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An Extraordinary Love por Jules_Mari

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Palavras: 6703
Acessos: 4317   |  Postado em: 25/03/2018

Notas iniciais:

Boa noite a vocês... Aqui está mais uma capítulo de AEL. Esse é um pouquinho mais curto que os últimos pois estou às voltas com a elaboração de várias provas para a faculdade. Mas não poderia deixar de postar. 
Espero que compreendam, que gostem e que continuem deixando seu comentário. 

Xeros e uma ótima leitura!

Capítulo 38 Mon Amour

Eu a vi pela primeira e definitiva vez.

Nada em meus sonhos, devaneios, imaginações nem tão pouco nas narrativas furtadas por trás das portas poderia fazer jus a quem eras. E sabes muito bem que estou falando para muito além da beleza que possuis. Era o brilho, a luz, a força e a segurança que você passava.

Era impressionante a magnitude do fascínio que me causaste naquele instante, pois ultrapassavas facilmente qualquer expectativa que eu pudesse ter criado em torno de você. A menina da pintura era a definição da beleza pura e angelical e a mulher que se aproximava de mim era a mais pura expressão da beleza divina. Certamente os mestres humanistas poderiam toma-la como musa inspiradora da perfeição humana.

Sua altivez e soberba não eram coisas que passassem desapercebidas e se eu já havia ficado impressionada com Manu Chermont, eu estava extasiada com você. Eram incríveis as semelhanças entre vocês, desde o modo de andar até o delicado gesto de retirar cachos impertinentes que pendiam em seus rostos. Não precisavam fazer esforço algum para serem deusas na Terra e o que mais impressionou foi que mesmo cientes do efeito que causavam ambas pouco se importavam com aquilo, pois foram aquele baile com objetivos muito bem determinados.

E ali, ao lado de Manu, vocês eram a mais pura representação da força e poder feminino. Capturando todas as atenções, despertando as mais variadas das emoções e causando um turbilhão que poderia ser sentido no ar.

- O que elas estão fazendo aqui? – Pude ouvir Armand sussurrar e dar vários passos para trás, como se estivesse querendo recuar ou até mesmo sair correndo dali. Já eu, contudo, não conseguia tirar os olhos de você. Porém seu olhar percorria o salão como se procurasse alguém e logo ouvi, atrás de mim, aquele maldito apelido mais uma vez.

- La Déesse de Malheur! – Suspiraram três jovens que faziam questão de ignorar seus acompanhantes. Olhei-as com desdém, mas nem perceberam a minha reprovação, porém não pude me demorar com aquilo, pois ouvi a voz da minha amada Manu a me saldar.

- Minha querida Melanie! – Ela deixou todas as formalidades de lado e não apenas beijou-me as bochechas, tratou de me abraçar com intensidade e demorado carinho.

Não pude ver, pois estava de costas, mas eu tenho a certeza que assim que ela me abraçou ela lançou um olhar desafiador para Armand, pois eu pude sentir o acelerar do coração dela e arrepiar de seus pelos arrepiando os meus próprios. E a certeza daquilo veio em seguida.

“Não se preocupe criança.” “Confie em mim!” Ela lhe tranquilizou mentalmente. Eu posso me gabar de que sempre fui muito boa em perceber as deixas de Manu e decidi que seguiria e manteria qualquer história que ela viesse a inventar para justificar sua presença ali e aquele caloroso abraço. Contudo, lamentei que você não veio com ela e ainda estiquei a cabeça a sua procura mas não a vi de imediato.

 

______

 

- Ah Melanie... – Delphine suspirou, depositando o diário aberto sobre seu peito e o envolvendo com os braços, como num caloroso abraço. – Não sabias meu amor, mas eu estava a poucos metros dali, próxima a uma escada, ignorando algumas pessoas que insistiam em falar comigo. – Delphine voltou a conversar com suas memórias e com Melanie, através dos séculos.

Melanie havia lamentando a ausência momentânea de Evelyne, contudo ela não fazia ideia que a loura a estava observando de longe, com escancarado interesse. Pois conhecê-la foi um dos motivos que fizeram Eve acompanhar Manu ao Baile. Ela lembrou-se dos dias seguintes a sua chegada quando estranhou o comportamento de sua mãe. Uma tristeza incomum havia se instalado no coração dela e não era sua culpa.

Evelyne precisou descobrir do que se tratava, mas sua mãe não lhe contava nada e não permitia o seu acesso a sua mente tão facilmente. Apenas após muito esforço, ela conseguiu “capturar” um nome. “Melanie”. Mas isso não lhe bastou e logo fez cada uma das mulheres do castelo lhe contar tudo o que podiam sobre aquela jovem mulher que havia passado vários meses ali, aprendendo com sua mãe e lhe devolvendo a alegria.

O egoísmo da jovem Evelyne a fizeram ter iniciais ciúmes acerca da jovem que havia cativado o coração de Manu, contudo, à medida que ouvia os relatos acerca do quão encantadora e agradável era aquela moça, ela ia mudando de ideia acerca dela e da sua influência que tocou a todas. E quando soube do convite para o Baile e da carta desesperada que chegou em seguida para Manu ela decidiu que iria junto. Lembrou-se da briga homérica que teve com sua mãe sobre aquele assunto.

