Capítulo 21 Irmão
- Que seja – Desdenhou Lira – Olha pode ser estranho onde ela está, precisa ter coragem para chegar até ela – Focou no objetivo temendo o fracasso da garota – sei que se lembra da outra vez – se referiu a praça.
- Sim – A garota olhou para Rafaela inconsciente como em um sono profundo sobre sua cama – Eu me lembro de algumas coisas também – Se referiu a visão da Ninfa e os arcanjos.
- Coisas – Lira parou de imediato de colocar as coisas dentro da bacia e olhou para ela sem entender à o que a garota se referia.
- Tive uma espécie de visão quando toquei nela, tinha uma Ninfa e dois arcanjos falando algo sobre um elmo – A garota tentou resumir diante da curiosidade de Lira.
- Você era a Ninfa? – Lira questionou nervosa com a fragilidade da verdade chegar assim tão rápido.
- Não sei, hora sim e hora não – A garota focou na agua – O que significa?
- Fernanda – Lira suspirou de desanimo – prometo que te conto tudo quando trazer ela de volta – Deu se por vencida mesmo com Alameth gritando do outro lado para não fazer isso agora.
- Contar tudo? – Questionou a garota insegura sobre a promessa ser cumprida.
- Tudo que quiser saber, dou minha palavra – Lira a encarou transmitindo toda a sinceridade em um sorriso fraco.
- Tudo bem – A garota concordou enquanto a outra pegava a bacia nas mãos e ia até a janela pegar a luz do sol sobre a agua, murmurou as palavras e retornou tirando os objetos da água – Vou pegar um cordão.
Fernanda foi até o guarda-roupa e pegou duas correntes pratas e entregou para Lira que colocou os três objetos em cada. Foi até Rafaela e colocou a corrente em seu pescoço e fitou Fernanda fazer o mesmo com determinação. Elas se entre olharam aguardado uma delas quebrar o silencio que se instalava.
- Eu vou te hipnotizar – Disse Lira de supetão.
- O que? – A garota falou intrigada.
- Deita do lado dela – Apontou para o local vazio ao lado da outra e assim o fez totalmente insegura – Fecha os olhos.
- Espera, espera – Sentou na cama – Por que vai me hipnotizar?
- Para te colocar no astral, você ainda não aprendeu nado sobre nada – Enfatizou – Preciso controlar sua mente pra que você durma e saia.
- Isso é muito insano – Deitou meio tensa e Lira percebeu.
- Se ficar tensa não consigo te hipnotizar, precisa confiar em mim e querer.
- Confiar em você e querer – Repetiu fechado os olhos.
- Ótimo, relaxa o corpo.
- E como se faz isso? – Ela disse de olhos fechados, ainda tensa e receosa.
- Fernanda – Segurou a mão da mesma – Por favor relaxa.
A garota assentiu sem abrir os olhos e deixou o corpo relaxar sobre a cama e mente se silenciar; tentando espantar as milhões de perguntas e inseguranças.
- Se concentra apenas na minha voz, deixa os outros pensamentos irem de esvaindo como areia em uma ampulheta, a areia vai caindo grão em grão lentamente – Fernanda imaginou a tal ampulheta e os grãos que caiam lentamente – Um dos grãos brilha como um sol.
Fernanda visualizou o grão como sol e seu corpo parecia estar em um espécie de flutuação calma mas que estava começando a assusta-la.
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- Devo dizer que achei muito instrutivo esta conversa – realmente tinha aprendido um pouco só que precisava ir para casa – Mas eu preciso voltar.
- Voltar? – Silas sorriu e isso me causou medo– Tenho certeza posso proporcionar mais informações proveitosas.
Eu não queria desafiar a morte literalmente temendo que pudesse se irritar como Lilith e sinceramente um beijo não ia me livrar dessa vez. Embora ele fosse muito educado de um jeito que transmitisse segurança; contrariar suas vontades poderia quebrar essa frágil aparecia.
Silas tinha um semblante sério e impiedoso mas as palavras corretas lhe faziam esquecer o medo, talvez a morte fosse assim hora gentil e hora aterrorizante. Pensar nisso me causou um calafrio na espinha, eu poderia ser ceifada?
- Então – Ponderei as palavras – Diga-me vai me levar?
- O que? – Ele riu – Não, não – Ele parou de rir tomou ar e olhou pra mim com sorriso e ainda se divertindo – Estou apenas lhe fazendo uma visita.
- É que dada as circunstâncias – Eu tentei justificar envergonhada e ao mesmo tempo aliviada.
- Relaxe Khadriel – Ele apenas tinha um sorriso gentil no rosto.
- Khadriel? – Perguntei reconhecendo como ele me chamou antes eu achara o nome familiar.
- Você é Khadriel – Ele apontou pra mim.
- Não, sou Rafaela – Respondi indicando que talvez ele estivesse enganado.
- Não, agora é Rafaela mas no Fundo Khadriel.
- Eu não entendo Silas – Respondi me lembrando da jovem Duquesa no bosque e dos irmãos mas o Nome Khadriel não estava nessas lembranças – Eu já fui Khadriel?
- Não - Disse simples.
- Eu me lembro de Valentina, Jaspion e Dimitre apenas – Franzi o centelho buscando mais algum nome na memória.
- Você não foi Khadriel – Olhei para ele confusa – Você é Khadriel.
- Como assim? – Questionei confusa, seria esse o nome da minha alma original ou algo assim?
- Eu te contarei tudo que me for conveniente – Ele levantou e foi até a lareira.
- Por um preço é claro – Disse recostando no sofá de desanimo.
- Não – Ele falou raivoso – Acha que sou como aquela... depravada – Ele se voltou para mim com raiva nos olhos e eu rapidamente sentei me endireitando apavorada – Ou como esses outros vermes? Eu sou a Morte, eu sou o fim e você irmãzinha é o caminho.
- Eu não sou sua irmã – Levantei e o encarrei.
- Aah você é – Ele veio até mim em um piscar de olhos – Se tem uma coisa que eu sei é que somos da mesma família.
- Eu não sou irmã da Morte – Eu disse cada palavras tropeçando em minha própria confusão, como eu poderia ser irmã da morte um dos Sete braços? Não fazia sentindo algum.
- Khadriel você sempre foi teimosa e isso parece que não muda, não importa quantas vidas humanas você tenha – Ele sorriu divertindo-se com minha confusão.
- Para de me chamar assim! – Gritei e me afastei dele olhando em volta à procura de uma porta – Eu quero ir embora agora.
Todo o medo que tinha a minutos atrás se foi na explosão de sentimentos e confusão que se entendia dentro de mim, não estava conseguindo colocar as ideias no lugar. Cada palavra dele era uma bomba que explodia com informações que não conseguia compreender.
- Eu te conto sobre Você e uma certa Ninfa – O encarei – Chamei a sua atenção agora, ainda quer ir embora?
- Mas que ninfa? – eu realmente não fazia a mínima ideia do que ele estava falando mais uma vez, porém eu queria ouvir mais sobre. Era uma curiosidade sem controle - Silas eu não sei do que está falando.
- Então porque isso te despertou atenção e deu uma linha clara de raciocínio? Não quer saber o que há por trás da cortina? – Ele instigou.
Eu estava literalmente levando uma vida que se podia colocar como olhar por de trás da cortina e não estava sendo muito fácil; seria inteligente abrir mais essa porta? Se eu sou mesmo a irmã da morte por que Lira, Alameth e Brigith nunca me contaram nada. Na verdade elas eram muito vagas sobre contar nossos passados, sempre deixando para depois e agora Silas poderia finalmente contar o motivo de tudo isso. Silas seria confiável? E porque a menção de uma Ninfa me faria questionar e levar em consideração todas as perguntas o que poderia ter ali? Eu deveria mesmo saber agora? Estou preparada? Milhões de perguntas e eu só queria resposta para uma única pergunta que resolvi fazer mesmo com medo de desperta a ira de Silas.
- Posso confiar em você Silas? – Os olhos dele demostraram surpresa com minha pergunta firme e direta.
