Duas faces por ROBERSIM
Capítulo 36
Já no elevador, meu coração aumentava o ritmo de seus batimentos. Não podia acreditar que Diana lhe mentia durante todo esse tempo. Já na porta do apartamento bato e nada de atenderem, bato outra vez, agora mais forte.
-Diana!- exclamei assim que abriu a porta, usava um short jeans e camiseta, tinha algo diferente mas não consegui analisar pois o que vi me deixou lívida- Carol, então é verdade- minha assistente chegava na sala também vestida com short e blusa , meu coração parecia parar a cada respirada que dava- como puderam fazer isso comigo.
-Vanessa quem é? – vi a pessoa que entrava na sala, olhava de uma pra outra sem entender, minha vista escureceu e eu apaguei.
...
Fiquei lívida ao ver Jessica ali, na minha frente com Vanessa ao lado. Desde cedo, quando Vanessa me ligou falando do fato de Marcos tê-la visto com Carol , eu sabia que ia ter problemas pela frente.
Já havia escutado fofocas em relação a um possível relacionamento entre nós, inclusive Suzana andava me tratando diferente , na verdade havia se afastado. Marcos com certeza também havia escutado, ele costumava andar com os funcionários de qualidade da empresa, homens que sempre souberam de minha opção, mais que nunca foram direto em seus questionamentos.
Agora ali vendo Jessica desmaiada, no sofá da sala de Vanessa meu coração está oprimido, com medo dela não me perdoar , com certeza Marcos tinha falado o que viu.
-como ela descobriu Onde você estava Diana? - Vanessa pergunta assim que a deixa desacordada no sofá - não é possível que te seguiu logo hoje, mesmo que seu ex namorado tivesse falado o que viu!
- será que ela estava desconfiada? - Carol questiona- Vanessa preciso de álcool, quando ela acordar Diana, você tem que falar a verdade sobre sua irmã.
-ela já estava desconfiada de algo, semana passada veio com uma conversa sobre confiança, na hora não entendi na hora, mas agora...
-Carol tem razão Diana, não dá pra dar a mesma desculpa da boate, hoje ela está bem sóbria.
Carol se aproxima com álcool e algodão.
-toma Diana e melhor você está perto quando ela acordar!
Aproximo o álcool de sua narina, meu coração estava apertado, mas ia conversar com ela sobre Vanessa.
-Jessica, acorda amor!- ela aos poucos tornava me olha sorrindo, mas de repente me olha como se não me conhecesse, um olhar frio, de raiva.
-o que está acontecendo aqui, quem é ela?- apontava para Vanessa que estava junto a Carol- e você Carol, fazia parte disso tudo?
- Carol não tem nada com isso, Vanessa e minha irmã gêmea e Carol a conheceu no passado. Por isso o susto a me ver pela primeira vez!- falo antes que Carol se defenda, não era justo Jessica a destravar sendo que não tinha nada a ver com aquilo tudo , se ficou quieta foi por amar Vanessa.
-como assim irmã, porque nunca me falou nada , porque esconde-la de todos, isso não tem justificativa.
-me escuta meu amor...
-nuca fui seu amor, se realmente me amasse não me deixaria fazendo papel de boba- tento chegar mais perto e ela se encolhe no sofá. Vanessa estava um pouco afastada, não falava nada, só observava- todos tentaram me alertar, você é uma mentirosa.
-eu não menti pra você, não podia falar ainda sobre Vanessa...
-nem pra mim , que diz amar!
- não duvide do meu amor, nunca menti pra você. Escute-me primeiro, depois se não quiser mais me ver , vou respeitar sua decisão - doía dizer aquilo , torcia para que ela entendesse meus motivos.
-Jessica, muita dessa situação e minha culpa- pela primeira vez Vanessa falou , Jessica a olha ainda parecendo assustada , como se não acreditando no que via.
-vocês são idênticas, como conseguiram esconder esse parentesco por tanto tempo.
-vou te contar desde o início, mas por favor , tenta me entender!
Ela somente me olha sem nada a falar, estava sentindo que poderia perder o amor da minha vida e esse sentimento estava acabando comigo.
Começo a falar sobre minha vontade de conhecer minha família biológica, o pai dela era uma das poucas pessoas que sabiam de eu ser adotada, mas não sabia que tinha uma irmã, ainda por cima gêmea, pelo menos achava que não! Contei sobre meu primeiro encontro com Vanessa e sua fuga do orfanato, só não falo de como Carol e Vanessa se conheceram, aquele era um assunto que pertencia as duas. E da reticência de meu pai de não revelar sobre minha irmã para seus amigos.
-... Por isso não te falei nada, mas já conversei com meu pai a respeito disso, pretendo acabar com isso e apresentar minha irmã para meus amigos.
Ela olhava agora seriamente para Vanessa, como se temendo aceita o óbvio.
-era você, não era?- não entendi, ainda mais quando vi Vanessa ficar pálida- por isso Diana me parecia tão familiar , foi você que me assaltou anos atrás.
-como assim, assaltou...
