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Linha Dubia por Nathy_milk

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Palavras: 5712
Acessos: 4096   |  Postado em: 08/04/2018

Capítulo 20

Capítulo 20 - Caroline


De certo modo meu corpo queria mesmo era entrar naquele banheiro e empurrar ela para debaixo do chuveiro, mas a imagem da Christiane não sai da minha cabeça. Não posso me sentir assim, traindo ela. Estamos dando um tempo, tempo para ver se a outra é importante e eu ainda não fui capaz de decidir.

Vou ficar aqui na cama da Fer deitadinha enquanto ela termina de se trocar. Meu estômago conversa comigo a todo tempo, espero que pelo menos nessa casa tenha comida de verdade. Não posso reclamar da Fernanda, mas não aguento mais comer macarrão.

- Apesar de eu morar em Portugal, tomo mais banho que você brasileira. Toda suja, viajando, deitada na minha cama limpinha?!

- Nossa, me senti suja agora. Libera o banheiro que eu tomo banho e fico limpinha. Vamos jantar aqui ou sair?

- Quer comer fora ou pode ser aqui? Não tem muitas opções aqui no vilarejo. Pra você que vem de São Paulo, aqui não tem nada além de mato e fazendas.


Depois de tomar banho, descemos para a parte de baixo da casa, aquela senhora velhinha, havia preparado um peixe muito cheiroso. Só de olhar de longe minha boca estava enchendo de água. Não pude deixar de lembrar da minha sogra, a mãe da
Chris, que sempre cozinhava algo carinhoso quando eu ia almoçar na casa dela. Sempre que dava domingo, eu e o Lucas nos enfiav*mos no almoço da família da Chris, como nosso pai foi morar na amazônia após a morte da minha mãe, acabavamos nos agregando nas famílias que estamos próximos. E a da Chris sempre nos recebeu muito bem. É absurdo como falar sobre ela com alguém faz ela continuar na minha cabeça, que merd*.

- Estás a viajar gineco? Comes peixe?

- “Estoi” a viajar não portuga, estou com tanta fome que como qualquer coisa.

A Fernanda chamou a senhora para sentar conosco e jantar, que de pronto foi aceito. A refeição foi feita em silêncio por minha parte, enquanto a pediatra conversava com a senhora sobre a casa, sobre uma fazenda que tinha perto e sobre alguns assuntos que eu estava pouco me importando. O Pingo ficou o tempo todo pendurado na minha perna esperando cair algum alimento para ele.

Quando a refeição terminou, meus olhos logo estavam querendo fechar, mas a Fernanda estava animada e com um pique que quase não conheço vindo dela.

- Estás a ter uma festa em uma fazenda próxima, queres ir amanhã gineco?

- Se você voltar a falar português do Brasil, posso pensar no seu caso.

- Hahahaha, as vezes eu acabo forçando mais o sotaque português, principalmente quando venho pra cá. Aqui não tem brasileiros.

- Se você quiser podemos ir, acho que eu dormindo bem essa noite, dá para irmos amanhã, para você se divertir um pouco.

- Fechou Carol. Agora coloca seu agasalho que vamos dar uma volta.

- Sério que vamos passear? Eu jurava que ia dormir agora.

-Hahahah, mas que idosa essa gineco. Para de ser velha, vamos ficar aqui fora só, conversando um pouco, vendo a noite.

- Não sou idosa não, apenas estou cansada.

- Vem logo, você descansa comigo la fora. Só um pouquinho. Pra você ver o céu desse lugar. - Voltei rapidinho para o quarto, onde peguei um agasalho e logo estávamos na porta da casa, deitadas no gramado. O pingo estava sem a coleira, correndo pelo espaço.

- Ele gosta de ficar correndo ne?! Adoro esse dog.

- Ele fica a semana toda preso em casa, sempre que venho pra cá eu solto ele. Ele precisa correr, mexer as pernas. Ele é mesmo um amorzinho de cachorro. Você adora só ele? Nem um pouquinho eu. - A Fernanda calmamente lançou essa. Não sei nem o que responder agora. Caraca.

          - Fer, melhor não entrarmos nessa conversa.

          - Relaxa. Tudo ao seu tempo Carol. Não vou, nem quero te forçar a nada. Mas confesso que sempre que você quiser me beijar eu vou estar aceitando.

