O rosto de Emma não moveu um músculo, nem tinha certeza se havia ouvido direito o que sua professora havia falado. Noivo? Ela ergueu as mãos aos lábios, seus olhos marejaram de lágrimas.

- Hahahahaha... Noivo? - Pode se ver um breve surto de loucura na jovem, não teve controle sobre si mesma... A situação era ridícula, ela havia acabado de ter um momento íntimo com sua professora, estava com as meias rasgadas, as mãos sujas. Não precisava de muita coisa para perceber o que havia acontecido ali.

A professora ergueu uma sobrancelha, quase como se não entendesse o motivo da jovem estar rindo. Não era possível que a loira fosse falar qualquer coisa que fosse, Regina dissera que aquele homem era seu noivo exatamente para evitar problemas. Ela se sentia tão vazia, mesmo depois do que ela queria, que suas emoções não estavam mais se expressando tão bem quanto deveriam. A tristeza estava intrísseca, se sentia mal só em reviver o que havia passado no ultimo mês, e como havia sentido falta da loira. Para voltar e fazer aquilo com ela. 

- Emma, não faça todo esse barulho, você vai atrapalhar sua colega que está dançando. - Ralhou a morena, para que a outra voltasse aos eixos e contendo seus próprios sentimentos, de novo. Regina se segurava no braço do homem que estava ao lado dela, e a loira não conseguia ver a cena sem se desesperar. A jovem sentia que puxava o ar mas ele não preenchia seus pulmões.
Estava tão bom, foi tão bom, foi tão real; rápido, mas real. Não era mentira, ela havia goz*do, Regina havia se entregue, o que estava acontecendo? A loira não conseguia entender aquela cena. Estava tudo tão certo, como ficou errado daquela forma? No misto de desespero e tristeza Emma sentia-se a beira de um ataque de pânico.

- Não vem com brincadeira, senhorita Mills. - O rosto de Emma saiu da perplexidade que estava antes para um pouco contorcido, queria controlar a dor que sentia. Sabia que se tivesse levado uma facada no peito estaria doendo menos do que passar por aquilo. Segurou a respiração uma, duas, três vezes, tentando não se deixar levar pelo pânico que a situação lhe causara.

- Eu... Eu...- A loira começou a perder o resto de controle que tinha sobre si... Não queria fazer aquilo, estava envergonhada demais e não tinha capacidade de criar uma cena. Mas mesmo assim, ali estava ela, perdida, sem saber como reagir, apenas agindo instintivamente. Seu corpo pedia para que ela corresse dali, mas sentia seus pés presos ao chão.

- Eu? - Robin olhou para um lado e para o outro, sem compreender o porquê daquela garota estar aparentando transtornada. Parecia que algo sério havia acabado de acontecer, e ele estava simplesmente perdido ali.

- Você está bem garota, precisa que eu chame um médico? - O olhar do homem era preocupado, quase de uma forma paternal. Emma olhou nos olhos do mesmo, e ele realmente não tinha qualquer noção do que havia acontecido ali, e sentira uma leve empatia com ele. Aquele sentimento fez o estômago da loira embrulhar, não queria ter qualquer afinidade com o motivo de sua professora não lhe aceitar.

Regina deu um cutucão em Robin com o cotovelo, quão menos ele falasse era melhor para a situação, não precisava que aquilo fugisse ainda mais o controle. Não era para ele estar ali naquele momento. Se sua consciencia tivesse sido mais forte nem era para nada daquilo ter acontecido, mesmo que a morena não estivesse sentindo algo sequer parecido com arrependimento.

- Ouch. Porque fez isso meu amor? - Robin levou uma das mãos as costelas, agora doloridas. Ele tinha uma interrogação no rosto, via que tinha algo errado ali, ele so não conseguia identificar oquê. Regina lhe lançou um olhar ameaçador, fazendo-o apenas resmungar e deixar aquilo para la. Se via mais uma vez enfiado em um problema entre mulheres que ele certamente não conseguiria compreender.

- Emma, venha cá. - A morena esticou o braço e foi se aproximar da loira para que no contato talvez ela entedesse que elas não haviam acabado ali, e que havia algo por trás daquilo. Queria que aquele toque transmitisse o amor que ela sentia mesmo que não pudesse por aquele sentimento em palavras. Não queria deixar a jovem desamparada de qualquer jeito. Se a garota sentisse o mesmo que ela quando se tocavam, ela compreenderia, ela iria sentir.

