-Seu filho ? 

 

Perguntei chocada ainda tentando ligar os pontos, meu Deus como fui burra esse tempo todo. 

 

 

-Não pense que gosto de ter um filho como o Jorge. 

 

 

Apenas ouvia suas palavras e pensava no que faria comigo dali em diante, odiava estar naquela situação, odiava pela ausência da Rafaela naquele momento. 

 

 

-O que vai fazer comigo ? 

 

 

Falei baixo, olhava pro chão agora era tudo ou nada. 

 

 

Foi quando ouvi seus passos me rondando e cortando o lacre soltando minhas mãos, passei a mão por cima ainda estava dolorido o encarei um pouco assustada. 

 

 

-Não precisa me olhar assim senhora. 

 

 

Levantei-me ainda o encarando tentando buscar um pouco de honestidade sua em tudo isso, mas era em vão. 

 

 

-Não posso decidi seu futuro Antônio.  

 

 

-Nunca foi minha intenção em prejudicar a senhora e a dona Rafaela, por anos tentei convence-lo a parar com isso, mas quanto mais tempo passava mais sua cede de vingança falava mais alto. 

 

 

-Me diga a verdade a Beleza da Alma pertence ao Jorge ? 

 

 

Antônio me olhou curioso, me disse que não sabia do que estava me referindo. 

 

 

-Seu filho me disse que a Rafaela roubou sua ideia, e que a Beleza da Alma o pertence. 

 

 

-Senhora, disso posso te afirmar que não sei, meu filho passou muitos anos presos então não posso afirmar. 

 

 

-Vamos sair daqui, mas me prometa que não fara isso novamente. 

 

 

Rir de nervoso. 

 

 

-Você só estar querendo proteger seu filho! 

 

 

Gritei a última palavra me doía dizer essas coisas pro Antônio, mas ele era a pessoa que mais confiava. 

 

 

-Se for pra fazer isso que seja à minha maneira, livrarei a senhora da cadeia e protegerei a dona Rafaela e a menina Sofia.  

 

 

Sofia coitada  será a mais atingida em tudo isso pensei. 

 

 

Caminhou lentamente até a porta e deixamos o galpão, me passava várias coisas pela cabeça, mas Antônio não me entregou isso será uma chance ao seu favor. 

 

 

Caminhamos pelas ruas desertas eram quase duas da manhã, em nenhum momento Antônio se mostrou com más intenções, foi então que entendi o quanto sua dor e solidão o consumia, ou quando não ia pra casa nos fins de semana ou quando não falava da família.  

 

 

-Vou chamar um taxi pra senhora. 

 

 

Tirou o celular do bolso ligando pra empresa do qual a família sempre usava. 

 

 

Enquanto ele ligava pensava em minha esposa e no quanto estava morrendo de saudades. 

 

 

Antônio se sentou ao meu lado estava frio assoprava as mãos pra mantê-las quentes. 

 

 

-Daqui a pouco estará em casa, Zilda irá prepara um chocolate quente pra senhora. 

 

 

-Não precisa acordar a zil... 

 

 

Olhei atentamente pra ele que estava sério e pensativo, tentando aquecer as mãos. 

 

 

-Não vai voltar pra casa comigo ? 

 

 

Uma lagrima rolou então pude ver o quanto seu coração é bom, o abracei forte pra sua surpresa. 

 

 

-Não posso voltar a trabalhar naquela casa, ainda mais de tudo que revelei a senhora. 

 

 

Me afastei um pouco olhando em seus olhos. 

 

 

-Escuta bem, se está mesmo arrependido do que fez me ajude, sei que isso vai doer mais em você do que em mim, sinto que seu filho é perigoso pra Sofia. 

 

 

Ele me olhou espantado se levantando, o acompanhei. 

 

 

-Perigoso pra menina Sofia ? 

 

 

-Sim, bastante. Tenho quase a certeza que vai aprontar mais uma. 

 

 

-Por isso o incêndio pra pará-lo. 

 

 

-Sim. 

 

 

-Isso só alimentaria seu ódio. 

 

 

Respondeu quando o taxi chegou, Antônio abriu a porta pra eu entrar, por fim entrou se sentando ao meu lado. 