         - Isso da um no na minha cabeça. Querer voce, desejar você..

         - Mas você é um ser humano de bem e sente que está traindo sua esposa. Carol, não vou nunca te forçar a nada. Além disso, tenho plena consciencia que você vai embora em menos de um mes. Porque acha que eu estou me segurando? Não estou investindo em você todas as minhas cartas? Pq tambem tenho medo de me encantar, você ir embora e nunca mais voltar .

      - Estou gostando de Urros, de ficar aqui. É calmo, longe de tudo. Tem paciente calmo, com a estrutura certa eu não pensaria muito não.

      - Quanto a estrutura eu já te falei. Só precisamos da sua carta branca pra isso.

      - não é simples assim Fer. Nunca sai do Brasil por tanto tempo, deixei minha clínica lá, minhas pacientes oncológicas. Deixei minha casa, meu carro.

      - Para de pensar tanto na vida que você deixou e começa a pensar mais na vida que você pode ter. Pensa em viver em Portugal, nessa calmaria toda, no pingo pulando em você todo dia. E tem eu..

      - Hahaha tem você? Conte me mais sobre isso.

      - Só preciso me sentir segura ao seu lado Caroline. Encantada por você eu já estou, mas vou me segurar até eu ter certeza que não vou me machucar. Não quero isso, por mais linda e especial que você seja gineco.

     - E eu também não quero isso pra você. Eu não tenho direito de machucar você nem  nem ninguém. E de verdade, eu ainda não sei como eu vou ficar depois de voltar pro Brasil, de ver o que restou.

     - Sim, quero que você se organize com a estrupício primeiro. Quero você completa, não por partes. Quero você inteira, nem que eu cole os pedacinhos pessoalmente. Acho que no final de tudo você nem parou ainda pra pensar sobre o que aconteceu com o seu casamento, pq apesar de você estar meio baqueada, você está bem. Das duas uma, ou você superou muito bem esse fim de casamento ou a ficha ainda não caiu. Temos essas duas opções.

       - Ai Fernanda, que broxante essa conversa. Eu te beijei no carro a umas 2 horas e agora estamos falando do meu casamento falido. Não sei se você é a pessoa certa pra ter essa conversa.

     - Princesa, tem mais alguém aqui em Portugal pra você falar sobre sua mulher mala? Sobre o fim do seu casamento? Você precisa falar sobre isso com alguém. E acho que só sobrou eu. Ou você quer falar com o escroto do Manuel e esperar ele te agarrar de novo?

      - Aff, cara sem noção. Achando que minha educação era flerte com ele. Fer, só não quero te colocar em uma situação desconfortável, de você ter que ouvir eu falando da chris ou algo assim.

     - Gosto do assunto? Não. Quero falar sobre a estrupício? Não. Mas quero que você fique bem e se possível fique em Portugal, então nessa equação, tem que falar da estranha la.

     - hahahhahaha. Porque estranha?

    - Quem tem um puta mulherao da porr* igual você, inteligente, esperta, linda, esnoba e pisa em cima é o que? No mínimo estranha. - eu não aguentei, cai na gargalhada. A Fernanda tem um jeito lindo de acalmar as coisas, de amenizar os problemas. Não posso machucar essa garota. Não sei da historia dela, mas ela não chora e grita a noite de bobagem, acrescentar problema a ela é o que menos quero.

       Não resisti a carinha de inconformada dela e beijei. Cheguei mais perto, passei a mão pelo pescoço dela e puxei, aproximando mais nossos corpos. Foi um beijo leve, suave, calmo. E puta merd*, que beijo gostoso. Meu corpo já responde a presença da Fer, mesmo nos conhecendo a tão pouco tempo. Talvez eu só precise mesmo de um ponto final com a Christiane para não mais me sentir traindo ou sendo uma pessoa má. Ela ser escrota não me obriga a ser também.

        Fiquei no colo da Fernanda um tempao. Nos duas vendo a lua e o céu de Portugal. Apesar de estar muito frio, o céu estava limpo, estrelado, com uma visibilidade muito diferente daquela que tem em São Paulo. Enquanto eu fiquei ali, com a cabeça na perna da pediatra me permiti pensar na vida que posso ter nesse lugar, atender pacientes durante o dia, poder dormir em casa, apenas operar a noite se ocorrer problemas, estar com a Fernanda, poder começar tudo do zero. Vou te dizer que essa nova vida está me atraindo. Quem sabe eu não consigo  finalmente ter meu filho, seja engravidar, seja adotar um ranhento. Não que seja culpa dela, mas deixei muito de mim para seguir os desejos da minha esposa.