- Não toque em mim Regina, você me dá asco. - Emma virou o rosto para o outro lado, sentindo uma dor fulminante no peito. Ela não devia ter dito aquilo, não era verdade. Mas estava magoada demais para pensar no momento. A tristeza lhe consumia de um jeito que não media mais suas palavras, apenas queria afastar a dor que ela lhe causava.

A jovem voltou os olhos para a mais velha. Via-se claramente que o fogo que havia em seu olhar havia findado. Aquela chama que sempre que Regina olhava para a jovem e fazia-a derreter, parecia ter sumido. O conflito que sentira fora imenso, não queria ver a mulher que ela amava com aquela falta de expressão nos olhos, mas estava tão profundamente magoada que não conseguiu nem retirar o que disse na mesma hora. Também não queria acreditar que ela estava tão magoada, não era possível, foi ela que causou aquilo.

Emma sabia que não merecia passar por aquilo, se sentia suja e usada de uma maneira que nunca havia se sentido. Era uma confusão que não conseguia resolver naquela hora. Amava a mulher, mas ela ja era de outro, não queria ser a culpada pela separação deles, mesmo o quão tentadora ela fosse.

- Me desculpe... - A loira falou em um tom praticamente inaudível e voltou seu rosto para o lado mais uma vez controlando as lágrimas. Sentia tanta coisa de uma única vez que não entendia como estava aguentando passar por aquilo. Sua respiração agora parecia estar um pouco mais controlada, o pedido de desculpas deixou o coração de Emma aliviar um pouco que precisava para a crise não acertá-la em cheio.

- Oh... Hey, sis! - Zelena saiu de trás da cortina que estava a poucos metros de onde aquele grupo improvavel conversava. Na porta de entrada do palco as garotas já olhavam curiosas para a situação: mesmo que não chegassem a atrapalhar, aquele pequeno espetáculo atrás da coxias.

- Emma, quanto tempo. - A ruiva piscou para a jovem, que já não conseguia segurar mais as lágrimas. A mulher que acabara de chegar puxou-a para seus braços em um abraço caloroso, tirando-a da proximidade de Regina, que ficou ali por um momento estatica com o braço estendido. Podia imaginar o que estava passando na cabeça dela e não adiantava falar nada na frente do homem que estava presente.

- Zelena? - Robin indagou; ele estava pasmo, havia anos que não via aquela mulher. - Nossa, como você está mudada, nem parece mais aquela cabeça de fósforo, sem juízo, da nossa adolescência. - Ele riu de forma amistosa, estava feliz em vê-la ali, teve um bom tempo com aquela mulher mesmo com o fora que ela lhe dera.

A mulher franziu o cenho, pensando em todas as maneiras possíveis de matar aquela criatura apenas com o olhar. Não conseguia perceber que ali tinha uma situação delicada, e que ele não deveria estar falando? 

- Olha, Robin, tem um mês que eu não vejo minha irmã, vou precisar dar uma saída com ela para botar o papo em dia, e nem adianta me dizer que vocês já tinham planos, porque ela não me escapa de hoje. - O homem franziu a testa, e deu de ombros. Achou um pouco de graça, pois não teria negado-a a sua irmã de qualquer maneira. - Além do mais, a única diferença de mim hoje e daquela época é que eu sou uma cabeça de fósforo que está muito bem resolvida, obrigada. - Ele apenas sorriu para a maneira desaforada que ela aparentava falar, sabia que ela seria assim com ele, não esperava outra posição. Coçou levemente a cabeça de um jeito meio brincalhão, e deixou estar.

- Emma, eu ouvi você lá de dentro, está tudo bem aqui? - Ruby chegou empurrando as meninas que ainda ocupavam a entrada curiosas tentando ouvir o que se era falado. Puxou a amiga pelo braço para si, sem esperar uma resposta da mesma e sem se importar que estava a tirando dos braços de outra pessoa.

- Vamos, sim? - Ruby falou para sua amiga. Zelena tinha confusão estampada na face, estava impressionada que a garota de tutu preto havia chegado no momento certo, mas sim, Emma havia feito, no mímimo, um leve estardalhaço, compreensível.

