Suposto Incêndio ?
Deixei a empresa com sede de vingança isso já estava indo longe demais, passei a tarde inteira na frente da sua boate olhando atentamente quem entrava e quem saia. Escutei meu celular tocar ao olhar no visor me bateu uma vontade de chora imensa, nós duas em toscana lembro que Rafaela não estava muito pra fotos mesmo assim insisti. Suspirei e decidi não atender não era hora nem local pra isso.
Estava tomando café enquanto Samanta dormia tranquilamente no sofá, Aline surgiu por trás me fazendo sorrir com sua presença.
-Ela está bem cansada.
Olhei pra pequena que dormia agarrada ao seu ursinho Ted.
-Isso é verdade.
Escutei seu suspiro e isso me deixou alerta e triste ao mesmo tempo, mas por mais que me falasse que não era um incomodo em sua casa já estava bastante tempo, tempo até demais pra sua filha se apegar a mim.
-Aline...
-Sim ?
Virou-se pra mim e me deu um sorriso fraco.
-Posso me abrir com você ?
Ela se aproximou agora se sentando ao meu lado, pegou em minha mão e me olhou nos olhos.
-Claro que pode somos amigas ou não ? sorri
-Sim, somos amigas.
Comecei a contar sobre tudo incluindo minha vida a da Sofia e da Gabriela, o da Gabriela várias pessoas a essa altura já sabem, mas há coisas do meu interior que me faz ser essa pessoa.
Conforme foi contando suas expressões iam mudando junto, em algumas situações precisei respirar fundo e continuar, sentindo suas mãos apertarem e aquecerem as minhas.
Depois que tudo foi revelado havia uma grande cumplicidade entre nós duas agora, isso me deixava mais leve.
-Não contarei isso pra ninguém.
-Você e sortuda nem a minha ex mulher sabe disso.
Tomamos o restante do café quando Samanta entrou na cozinha com o seu ursinho a peguei no colo.
-Hoje nos divertimos muito né mesmo ?
-Sim, tia ra..fa
Senti seu corpo mole toquei em sua testa e olhei pra Aline, que logo se aproximou.
-Ela está quente respondi.
-Filha o que estar sentindo ?
-Dor de gar...ganta.
-Melhor irmos pro hospital.
Samanta se aninhou em mim e Aline foi pro quarto pegar suas coisas, me levantei com Samanta em meu colo balbuciando alguma coisa e fomo pro hospital, como Aline não possui carro paguei um taxi e fomos cuidar daquela menininha travessa. Ao chegarmos demoramos pra sermos atendidas Samanta ficou o tempo todo no meu colo, quando fomos atendidas entramos juntas ao médico fez toda avaliação.
-Você é a mãe dela ?
-Não doutor.
Fiquei um pouco sem graça devido a pergunta, por fim ele passou analgésico beber bastante água e sucos na temperatura ideal.
-Obrigada por estar aqui.
Sussurrou em meu ouvido.
-Ficaria mesmo se tivesse que ficar lá fora.
Samanta levantou as mãos e me aproximei pra pega-la, o médico então entregou a receita era só passarmos na farmácia que tudo iria ficar bem.
Olhei no relógio eram 22:00 horas a boate estava movimentada, poderia fazer isso de outra maneira, mas isso era apenas entre eu e o Jorge. Como trabalhei em sua boate por alguns anos ainda sei como tudo funciona ainda mais a segurança.
Esperei dar meia noite, coloquei minhas luvas de couro e desci do carro peguei o conteúdo inflamável no porta malas, quando senti uma mão em meu ombro ao me virar dei de cara com Antônio.
-Que susto Antônio o que faz aqui ?
Ele olhou pro galão e depois pra mim.
-Não faça isso senhora.
-Vá embora não quero que sobre nada pra você.
Dei as costas, mas ele me impediu ficando em minha frente.
-A senhora não entende, pode ser presa por isso.
-Tenho tudo sobre controle, por favor vá embora.
Sussurrava pra não alarmar quem quer que fosse que passe por ali àquela hora.
Passei por ele indo em direção a boate quando sinto algo atingindo minha cabeça, o resto fora apenas escuridão.
Não sei quanto tempo fiquei desacordada, mas ao abrir os olhos lentamente estava num lugar estranho olhei pros lados avistei Antônio sentado numa cadeira.
-A onde estou me desamarra!
-Fique calma está num galpão.
Fiquei mais assustada com sua resposta, tentei me soltar em vão quanto mais puxava mais meu pulso doía.
-Nunca pensei que fosse uma pessoa ruim.
Ele negou com a cabeça se aproximando.
-Não sou uma pessoa ruim, mas precisava parar a senhora.
-Antônio estava fazendo isso pra proteger minha família, já que a Rafaela não estar aqui.
Ele respirou fundo e me disse que contaria uma estória.
-Há alguns anos fui demitido do meu emprego, trabalhava numa fábrica um dia me falaram que estava velho demais é que não precisavam mais dos meus serviços. Pensei como ficaria daqui em diante apenas com o dinheiro da minha aposentadoria. Foi quando por ironia do destino consegui um emprego na casa da dona Rafaela e acabei me apegando a menina Sofia a vendo crescer e se tornar uma mulher.
-Ta vendo não pode me julgar por fazer o certo.
Ele olhou pra um canto qualquer e continuou a sua estória.
Por alguns anos tudo era uma maravilha festas risos até que depois tudo veio a desandar, suspirou antes de continuar.
-Em hoje em dia essa culpa me corri bastante, tentei amenizar as coisas mais parecia que elas ficavam piores de ano após anos.
Ele começou a chorar e se sentou novamente.
-Do que está falando, me tira daqui!
Então ele me fitou limpando as lagrimas.
-Eu sou a chave de tudo isso, sou o informante do Jorge.
Fiquei sem reação como assim, esperava isso de todos menos do Antônio.
-Você traiu a confiança da Rafaela como pode ter feito isso!
Comecei a gritar por mais que ninguém a mais pudesse escutar.
-Eu sei o que irá acontecer daqui pra frente , mas hoje... Hoje eu disse não a tudo isso, foi quando eu vi o que a senhora iria fazer.
-Grande coisa é dizer não pro Jorge como pode ser envolver com esse tipo de gente.
Ele me olhou e sorriu, depois desviou o olhar triste.
-RESPONDE!!
Voltou a me fitar e com muita tristeza no olhar e com a voz fraca respondeu.
-Porque o Jorge é meu filho.
Fim do capítulo
Proximo capitulo a Rafaela estará de volta
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