        - Quem é mesmo velha, hein?! Você tá dormindo no gramado que só falta roncar Fernanda. Vem, vamos subir pra você dormir. - ela levantou do gramado toda atordoada, a menina dormiu mesmo no jardim. O pingo, de tanto correr estava dormindo também, como pode um cachorro ser tão parecido com a dona? Peguei a coleira dele e prendi, colocando ele pra dentro da casa. A senhora que fez a janta e nos recebeu, não estava mais na sala, ela deve ter ido dormir. Soltei o cachorro  e ele sozinho subiu a escada, já deve estar acostumado com o lugar dele deitar. A Fernanda foi “seguindo” ele e eu logo atras.

       Entrei no quarto logo atras da pediatra, peguei minha muda de roupa e meu kit de higiene. Enquanto eu pegava minhas coisas, a Fernanda já havia deitado na cama e me olhava atenta, como se procurasse algo em mim, algum detalhe, algo que ela ainda nçao tivesse visto.

       - Tá olhando o que Fer? Parece que está procurando algo.

       - Não é isso não, estou olhando como você é linda.

       - Mas como é boba essa pediatra. Para de babar em mim e me fala, onde eu vou dormir? Já peguei minha roupa.

       - Vai dormir aqui comigo, ora pois?!

       - Tem um monte de quarto nessa casa. Não tem porque eu dormir com você.

       - Em Úrros tem mais de um quarto tambem, e você dorme comigo todos os dias.

      - Tem certeza?

      - Caroline, eu não vou te forçar a nada, nem acelerar o tempo. Mas não pense que eu não vou investir e tentar te conquistar. Se você quiser dormir em outro lugar, tem a sala lá embaixo, mas se quiser dormir no quentinho e confortável, tem espaço nessa cama comigo dra.

     - Eu fico sem escolha assim, minha coluna de velha chora só de ouvir a palavra sofa.

     - Então para de vergonha, que eu sei que você não tem nenhuma, e vem deitar aqui comigo. -  Eu dei risada, sai pro banheiro e me troquei. Quando voltei, a Fer estava mexendo no celular - Linda, amanha preciso que você ligue pra Dra. Marcela. Ela quer saber como foi sua semana em Úrros e alguma coisa sobre centro de ginecologia, ou algo do tipo. Tudo bem?

     - Ligo pra ela sim, tenho que ligar pra Clara tambem.

     - Clara?  - Ela fez uma cara tão bonitinha, meio de ciumes com curiosidade.

     - Clara é minha secretária e uma grande amiga. Preciso ver com ela como está a clinica, meus pacientes, se o dinheiro da faculdade dela chegou direitinho, mil coisas.

     - Ah, tudo bem. É que eu já preciso tomar cuidado com a estrupicio, não quero ter trabalho com mais ninguem.

     - Fernanda, para com isso. Primeiro porque não tem nada pra se preocupar, segundo porque não temos nada. Você nem precisa ter ciúmes assim.

      - Bom saber dra. Não temos nada. Boa noite. - ai cacete, falei merd*. A Fernanda virou pro lado e ficou. Mas é verdade, não temos nada. Gosto de ficar com ela, gosto dela, mas não posso ter nada, preciso me resolver antes com a Christiane.

     - Fer, não é isso. Vem cá. Não fica brava.

     - Eu já entendi Caroline, não temos nada, ok?! Boa noite. Se quiser um espaço seu, tem  quarto ao lado, fique a vontade. Não precisa dormir aqui não. - apagou a luz que tem ao lado dela e virou de lado. Para bom entendedor, não preciso forçar mais nada. Mas vou ficar aqui no quarto, amanhã ela vai estar mais calma e poderemos conversar.


Não demorou muito para que eu pegasse no sono. Aquele quarto escuro e quente foi um rápido sonífero para o meu corpo dolorido. Estou a um bom tempo sem sonhar com nada nem ninguém, mas por ironia do destino, sonhei com a Christiane, pelo que entendi, com a nossa lua de mel.