-por sua calpa fugi de meu país, fiquei anos lembrando - Vanessa não falava nada. Carol e eu olhávamos para ela que permanecia pálida e muda.
-fala Vanessa, do que ela está falando!
Há muito tempo não via minha irmã tão sem chão, parecia aquela jovem que encontrei naquele hospital, e que tinha acabado de perder a única pessoa que a defendia.
-fala minha irmã, Jessica está certa , foi você?
- foi , naquele dia sai para assaltar pois dudu e eu não tínhamos nada , nem as crianças que moravam no barraco que vivíamos. Foi a primeira vez que fiz aquilo, queria o carro pra assaltar.
-porque não me contou Vanessa, quando viu a Jessica no centro!
- então foi ela que vi naquele dia.
-eu fiquei com medo de te prejudicar, você já fez tanto por mim- olha pra Carol que permanecia calado -me desculpa meu amor, sei que devia ter te falado Quando nos reencontramos.
Naquele momento não ia julgar minha irmã, depois conversaria com ela, nada justifica o que ela fez, mas pelo que já tinha passado teria uma chance de se explicar. Olho pra Jessica que Estava calada, seu olhar era frio.
-depois conversaremos Vanessa, sei muito bem pelo que já passou , esqueceu que por sua causa nada me aconteceu-Carol fala.
-Jessica, me perdoa, jamais imaginei que uma atitude minha fosse te causar tanto transtorno-Vanessa estava realmente arrependida, seu semblante era de tristeza.
-meu amor fala alguma coisa, diz que me perdoa.
-fala o que , o 1ue você fez não tem perdão.
...
Enquanto escutava Diana falar, em minha cabeça só vinha o dia em que Vanessa havia me sequestrado, aquilo sim estava acabando comigo.
Como olhar pra ela agora, sem culpa-la por tudo. Nunca imaginei que poderia me esconder algo tão sério, por mais que falasse que não sabia, não conseguia acreditar, se escondeu a existência da irmã, omitiu todo esse tempo em que estamos juntas, porque não esconder aquele fato.
Enquanto a olhava, só conseguia pensar nisso, meu coração parecia sangrar mais não conseguia perdoa-la.
- não consigo, só quero sair daqui e se pudesse, não a veria nunca mais- seus olhos enxergam de lágrimas, aquilo apertou mais meu coração.
Não entendia naquilo tudo, onde Carol se encaixava. Pelo que acabara de saber aquela garota Vanessa! Viveu por algum tempo nas ruas, como então se conheciam?
-vou embora, e não quero que me procure.
Sai dali em frangalhos, meu coração doía em meu peito, um vazio grande se formava minha alma, mas não conseguia olhar pra ela sem desabar. Fico por algum tempo chorando em meu carro, não queria ir pra casa, pois sabia que Diana me procuraria ali, minha única alternativa era a casa de meus pais.
-minha filha , o que aconteceu!- meus pais estavam na sala quando entro, meus olhos estavam vermelho pelo choro e pra piorar Marcos se encontrava ali. Meu pai é quem pergunta, minha mãe me olhava querendo uma resposta que com certeza já sabia.
-foi aquela mulher que fez isso , não foi - Marcos fala não se importando com a presença de meu pai, que me olhava agora, curioso- te falei que ela não prestava , que somente te iludiu.
-que mulher você está falando? – meu pai finalmente pergunta.
-Diana! Pelo visto sua filha não te falou porque terminou comigo- eu estava muda, meu pai olhava sério em meus olhos- mas te falei que a vi com sua assistente e você não acreditou.
-como assim Diana, o que ela tem a ver com tudo isso.
Resolvi naquele momento, que chegará a hora de falar com meu pai.
-ele está certo pai, foi Diana que me causou tudo isso- me calo pra ver sua reação – nos estávamos nos relacionando, mas hoje descobrir que ela mentia pra mim.
Superado da surpresa, meu pai pergunta.
-como mentiu pra você. Eu não aceito isso, essa mulher usar o poder dela de persuasão e te iludir, te fazer cair em seus encantos.
-ela não usou, eu quis isso. Eu a amo pai , será que não ver isso.
-eu não admito isso, minha filha não é sapatao...
-lésbica pai, lésbica. E Diana não me iludiu.
-como não se a vi com Carol.
- vou falar com Hidelgardo, não admito isso.
-não é o senhor que tem que admitir pai, a vida é minha...
-Jessica respeite seu pai - minha mãe pela primeira vez fala me repreendendo.
-me desculpa. O senhor sabia que Diana tem uma irmã gêmea, e que ela é adotada- minha mãe parecia surpresa , mas meu pai não.
-sabia sim, Hidelgardo me falou, pois Diana insiste em apresentar aquela marginal pra sociedade.
Fiquei chocada pelo modo que meu pai falou, até porque pela história que Diana me contará, sua irmã a muito tempo tinha uma vida digna.
-como você não me contou Akira!
-porque Hidelgardo me pediu segredo. Mas agora entendo sua posição, as duas tem sangue ruim e você deve se afastar delas. Eu exijo que retome seu relacionamento com Marcos- por mais que tivesse me decepcionado com Diana, Marcos estava fora de qualquer possibilidade.