- Quanto tempo, professora, espero que o tempo de licença lhe tenha feito bem. - A garota de mechas vermelhas saiu levando a amiga do local, sem se preocupar que qualquer outra pessoa que estivesse ali perto lhe respondesse se ela poderia fazer aquilo ou não. Ela conseguiu ver o rosto de Regina se contorcer e seus olhos marejados que ela ja enxugava de forma discreta com as pontas dos dedos. Aquela cena roubou um leve sorriso dos lábios da jovem.

Robin lançou um olhar confuso para as irmãs, nesse momento sentiu-se curioso com o que estava acontecendo ali, tinha algo, e ele certamente teria a chance de conversar em outro momento. Regina parecia desligada, fitava o vazio, tentando controlar aquelas lágrimas que lhe queriam fugir, enquanto Zelena se prontificou a segurar a mão da sua irmã caçula e saiu levando-a na mesma direção no qual as garotas sairam.

- Nos vemos mais tarde, "cunhado". - A ruiva falou zombeteira enquanto se retirava do local deixando o homem para trás.

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Ruby guiava Emma para fora do teatro; as pessoas já se levantavam para sair do local, dificultando o trajeto de saída para ambas.

- Ruby, Emma ! - A loira nem olhou para trás, ainda sentia sua face banhada em lágrimas. A mais velha segurou-a para que parasse de andar.

- Olá, professora. - A morena fora a única que respondera: Emma não reconhecia aquela mulher, provavelmente deveria ser professora de sua amiga. A desconhecida tinha um porte altivo, cabelos negros que chegavam no meio de suas costas, e um olhar que parecia que ia perfurar sua alma. 

- Devo parabenizar ambas pela noite de hoje, não sei qual das duas conseguiu fazer o público ficar segurando mais tempo a respiração com a beleza da apresentação. - Ruby abriu um sorriso educado; apenas queria tirar a amiga dali, pois sabia que se Regina não havia conseguido quebrá-la antes, existia uma boa chance de ela ter alcançado esse feito dessa vez. Tinha noção do nível de paixonite que a amiga tinha pela professora, mas vê-la perder a razão de verdade deixou-a um pouco tensa.

- Muito obrigada. Falo por mim e pela Emma, ela está um pouco exausta mentalmente, sabe? - Piscou para sua professora, que não entendeu exatamente o que a jovem quis dizer.
- Espero que logo entrem em contato com vocês, houve muitos olheiros hoje de companhias de dança profissionais, e certamente vocês se destacaram... - Emma não mantinha contato visual, apenas admirava o chão como se algo muito interessante estivesse ali, o olhar ora se perdia, ora se focava.

- Até logo professora. E mais uma vez, obrigada. - Nem esperou a mulher terminar, e voltou a sair arrastando sua amiga para longe dali. Não seria agradável encontrarem Regina, ou até mesmo Robin. Uma coisa é receber um não, outra era receber um não na cara daquela forma.

Ѽ

- O que demônios foi isso, Regina? Posso saber? Você está agindo como uma pessoa que esqueceu de tomar os remédios que o psiquiatra mandou. - Zelena ralhou para a irmã; estavam sentadas no café próximo à escola. A mais nova olhava desatenta para seu café e não queria falar sobre aquilo. Tinha ciência que estava errada, mas não pareceu tão errado assim, o sentimento era certo, mas o timming não poderia ter sido pior.

- Vamos, Regina, eu sei que você tem o que falar, e eu vou fazer você abrir essa boca uma hora ou outra. - A ruiva mantinha o olhar fixo em Regina: via aquele traço que ela fazia na linha dos olhos quando queria esconder alguma coisa, que muitas vezes tendia a ser vergonha.

- Zel.. Eu... - A morena abriu a boca e fechou algumas vezes, nem sabia por onde devia começar.
- Vamos lá, eu começo o resumo para você então. - Zelena interrompeu o raciocínio de sua irmã. - Você não sabia como lidar com seus sentimentos pela loirinha, queria mas não podia tê-la e, literalmente, fugiu como uma criança em pânico quando não consegue resolver um problema. Se escondeu no pior lugar possível, em nossa mãe, e achou que aceitar esse casamento arranjado fosse ser a solução dos seus problemas. Certo? - Tinha o olhar nesse momento mais calmo, e um sorriso discreto já surgia no canto de seus lábios. 