- Pode Rafaela – Ele disse meu nome tentando transmitir que contaria a verdade de forma sincera e clara – Não tenho porquê mentir para você, eu tenho que dizer esse seu jeito direta nunca muda também.
- Silas não faz sentido eu ser sua irmã, sou apenas humana e agora com alguns dons e conhecimentos mágicos – Disse querendo entender tudo de forma clara e geral.
- Rafaela – Ele balançou a cabeça negativamente olhou os anjos entalhados no marfim em volta da lareira – Jamais repita para mim que é como esses seres imperfeitos que o Pai criou.
- Mas eu sou.
- Não é! – Ele gritou sem olhar pra mim – Somos perfeitos, eu sou um anjo e você é um Arcanjo – Ele olhou pra mim com serenidade – Somos irmãos, assim como de Miguel, Lúcifer, Rafael e até do seu anjinho da guarda – Ele desdenhou.
- Não, não – disse indo pra trás até encontrar a parede incrédula ao que ele me revelava, Lucas era o anjo por que nenhuma delas contaria sobre isso?
- Sim, acha que um humano mataria um Abissal? – Ele percebeu minha negação interna – E sabe Khadriel ...
Uma porta apareceu e ela se abriu interrompendo Silas que a olhou surpreso. Olhei a figura de uma moça de cabelos castanho dourado passando como um raio para dentro da sala a procura de algo, nossos olhos se encontraram e ela veio rápida em minha direção.
- Finalmente eu achei você – Ela falou aliviada – Temos que ir ...
- Ei, ei – Silas veio até ela – Como entrou aqui? – Ele tocou no ombro dela a fazendo olhar pra ele – Não acredito – Ele deu um passo pra trás – Surpreso – Miguel realmente fez isso – Olhou para a garota de cima a baixo.
- Quem é você? – Ela olhou para ele intrigada.
- Prazer Silas – Ele estendeu a mão.
Ela olhou para a mão dele e novamente para ele e não tocou apenas ignorou e se voltou para mim preocupada.
- Você está bem? – Ela questionou diante do meu olhar estático para ambos.
Ainda estava tentando colocar as ideias em ordem, sobre Silas, sobre mim e agora sobre como ela tinha chegado ali. Eu poderia estar enlouquecendo ou ser uma pegadinha do próprio Silas, não, ele não faria isso.
- Você está mesmo aqui? – Estiquei a mão para tocar nela.
- Ai que fofo – Silas ironizou – Garota – Ele puxou Fernanda – Não foi convidada e ainda por cima é mal educada.
- Silas não é? – Ela se voltou para ele tirando a mão de seu ombro – Eu vim busca-la, então não me atrapalhe – Deu as costa novamente pra ele e chegou perto de mim colocando as mãos sobre meus ombros – Você está bem? – Ela refez a pergunta.
- Weldblemel – Silas sorriu – Sempre petulante – Ela olhou pra ele assim que o nome tocou seus ouvidos – Parece que agora está interessada no que tenho a dizer.
Olhei para ela estática olhando o sorriso orgulhoso dele, realmente já não estava mais entendendo nada e nem tinha ideia de como começar as esclarecer tudo aquilo, era informação demais para um só dia. Quem era Weldblemel? Por que ele parecia conhecer ela? Por que aquele nome chamou a atenção dela daquela forma?
- Não estou interessada em nada do que tem a dizer – Ela disse firme.
- Está sim – Ele caminhou de volta pra Lareira e porta se fechou em uma batia alta – Eu nunca entendi bem vocês duas, na verdade nunca entendi bem você Khadriel – Ele olhou para a madeira seca dentro da lareira e ela se acendeu em grandes labaredas de fogo amarelo e laranja – Como pode cogitar de deixar o Céu por isso? – Apontou para a garota.
- Silas eu te respeito – Eu passei por Fernanda ainda estática – Mas você não percebeu ainda que não to fazendo ideia do que você está falando! – Me exaltei no final irritada com a confusão e nada ser de fato esclarecido.
- Não precisa se irrita – Ele levantou as mão em sinal de rendição – Eu vou explicar.