- VOCÊ NÃO IRÁ! – Manu esbravejou levando várias janelas a chacoalharem e baterem sozinhas.

- Há muito tempo que não mandas mais em mim! – Eve desdenhou de sua mãe. – E quando eu digo que farei algo, EU FAREI! – Fortes ventos fizeram uma velha árvore tombar ao lado castelo.

- Evelyne... Pelo menos uma vez em sua vida, use a razão e o bom senso! – Suplicou Manu. – Tens noção do que poderia ocorrer com vocês dois juntos, num mesmo ambiente?

- Isso não pode mais ser evitado! – Evelyne a alertou. – Nem mesmo a senhora pode evitar esse encontro.

- Não posso permitir isso minha filha! – Manu a perseguia pelo quarto enquanto ela sacava suas roupas de suas malas.

- Nada que digas me impedirá de ir. – Disse resoluta enquanto via o desespero crescente no rosto de sua mãe. – Mas o que temes exatamente? - Manu a encarou por longos segundos, pois tinha a certeza que Evelyve sabia a resposta àquela pergunta.

- Sabes muito bem qual o meu medo! – Disse com a voz embargada, obrigando sua filha a parar o que fazia e encará-la.

- Sei sim! Temes que eu o mate! – Disse seca e diretamente. – Mas eu confesso mamãe, que não a compreendo. Afinal de contas não foi para isso que eu nasci? Não foi para esse momento que fui treinada? – A questionava com firmeza, causando estranheza em sua mãe, que lamentava e sofria intimamente, pois não via mais resquício algum de sua doce e inocente filha. Aquela diante de si era uma mulher quase completamente estranha. Com olhar duro, semblante austero e um semblante sombrio.

- Mas... – Relutou.

- Mas o que? – Eve continuou sendo dura.

- Eu tenho medo que isso possa custar a sua vida! – A frase foi perdendo a intensidade gradativamente e atingiu Evelyne fundo. Olhou para sua mãe com piedade nos olhos e por uma fração de segundos quis lançar-se em seus braços, mas não o fez. Precisava manter-se firme em sua decisão.

- Eu entendo o seu medo. Mas não partilho dele. – Disse com impressionante sinceridade. – Se para aquele monstro morrer eu precise pagar com a minha vida, farei de bom grado. – Virou-se.

- Nada que eu disser a fará mudar de ideia não é mesmo?

- Nada! – A frieza imperava. – Ele precisa pagar por tudo que fez. Pelo que causou a senhora... Pelo que fez a Ordem, mesmo que eu não faça parte dela.

- Sempre farás parte da Ordem minha filha. Aqui é o seu lugar. – Manu tocou na ferida em carne viva que magoava a ambas, mas Eve decidiu ignorar.

- E mais do que tudo, ele precisa pagar pelo que fez a mim! – Manu se aproximou dela, pois sabia que aquela conversa chegaria ao ponto que ela temia e que sempre mexia com sua filha. – Aquele maluco perverso... Obcecado... – As palavras saiam embargadas. Manu a envolveu por trás mesmo sob um breve protesto de Evelyne – Ele me tirou a chance de ter tido um pai! – Desvencilhou-se – Como você não deseja mata-lo? Ele matou o homem que você amava!

- A morte dele não resolveria nada Eve. O mal que ele representa não morreria com ele. Precisamos acabar com essa cultura masculina em sua semente. – Manu argumentava.

- Me poupe desse seu papo. Não estamos em uma de suas palestras. – Bufou.

- Vejo que não tem jeito mesmo.

- Não! Não tem! – Eve fechou os olhos e maneou a cabeça para o lado.

- Não precisa fazer isso Evelyne! Saia da minha mente! – Manu se referia a tentativa de sua filha em dissuadi-la manipulando-a mentalmente.

- Muito bem!

- Mas... – A mulher mais velha fez uma ressalva que pegou sua filha de susrpresa - Fique longe da Melanie! – Manu a advertiu e a chocou.

- Do que você está falando? – Eve estava realmente sem compreender aquela advertência.

- Você me ouviu! Não ouse se aproximar dela. – Lhe disse com o seus rostos bem próximos e o dedo indicador em riste. Manu havia percebido o súbito interesse de sua filha em quem era a jovem que esteve no castelo nos últimos dias. Além de presumir o mal que ela poderia causar ao jovem coração de Mel, pois também percebeu o interesse da jovem ruiva em tudo que dizia respeito a sua filha. Evelyne pensou em dizer algo, mas sua mãe já havia deixado o quarto batendo a porta.

E foi assim que ambas acabaram indo juntas ao Baile, porém assim que viu a jovem ruiva que havia despertado seu interesse, esqueceu-se, por completo, o que fora fazer ali. Conseguia apenas observá-la sem fala, concentrando-se apenas em respirar.

Dephine riu de si mesma e inevitavelmente lembrou-se do dia em que viu Cosima pela primeira vez. Questionou-se sobre que poder era aquele que ambas tinham de desestabilizá-la apenas existindo, estando no mesmo ambiente, respirando o mesmo ar.