 

Era janeiro, sol a pino, mar brilhante. Haviamos nos casado no dia anterior, em um sítio próximo a São Paulo. Uma cerimônia simples, mas elegante, com vários familiares da Christiane e apenas alguns do meu lado. O Lucas que entrou comigo, meu pai já havia ido para a Amazônia há vários anos, não estava nem sabendo do meu casamento. A cerimônia havia sido no período da noite, chegamos em casa por volta das 4 da manhã. Não houve tempo nem para a noite de núpcias, no nosso caso seria dia de núpcias e a  bordo de um cruzeiro. O Lucas nos levou até Santos para pegarmos o navio. A ideia da viagem era passear por todo o litoral da américa do Sul e depois retornar ao Brasil. Deu trabalho concordarmos com nosso destino, sempre tivemos pensamentos diferentes quanto a nossa lua de mel. A Christiane queria ir para a Europa, mas eu não tinha dinheiro para arcar com uma viagem desse nível, ainda mais em euro. Eramos praticamente recém formadas, mas tudo bem, como medica consegui dar esse prazer pra minha esposa.

      Quando o Luc deixou a gente no porto de Santos, o calor e mormaço subiu  e bateu no meu rosto. Era esse o melhor lugar. Não nasci no Rio de Janeiro como minha mae, mas o gene do calor estava presente em mim. Peguei minha mala e uma das malas da Chris. Enrolamos um pouco na area de embarque, cerca de 40 minutos finalmente já estavamos em nossa cabine. Era um quartinho relativamente pequeno, com sacada para o mar, uma cama de casal deliciosa.

      Tivemos apenas tempo de colocar as malas em cima da cama e o alarme de incêndio tocou. É um treinamento obrigatório para todos os passageiros e tripulantes. A Chris não queria participar, mas eu puxei ela. Saímos pelos corredores e depois pelo convés, andando de colete salva vidas. O treinamento foi rápido, cerca de uns 20 minutos, depois disso estávamos liberadas para nossa viagem de 7 dias a bordo de um cruzeiro.

     Aproveitamos tudo que poderíamos a bordo nesses poucos dias, fomos definitivamente em todas as festas, passeios, encontros, shows, todos em absoluto.

      Logo no primeiro dia, teve o jantar de gala com o capitão do navio. Me faz pensar, ninguém tem um jantar de gala com o cirurgião, porque ele está operando, então  um jantar de gala com o capitão não deveria existir, já que ele está cuidando da navegação do navio, não é mesmo?! Mas tudo bem. Lembro que passei o dia com a Christiane primeiro conhecendo o navio e depois ficando na piscina, que era salgada. Eu já estava toda vermelha com meia tarde de sol, a chris ainda não tinha pego cor. O jantar de gala iria começar por volta das 20h, ficamos na piscina até umas 19 horas. O sol de janeiro brilhava a pino até tarde. Nossa cabine ficava no 5 andar do navio, logo abaixo do deck da piscina, dava para chegar pela escada.

Quando entramos na nossa cabine, quase que me assustei. Eu estava de bermudinha jeans, sempre curta e apertada, com a parte de cima do biquíni. Não tive nem tempo de esvaziar os meus bolsos, ali mesmo, na porta da cabine, a Christiane me prensou entre a porta e o corpo dela. Passou a mão o meu pescoço e me puxou para um beijo delicioso. Dei espaço para ela usar e abusar dos meus lábios e do corpo. Da boca, desceu pelo pescoço, me enchendo de mordidas e de beijos. Minha esposa sabe bem que meu ponto fraco é o pescoço, que se beijar ele me entrego na hora. Desceu todo o pescoço beijando e mordendo, e continuou sobre os seios que ainda estavam vestidos. Em um golpe rápido e firme, soltou meu biquíni. Com as mãos hábeis segurou meus dois seios, com força, firme, enquanto continuava me enchendo de beijos e mordidas.

Com meus seios expostos, me mantive com os olhos fechados, apenas aproveitando o momento e permitindo que meu corpo sentisse aqueles lábios quentes, ch*pando forte meus mamilos, ainda gelados da água da piscina. Não resistimos muito tempo na porta do camarote não. Quando a Chris me soltou, nos olhamos de um jeito delicioso e sapeca, onde já sabíamos a ordem de ambas: tirar a roupa e continuar o namoro gostoso embaixo do chuveiro. E foi exatamente o que fizemos, rapidamente tiramos, eu minha bermuda, ela a saída de banho e logo estávamos correndo peladas para o chuveiro do nosso quarto.