 

 

 

Ao chegarmos em casa fomos pra cozinha lá mesmo ele me preparou um chocolate quente, nos sentamos e ficamos conversando agora sobre coisas agradáveis. 

 

 

Por fim fomos  dormir. , eram por volta de três da manhã, dormi em meu quarto e da Rafaela ainda não estreado. 

 

 

 

Acordei por volta de umas dez da manhã tomei banho me arrumei e desci não havia mais café então fui pra cozinha a onde encontrei o casal 20, minha amiga e Sofia. 

 

 

-Hummm só love assim que gosto de ver. 

 

 

Interrompi o beijo entre elas, cumprimentei as duas enquanto Zilda me servia um cafezinho. 

 

 

-Notícias da minha mãe? 

 

 

 

Estava de costas pra Sofia, sua pergunta era como uma facada em meu peito, com certeza ela iria ouvir quando chegasse em casa. 

 

 

-Ainda tá cedo Sofia. 

 

Respondi virando-me sorrindo pra mesma. 

 

 

-Vamos dar uma volta no shopping quero compra umas coisas. 

 

 

 

Suspirei pesadamente, minha amiga me livrando  do possível desembaraço. 

 

 

 

-Claro. 

 

 

 

Se levantaram e deixaram a cozinha sem antes Glória dar uma piscadinha pra mim. 

 

 

 

Sorri balançando a cabeça. 

 

 

 

Aproveitei pra tomar um banho de piscina, a casa era enorme que não chegava a usar nenhuma área de laser. 

 

 

 

Me troquei e avistei Antônio podando umas plantas, ao me ver acenou agora mais amável, livre de toda culpa aparente. 

 

 

 

Mergulhei sentindo a água aquecida da piscina o dia estava lindo, mas nada tinha graça sem ela. Mergulhei mais algumas vezes e ao emergir escutei Zilda me chamando. 

 

 

-Telefone senhora o Gomes. 

 

 

-Já estou indo! 

 

 

Deixei a piscina colocando o roupão e me dirigindo ao interior da casa, decidi atender em meu quarto. 

 

 

-Bom dia Gomes. 

 

 

-Bom dia querida alguma notícia da Rafaela ? 

 

 

-Ainda não, isso estar me afligindo. 

 

 

-A todos nós, mas daqui a pouco ela aparece. 

 

 

-Espero. 

 

 

Conversamos sobre coisas banais não havia muito o que fazer, só não sabia até quando conseguiria manter essa mentira pra Sofia. 

 

 

Ao nos despedirmos desci novamente agora pra fazer uma vitamina, não gostava muito de depender de empregadas. 

 

 

Estava no meio da escada quando a porta se abriu revelando os empregados carregando umas malas, minhas mãos começaram a tremer tive que me segurar no corrimão pra não cair, a cada passo seu meu coração acelerava no peito, por fim a claridade foi coberta me revelando minha esposa. 

 

 

A olhei de cima a baixo e seu visual havia mudado estava usando tênis jeans blusa fina sem manga lisa e sua cabeleira estava presa num rabo de cavalo. 

 

 

-Levem pro quarto de hospedes. 

 

 

-Sim senhora. 

 

 

Os homens passaram por mim carregando bastante malas. 

 

 

Descia as escadas pronta pra me jogar em seus braços a abraça-la e enche-la de beijos, porem recuei ao notar que mais duas pessoas entravam. 

 

 

 

-Tia Rafa. 

 

 

Uma menina que aparentava ter seus seis anos correu em direção a minha esposa abraçando suas pernas, Rafaela a pegou no colo olhando pra todos os lados menos pra mim ali parada. 

 

 

 

-Filha por favor não entre assim na casa da Rafaela. 

 

 

-Que isso a casa é de vocês também. 

 

 

Ouvi tudo aquilo não acreditando estava dentro de um pesadelo só pode. 

 

 

 

-A casa é nossa! 

 

 

Chamei a atenção do trio, olhei pra mulher a minha frente ela ficou um pouco acanhada, enquanto a menina abraçava ainda mais minha esposa. 

 

 

 

-Não por muito tempo. 

 

 

 

Tomou a palavra agora caminhando, passando por mim e levando as duas pros seus aposentos. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo