Pensou.
Uma lágrima solitária percorreu o rosto da detetive. Em um fio de voz perguntou:
— Ela está viva?
— Sim, mas em estado grave. Aly, não sei mais que isso, precisamos ir para o hospital.
Emily falou isso se levantando pensando que Alycia faria o mesmo, mas a morena permaneceu sentada.
— Ela nunca foi hospitalizada antes. Eu via marcas, mas nada que... — Alycia começou a chorar.
Emily agachou à frente da detetive que permanecia sentada na mesma posição.
— Me perdoa, amor. Eu não quis causar mal algum à sua família ontem.
— Emily não sabemos o que aconteceu.Isso não foi culpa sua. Seja lá o que tiver acontecido, já era uma tragédia anunciada. Talvez eu devesse ter feito algo antes. Eu não sei…
Helena que observava a tudo em silêncio, se aproximou de Alycia e segurando sua mão disse:
— Aly, você não sabe o que houve. Não se culpe, digo o mesmo para você, Emily. — Após passar a mão levemente sobre o ombro da loira, voltou-se para a morena: — Se você tivesse feito uma denuncia sem provas, sua irmã teria retirado a queixa. Não fuja da realidade para assumir uma culpa que não é sua. Só existe um culpado por sua irmã está hospitalizada agora, essa pessoa é o José. Eu estive aqui com você, eu sei que você não tem culpa e não deixarei você assumir algo que não é seu.
— Meu Deus, Marina!! Vou me trocar.
Alycia disse em tom como se tivesse acabado de recobrar a consciência, já se levantando e seguindo para o quarto. Ela havia entendido o que a amiga acabara de dizer. Ela tem razão, mas racionalidade não muda a situação. Preciso cuidar saber da Alex e cuida minha marina. Os pensamentos de Alycia estavam confusos e se atropelavam.
Enquanto a morena se trocava, Emily e Helena conversavam na sala:
— Emy, vai com ela na frente que eu vou em seguida.
— Helena, na verdade, se você quiser e puder ficar aqui, eu agradeço.
— Por que? Você sabe mais do que contou?
— Alex está em estado gravíssimo e em cirurgia, se ela sobreviver ficará bastante tempo em recuperação. Isso, se ela sobreviver. Queria te pedir ajuda para preparar o apartamento de Alycia para Marina vir para cá. Inclusive, se você puder buscar algumas coisas da garota na casa da família, eu peço para o pessoal do local liberar sua entrada.
— Claro, Emily. Nossa, eu não acredito que isso esteja realmente acontecendo, tomara que a Alex se recupere. A Aly não está preparada para perder a irmã.
A loira abaixou a cabeça e quando ergueu, Helena pôde ver a preocupação que pairava sobre Emily.
— Ei, dona delegata! — Emily esboçou um fraco meio sorriso com a brincadeira e Helena continuou. — Não pense nem por um segundo que você tem culpa no que está acontecendo.
Antes que Emily pudesse responder, Alycia voltou.
— Vamos, gente. Helena você não se trocou, não vai?
— Vou depois, Aly. Vou resolver algumas coisas que a Emily pediu.
— Okay. A chave reserva está no lugar de sempre. Vamos, Emy.
Em menos de quinze minutos o casal chegou ao hospital Risoleta Tolentino Neves. Durante todo o caminho, Alycia estava tão apreensiva que a cada sinal de trânsito fechado, Emily tinha a impressão que a morena desceria do veículo seguiria o caminho a pé.
No trajeto entre o estacionamento e a portaria, entretanto, a detetive caminhava tão devagar que parecia não querer chegar ao destino. Emily, apertou sua mão mais forte, juntou mais à Alycia e disse, bem próximo da morena:
— Eu estou aqui com você.
— Eu sei, Emy. Eu sei.
— Vamos todos ficar bem.
— Emy
— Oi!
— Minha mãe morreu aqui também, Emy.
— Sua irmã não está morta, Aly. Calma, amor. Além disso, Marina precisa de nós, agora.
Alycia sentiu certo consolo ao escutar as últimas palavras de Emily. Precisa de nós. Nós. Ela realmente está disposta a ficar comigo. Pensou.
A detetive passou o braço pela cintura de Emily e foi correspondida imediatamente. Assim, abraçadas, as duas chegaram à portaria do hospital, sem se importar com outros agentes que estavam ali.
Marina, que estava com a assistente social sentada na sala de espera, assim que viu a tia, correu para os seus braços. A garota foi aninhada por Alycia e nenhuma das duas falou muito.
A mais velha, tentou, em vão, segurar a emoção para fazer uma pergunta básica:
— Você está bem minha linda?
— Aham, mas a mamãe está muito machucada, tia.
Nesse momento, Emily, percebendo que Alycia estava tentando se conter para não chorar na frente da criança, mas falhando na empreitada se aproximou das duas. Fez um movimento para beijar o topo da cabeça da garota e assim que iniciou o gesto, rapidamente, Mariana mudou de colo. Emily, se sentou manteve a criança ali.
Marina afundou o rosto nos ombros de Emily e silenciosamente chorou. A delegada logo sentiu as lágrimas lhe tocarem e apertou-a contra si.