Aquele box pequeno, pele gelada com frio da piscina e do ar condicionado, a água quente caindo na pele e o corpo nu da minha esposa foi sensacional. Nosso primeiro sex* casadas, com aliança dourada na mão esquerda, brilhante, elegante, marcando o território e marcando que estávamos juntas. Pequenos detalhes que fizeram desse momento único. Claro que não posso deixar de lembrar da habilidade da Chris em me tocar, em colocar os dedos dentro de mim e de me fazer relaxar ali no banheiro mesmo, em sua mão, enquanto ela me olhava com a cara mais safada e deliciosa do  mundo.

Quando finalmente conseguimos nos soltar e sair do banheiro, fomos nos arrumar elegantemente para o jantar de gala. A christiane começou secando o cabelo e delineando ele com o secador de modo que seus cabelos morenos, cheios de mechas loiras, que ela usava nessa época, ficasse cheio de cachos nas pontas, todo elegante e chamativo. Ela colocou um vestido vermelho, brilhante, com as costas desnudas, um salto alto e uma maquiagem suave. Quando bati o olho na minha esposa, caraca, soube que eu era a mulher mais sortuda do mundo.

Nem se eu quisesse, seria capaz de ficar com a elegância da enfermeira. Eu coloquei um vestido preto, básico, longo, com apenas uma manga. Sou capaz de usar essas roupas elegantes e finas, mas não faz muito meu estilo. Coloquei um salto alto, mas bem mais baixo que o da Chris. Minha maquiagem se resumiu a um lápis escuro nos olhos, um rímel e um batom rosa. Os meus cabelos molhados foram enclausurados em um coque que eu faço, amarrando ele nele mesmo, e que conforme vai passando o tempo, ele solta e fica todo ondulado. Eu não sei efetivamente se é elegante ou bonito, mas a Chris adora.

     - Gostosa, para de se olhar no espelho e vamos. Você está linda Christiane, sabe o quanto eu sou sortuda por ter você na minha vida? - Falei isso abraçando minha esposa por trás, enquanto ela olhava no espelho com minúcia para ver se estava com um modelito adequado para a ocasião.

    - Que nada, eu que sou sortuda por você ter me escolhido.  - a resposta dela veio seguida dela virando pra mim e me dando mais alguns beijos.

     Subimos de mãos dadas até o salão nobre do navio, que ficava no 8 andar. Quando chegamos la, o tão jantar de gala com o capitão se resumia e pegar uma fila gigantesca para ficar foto com um velho, de barba branca, que nem era brasileiro. Ainda bem que nesses pequenos detalhes, eu me entendo muito bem com a Chris, uma olhou pra outra, demos uma risada e saímos da fila quilométrica para tirar foto com o velho.

    Seguimos de mãos dadas, com uma conversa fácil e leve até o andar de baixo, onde seria o jantar de gala. O serviço ainda não estava servido, então ficamos nós andando e conversando pelo andar, que era relativamente como um shopping, com várias lojas a bordo, que vendiam roupas, perfumes, alimentos de outros países. A chris e seu consumismo se pudessem já levavam meia loja de perfumes. Caraca, vai gostar assim de perfume na China, sério, ela deve ter levado para a nossa lua de mel pelo menos uns 3, sem contar o montão que já estava na nossa casa. Na frente das lojas ficava um piano e uma senhora, tocando lindamente uma música leve, gostosa de ouvir. Em um dado momento eu me cansei e fiquei sentadinha em um sofá vendo a moça tocar o piano e aguardando a minha esposa consumista terminar o levantamento de compras dela. A minha sorte é que não havíamos pego o cartão de crédito para vir jantar, apenas meu celular e o cartão da nossa cabine.

       Quando a dona esposa finalmente retornou, segui com ela em direção ao salao de jantar. Que lugar lindo, nem estávamos em um navio tão elegante e chique assim, meu dinheiro não dava para isso, assim que chegamos na porta do salão um moço de cerimonias, não sei o nome efetivo da função dele, nos recepcionou e perguntou em quantos estavamos. Nos levou para uma mesa elegante, de 2 lugares, com vista para o mar. Tudo bem que estava bem escuro esse horario, então a vista era para a noite e o luar na verdade. O salao era repelto de varias mesas elegantes, algumas com 6 ou 8 lugares, outras pequenas como  a nossa. Todas estavam cobertas por uma elegante toalha, havia sobre a mesa diversos garfos, taças e pratos, parecia mesmo um jantar de filme. Eu não tenho ideia para o que serve nem metade desses utensílios, para mim um garfo e uma faca já resolve meus problemas alimentares. Mas claramente fiquei quieta e com esse pensamento só pra mim.

      Logo em seguida, um metri ou seja lá qual for a função dele, nos trouxe a carta de vinho para escolhermos. Eu não entendo muito de vinho hoje, imagina há uns 5 anos atrás, então pedi para ele escolher um que combinasse com os pratos que escolhêssemos. O jantar era composto por vários pratos separados, não lembro bem a ordem, mas lembro que eu pedi uma salada, um segundo prato, salmão e depois uma sobremesa, que também não lembro exatamente, mas me recordo de como era deliciosa. A Chris pediu algo próximo ao meu, uma salada diferente, pediu macarrão, umas costelas chiques e sorvete de sobremesa. Me lembro que o jantar era delicioso, o vinho mais ainda.

      Apesar de estarmos em nossa lua de mel e sermos claramente um casal, não ficamos o tempo todo nos agarrando ou trocando beijo, infelizmente sabemos que em nossa sociedade, ao mesmo tempo que vários nos respeitam, outros tantos são preconceituosos e ignorantes. Então nós mantivemos como “amigas” jantando, não que não fossemos amigas, pelo contrário, a Christiane é a pessoa que  mais considero minha amiga.

      Durante o jantar ficamos conversando, trocando papo como sempre fazemos, falamos do navio, da viagem, de como foi nossa festa de casamento. Levamos quase tres horas jantando, quando em um dado momento, o moço que traz a carta de bebidas, chegou com uma garrafa elegante e pelo visto bem cara de vinho.

- Senhoritas, peço licença. Dois senhores mandaram esse vinho, espero que aceitem.

- Não pedimos mais vinho, obrigada moço - essa já foi minha resposta imediata, primeiro porque achei que ele ia enfiar mais vinho na nossa mesa, depois porque eu entendi que era o flerte de algum cara mala e cego, só um cego pra não entender que somos um casal.

- Obrigada, pode deixar aqui na mesa.  - eu olhei com uma cara feia pra ela, pra que ficar aceitando bebida de um cara mala, ainda mais com a pontinha de ciumes que surgiu em mim nesse momento. Assim que o garçom saiu, eu já comecei a falar.

- Porque você aceitou a bebida? Logo vai aparecer um cara chato aqui dando em cima de você.

- Ninguem vai dar em cima de mim não Carol, fica tranquila. E outra, se o cara, que eu não tenho ideia de quem é, quer dar um vinho caro desse pra gente, eu que não vou devolver. Fez um agrado e eu bem que aceitei, mais vinho pra nós duas amor.

- Aff, se der merd* eu não vou ser educada, isso você já sabe neh?!

- Claro que eu sei minha estressadinha, não vai dar trabalho. Agora volta a aproveitar a noite e vamos curtir o jantar que está maravilhoso. - Tentei me manter calma e tranquila, mas não consegui, fiquei periodicamente olhando para os lados procurando um possível chato que tivesse mandado o vinho para nossa mesa, mas não consegui ver nenhum candidato.


Terminamos de jantar e ainda ficamos um tempo no salão de jantar, enrolando, conversando  eu tomando um café. Quando já se passavam das 23 horas, finalmente saímos do jantar. Minha ideia era ir para minha cabine e poder namorar com a minha mulher a noite toda sentindo o balançar do mar aos nossos pés. Mas a ideia da Chris era emendar o dia na piscina e o jantar a uma balada no navio. Em um dos decks que eu não me lembro qual, havia um salão de festa, como uma discoteca ou uma balada. Fomos do salão de festa até lá, eu bem menos alcoolizada que a minha esposa, que bebeu o vinho que pedimos e o vinho que algum velho babão deu pra gente. Quando chegamos o lugar estava relativamente cheio, não cheio como as festas da nossa faculdade, mas garanto que bem mais cheio do que eu esperava e desejava. Estava tocando uma música eletrônica de fundo, como uma balada efetivamente. Juro que a minha vontade de ficar lá estava abaixo de zero.  Algumas pessoas estavam de roupa normal de balada, mas tantas outras ainda estavam com as vestimentas do jantar de gala, ou seja terno ou vestido longo. Minha primeira reação foi seguir até o bar e garantir um drink com alto índice alcoólico para aguentar o pique da Chris nessa balada. Como ela pode ter tanta energia e ainda estar em cima de um salto gigante, nós praticamente estamos há 36 horas sem dormir, direto, demos alguns pequenos cochilos durante o dia.

      Fui ao bar e pedi uma dose de tequila, que virei ali no bar mesmo, com sal e limão. A tequila desceu queimando a minha garganta, mas estava definitivamente uma delícia. Talvez amanhã cedo não esteja tão gostosa como agora, mas neste momento eu beberia muito mais, e peguei um copo de vodka com refrigerante. Me sentei em um dos bancos da balada enquanto automaticamente arranquei o salto que estava me incomodando desde a hora que entrou no meu pé. Cruzei minhas pernas, com a vodka na mão, fiquei vendo minha esposa dançar na pista, sozinha não sei se era o termo adequado, ela estava dançando de frente pra mim, nós costumamos fazer isso quando eu estou plena de cansaço.

Meu celular apitou por um segundo e eu olhei pra ele, era uma mensagem do Rodrigo, meu colega de ginecologia, me pergntando de uma paciente. Respondi a mensadem dele. Quando levantei o rosto, procurei minha esposa e ela já estava no meio da pista com um cara x, dançando. Eu bem conheço a Chris, sei que não faz isso de bobeira, em geral sempre deixo ela dançar com quem ela quer, já que eu não tenho talento pra dança nem gosto muito, mas sempre fico com ela aos meus olhos. Levantei rapidamente e me embrenhei entre as pessoas, na intenção de buscar minha esposa. No meio do trajeto, fui interceptada por um rapaz, por volta de uns 30 anos, estava de calça jeans, camisa polo e terno por cima, até que bonito, mas convenhamos, sou muito mais uma vagin* que um p*nis.

- Como pode você ser tão linda, não sei se quem me encanta mais é você ou sua amiga. Caraca.

- Dá licença cara, na boa.

- Não princesa, fica aqui comigo, não aceita uma dança?!

- Eu não danço. Sai. -  E ainda tive o trabalho de ter que soltar a mão dele da minha cintura. Qual a necessidade desses hetero top? Além de assediar, tem que abraçar e tentar beijar quem não está nem um pouco afim.

           Sai empurrando algumas pessoas no trajeto, tentando ser quase que delicada. Quando cheguei atá a Christiane, fechei a cara pro mala que estava dançando com ela e puxei ela para perto de mim. Firmemente segurei sua mao e sai puxando ela até o sofazinho que eu estava sentada. Ela sentou ao meu lado e fez uma cara de bico

- Qual é Christiane, vai ficar com esse bico?

- Você não dança, fica ai sentada bebendo e eu não posso curtir a festa?

- Chris, nunca te impedi de curtir a festa, só dança aqui perto, onde eu possa te ver. E outra, o cara estava te agarrando, eu vi você tentando se soltar dele. Então pega leve e fica aqui onde eu possa te ver ok?!

- Você poderia levantar e dançar comigo, isso sim. Mas sei que você não gosta. Tudo bem.

- Amor, nunca te impedi de dançar com os outros, só dança aqui pertinho. Vou pegar mais uma bebida pra mim, você quer alguma coisa?

    - Pega uma batida pra mim, por favor -  e me deu um beijinho enquanto eu saia do sofá sentido bar para pegar mais uma vodka pra mim e uma batida pra ela. Aproveitei que já  estava lá e virei mais uma dose de tequila enquanto a batida da Chris ficava pronta. Quando o barman me entregou, o mesmo cara chato que tentou me agarrar a alguns minutos me abraçou de novo.

     - Caralh*, fiquei de p*u duro só de ver você beijando aquela gostosa. Deixa eu curtir com vocês essa noite. Juro que fico só olhando.