- Primeiro foi o seu cabelo que me chamou atenção! – Ela disse de olhos fechados. Referia-se ao vermelho mais vibrante e marcante que havia visto e de como ele contrastava com a tez branca que iluminava o ambiente. Presumiu de longe que boa parte daquela mulher deveria ser coberta de sardas e ansiou poder estar mais perto para poder conferir, contudo ela estava perto demais dele. Teve de se contentar em só olhá-la de longe e ponderar como seria possível que alguém tão desprezível quanto Armand Verger poderia ser pai de alguém tão encantadora, segundo as descrições que ouvira.

Mas então quis voltar para a leitura e descobrir como foi que Melanie percebeu o primeiro contato entre elas.

 

______

 

- C-como... Vocês... Se-se... Conhecem? – Armand finalmente proferiu algumas palavras após o término do abraço delas. Mel olhou no fundo do oceano azul de Manu e esperou.

- Antes de tudo, como vai Armand? – Manu estendeu a sua mão para que essa fosse tomada e beijada por ele, como mandava as boas maneiras da época. Amor foi extasiante vê-lo naquela posição. Curvando-se diante de sua mãe e então eu vi o quão diminuto e patético ele era. Bastava Manu lhe olhar com os olhos semicerrados que ele estremecia de medo.

Pude perceber no semblante dela que aquela era a mais desagradável das situações, pois vi seu maxilar travado e uma veia impertinente saltar de sua testa. Certamente Manu estava travando alguma batalha interna para poder suportar estar no mesmo ambiente que aquele homem. E isso só me fez amá-la e admirá-la ainda mais.

- Nos conhecemos em um dos sarais da Madame Degrasi. – Mentiu descaradamente, pois essa era a identidade que usava para esconder-se. – Numa de minhas passagens por Paris. Pois, como bem sabes, pouco permaneço em um lugar só. – Lhe olhou com firmeza, travando um duelo de olhares que fez o clima naquele ambiente atingir níveis de tensão inimagináveis. – Sou “obrigada” a me manter em constante mudança. – Eram indiretas diretíssimas que atingiam seu alvo com minuciosa precisão. Ela se referia ao fato de precisar estar sempre em movimento, para evitar as perseguições e investidas do Martelo.

- Deve ter sido um encontro marcante, ao ponto de vires ao aniversário de minha filha... Sem ser convidada! – Ele a desafiou de volta.

- Eu a convidei! – Precisei intervir e ambos me olharam. Manu com admiração e Armand com desgosto.

- Tens uma filha extraordinária Armand! – Manu dizia com doçura no olhar para mim. – Certamente por bastante influência da mãe! – Riu em deboche enquanto alcançou uma taça de espumante que lhe foi oferecida por um garçom. O líder do Martelo bufou como uma fera sendo provocada. Então comecei a temer que talvez não tenha sido uma boa ideia aquele convite. Pois se tem uma coisa que sei de meu pai é que, quando acuado, ele tende a perder a noção do perigo e perder o controle de suas ações.

Então, quando dei por mim, além dele e do Duque, já haviam se aproximado o Cardeal Richelieu e Françoise, seu pior e mais fiel escudeiro (todos eles membros do Martelo e eu nem fazia ideia disso naquele momento). De alguma maneira eles perceberam que meu pai estava sob algum tipo de ameaça e foram em seu socorro.

Manu olhou nos olhos de cada um deles e enrijeceu sua postura, ficando ainda mais evidente a sua tensão. Foi então que algo extraordinário aconteceu. Várias luzes provindas das velas dos castiçais e candelabros que iluminavam aquele suntuoso palacete começaram a perder a sua intensidade causando estranhamento em todos. Em seguida, num movimento quase sincronizado as pessoas foram abrindo passagem desde onde estávamos até... Você! Que vinhas andando com impressionante determinação e fúria nos olhos. Passos coléricos e punhos cerrados indicavam que estava tomada pela ira, contudo eu não conseguia conciliar os sentimentos dentro de mim pois eras a coisa mais fantástica que eu havia visto e ao mesmo tempo mais assustadora. Então você nos alcançou.

- Boa noite senhores e senhorita! – Foi então que você se virou para mim e ficamos nos encarando pelo que pareceu serem longos segundos. E aquela foi a primeira de muitas vezes que tiraste meu ar. O que fizeste em seguida me desconcertou como nunca antes em minha vida.  Você se curou diante de mim, segurou minha mão e beijou-a, como faziam os rapazes.

Nada que eu consiga explicar com palavras chega perto de descrever o que senti com o toque suave e levemente úmido de seus lábios em meus dedos e eu tenho a certeza que você percebeu meu descontrole, pois segurou minha mão com firmeza por um tempo demasiado grande para um gesto como aquele e postou-se ao lado de Manu, gentilmente me puxando para lá.

O que poderia eu fazer se não me deixar levar por você?

Meu amor, perdoe-me a incapacidade de narrar os fatos seguintes com exatidão, pois eu estava sob o avassalador efeito do doce beijo em meus dedos e completamente alheia a todos ali exceto em você.

Como eu estava parada ao seu lado, eu lhe olhei de baixo para cima e localizei alguns pequenos sinais que decoravam seu esguio pescoço que estava escandalosamente à mostra devido ao seu vestido não menos escandaloso e que deixava todo o colo de seus seios a mostra. Estranhamente a minha garganta secou numa velocidade impressionante me obrigando a alcançar uma taça de alguma bebida que passava por mim naquele instante.

Sabes o quanto não gosto de álcool e o efeito que ele me causa, mas naquele momento foi necessário, contudo, ao primeiro gole eu tossi, devido ao efeito daquela bebida em mim e todos voltaram-se para mim. Foi só nesse momento que largastes minha mão. E eu tentei me recompor como pude.

- Parece que a Srta. Verger não é muito afeita a bebidas. – Você me disse com olhar divertido e superior, e logo em seguida bebericou sua própria bebida. Ah Evelyne, como fui inocente e cai tão facilmente em seu jogo.

- De maneira alguma. – Dei outro gole – Apenas virei rápido demais. – O calor do álcool já subia por minhas narinas e as lágrimas queria transbordar de meus olhos, mas não cedi. Então você fez... Deu aquele sorriso de canto de boca que é capaz de acabar comigo levando-me a admirá-la com ainda mais basbaques.

Não tenho ideia exata do motivo real, mas naquele instante eu só conseguia subir e descer meus olhos de seus lábios para o colo branquíssimo de seus seios. Sua tez alvíssima era realçada pelo lilás de seu vestido e o vermelho cor de carne de seu batom. Salivei naquele instante e senti dores inimagináveis em lugares impensáveis de meu corpo.

Contudo, não era eu apenas que admirava sua beleza estonteante. O Cardeal estava com os olhos mergulhados em seu decote e não escondia aquele gesto de ninguém. Aquela visão daquele homem asqueroso lhe cobiçando me causou uma fúria que jamais havia sentido. Então, causando surpresa a todos, aquele homem jogou sobre a própria face o vinho que estava em seu cálice. Manchando de vermelho sua face e parte de sua batina branca.

Ele olhou para os demais sem compreender e se desculpou, pois precisava se organizar. Já Manu e você me olharam com um misto de surpresa e divertimento.

“Ela é poderosa mamãe!”

“Você não faz ideia Eve.”

“Não falem de mim como se eu não estivesse aqui!” As respondi mentalmente e em tom malcriado, virei-me e parti pisando firme.

Lembras disso? Da nossa primeira conexão meu amor?

 

______

 

- Ah... Como eras impertinente! – A loura olhou para o diário pensativa. Checou sua garrafa de vinho e percebeu que ela já estava bem perto do fim e sua cabeça estava mais pesada que o usual. Estranhou aquela esquecida sensação de... Dor! Riu deliciada e assim que tentou se levantar, o riso converteu-se em gemido. – Não posso mais beber como costumava.

Ergueu-se da cadeira com visível cansaço e um sono quase incontrolável. Queria ler mais, contudo o seu corpo pedia descanso, uma vez que havia dormido quase nada na ultima noite e que em poucas horas precisava estar na universidade com seus estudantes e com...

- Cosima! – Alisou os lábios após dizer aquele nome que lhe soava doce. Sem esforço, apagou as luzes de seu terraço e desceu as escadas de volta ao andar de seu apartamento e com os olhos quase se fechando, caminhou até seu quarto. Engatinhou por sobre a cama e esparramou-se em meio aos seus inúmeros travesseiros abraçando um deles e adormecendo de imediato. Algo que era raro para alguém como ela, que tinha a insônia como fiel companheira.

 

******

 

Cosima caminhava leve e alegremente pelas ruas que lhe levariam para a Sorbonne. Não conseguia, por mais que tentasse retirar o sorriso bobo dos lábios. Já se tornara impossível para ela lembrar-se de um momento de sua vida onde houvesse sido mais feliz e plena como aquele.

Estava a caminho de uma das mais espetaculares universidades do mundo, buscando o seu tão desejado pós-doutorado na área que mais queria e, acima de tudo, havia ela! Estava amando e sendo amada pela mulher mais sensacional do mundo. Aquela que conseguia reunir tudo o que mais admirava em uma pessoa só. Sentiu se aquecer de dentro pra fora e teve vontade de cantar, a plenos pulmões, a música que ouvia a todo volume em seus fones. Mas conteve-se em cantarola-la num volume socialmente aceitável.

“(...) Have you ever fed a lover with just your hands?

Closed your eyes and trusted, just trusted?

Have you ever thrown a fist full of glitter in the air?

Have you ever looked fear in the face and said

"I just don't care? (...)" 

 

It's only half past the point of no return

The tip of the iceberg, the sun before the burn

The thunder before the lightning, the breath before the phrase

Have you ever felt this way? (...)”

 

- Parece que a moça viu um belíssimo passarinho verde! – Louis a abraçou por trás lhe causando um sobressalto. Ela já caminhava entre as pilastras do Bloco A a caminho da cafeteria e nem percebeu a aproximação dos amigos.

- Confesso que eu nunca entendi bem o sentido dessa expressão “ver o passarinho verde”! – Sophie sendo ela e ponderando sobre a origem de um ditado popular. – Por que a visão de uma ave tem a ver com alguém estar apaixonada?

- Quem está apaixonada aqui gente? – Cosima gaguejou e não conseguiu esconder o seu desconforto assim que retirou os fones de ouvido e os jogou em sua bolsa de qualquer jeito.

- Parece que a presença da namorada lhe fez bem Cos. – Amélia disse com algum tom de deboche que Cos fez questão de deixar passar, pois percebeu que eles ainda estavam associando a sua repentina felicidade a presença dela. Sentiu-se péssima.

- Na verdade gente... – Suspirou e buscou apoio nos olhos de Marc que, mesmo sem saber dos detalhes, pode ler nos olhos dela que algo muito sério havia ocorrido. – Nos terminamos! – Disse assim que se sentou no confortável sofá do café.

- “O que?” – “Como?” – “Por quê?” Foram algumas das perguntas que quase todos lhe fizeram. E o suspiro profundo dela lhes disse que talvez aquele não fosse o melhor momento para aquela conversa. Contudo, Cos achou que devia algumas respostas a eles, afinal de contas eram seus amigos e há três dias achavam que Cos estava bem com sua namorada.

- Quanto tempo ainda temos antes da orientação? – Questionou.

- Como a Toda Poderosa sempre é pontual... Pouco mais de 10 minutos! – René disse após checar seu relógio. Cosima estremeceu com a menção àquele apelido e a ansiedade lhe consumiu devido a ideia de vê-la muito em breve e de estar com ela novamente. Suspirou sorridente, fazendo com que todos os seus amigos, que a observavam atentos, se entreolhassem.

- A verdade é que eu nunca amei a Shay como ela merecia... – Deu início a sua explicação, embora soubesse que não precisaria. – Ela é uma mulher fantástica, mas, por alguma razão que eu desconhecia, não conseguia me apaixonar por ela. Porém... – Todos estavam atentos, cada um com sua caneca de café ou chá em mãos. – Desde que cheguei a Paris eu meio que... – Cosima bebericava seu café e ajeitava seus óculos – Descobri qual a razão de não conseguir me apaixonar pela Shay ou por nenhuma pessoa antes dela. – Disse num único folego. Todos se olharam confusos, exceto Marc, pois ela sabia exatamente o que sua amiga estava querendo dizer. – Parece coisa de adolescente apaixonada. – Riu de si mesma – Mas a verdade é que assim que a vi, eu tive a certeza de que havia encontrado a mulher da minha vida. Sabem como é? – Buscava os olhos dos amigos e esses estavam um pouco confusos.

- Espera aí! Deixa-me ver se entendi bem! – Louis se ergueu de sua poltrona. A Srta está querendo nos dizer que existe uma terceira pessoa nessa equação? – Cosima corou de imediato e encarou o líquido escuro em sua xicara.

- Isso é sério Cosima? – René alarmou-se e deixou, por um milésimo de segundo que lapsos de esperança lhe invadissem.

- Eu juro que não procurei gente, mas ela simplesmente está em mim! – Cosima respondeu olhando para todos, frustrando René e a própria Amélia, pois ela bem sabia que para causar algo como o que Cosima descrevera, a paixão já ultrapassou todos os limites físicos.

- Então quem é essa deusa? – Sophie perguntou no exato momento em que...

- Aquela não é a professora de vocês? – O garçom do café indicou pela janela de vidro a passagem de Delphine que andava muito mais rápido que o usual. Fazendo com que todos se entreolhassem e em seguida conferissem o relógio que ficava sob as prateleiras de xicaras daquele estabelecimento. Em uníssono, todos constataram incrédulos.

- ELA ESTÁ ATRASADA!

- E vocês também se não correrem. – Era o garçom novamente. Aquela observação os fez juntarem suas coisas às pressas, esbarrando uns nos outros e saírem correndo de lá.

- Pelas escadas! – Marc os desviou, pois já havia fila em ambos os elevadores.

- Mas são sete andares. SETE! – Sophie protestou, mas foi empurrada por Louis. Os cinco esperaram apenas que sua professora entrasse no elevador para lançarem-se pelas escadas e antes mesmo que ambas as portas, do elevador e do acesso às escadas se fechassem, elas se viram e Delphine foi inclinando a cabeça para tentar ver o que acontecia ali sem nada entender.

Subiram desesperados rindo uns dos outros e irromperam no sétimo andar assim que o sinal do elevador avisou que o mesmo havia chegado ali. Para a sorte deles, aquele veículo foi parado em vários andares e isso lhes permitiu que chegassem alguns segundos antes que ela. Contudo, estavam ofegantes e exaustos e ela os alcançou com divertida expressão.

- Bom dia Srtas e Srs. Estão bem? – Lhes questionou com denotada ironia enquanto procurava sua chave em sua bolsa. – Peço perdeu pelo atraso de... – Checou seu relógio – 12 minutos! Mas tive um compromisso ontem e não tenho dormido muito bem. – Disse enquanto achava a chave e ria discretamente ao perceber que Cosima ficara nervosa com aquela ultima informação dela. – Podem entrar e ocuparem seus lugares.

Os seis entraram e foram pendurando seus casacos nos encostos das cadeiras e Delphine, por mais que relutasse, queria olhar para Cosima. Conferir como ela deveria estar divinamente linda e não se enganara. Ela usava uma calça que imitava couro, indecentemente justa e cor de telha. A cintura era baixíssima e permitia que visse parte do elástico negro da calcinha de renda dela. A blusa era fina e de mangas compridas com estampas degrade que combinavam com a calça e tinha a transparência certa para deixar claro que o sutiã fazia par perfeito com sua calcinha.