Apesar de não gostar de ver sua irmã sofrer, estava se divertindo com a situação. Regina nunca tinha sido do tipo de encarar seus sentimentos e levá-los em frente, menos ainda de fazer algo estúpido. Aquele romance era um prato cheio, e Zelena tinha noção que a morena não faria algo para machucar ninguém, ela nunca o havia feito. Ea mais fácil a caçula deixar-se machucar, como de todas as outras vezes em que havia se apaixonado e engolido os sentimentos, deixando-os morrer, do que deixar a pessoa pela qual ela havia se apaixonado sofrer no lugar dela.

- Agora me diga, porque você fez aquilo com a garota Regina? - A ruiva apoiou o cotovelo em cima da mesa, e segurou o rosto com sua mão, atenta ao que a irmã iria falar. O que quer que fosse, seria algo interessante.

- Zel,foi incontrolável... Eu... Eu... Regina tentava pôr ordem em suas palavras. - Foi um mês afastada, eu achei que estava melhor. Curada talvez. Robin não é um cara tão ruim assim, eu poderia aprender a gostar dele e ainda deixaria mamãe feliz. Tinha uma gama de coisas que eu havia visto como saída... Mas eu sentada naquela plateia, quando vi aqueles cabelos dourados e aquele olhar decidido. Zel, pareceu que passou uma avalanche e levou todas as barreiras que eu tinha construído contra ela nesse tempo.

- E você parece uma adolescente apaixonada... Mas está errada para todo o caso. - Tomou um gole do seu café, que estava esquecido ali, já que o assunto era mais urgente.

- Eu nem lembrei que o Robin existia, Zelena, meu corpo parecia agir sozinho, não raciocinei. Por favor, você acredita mesmo que eu simplesmente... - Ela engoliu em seco, ficando com vergonha ao se lembrar do sex* escondido que tivera há pouco tempo com sua aluna.- Iria fazer algo daquele gênero estando raciocinando? 

A ruiva abriu um sorriso de um lado a outro, era lindo ver sua irmã daquele jeito, era inédito, adorável. Era uma sensação agridoce, estava feliz pela forma que a irmã estava se sentindo com relação a garota. Mas tinha noção que ela havia feito algo muito errado com Robin, e que ela certamente iria lutar uma grande batalha interna para poder superar oque havia feito com ele, mesmo que o mesmo nunca viesse a descobrir o que houvera acontecido. Seria ela por ela mesma, e Zelena decidiu que não iria empurrar o dedo naquela ferida apenas para deixar sua irmã ainda pior.

A mais velha respirou fundo, ela tinha noção do quão linda sua irmã era, mas apaixonada ela parecia emanar uma aura totalmente diferente ao seu redor. Mais uma vez lhe vinha aquela sensação agridoce pela mais nova, ela tinha um sentimento tão bonito dentro de si, mas estava lutando e escondendo-o da pior forma possivel, foi o que levou elas a estarem ali naquele momento.

- Mas Zel, ele não é mais aquele adolescente mesquinha e babaca de nossa adolescencia. Parece um homem de verdade agora, ele se importou comigo durante todo o tempo em que estive na casa de mamãe. - Ela mexeu em seu café um pouco incomodada em dizer aquilo, sabia que sua irmã não tinha boas memórias dele.

- Eu não consegui simplesmente dizer não pelo fato de ele realmente ter sido um bom ombro amigo quando eu me senti desamparada. - Zelena olhava um tanto incrédula para o que a mais nova falava, não conseguia aceitar que o homem que lhe fizera tanto mal quando jovem e que a fizera questionar sua sexualidade, apenas para ser aceita como normal, tivesse virado um rapaz bom. Ela preferiu dar de ombros para o que ela havia lhe dito.

- Você sabe que até sua festa de noivado já está marcada, não sabe? - A mais velha levou novamente a xícara aos lábios, e por cima da xicara viu um leve desespero pairar nos olhos de sua irmã. - Ok, entendi que não. Vai cancelar? Cora passou o dia lá em casa focada em fazer essa festa do jeito que ela queria, claro. 

Regina quase riu, seria cômico se não fosse trágico de alguma forma, e era ela quem ia estar na festa de noivado, como a noiva oras! Com tudo marcado, sua mãe na cidade, seu noivo que já havia decidido inclusive quais alianças comprar. Seu peito começou a se encher de preocupações, mais uma vez, só que parecia muito mais difícil escapar desse novo problema que ela havia se arranjado.