    - Sai seu escroto, olha a merd* de você falou - falei isso tentando me soltar do cara idiota que estava na minha frente, me prendendo no balcão.

      - Merda nada, o problema de vocês é falta de uma bela piroca. Mas tudo bem, sua sorte hoje é que a minha está disponível. - Sim galera, hetero escroto sendo escroto na minha lua de mel com a minha esposa. Eu não aguentei muito desaforo não, depois de tomar vinho, duas doses de tequila, vodka e mais algumas coisas, minha primeira reação, sem pensar em absolutamente nada, foi jogar meu copo de  vodka na cada dele. Vê se pode isso, ser assediada por homem escroto.


- Carol, linda. Acorda. Acorda Carol. - Acordei com a voz da Fernanda me chamando e me sacudindo.  - Você está tendo um sonho ruim, acorda.

- O que aconteceu? - Acordei meu perdida, sem saber onde eu estava.

- Você estava mexendo as pernas, começou a murmurar alguma coisa. Achei melhor te acordar. Tudo bem?

- Sim, acho que foi um sonho ruim mesmo.

- Quer uma água? Alguma coisa?

- Não precisa Fer, já passou. Fica tranquila. Vem cá deita aqui comigo, só me abraça, pode ser?

- Não sei Caroline, não temos nada. Melhor não arriscar.

- Fernanda, pelo amor de deus, esquece isso. Falei merd* e me arrependo. Agora vem aqui e me abraça, só isso. - pude perceber que ela ainda estava com a cara feia, mas abriu o braço e deixou com que eu me encostasse no peito dela. Me abraçou e com a mão ficou fazendo cafuné no meu cabelo, até ela própria pegar no sono, já que eu passei o resto da noite acordada praticamente.

Apesar de eu ter sonhado com a minha lua de mel com a Christiane, sei que esse sonho significa muito mais coisa. Tenho que definitivamente resolver minha vida com ela, preciso definir o que fazer e se vou ou não ficar em Portugal. Amanhã cedo vou ligar para a Dra. Marcela, por Rodrigo para ver como está a clínica. Mas sei que no fundo, tenho mesmo é que ligar pra Christiane, todas minhas respostas virão depois que eu falar com ela, apenas ela pode me dar um parâmetro se fico ou não em portugal se largo tudo ou não no Brasil.

O resto da noite correu lentamente. Cada vez que eu fechava os olhos sonhava com alguma coisa sobre a Chris, algumas coisas foram tranquilas, mas em geral foram sonhos ruim, lembranças de brigas, de sentimentos negativos, de problemas.


Acabei acordando com o corpo quente. Eu estava enrolada em algumas cobertas, no corpo da Fernanda, ela com pernas em cima de mim, o Pingo no meio de nós, o aquecedor do quarto ligado. Um bafo e um mormaço incômodo. Tentei delicadamente sair do corpo da Fer, sem acordar ela. Isso já foi um alívio da temperatura. Em silencio peguei meu casaco e meu computador e sai do quarto, encostei a porta e desci as escadas.

A senhora da noite anterior já estava acordada e a casa com um cheiro de bolo delicioso. Nem sei se estava mesmo “ a preparaire bolo”, mas o cheiro é delicioso. Assim que entrei na cozinha, ela me cumprimentou e perguntou o que eu desejava comer. Apenas pedi um café, que ela havia acabado de coar. Segui para a sacada, que fica de frente para o jardim, mesmo local onde fiquei ontem. Assim que sai, o vento frio de Maçores bateu no meu rosto e exigiu que eu vestisse o agasalho. Sentei na grama, encostada na lateral da casa. Apoiei o computador no meu colo e liguei ele. Enquanto ele carregava, eu olhei meu celular. Passei os dedos pelos contatos e em uma habilidade, que infelizmente ou felizmente ainda existe em mim, apertei o quadradinho escrito “Chris (Amor)”.

Cinco toques e nada, a ligação caiu. Mais 4 tentativas. Na quinta tentativa, do outro continente, com voz de sono eu ouvi:

 

- Pronto. Caroline?  - Meu coração parou. Sim, depois de tres semanas eu estava finalmente falando com a Christiane.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 20 - Capítulo 20:
rhina
rhina

Em: 17/02/2020

 

O vai ser gerado desta conversa?

Rhina

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