- O que tens em mente Srta. Niehaus? – Sussurrou para si mesma enquanto se dirigiu até a mesa onde estavam todos, contudo, tomou o cuidado sádico de parar ao lado de Cosima ciente do efeito que causava nela.

- Muito bem, para a nossa reunião de hoje eu tomei a liberdade de enviar para cada um uma missão... Digamos uma espécie de “caça ao tesouro acadêmico.” – Divertiu-se enquanto todos ficaram curiosos e surpresos com o incomum bom humor de sua professora. – Existem seis livros que considero imprescindíveis para a pesquisa de cada um de vocês. E eles podem estar em uma das quatro bibliotecas desse Centro. Em seus e-mails vocês encontrarão algumas dicas e observações que deixei nos textos que vocês me enviaram na nossa ultima orientação. – Uma carga de adrenalina podia ser sentida em todos. – E, para aquele ou aquela que conseguir achar a referência correta primeiro, temos um pequeno mimo – ela retirou de sua valise um livro envolto em plástico – Um primeira edição do Volume 1 de O Segundo Sexo da Simone de Beauvoir. – todos suspiraram em adoração. – Autografado! – Ela abriu a capa do livro. – Os seis se inclinaram sobre a mesa e viram que ela falava sério. Aquele livro era uma preciosidade incrível e um prêmio mais do que extraordinário. Retornaram para seus lugares, buscando controlar seus entusiasmos. – E... Espero que não tenham planos para hoje, pois acredito que vocês serão meus o dia todo! – E como estava com a mão apoiada no encosto da cadeira de Cosima, deixou que seu polegar acaricia-se parte da pele nua deixada a mostra pela blusa dela.

Cosima não se conteve e suspirou mais alto do que devia!

Quando abriu os olhos, todos a olhavam com alguma incredulidade e uma pitada de malícia, inclusive sua orientadora, que merecia um prêmio de atuação. A morena atingiu todos os níveis de rubor possíveis.

- Essa mulher misteriosa deve ser fantástica mesmo hein Cos, para deixa-la a suspirar do nada! – Disse uma espontânea e espirituosa Sophie. E sim, foi possível para Cosima ultrapassar os limites do constrangimento.

- O que estão esperando? Mãos à obra. – E voltou para sua mesa como se nada tivesse acontecido. – Cosima estava desconcertada e só via seus amigos abrindo seus notebooks e tablets às pressas. Sabia que deveria fazer o mesmo, mas não conseguia concatenar as ideias.

“Isso não se faz Srta Cormier!”

“Mas o que foi que eu fiz?” Fingiu inocência fazendo com que Cosima fechasse os olhos e segurasse o palavrão que veio na ponta de sua língua. Era evidente que Delphine divertia-se com ela e aquela situação, porém achou que poderia dar o troco, de alguma maneira.

“Está se divertido então?” A questionou.

“Não tens ideia do quanto Cos!”

Cosima focou em seus colegas e percebeu que estavam todos absortos em suas leituras, coisa que também deveria estar fazendo, contudo, estava perturbada demais com a presença e os jogos de Delphine e sentia que precisava revidar de alguma maneira. Então algo lhe ocorreu. Com uma leve tosse anunciou que se erguia.

- Preciso muito ir ao banheiro. – Seus amigos não deram muita importância já que estavam ocupados com outra coisa. – Com licença Profa. Cormier, eu poderia usar o seu toalete? – Delphine ergueu a cabeça e não soube ao certo o que pensar. Nem tão pouco conseguiu ler a expressão de Cosima. Apenas acenou com um movimento de cabeça. Assim que a morena se virou, a loura aproveitou para olhá-la de cima abaixo até que essa entrasse no banheiro.

Retornou a focar no artigo que lia sobre migração e trafico de mulheres e travestis, quando de repente foi açoitada por um espasmo que a fez contrair seu ventre e cruzar as pernas sob a mesa, batendo o joelho, violentamente na madeira, chamando a atenção dos seus orientandos. Com um olhar rígido ela se fez entender e todos voltaram ao que estavam fazendo enquanto ela começava a sentir um calor latejante em seu sex* seguido do serpentear de dedos que subiam e desciam, friccionando a carne pulsante da loura.

Delphine compreendeu direitinho o que estava acontecendo. Cosima estava no banheiro, se tocando em plena conexão e lhe torturando de uma forma inimaginável até mesmo para ela. Mais um espasmo a fez segurar com toda a força nos braços da cadeira e mordiscar o lábio para conter um gemido furtivo.

- Professora, quando a Sra destaca Aristóteles e o mito da mulher imperfeita...

- Hum... O que? – Rene estava diante dela com alguma dúvida que ela não fazia ideia de qual era. Dentro do banheiro Cosima mordia uma toalha para não gargalhar diante daquela situação.

“Porr* Cosima!” “Pare com isso!”

“Quer mesmo que eu pare?” Mergulhou dois dedos no interior de seu sex*, obrigando Delphine a chocar sua cabeça contra o encosto de sua cadeira e afastar suas pernas.