- Eu não posso fazer isso com tudo certo já, Zel... Não sei como falar com a mamãe, nem com o Robin... Ai minha irmã, como vou sair dessa? - Um longo suspiro veio acompanhando uma pontada de dor no coração da ruiva. Sabia que Regina não precisava passar por aquilo, mas sabia o quão difícil era se aceitar e mostrar aos outros como se é de verdade; pior ainda em uma situação tão delicada quanto a dela. Não conseguia se imaginar no dilema de se encontrar apaixonada por uma de suas alunas.

- Você vai encontrar um jeito, Regis, não se preocupa. Sabe que eu apoio a história de ‘o que for para ser, será’. - Zelena estendeu a mão para pegar a mão de sua irmã, oferecendo-a um leve carinho e um sorriso caloroso.

- Obrigada.

Ѽ

- Emma, meu amor, bebê, fofa, gracinha, você sabe que não dá pra ficar enlouquecida e faltar todas as aulas da semana porque você levou um fora. - Ruby estava sentada em cima das costas de sua amiga, que teimava em ficar deitada na cama como se o mundo tivesse acabado. Ela não chorava mais, não tinha lágrimas para isso, apenas não tinha vontade de sair do quarto e agir como uma pessoa normal.

- Rubs, você fala como se tivesse sido algo super bobo, queria saber se fosse você no meu lugar. - A loira mantinha-se com os olhos fechados, não estava nem disposta a abri-los para conversar.

- Não tenho como saber, beleza? Mas era o que você queria, cara; você teve a chance de experimentar Regina Mills, você não tem noção do que é isso, não é? - Aquele comentário foi o primeiro de Ruby que chamara alguma atenção da garota.

- Continue, você tem minha atenção. - Falou quase num tom jocoso, mesmo sem humor para brincadeiras.

- Emma... Pensa bem, ela é o crush de 99% dos estudantes daqui, ela é linda, ela é bem sucedida, ela tem uma imponência... Nossa, eu estou com inveja da chance que você teve, e você está fazendo o quê? Reclamando. - Cruzou os braços revoltada.

A loira forçou sua coluna, jogando a morena para o lado e fazendo-a sair de cima.
- Você fala isso como se fosse a única coisa que eu queria dela, Ruby. Eu amo aquela mulher, ela me ama! Não é apenas um lance em que eu queria sex* casual com ela, não dá pra entender isso?

- Mas, Em... - O telefone que ficava em cima do criado mudo entre as duas camas começou a tocar, interrompendo Ruby e fazendo Emma ficar com uma sobrancelha erguida: ele nunca havia tocado antes.

- Ih, Ems, será que é a Fiona querendo arrancar seu couro? - Brincou a mais velha, que prontamente atendeu o telefone. - Alô, quem fala? 

Emma sentou-se em sua cama, querendo ouvir o que era dito no outro lado da linha.

- É para você, patinha. - A loira ficou um pouco tensa pois não conseguiu ler o que poderia ser pelo rosto de Ruby. Pegou o telefone um pouco temerosa.

- A-Alô? 

- Senhorita Swan? Aqui quem fala é Archibald Hopper, sou o diretor da academia de dança clássica e contemporânea do estado da Califórnia, tudo bem com você?

Emma balançou a cabeça em afirmação, como se o homem pudesse vê-la... Estava sem entender do que se tratava aquilo.

- Venho informar que a senhora ganhou uma bolsa para vir para nossa escola para o curso intensivo de verão que teremos. Uma de nossas professoras estava presente na apresentação que houve na sua escola semana passada, e indicou alguns talentos brutos para o nosso curso. Já está tudo acertado com seu centro, só precisamos de sua confirmação.

- Califórnia? - Emma tinha uma interrogação no rosto: Curso intensivo? Califórnia? Apresentação? Pareciam coisas meio desconexas no momento para seu nível de atenção.

- Sim, o curso tem uma duração de apenas dois meses, e irá ser de grande ajuda para seu futuro.

- Muito obrigada, senhor Archibald, irei na diretoria daqui confirmar tudo, ok?

- Ok, então, até logo, senhorita Swan.

Emma voltou o telefone para o gancho e viu dessa vez a expressão de uma Ruby excitada.

- Eu vou viajar!  

Fim do capítulo