-vou te fazer esquecer essa mulher meu amor- aquele jeito de Marcos estava me dando nos nervos, ele parecia torcer por aquele tudo.
-Marcos ponha uma coisa na cabeça, não perdoarei a mentira de Diana , mas não vou voltar com você... E pro seu governo, você viu a Vanessa com a Carol, e não a Diana.
Minha cabeça estava latejando, pedindo por descanso.
-eu só quero descansar, dormir e esquecer tudo isso.
Sabia que minha conversa com ele ainda estava no início, mas naquele momento só queria esquecer a vida.
-vem minha filha, vem descansar.
Já no quarto deito em minha cama e desabo em um choro convulsivo.
-me conte agora minha filha, o que aconteceu?
Minha mãe acariciava meus cabelos, não conseguia expor a dor que se formou em meu peito, não conseguia falar , só chorava pra tentar aliviar aquele sentimento.
-ela mentiu pra mim todo esse tempo, dizia me amar, mas mentiu- falo entre lágrimas.
-eu acho sim que te ama, talvez tenha ficado com medo , e pensa melhor seu pai Hidelgardo sempre teve muito poder, talvez ela não quisesse expor sua irmã.
-não tem justificativa mãe, ela poderia pelo menos ter me falado, não ia comentar, ainda que sua irmã foi..- parei de falar, ia comentar a respeito do meu sequestro , mas algo me fez parar.
-o que aconteceu?- ela insiste.
-ainda mais que Marcos viu Carol com a tal Vanessa- desvio a conversa, apesar de tudo eu sabia que muita coisa poderia acontecer se acaso esse fato viesse a tona, Sabia que Diana não tivera nada a ver com isso, talvez nem soubesse, mas seu pai a culparia pelo resto de sua vida!- eu só preciso dormir esquecer tudo isso.
Adormeci com os carinhos de minha mãe, durante a madrugada acordo sentindo falta do corpo de Diana junto ao meu , relembro tudo o que aconteceu e mais uma vez o choro tomou conta de meu ser.
“ como vou viver sem ela?” era a única pergunta que me guiava. Queria poder esquecer tudo aquilo mais não conseguia.
Vi o dia amanhecer, mas a vontade de ficar ali, deitada me dominou. Não queria ir para a empresa e ter que dar de cara com Diana, ainda tinha Carol , mas essa conversaria em outra ocasião, Diana falou que a assistente não tinha nada a ver com tudo aquilo , que reencontrou sua irmã depois de já empregada na firma. Gostava da garota, era eficiente, conversaria com ela e exigiria toda a verdade.
...
Depois que Jessica saiu do apartamento de Vanessa, ainda tentei ir atrás dela mas minha irmã me parou, falou que Jessica precisaria de um tempo pra poder assimilar tudo.
Quando fui pra casa, passei primeiro em seu apartamento, usei a chave que me deu. Mas estava tudo escuro, com certeza teria ido pra casa dos pais, minha vontade era de correr até lá, e implorar seu perdão, mas pensei melhor e resolvi esperar seu tempo.
Não consegui dormir a noite toda, meu corpo já tão acostumado ao seu, sentiu sua falta. Ia conversar com ela naquele dia, tentar fazer mais uma vez que me entendesse, que compreendesse meus motivos nem que pra isso tivesse que leva - lá a força pra conversarem.
Chego à empresa Suzana está com um semblante um pouco assustado.
-bom dia Suzana, aconteceu alguma coisa?
-seu Akira chegou cedo, entrou em sua sala e falou que só sairá de lá quando fizer você escutar tudo o que tem pra falar. Diana ele parecia bem zangado, te chamou de sedutora ordinária- naquele momento soube que Akira já sabia de toda sua história com Jessica.
-tudo bem Suzana, vou conversar com ele! A Jessica já chegou, preciso conversar com ela antes!
- ainda não, só a Carol que parece está também preocupada.
Respiro fundo e vou em direção a minha sala, deixaria Akira falar primeiro e saber até onde sabia a verdade, fiquei com medo de Jessica ter comentado sobre seu sequestro. Akira jamais perdoaria aquele deslize de minha irmã, ainda não tinha conseguido falar com ela sobre isso , na verdade minha mente só tinha Jessica e ganhar seu perdão, mas ia conversar com minha irmã e saber o porque nunca me falou nada, principalmente depois de ter conhecido Jessica.
-ah Diana- olho novamente para Suzana- o namorado da Jessica está junto a ele te esperando.
-é parece tenho muito a conversar e colocar tudo em prato limpo- Respiro e entro.
Akira estava sentado em uma das cadeiras à frente de minha mesa, e vira - se quando escuta a porta abrir, seu semblante não era nada amigável. O tal Marcos, estava de pé a seu lado, quando me ver sorri com deboche.
Fim do capítulo
Boa noite meninas!
meninas espereo que gostem do capitulo.
obrigada pelo comentarios bjss
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