Alycia deixou Marina com a delegada e se aproximou dos agentes para saber o que tinha acontecido, enquanto Emily tentava conversar com a criança.
— O que houve, pequena?
— Cheguei na sala, papai e mamãe estavam desmaiados.
— Você ouviu alguma briga?
— Não... Na verdade, a mamãe derramou o suco na mesa. — A menina disse entre soluços.
— Hoje?
— Não, ontem. Papai brigou com ela e lhe deu um tapa no rosto. Eu me assustei e gritei. Mamãe me mandou para o quarto... — Emily apertou a garota contra si, como se dissesse que naquele momento estava tudo bem, que o pior já tinha passado. — Hoje, tia, acordei com o policial batendo na porta. Acho que já era hora de ir para a escola. Ninguém atendeu e quando eu fui na sala estava assim...
Emil sentiu o coração aquecer ao ser chamada de tia, mas logo sentiu um arrepio no corpo ao imaginar o que provavelmente teria acontecido: Alexandra passou a noite apanhando do marido que, de tão bêbado que estava, deve ter desmaiado em seguida.
Alycia voltou para perto a namorada e da sobrinha. Estava mais atônita que antes. As notícias não eram boas. Ela tinha sido informada do que Emily já sabia: Alexandra estava em cirurgia e seu estado era extremamente grave.
— Amor, senta aqui do meu lado. Tudo vai ficar bem.
A morena fez o que a loira pediu. As três ficaram ali, abraçadas e aguardando notícias. Apesar da situação, nenhuma se sentia sozinha.
— Eu exijo falar com a delegada. Esses agentes de merd* daqui estão fingindo uma investigação e não me deixam visitar minha mãe. Onde a Rios está?
— Não força, garota. E essa cena em que você entra aqui e começa a gritar com a Rose já está ficando clichê. — Beatriz se virou e viu quem interrompia sua briga com a secretária de Emily, era Bárbara. — Beatriz, eu estava com você, menina. Eles não estão te impedindo de fazer nada. Eles estão investigando o que houve com sua mãe.
— Onde a delegada e a detetive estão?
— Por que você tem tanta fixação nelas?
— Não é fixação, elas estão cuidado do meu caso. Que tipo de profissional é você se não sabe disso?
— Elas não estão cuidando do seu caso, eu estou. Elas estão cuidando do caso em que sua tia é acusada. Pelo que eu me lembro, você assinou um acordo, portanto, não existe caso contra você. Existe apenas o cuidado do estado para que esse acordo seja respeita. Por sinal, esse cuidado do estado se personifica em mim.
— Quero falar com a Rios.
— Todos nós queremos muita coisa, não é, Beatriz? Mas a vida é assim, nem sempre a gente tem tudo o que quer.
— Talvez você. Eu sempre tenho e consigo o que quero. — Ao escutar essa frase no tom que foi dito, Bárbara teve certeza que estava diante de uma Beatriz. A garota mantinha um meio sorriso assombroso.
— Beatriz, Rios e Dias não virão hoje. Posso te ajudar em algo? — Quis encerrar a conversa para sair da presença da jovem.
— Que tipo de espelunca é essa delegacia? A chefe falta ao trabalho no meio da semana e ainda deixa a namoradinha faltar também.
Bárbara achou estranho o comentário de Beatriz, mas se manteve impassível.
— Não vou repetir a pergunta, Beatriz.
— Quero saber sobre o caso da minha mãe. O que vocês já sabem?
— A investigação está acontecendo em sigilo.
— Isso é um absurdo!
— Porque?
— Eu tenho direito de saber… eu… eu.. posso estar em perigo.
— Eu tenho certeza que você está bem, mas caso você ache que tem algo de errado, posso aumentar o número de agentes que estão fazendo sua segurança.
— Não! Deixa! Vou indo, esse lugar é lotado de pessoas incompetentes.
A verdade é que Bárbara não podia e nem se pudesse aumentaria a segurança de Beatriz. Ela quis ver a reação da garota e se antes desconfiava que Beatriz estava envolvida no caso, agora tinha certeza.
— Que são os parentes de Alexandra Xavier Dias?
— Eu! Sou a irmã dela.
— Me acompanhe, por favor.
— Para vê-la?
— Não senhora. Para conversarmos em particular.
Emily fez um sinal para Alycia, como se dissesse para ela ir que ela cuidaria da criança, que permanecia em seu colo. Aparentemente em estado de choque, pois mesmo com a chegada do médico, a garota não se mexia.
Assim que Alycia saiu, a delegada afastou a menina um pouco para ver se estava bem, pois essa não se mexia. Para seu espanto, a criança dormia profundamente. Emily concluiu que o barulho dentro da casa durante a noite deve ter impedido que Marina descansasse de fato.
Em uma sala, ao lado da sala de espera, Alycia recebia as notícias ruins.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
zilla
Em: 18/04/2018
Torcendo aqui para a Alex não morrer, esse monstro tem que apodrecer na cadeia, e tbm a Alex tem sua parcela de culpa nessa tragédia que sucedeu, pq não foi falta de avisos para com esse cara!
A Barbara esta começando a saber quem é a Beatriz, espero que ajuda Emy e Ali nessa empreitada contra a themônia hehe!
Força Alice
Não demore a voltar Pamg pfvzão
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