- Eu não sei se é uma boa ideia – Fernanda manifestou sua insegurança e olhei para ela.
- Não quer saber? – Apontei a porta – Pode ir embora então – Me arrependi no mesmo instante de falar aquelas palavras, mas a verdade é que eu queria entender tudo agora mesmo que fosse péssimo.
- Rafaela – Ela olhou surpresa pra mim – Eu vim até aqui para te levar de volta, todo mundo está preocupado...
- Fernanda eu vou voltar – Estava decidida a saber e nada ia me fazer mudar de ideia naquele momento – Se quiser pode voltar e dizer que estou bem e que voltarei assim que eu descobrir o que ele tem pra me contar.
- Rafaela – Ela chegou mais perto com os olhos pedintes – Por favor vamos voltar agora.
- Não! – Gritei.
Ela passou por mim em fúria e não olhou para trás abriu a porta e saiu batendo com força. Meu coração doeu por provavelmente tê-la magoado mas eu não iria sair dali agora.
- Nossa que mal educada – Ele olhou a porta – Nem quis saber de nada, nem parece filha de Miguel – Ele deu de ombros.
- O que?
- AH ... – Silas apoiou os braços em uma das esculturas – Weldblemel é Fernanda e ela sabe disso pelo que parece... E.... Bem Weldblemel é uma hibrida filha de Miguel, ela é rara sabia?
- Como assim Hibrida? – questionei decidida a ir a fundo nessa história.
- Vou começar do início tudo bem?
- Eu acho Ótimo que seja do começo – Cruzei os braços na ânsia por finalmente entender o que realmente estava acontecendo, pelo menos entre mim e Fernanda.
- O nome dela – Apontou para a porta fechada ´- é Weldblemel e ela é originalmente uma ninfa dos bosques de Gaia, que já sabe ser uma Deusa muito antiga que representa a terra ou a natureza em si – Assenti – Gaia é uma Deusa tão antiga quanto Deus e ela tinha para si seu próprio pedaço do universo que estamos – Ele gesticulava com uma das mãos – onde ela colocara suas criações assim como outros deuses... – Fiz menção de perguntar algo – Perguntas apenas no final por favor – Assenti novamente frustrada – Continuando; Agora seu nome é Khadriel o arcanjo do caminho criada na segunda leva de arcanjos após os 4 primeiros e sendo o caminho você tinha uma habilidade muito peculiar para um arcanjo que é poder transitar entre os planos de todo o universo sem uma fenda ou portal e com esse poder em mãos logicamente andava com os figurões, por isso você foi parar na dimensão de Gaia e lá passou a observar todas as outras criaturas existentes fascinada pela riqueza de diversidade e uma dessas criaturas lhe chamou mais atenção – Ouvia a tudo atenta e sedenta por cada palavra – A bela ninfa do Bosque Weldblemel; você à observava e ela fazia o mesmo e como finalmente vocês duas fizeram contato? – Ele caminhou até o sofá e sentou cruzando as pernas olhando para mim ali curiosa e atenta a cada informação – Naquela época estávamos em batalha Lúcifer de um lado Miguel do outros e nem te conto por que da disputa, nessas batalha você se feriu e onde foi parar no ultimo pensamento consciente? Exatamente no Bosque – Ele sorriu – Weldblemel a ajudou contrariando toda sua natureza que era fugir de nós alado despertando também a atenção de Miguel, Logicamente você nunca mais a deixou e agora eram amigas, tenho que dizer ela mudou tantas coisas em você... Khadriel você era um pé no saco, arrogante por andar com os figurões... e assim você começam essa história.
- Você está querendo me dizer que somos amigas? – Questionei um pouco irritada com a possibilidade dele estar mentindo.
- Logico que não – Ele arqueou a sobrancelha.
- Então continua – Insisti.
Continua...
Fim do capítulo
Edição de Domingo como sempre.
Comentar este capítulo:
Faby_AngeL
Em: 09/04/2018
Isso foi muita maldade,parar na melhor parte é sacanagem em
Resposta do autor:
É nada, rlx.
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