- A Sra está bem professora? – Rene parecia extremamente desconfortável.

- O que deseja Sr. Avril? – Disse buscando folego e apoiando o queixo sobre as mãos. Cosima havia lhe dado uma trégua. O rapaz nem lembrou direito qual era sua dúvida e retornou para seu lugar. Poucos segundos depois a porta do banheiro se abriu e sua orientanda saiu de lá com a cara mais sacana do mundo. Delphine a olhava com a boca entreaberta, ainda tomada pelo tesão. Sentindo vontade de mandar todos saírem da sala e possuí-la ali mesmo no chão.

Cosima percorreu a distância de volta bem vagarosamente, contudo parou diante da mesa de Delphine e olhou rapidamente para a sala conjugada. Nenhum de seus amigos as olhavam então inclinou-se e discretamente depositou algo sobre os papéis que a loura lia. Sem dizer uma palavra, voltou e comentou amenidades com os amigos. Só então Delphine focou no que fora depositado ali e não acreditou, quando puxou para perto de si a calcinha de renda preta de Cosima completamente encharcada com o gozo dela. Soltou aquela peça de roupa em seu colo e levou as duas mãos a testa, apoiando os cotovelos no tampo da sua mesa.

“Sério isso Cosima?” Mas sua orientanda não respondeu. 

Louis, Amélia e Sophie levantaram-se e saíram da sala sorridentes. Aparentemente foram os primeiros a desvendar suas dicas iniciais e partiram para os locais indicados por elas. Marc levantou em seguida e, para o desapontamento misturado com orgulho, foi seguido por Cosima, deixando René por ultimo.

Cosima nem se dignou a olhá-la, num claro sinal de desafio e ambos saíram da sala quase correndo. Só apenas quase 30 minutos depois, René conseguiu decifrar a sua dica e saiu da sala de Delphine que, finalmente pode apreciar o “presente” deixado por sua amada e sacana orientanda. Naquela altura, a calcinha não mais possuía a umidade de antes, mas o intenso e delicioso “perfume” de Cosima estava nela.

Só então se deu conta de outra coisa. Sua aluna estava perambulando pelos corredores da Sorbonne sem calcinha. Mordeu os lábios com aquela ideia, mas sacudiu a cabeça em seguida, pois tinha uma maratona acadêmica para acompanhar. Juntou suas coisas e ainda com a calcinha em mãos ficou na duvida do que fazer com ela. Na pressa a colocou no bolso direito de seu casaco e saiu.

 

******

 

Cosima acabara de entrar na Biblioteca Saint-Barbe já vinda da Interdisciplinar da Sorbonne, pois já havia descoberto a segunda dica que estava num dos livros da colega e amiga da Profa Cormier. Tratava-se do livro “Da Cama à Rua: perspectivas lésbico-feministas” da Profa Dra. Jules Falquet.[1] A dica lhe guiou até um manuscrito pouco conhecido de Gertrude Stein que aparentemente estaria naquela biblioteca.

Acessou um dos terminais de pesquisa e enquanto fazia isso viu que Marc, Amélia e Sophie também haviam acabado de chegar nesse mesmo local. Os quatro se olharam e sorriram, estavam realmente vibrando com aquela “brincadeira” que sua orientadora lhes proporcionou. Cosima logo encontrou as referências a obra específica e essa estaria na sessão de artigos raros. Correu até lá e quase berrou com os funcionários para que pudesse ser atendida. Entregou a pequena ficha preenchida com os dados do documento que desejava e morria aos poucos a cada minuto que se passava e o rapaz não retornava.

Olhou para trás e viu que Louis e René também já perambulavam pelos corredores e estantes de livros e isso a enervou ainda mais.

- Isso é para hoje certo? – Debruçou-se sobre o balcão na tentativa de ser melhor ouvida.

- Não sabia que eras tão competitiva assim. – Aquela voz fez Cosima estremecer e busca-la a sua direita.

- Delphine! O que esta fazendo aqui? - Ela estava lá, divertindo-se mais do que todos eles juntos.

- Preciso acompanhar o desenrolar da “gincana.” – Fez o gesto das aspas com os dedos. – Verificar quão bons são meus orientandos.- Ela permanecia no final de um corredor de livros raros onde ninguém a via. – E por falar nisso... – Sacou a calcinha de sua aluna de seu bolso direito, causando um novo rubor em Cosima. – A Srta está se revelando muito mais surpreendente do que eu poderia imaginar e... – Ergueu aquela peça de roupa, levando-a até perto de seu rosto onde respirou profundamente. A morena acompanhou o subir daquela peça quase em câmera lenta e engoliu em seco ao ver o que sua professora pretendia –... Incrivelmente deliciosa! – Mordeu o tecido negro que tinha nas mãos.

Perdendo toda a noção de onde estava Cosima partiu para cima dela exigindo um beijo visceral, sonoro e molhado, onde as línguas de exploravam e duelavam enquanto seus corpos buscavam transpassar todas as barreiras da física e se fundirem-se. Mas Delphine queria cada vez mais, e então abandonou a boca de sua orientanda e lhe explorou o pescoço com a fome que lhe fora causada por ela e essa fome era intensa, levando-a a perder a noção e desferir uma mordida seguida de um ch*pão mais intenso. A morena gem*u, com um misto de dor e prazer. Estava experimentando uma sensação única. Ser tomada por Delphune em um ambiente como aquele, onde poderiam ser vistas ou descobertas a qualquer momento.

- Moça?! Olá... Moça? – Cosima ‘brotou’ na frente do rapaz, buscando o folego e se recompondo. – Aqui está o documento que solicitou. – Agradeceu ao rapaz e quando olhou para o lado, não viu mais Delphine. Conformou-se em tentar desvendar e vencer aquele jogo. Escolheu uma das mesas próxima a uma janela e analisou o documento que recebera. Mas estava difícil de concentrar-se depois do beijo avassalador de ha poucos instantes e por estar sem calcinha, com a calça lhe incomodando e muito. Contudo, não precisou de maiores esforços para perceber que naquele texto ficava evidente que Gertrude Stein não apenas citava a Ordem do Labrys, como também fazia parte dele.

Sorriu para si mesma e entendeu que aquilo foi um recado para ela. Delphine estava lhe mostrando, aos poucos, coisas sobre a Ordem que ela não mostrara a qualquer pessoa. Sentiu-se orgulhosa daquilo, por ser considerada merecedora. Devolveu o documento e partiu para o ultimo lugar indicado pela dica final. Quando juntou suas coisas e saiu apressada da biblioteca, viu que nenhum dos seus amigos estava mais lá, o que indicava que muito provavelmente perderia aquele desafio, mas partiu para lá assim mesmo. De volta à Sorbonne.

Assim que chegou ao lugar que era indicado viu que os demais Semideuses também estavam lá sem entender muito bem. A dica final os mandou para uma sala de aula, mas não a da Profa. Cormier.

- Já que chegamos aqui praticamente juntos... Vamos entrar juntos? – Marc disse para os outros. Todos concordaram e até mesmo a competitiva Cosima reconheceu que aquilo seria o mais correto.

Ao entrarem as luzes se acenderam e uma figura feminina os aguardava sentada sobre o imenso birô que havia ali. Era a professora Bowles. Cosima revirou os olhos enquanto descia as escadas e fez questão de ficar por ultimo.

- Sejam todos e todas bem-vindos e bem-vindas. Vejo que temos um empate... Sêxtuplo? – Gargalhou – A Delphine ficaria orgulhosa de vocês. Já eu não posso dizer o mesmo! Pois tinha feito uma aposta com alguns outros professores – Ela desceu da mesa e começou a circular por entre eles, sedutoramente. Demorou-se um pouco mais em Amélia e René. Daquela cheirou os cabelos, dele acariciou as costas. – Meu palpite era o de que a Srta Niehaus venceria esse desafio! – Caminhou firme em direção a Cosima que pausou a retirada de sua echarpe no instante em que percebeu a forma desconcertante que era devorada com os olhos pela Profa. Bowles. – Contudo... – ela cerrou os olhos e se aproximou perigosamente do rosto de Cosima, a principio para sentir o cheiro de seu perfume, mas então afastou-se -... Parece-me que a Srta Niehaus estava muito mais interessada em outras coisas.

- Isso é uma mordida Cos? – Sophie aproximou-se, chamando a atenção dos presentes. Todos os semideuses a rodearam e constataram o que era impossível de ser negado.

- Agora a mocinha terá de nos dizer quem é essa mulher misteriosa que ficou entre você e Simone de Beauvoir! – Louis exigiu e foi seguido pelos demais que cobraram explicações. 

- Gostaria de parabenizar a todos e todas por terem conseguido chegar aqui! – Delphine se fez perceber assim que entrou na sala. – Estou de fato orgulhosa por terem decidido fazê-lo juntos, contudo... – Disse enquanto descia as escadas -... Haveria uma vencedora do desafio se ela não tivesse tido um... Pequeno “contratempo” no caminho. – Parou bem ao lado de Cosima que pensou que iria morrer ao sentir a mão dela em sua cintura, exigindo que seus corpos se encontrassem. – Sendo assim... – Lhe estendeu o prêmio – Cabe a você, Mon Amour decidir quem deverá ficar com o livro! – E deu um leve beijo no exato local da mordida.

            “-MON AMOUR!? - Todos exclamaram em choque! 

 

 

[1] Jules Falquet é francesa, ativista feminista graduada em Ciências Políticas pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris; doutora em Sociologia pela Universidade de Paris 3-Sorbonne; pesquisadora integrante do Centro de Documentação, Pesquisa e Estudos Feministas (CEDREF) da Universidade de Jussieu-Paris Diderot; professora de Sociologia Política dessa mesma universidade.

 


Fim do capítulo

Notas finais:

Glitter In The Air https://www.vagalume.com.br/pink/glitter-in-the-air-traducao.html


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Comentários para 38 - Capítulo 38 Mon Amour:
patty-321
patty-321

Em: 29/03/2018

Pronto. Del as entregou. Sacaram agora semideuses? Ah eszas duas fogo e dinamite. Que explosão. Maravilhosas. No passado e no presente . Maravilhoso capítulo como sempre.


Resposta do autor:

Oi Patty. Sim... Delphine, toda feliz, as entregou lindamente. O que pode ser bom mas também ruim rs...

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